A Mortal, Filha De Dois Deuses. escrita por Amortecência


Capítulo 12
Recebemos Um Presente.


Notas iniciais do capítulo

Eu mudei a idade da Helena para 16, então ela o Heitor e a Mayana tem a mesma idade ok? Bjos p tus ♥



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— Como é? — Ele me fitou por um longo tempo, como se decidisse se eu realmente estava falando a verdade. Eu pensava o mesmo sobre ele.

— Como é digo eu. Meu pai me disse que isso é um tipo de coisa raríssima. Então como você pode ser igual a mim? É algum tipo de epidemia agora?

— Quem são seus supostos avós então? — Perguntou ele desconfiado.

— Atena e Poseidon... Netuno e Minerva para você. Meus pais são Percy Jackson e Annabeth Chase. Se você é do Acampamento Júpiter, deve conhecê-los.

— É, eu já ouvi falar neles sim — respondeu ele.

— Tudo bem, então — falei depois de alguns segundos tensos de silêncio. — Eu tenho coisas a fazer, muitas coisas. E você vem comigo.

— Ei, espera aí. Eu não vou a lugar algum sem saber se você está dizendo a verdade — ele esbravejou. — Quer dizer, você pode ser até uma filha de Minerva.  Quando você luta é visível. Ou até de Diana, sua habilidade com o arco é incrível, exceto pelo fato de ela ser uma donzela, mas tudo bem — ponderou ele. — Agora, ser igual a mim? Não sei… Isso é algo totalmente diferente.

— Uau! Pode fazer isso de novo? Me insultar e me elogiar ao mesmo tempo? — Zombei cheia de sarcasmo. — Eu tenho a benção de Ártemis, quer dizer, Diana. Por isso minha habilidade. Mas, tudo bem. Eu vou te provar que estou dizendo a verdade.

Então fechei os olhos, me concentrando. Sentindo a água que havia ao meu redor. Incrivelmente, eu pude sentir os canos pelos quais a água passava abaixo dos meus pés. Visualizei um cano estourando. E, com uma enorme rapidez, isso aconteceu. O rosto de Heitor ficou todo molhado quando a água suja jorrou diretamente nele. Levantei minha mão e a virei na direção da parede. O jato seguiu meu movimento. Apontei minha mão para baixo e a água voltou a correr pelos tubos. Soltei meus braços do lado do meu corpo, deixando a água jorrar livremente de novo.

— Acredita agora? Ou você vai falar que é algum tipo de ilusão de ótica? — Desafiei, enquanto ele se desviava para não ficar molhado.

— Tudo bem. Agora eu acredito — disse ele arqueando as sobrancelhas. O que o deixava ainda mais parecido com um elfo. Perguntei-me se ele não era, na verdade, filho de Hermes. Era comum dos filhos dele terem essa aparência. O problema é que, quanto mais eu tentava entendê-lo, mais ele se tornava um mistério, o que me irritava muito. — Então, o que você tem que "resolver"?

— Nossa garoto, você é muito exigente!

— Exigente, não! Eu só aprendi que não podemos confiar em qualquer um que vemos por aí. Quero saber o que está acontecendo!

— Tudo bem. Eu conto. Mas só se você me contar o que está fazendo sozinho na rua. Você foi mandado em uma missão? E, se sim, porque está sozinho?

— Eu fui mandado em uma missão para descobrir meu passado — explicou ele. — Quem eram meus pais, como fui parar no acampamento e etc. A profecia diz que eu iria encontrar duas pessoas que me ajudaria, presumo que sejam vocês.

— É. Parece convincente. Ele está falando a verdade — disse Mayana.

E, por mais que eu ainda estivesse desconfiada, também acreditava nisso. E não só porque Mayana havia pressentido com seus poderes e me dito — eu sentia isso também.

— Tudo bem — disse, dando um longo suspiro. — Eu vou contar. — Então contei tudo desde a visita ao museu até o momento de agora, tentando conter as lágrimas que insistiam em descer enquanto falava sobre o sumiço dos meus pais. Ele era um bom ouvinte: não dizia nada, apenas assentia com a cabeça, como um sinal de que estava ouvindo.

— É, eu acredito. Você parece estar sendo sincera. E como sua profecia também diz que encontraria alguém, acho que estamos no caminho certo. Então, o que fazemos agora? — Disse ele afinal.

— Nós temos que achar um palácio gigante cercado por um jardim, que pertence a Éris, a rainha da discórdia e que provavelmente está nas montanhas. Você viu algum? — Disse Mayana sem nem tomar fôlego.

— Hã, acho que eu não vi nenhum — ele se limitou a responder. 

— Tudo bem. Então você vai nos ajudar a procurar — e dizendo isso, descrevi detalhadamente o lugar onde nosso objetivo se encontrava. De repente, um cheiro de hambúrguer com fritas invadiu o beco. — Mas antes de fazer isso vamos comer!

Eles concordaram felizes e seguimos o cheiro até uma lanchonete. Me senti um pouco culpada, mas eu sei que meus pais ficariam bravos se eu não me alimentasse direito.

Nosso pedido estava quase chegando quando o sininho acima da porta soou. Um rapaz loiro de sorriso brilhante, com um óculos de sol, aparentando seus 17 anos, entrou.

