Hidden Feelings escrita por Jane Doe


Capítulo 4
Die For You


Notas iniciais do capítulo

Gente, só tenho a agradecer os reviews, de verdade. Só espero que quem falou que vai acompanhar acompanhe mesmo, porque estou me desdobrando para fazer capítulos maiores :)
LEIAM AS NOTAS FINAIS :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281191/chapter/4

Ok, eu sei que eu não poderia esperar outra coisa dele, sei que ele tem uma namorada perfeita, tem vários amigos, que tem tudo o que quer a qualquer hora e ele esta muito bem com tudo isso, é o garoto perfeito com a vida quase toda perfeita, seu único problema é uma garota que é cheia de problemas e preocupações, que é muito insegura e fechada em seu próprio mundo sem amigos e quase sem família, e se apaixonou por ele, e ela só está o atrapalhando. Em cada lugar que ele ia com os amigos, sempre comentavam sobre essa garota, e ele ficava incomodado claro, porque ele gostaria de saber sobre ela? Porque ele iria querer se envolver nesse mundo dela todo cheio de complicações? Ele já não estaria feliz com tudo o que tinha? É, realmente a única coisa que o atrapalhava era essa garota!

É incrível como eu só percebi nesses últimos tempos que atrapalho a vida de uma das pessoas que eu mais gosto hoje em dia. Pode até parecer melancólico, mais a ultima coisa que eu quero é atrapalhar os planos e as coisas dele, afinal eu só quero que ele fique bem, que fique feliz, sendo com qualquer pessoa, fazendo qualquer coisa que ele goste. Eu vendo agora ele com Dani, apesar de confuso ele me parecia estar feliz, e eu não quero que o sorriso que eu vi há minutos atrás e aqueles olhos brilhantes desapareçam de seu rosto, nunca. Eu seria capaz de qualquer coisa para manter ele daquele jeito, mas eu não posso fazer nada a não ser me afastar, por mais que isso machuque.

As vezes sinto como se fossemos o oposto: a sol e a lua, o inverno e o verão, o vento e o furacão, o chuvisco e a tempestade. Apesar de todas as diferenças, temos semelhanças, somos mais quietos e preferimos observar uma conversa do que entrar nela, prestamos atenção nos mínimos detalhes das coisas e das pessoas.

Eu sinto que poderia passar qualquer coisa ao lado dele, como se qualquer problema que eu fosse ter daqui pra frente, se eu o tivesse em meus braços, não fosse nada. Posso dizer sim que ele é a solução dos meus problemas, mas infelizmente parece que eu sou o começo dos problemas dele, e isso faz o meu coração doer, pois o medo de ficar sem sua presença é maior do que eu posso agüentar.

Eu realmente amo cada pequena coisa dele, o jeito que balança freneticamente as pernas quando está nervoso ou concentrado, o jeito que se espreguiça toda manhã, o jeito que ri que esboça felicidade, o jeito que ele abraça alguém, o jeito que é brincalhão com a classe e com os professores, o jeito que escreve, o jeito como ele tira o meu fôlego sem fazer nada em especial, como fica quando tira uma nota alta, o sorriso sem graça, seu timbre grave de voz, o jeito como fica atento quando estão falando com ele, como ajeita o cabelo toda hora sem perceber, seu estilo, o jeito que anda com a cabeça pra cima e todo masculino, o jeito como é competitivo, como se acha melhor que todo mundo e ainda consegue ser super fofo, o modo como consegue ficar calmo quando alguma coisa da errada, o modo como é atencioso e carinhoso com todos que ama, o modo que passa confiança pra alguém apenas com o olhar, o brilho em seus olhos castanho escuros, o seu ego colossal, o jeito que é irônico, o jeito que sorri quando está cansado, seu forte timbre, o sorriso convencido, o modo que fica quando alguma coisa o preocupa, o modo que tenta sempre ser forte e suportar qualquer coisa! Mas.. eu também odeio cada um desses detalhes todos, pois são essas pequenas coisas que me fazem ser apaixonada por ele.

Eu não procuro a perfeição, ter ele já seria tudo para mim.

