Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 45
Capítulo 45 - VISITA RÁPIDA


Notas iniciais do capítulo

Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos.
Clarice Lispector



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PDV – NESSIE


Uma fina brisa levantava as cortinas brancas do quarto, fazendo-as flutarem como fantasmas da noite. A luz da lua iluminava todo o quarto. Olhei para o corpo de Jake, que ressonava ao meu lado. O sono não me chegava. Estava inquienta e agitada. As palavras de Claire e a reação de meu pai, perante as notícias que ela tinha trago, queimavam meu coração. Eu sabia que meu pai tinha visto a mente de Claire e não estava me contando o que era. Desistindo de dormir, desci as escadas, chegando até a cozinha, me servindo de um copo de leite para ver se o sono me alcançava. Nada! Comecei a me sentir enjoada. Corri para o banheiro, jogando tudo pra fora.O pouco que tinha conseguido engolir naquele dia, foi tudo embora pelo vaso do banheiro. Minha barriga começava a roncar. Alisei ela com carinho, falando com meus bebês.

– O que querem, crianças? Vocês não querem comida humana? Não! Claro que não. Eu sei o que querem.
Sorri quando senti uma pequena fisgada no ventre. Não era comida humana que eu precisava. Subi para trocar de roupa. Prendia os cabelos em frente ao espelho, quando Jake começava a acordar, tateando o meu lado da cama. Ele levantou rápido, me encarando surpreso.


– Onde vai a essa hora, Nessie?
– Preciso caçar, Jake. Estou me sentindo vazia.
– Eu vou com você.
– Vá dormir, Jake! Você está cansado. Trabalhou o dia todo na casa de La Push. Posso pedir aos meus pais para me levar.
Ele não me respondeu, pegando uma bermuda e vestindo-a. Só me olhava com cara que nem tô te escutando. Odeio quando ele faz isso.
– Chame-os, se quiser. Mas eu também vou.
Ri da sua teimosia, e ele já me puxava para os seus braços.
– O que quer caçar? Algum desejo especial?
A lembrança do gosto do sangue do leão Africano invadiu minha mente, e sem querer deixei escapar isso pelo meu dom. Jake se sobressaltou, sem entender.
– Não vamos achar isso aqui, amor. Mas posso procurar um zoológico por todo continente se quiser.
Ri dele, mas eu sabia que era impossivel encontrar tal iguaria.
– Não amor! Não precisa. Vamos caçar qualquer coisa que não seja um leão africano. Estou louca de sede.
Saí na frente e ele me seguia em sua forma de lobo. Andamos muito para sentir o cheiro de um cervo macho. Voei pra cima dele. Bebi todo seu sangue, mas isso não me satisfez. Rasquei ferozmente sua barriga, comendo toda a sua carne, e isso era crucial. Meu corpo precisava daquilo. Jake me olhava sem fazer nenhum movimento. Deixei a carcaça do animal no chão, sentindo um cheiro muito mais convidativo, que de um animal herbívoro. Corri com toda a minha velocidade. Nunca caçei desta maneira. Pulei nas árvores, sem nem olhar para onde eu estava indo. Agindo com meu instinto. Quando encarei minha caça, ele me olhava me ameaçando com os dentes. O leão da montanha nunca foi meu favorito. Mas hoje, ele era de lamber os beiços. Avancei nele, sugando seu sangue. Pude sentir a presença de Jake que só assistia a minha caçada sanguinária. Mais uma vez, me senti na necessidade de dilacerar o animal, comendo toda a sua carne.Estava saciada finalmente. Me lavei no rio, tirando o sangue que estava por todo o meu corpo. Jake se aproximou, me lambendo toda.
– Para com isso, Jake!
Ele ganiu, se sentando na grama, vigiando meu banho. Alisei minha barriga, que já estava bem maior. Cantei baixinho, alisando minha barriga, brincando com as águas do rio. Jake se levantou, saindo do seu posto de observação. Sua postura era de alerta. Ele rosnava para o nada. Segui a direção dos seus olho,s alcançando o cheiro que vinha a alguns metros. Saí do rio, me aproximando mais de Jake. Ele já estava à minha frente, me escondendo com seu corpo de lobo. Rosnava e soltou um uivo de alerta, que ecoou por toda a floresta.
– Calma, cachorro! Não vamos atacá-los.
– Fale por você, Félix. Adoraria colocar as mão naquela mestiça encrenqueira.
Felix e Chelsea saíram das sombras, como espectros, se posicionando à alguns metros da gente. Jake não me deixava vê-los. Estava me protegendo com seu corpo, me encostando em uma parede de pedras. Ele rosnava para eles, que não faziam mais nenhum movimento.
– Se escondendo atrás do lobo, garota? Não estou te reconhecendo assim.
A voz de Felix era de deboche e ele ria divertido. Não estava entendendo aquela situação e Jake não me deixava vê-los. Toquei seu corpo, passando a mensagem que queria encará-los, mas ele continuava com sua posição de defesa. Não tive escolha. Pulei em cima de suas costas, encarando meus interceptores, com meu olhar de desafio. Jake se afastou mais deles, pelo meu movimento audacioso. Mas eu não tinha medo deles. Poderia lutar com Chelsea e ele daria conta de Felix facilmente. Deixei ele ouvir meus pensamentos, tocando seu pêlo. Ele se afastou mais ainda deles. Eu entendi seu gesto. Ele não permitiria que eu lutasse com Chelsea. Alisei minha barriga, me desarmando. Jake estava certo. Eu não poderia lutar. Ela poderia me machucar. Machucar meus bebês. Tomei consciência disso em alguns segundos e rosnei violentamente para ela, mostrando os dentes. Ela fez um movimento de indiferente, mas vi o medo em seus olhos vermelhos.
– Essa sim é a garota que eu conheci em Volterra. Já estava ficando decepcionado.
– O que quer aqui, Felix?