— Me chamem de Fred — disse ele, enquanto caminhava até nossa mesa, tirando o óculos e sorrindo.

— Apolo! — Gritei antes que pudesse me conter quando a memória de meu pai contando sua aventura com a maldição do Titã invadiu minha mente.

— Eu disse Fred! — sibilou ele.

— Me desculpe — disse. — Então, o que faz aqui, Fred?

— Não é óbvio? Eu vim ajudá-los — disse ele revirando os olhos.

— Hã, ok — eu disse, com certa frieza, pois estava cansada de ser uma peça no tabuleiro dos deuses. Eu sabia que, na verdade, Poseidon, Ártemis e Apolo só me ajudaram realmente porque queriam de volta a lança roubada de Atena, já que eles eram do "time" dela. E minha missão não era só para resgatar meus pais; mas também para trazer de volta o que foi furtado dos deuses, a paz no Olimpo e no mundo e deter a Rainha da Discórdia, que vem sendo uma pedra no sapato dos Olimpianos há muito tempo. Mas, ao mesmo tempo, eu também estava explodindo de alegria. Uma ajuda era tudo o que eu precisava e tudo o que mais queria, além dos meus pais de volta, claro. Então disse, como se estivesse fechando um negócio: — O que você tem para me oferecer?

— Ei, calma lá, garotinha! — Disse ele. — Tenho que lhe dar alguns avisos antes. Que tal se eu fizesse um haicai e aí...

— Não, nada de haicais! E não me chame de garotinha! Eu tenho 16 anos.

— Tudo bem, se assim prefere.

Não te chama de garotinha,

O deus da luz celeste! — Recitou ele. — Ficou bom esse, né? Estou ficando cada dia mais perfeito!

— Eu disse sem haicais! — Disse dando um longo suspiro. Ao meu lado Mayana e Heitor riam.

— Ok, ok! Eu não faço mais haicais

Esse é o último então,

Se a garotinha no quer mais — disse ele, enquanto jogava o pescoço para trás em uma gargalhada.

— Hã, tudo bem, Apol... Fred. O que você veio nos falar? — Perguntou Mayana.

— Bem, como eu já disse, eu vim dar uma ajudinha para vocês — respondeu ele, dando uma piscadela. — Como eu acho que vocês sabem, Éris é muito poderosa. Pode parecer que não, porque os Olimpianos a diminuem, mas isso é para disfarçar o poder dela.

— Ora, mas qual é o poder tão grande dela? — Perguntou Mayana, sarcástica.

— Ela tem, tipo, o charmspeak mais poderoso do mundo. E sabe todos os defeitos e pontos fracos de todo mundo. Ela sabe te atingir. Mas só é persuadido quem se deixa persuadir, quem não tem concentração. Por isso Atena e seus filhos são tão difíceis de atingir.

— Não parece algo que nós não podemos vencer — zombou ela.

— Não. Não mesmo. Até você estar sendo persuadida. Uma filha de Afrodite já fez isso comigo. Imagino que ela deve ser mil vezes pior — repliquei.

— Isso mesmo. Por isso o meu presentinho! — Respondeu Apolo/Fred todo feliz, enquanto erguia a mão e mostrava uma vela de aniversário.

— É isso que você tem para nos dar? — Perguntou Heitor, incrédulo.

— Não querem? Eu pego de volta sem o menor problema — disse ele, já se levantando da cadeira.

— Nós queremos, sim! Fique, por favor! — Disse. Há muito tempo já aprendi que não se deve ferir o orgulho dos deuses.

Ele voltou a se sentar, um pouco menos simpático. Estendi minha mão, querendo a vela. Mas ele recolheu.

— Primeiro, um aviso: essa vela pode realizar um único desejo. Basta acender e pedir. Mas, isso é só uma ajuda — advertiu ele. — Você não pode, por exemplo, pedir seus pais de volta ou Éris detida. Você pode pedir uma arma durante uma luta, um lugar para dormir, um monstro detido, etc. Enfim, você pode desejar que algum obstáculo seja vencido para facilitar a busca.

— Entendi. Obrigado. Muito mesmo — eu disse enquanto pegava a vela que ele me oferecia.

— Ei, só estou fazendo isso porque eu gosto muito do Percy e da Annie. E porque sou o Deus das Profecias, tenho o poder de realizar coisas.

— Se você é o Deus das Profecias, pode nos dizer se estamos no caminho certo? Elas são as pessoas que eu deveria encontrar e eu sou a pessoa que elas deviam encontrar? — Perguntou Heitor.

— Bem, a primeira pergunta eu não sei a resposta, mas a segunda podemos dizer que sim. Você e Helena já estão destinados — disse ele com um sorriso enigmático. Aquela frase me deixou intrigada. O quê ele quis dizer com isso, pensei. — Mas agora eu tenho que ir, o Sol está se pondo. Eu pedi à Ártemis para dar uma mãozinha com a carruagem, mas ela não vai aturar por muito tempo. Sabe como é, minha maninha é meio rígida. 

E com isso, o deus do Sol se foi, nos deixando alguns conselhos, uma dúvida, dinheiro para pagar o almoço e uma vela de aniversário.


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