Eu sei que tenho apenas 14 anos e sou muito nova pra tudo, que não sei como o mundo é, por vários ângulos.. mas eu já passei por muita coisa, ainda passo, e acreditem, eu não diria isso se não achasse que é verdade, mais acho que eu o amo!Eu demorei pra admitir que estou totalmente ligada a ele, quer eu queira ou não, ele pode até não me notar mas não muda o fato de que eu estou sim apaixonada por ele, apesar dele não merecer.


Não consigo nem contar nos dedos todos os micos que já paguei na frente dele / por causa dele: foram micos com alunos, com professores, e até mesmo com coordenadores e diretores, mais com certeza os piores foram os que aconteceram na frente dele. Durante os primeiros anos que eu gostava dele, eu sempre disfarcei muito bem o sentimento, porem esse ano eu não estou conseguindo disfarçar tão bem assim, eu simplesmente me desligo de todo o mundo afora quando estou olhando para aquele rosto sereno e perfeito, e muitos desses momentos que estou olhando para ele, alguém coloca o pé na minha frente ou eu mesmo tropeço em alguma coisa, ou até mesmo um professor faz alguma brincadeirinha em relação a eu e ele que acabam me constrangendo, e todos começam a falar mais e mais e riem como se não tivesse amanhã, e não vou falar que isso não incomoda, porque é muito ruim você saber que tem uma sala com várias pessoas da sua idade que só zombam de você, que não tem ninguém ao seu lado pra te defender, mas isso não é o principal.. o principal é ver ele rindo com os amigos, sem ao menos tentar esconder, e o que mais dói é lembrar dele gargalhando de todas aquelas minhas situações constrangedoras, era tudo algo extremamente hilariante pra ele. E as vezes, eu faço um esforço enorme para mostrar que não gosto dele, e as vezes até consigo, mas alguma fala de um aluno ou algum comentário sempre me faz ficar vermelha e eu acabo me entregando e estragando tudo, o que me da uma raiva imensa, raiva essa não só dele, mais de tudo e de todos, mas ai eu começo a pensar em tudo desde o começo, como eu o conheci, como ele era quieto e calado, meio excluído, e da vez que eu o vi chorar e como aquilo me desmoronou... me lembro como se fosse ontem:

Isso foi no começo de 2010, eu estava chegando no colégio super cedo porque naquele dia eu me lembro de ter tido uma dor de cabeça infernal que não me deixou dormir então eu fui a segunda pessoa a chegar. Sentei-me em uma escada do lado do muro de concreto que separava o pátio das salas dos alunos do primário e fiquei uns cinco minutos apenas pensando em meus pais (o que é bem comum hoje em dia ainda) e eu comecei a ouvir alguns barulhos no andar da minha sala, o andar de cima. Larguei os meus materiais na escada e fui ver o que ou quem estava fazendo aquilo, e quando cheguei no andar de cima vi uma pessoa de costas sentada na ponta da escada bem no topo, era o Caio e ele tava chorando desesperadamente, uma coisa que me deu um aperto enorme no peito, suas lagrimas caiam no chão sem parar e ele estava com o rosto entre as pernas e os braços apoiados na mesma. Foi um dos momentos que eu mais tive vontade de explodir, porque eu queria acalmá-lo de qualquer jeito, saber se alguém tinha o machucado, o que tinha acontecido para ele ficar assim. Aquele Caio que estava na minha frente não parecia ser o popular da escola, em que todos se espelhavam, e sim aquele pequeno garotinho tímido dos primeiros dias de aula. Eu me aproximei dele com todas as forças que ainda tinha em minhas pernas e comecei a falar com ele:


– Caio, você precisa de ajuda? Quer conversar ou quer que eu te deixe sozinho? – Falei me aproximando e colocando minha mão em seu ombro e me agachando, o que assustou ele um pouco, e eu jurava que ele iria falar pra mim sair dali porque ele não queria falar com ninguém, mais pra variar ele me surpreendeu.

–Eu vou ficar bem como sempre, não precisa se preocupar, obrigado. – Ele disse soluçando e olhando em meus olhos, e eu pude ver claramente a pureza e a ingenuidade em seu rosto, misturado com a dor e a tristeza que suas lagrimas traziam, e aquilo doía em mim tanto quanto nele.