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PDV – JAKE



Nessie estava nas minhas costas e tentava arrancar a resposta do grandalhão de olhar debochado. Eu já podia ouvir a mente dos meus irmão se aproximando.
Quil, Embry e Seth, vinham à toda velocidade, atendendo ao meu chamado. Eu tentava afastar Nessie deles o máximo que eu podia, estudando cada movimento daquela vampira. Era ela que parecia querer avançar em Nessie. O grandalhão a olhava divertido. Se encostava na árvore, em uma posição relaxada. Não tinha postura de ataque. Mesmo assim eu estava atento aos seus movimentos.
– Seremos breve, aberração. Sei que seu namoradinho já chamou os amiguinhos, por isso, a visita vai ser rápida. Só viemos trazer um recado dos mestres.
Ele encarava Nessie e abaixou seu olhar para seu ventre. Senti o corpo de Nessie se contrair. Ela segurava de forma protetora sua barriga. Eu só queria tirar ela daqui.
– Aro mandou dizer que o acordo ainda é o mesmo. A criança será entregue aos reis assim que nascer. Feito isso, ele garante que os Cullen e os lobos não serão mais incomodados, e sua traição será esquecida. Mas nunca mais poderá ver seu filho novamente. Ele será um Volturi e não saberá de sua existência ou de sua família.
– Ninguém vai levar meu filho, FELIX!!! Não se atrevam a tentar.
– Não seja tola, garota. É isso, ou vamos levá-lo a força e terá o sangue de muitas vidas em suas mãos por conta se sua teimosia, criança. O recado é esse. Até!
Felix tinha sumido, mas a outra vampira ainda encarava Nessie com um olhar maliciosso e mordaz.
– Nahuel mandou lembranças. Ele disse que está com saudades da sua boca doce, Renesmee. Ele disse que quando se cansar de brincar com o lobo, ele pode mostrar a você o que é um homem de verdade.


