A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 18
Airplanes


Notas iniciais do capítulo

Jared
Quero reviews!!



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Ela estava dormindo.

Eu já havia escutado histórias que os filhos de Hades ficavam bem preguiçosos quando usavam seus poderes, mas não sabia que era tão rápido.

Ela estava com a cabeça no ombro do garoto. Ele disse que seu nome era Silvio. Admito, senti uma pontada de ciúme. Mas deixei isso bem quieto. Ele a apoiou em uma árvore, e a deixou lá. Se virou para nós e disse:

- Não importa a distância, eles morrem de sono - e deu um sorriso, como se fosse uma piada interna.

Escutamos barulhos estranhos.

- Você realmente osss viu aqui? - Era uma voz estranha. Conheci na hora. Era uma dracaenae. Corri, peguei Bianca e a joguei em meu ombro, como um saco de batatas. Sua capa cobriu a cabeça. Fiz sinal em silêncio para os outros me acompanhar, mas os monstros ainda assim conseguiram nos ver. 

- Elessss essstão ali! - Disse um outro. - Eu tinha razão!

Aline segurou meu braço, e quase me levou ao chão, pois ela tinha tropeçado. Silvio a ajudou, e, nesse momento, meus pés não tocavam o chão, mas sim algo estranho. Podia ver a floresta pela qual corria e um beco. Tudo estava estranho, até que eu tropecei em uma lata de lixo, e caí. Bianca foi arremessada a uns 3 metros de distância.

- Como raios nós fomos parar aqui? - Disse, limpando minha camisa.

- Acho que foi ela - disse Aline e apontou para Bianca. - Pelo menos nós estamos em Nova Iorque.

- Sério?

- Não está vendo o Empire State ali?

Olhei para fora do beco, e vi o prédio. Suspirei, andei até Bianca e a levantei. Ela abriu com dificuldade os olhos sonolentos, mas logos os fechou, e passou os braços pelo meu pescoço e apoiou a cabeça no meu ombro.

- Tô com sono - murmurou ela. Dei uns tapinhas em suas costas.

- Eu sei, mas levante. Temos coisas mais importantes pra fazer - eu disse, e ela me largou.

- Mais importante que dormir?

- Salvar teu pai!

- Verdade - ela passou a mão no cabelo, que havia perdido o prendedor. Retirou o arco e o guardou, e começou a analisar as coisas em volta, tentando espantar o sono.

- Acho que sei onde ele está - e apontou para cima. Havia uma ''espaçonave'' lá.

- Como vamos chegar? - Perguntou Silvio, e os olhares foram para Bianca.

- Nem vem! - Disse ela, levantando os braços. - Tô com sono, e assim vou levar vocês pra China!

Mas nem foi preciso. Logo depois dela completar a frase, dracaenaes apareceram lá. Sacamos as armas, e ficamos preparados. Bianca atirou uma flecha, e a mulher-cobra se transformou em pó com um grito horrendo. Mas, antes que pudéssemos atacar, tudo estava de cabeça pra baixo. Silvio e Aline estavam assim, com as pernas sendo seguradas por uma mão enorme. Eles machucavam a mão do monstro com suas armas. Logo, Bianca estava ao meu lado. Ela gritava de raiva, e xingava com palavras que nunca havia ouvido. Agora entendi a benção de Ares. Ela se levantava e batia na mão do monstro com os punhos fechados. Quando pude ver seu rosto, ele só tinha um olho. Era um ciclope. Sorria como um garoto que conseguia acertar passarinhos com um estilingue.

- Cadê teu arco? - Perguntei, a puxando para baixo. Ela lançou um olhar que parecia que iria me matar. Mas só apontou para o chão. Ele estava lá, jogado. Ela cruzou os braços e fez biquinho, emburrada. 

O ciclope começou a nos balançar como se fossemos de pano. Aline praguejava, e Silvio estava com uma cara de irritado.

Mas, do nada, estávamos em um lugar fechado. Era meio azul, e podíamos ver Nova Iorque do alto. Cai feito um saco de batatas no chão. Bianca caiu em cima de mim.

- Desculpe - murmurou.

Aline e Silvio também estavam no chão, mas ela estava desacordada. Ele a balançava na esperança de acorda-lá. Bianca estava de pé, e não se movia. Nem respirava. Me levantei, e olhei para ela. Estava com as íris vermelhas. Olhei para onde ela se assustou, e vi seu pai amarrado e desacordado. Percebi que seus portas-flechas haviam desaparecido.

- Com medinho, filha da Morte? - Perguntou uma voz infantil atrás de nós. Bianca acordou do choque, e olhou para mim. Fez uma cara de preocupada. Então, se virou para ver o ciclope. Sua cara transmitia raiva, e aqueles olhos vermelhos só concretizavam isso. Ela puxou o colar, e começou a atirar. Peguei minha espada e fui em direção do monstro. Silvio deixou Aline desacordada e seguiu meu exemplo. Foi complicado.

O ciclope desviava as flechas com a mão, e algumas ficavam cravadas lá. Silvio conseguiu atingir o monstro, mas foi jogado pela mão gigante dele, e bateu na ''parede'', fazendo tudo se balançar. Por um momento, o ciclope perdeu o equilíbrio, e Bianca não perdeu a chance. Atingiu em cheio o olho do monstro, e ele se curvou de dor. Então, eu cravei minha espada na sua perna. Em um grito, ele se dissolveu em pó, me deixando todo sujo. Me virei para Bianca, mas ela corria em direção de Aline. Se ajoelhou e tentou acordar a amiga. Silvio se levantava, com a mão na testa. Fui ajudar Aline, também.

Ele logo se aproximou, e ofereceu um pedaço de ambrosia, e eu o coloquei na boca dela. Aos poucos, ela acordou. 

- Onde estamos? - Perguntou, enquanto se sentava.

- Não sei - respondi. - Mas o pai de Bianca está aqui.

Bianca se lembrou por que veio. Suas íris ainda estavam vermelhas. Em um pulo, se levantou e correu até o pai.


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