Nessie saltou das minhas costas, avançando. Avancei à sua frente, a impedindo de prosseguir. Olhei, implorando para ela se acalmar, e ela se deteve, abaixando a cabeça contrariada. Aquela vampira só queria provoca-la. Neste mesmo instante, os lobos pularam à frente. Mas a vampira já estava a toda velocidade a frente. Perseguiram seus rastros por toda a noite, mas o perderam quando eles foram em direção ao mar. Seguimos em silêncio. Nessie subiu nas minhas costas depois de muita insistência minha. Ela já estava cansada. Senti quando adormeceu nas minhas costas.
Deitei ela na cama, tirando sua roupa de caça, colocando nela a camisola. Ela não despertou em nenhum momento. Estava dormindo profundamente. Parei, admirando sua beleza, sem conseguir me conter. Beijei seus lábios suavemente, para não desperta-la. Cheirei seus cabelos, me embriagando com seu perfume. Parei, quando comecei a ouvir patas batendo impacientes no chão do lado de fora do chalé. Sabia exatamente quem estava ali,. Desci abrindo a porta do chalé e vi Seth sentado, já na forma humana em um tronco caído de árvore. Balancei, contrariado a cabeça. Mas ele nem me deu atenção. Caminhei até ele, sentando ao seu lado. O sono já tinha ido pro caramba naquela noite que parecia não ter fim.
– Ela está bem, Seth. Os bebês estão bem. Pode ir pra casa.
Ele me olhava suplicante. Eu sabia que ele queria vê-la. Mas nem em sonho eu deixaria ele olhar para minha Nessie dormindo de camisola, como uma deusa adormecida. Aquela visão era só minha. Somente para mim.
– Não vai vê-la, Seth! Pode ir desitindo.
Ele bufou contrariado, fazendo bico de frustrado e começou a falar.
– Vi na mente de Quil o que aconteceu com Claire.
Fiquei esperançoso, que talvez ele soubesse de alguma coisa para me contar.
– O que viu, Seth?
– Não vi o que os espiritos falaram com ela. Ele também não sabe, mas ela não para de chorar e não sai de perto dele. Diz o tempo todo que não quer perde-lo. E isso, está deixando ele angustiado. Ele acha que alguma coisa está para acontecer e depende da Nessie e dos bebês, Jake... Por quê os italianos querem o filho de vocês?
Seth falava rápido, quase dando um nó na minha cabeça. Era isso. Claire tinha um recado para Nessie e tinha à ver com os bebês. Ela sabia que os Volturi viriam para dar o recado de Aro? Não! Ela teria nos dito. Pderiamos pega-los. Eram só dois, mas eles não vieram para lutar, só para dar o recado. Eu estava mergulhado na minha própria mente. Minha cabeça fervia. Eu nem ouvia mais o Seth, que continuava a falar sem parar. Mas uma frase que ele estava terminando de falar me trouxe à realidade.
– Niguém vai leva-la, irmão. Vou protege-la com minha própria vida. Vou protege-la, Jake. Ninguém vai tocar na minha criança.
Ele falava da minha filha. Sim! Ele a protegeria, se ela for seu imprinting. Ele daria de bom grado sua vida por ela. Mas isso fez uma luz de alerta se acender dentro de mim. Era isso! Os Volturi não sabiam dos trigêmeos. Eles esperam uma criança. Eles ficariam loucos se descobrissem que são três. Viriam aqui. Seria uma luta feroz. Eu não iria entregar meus filhos. Nessie tampouco. Tenho certeza que morreria para impedir que eles se aproximasem deles. Teríamos que fugir. Seria um vida de fuga, carregando três crianças recém nascidas, que provavelmente terão dons especiais. Os Cullen pretendem partir assim que as crianças nasçam. Não! Não podem partir. Precisariamos de todos alí. Todos os lobos os Cullen e quem mais puder ajudar. Minha mente dava voltas e voltas. E uma fúria foi cresendo dentro do meu peito. Os Volturi não podem saber que são trigêmeos. Não podem saber quando nascerem. Respirava fortemente. Meu peito se enchia de ar e esvaziava em segundos. Tentava aplacar a fúria que vinha subindo como fogo na minha espinha. Foi isso Claire viu. Os espíritos a avisaram. Eles virão atrás dos meus filhos. Eles vão descobrir que são três. Matarão quem estiver em seu caminho para tê-los. Levantei em um rompante, derrubando Seth com o estrondo do meu corpo, que explodia em lobo. Ele se levantou rápido, me seguindo, se transformando em lobo. Nossas mentes conectadas já se comunicavam.
=Eu sei que daria sua vida por ela, Seth. Mas ninguém vai tocar na minha família.
Falei, indo em direção à casa dos Cullen. Eu iria arrancar a verdade de Edward. Ele teria que me contar o que tinha visto na mente de Claire e o que estava acontecendo, de qualquer maneira.



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