– É que daqui a pouco as pessoas vão começar a chegar, você não vai querer que te vejam assim – Virei o meu rosto, olhando para a escada.

– É, vou sair daqui agora, falar a rosto e beber um pouco de água, obrigado mesmo pela preocupação, não esperava isso de você – Ele falou enquanto eu o ajudava a se levantar e ele enxugava seu rosto. Quando ele se recuperou um pouco, segurou minha mão e me deu um beijo no rosto.

– Não foi nada, qualquer coisa é só me falar. – Falei com o pouco de fôlego e bom senso que ainda havia dentro de mim.

Desci as escadas um pouco bamba enquanto ele subiu para ir ao banheiro. Fiquei pensando naquele momento o resto da semana inteira, o que teria acontecido para deixar ele assim? Porque aquele simples beijo no rosto havia me deixado daquele jeito?

Foi a partir daí que eu comecei a admitir para mim mesma que realmente não havia mais como negar, eu estava apaixonada por ele.

A frase dele “ Eu vou ficar bem como sempre’’ sempre me fez pensar muito, foi a minha primeira pista para pensar que talvez ele já tenha sido machucado antes, talvez não com um amor não correspondido, mas com qualquer outra coisa, e o seu tom de voz ainda esta em minha mente, era como se ele clamasse por ajuda mais ninguém pudesse ouvir, apenas eu.

Já deu pra perceber que são turbilhões de sentimentos misturados que se resumem em apenas dois: amor e ódio. São nessas horas que eu vejo o quanto é ruim ficar sozinho, não ter ninguém pra contar o que eu sinto, tudo o que eu passei e ainda passo, não ter alguém pra poder dividir tudo comigo e para poder me fazer ficar feliz, sinto falta de um amigo. Eu não tenho ninguém, eu preciso de alguém. Se alguém um dia te falar que é bem melhor enfrentar as coisas sozinho, não acredite. Por um lado eu não iria contar pra ninguém sobre os meus problemas porque não iria querer que sofressem por minha causa, ou sentissem pena de mim, já que odeio que sintam pena de mim, mais é pra isso que amigos servem, e eu realmente sinto falta disso no dia a dia.

Eu não conseguia pensar em mais nada, não queria mais sair do quarto pelos próximos dias, não conseguia ter animo. Já haviam se passado umas três horas de tudo aquilo mais nada saia da minha cabeça, eu só sentia minha cabeça doer de tanto chorar, por todas as coisas que eu passei, as que eu estou passando, e pensando no que a minha mãe e meu avô me falariam, no que fariam pra me ver melhor, eles fazem uma falta enorme, todos eles, não cabe nem dentro de mim!

Não agüentava mais a dor de cabeça, precisava de um banho pra aliviar toda aquela tensão. Levantei da cama com um pouco de tontura mais consegui chegar no Box, tomei um banho bem demorado e quando sai já eram 20:00, e a dor de cabeça ainda não havia passado. Eu até pensei em comer alguma coisa mais nada me descia, então decidi dormir para tentar apagar aquele dia da minha mente.

A dor estava insuportável, já eram quase 21:00 e eu não tinha pregado o olho, eu precisava dormir para todos aqueles pensamentos me deixarem em paz pelo menos para dormir.

Fui até a cozinha e peguei dois comprimidos para dormir e dois para dor de cabeça e bebi com uns três copos de água. A minha garganta tava doendo, aquele remédio demorou pra descer, eu não conseguia quase andar.

Voltei ao meu quarto, deitei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos, tentando pensar em uma paisagem, sempre me acalma.. porem tudo o que vinha na minha mente era a imagem dele, e todos os seus detalhes, aqueles que eu amo e odeio ao mesmo tempo, e parece que eu vou ter que conviver com essa imagem na minha cabeça por um bom tempo.


Quando me dei conta, já era segunda de manha e eu já estava indo para o colégio novamente. Hoje levantei um pouco atrasada mas ainda daria para entrar na aula. Ainda estava com muita dor de cabeça, por causa de todo o choro da noite passada, e provavelmente não seria a ultima vez que eu iria chorar por causa daquele mesmo tolo motivo. Eu não conseguia tirar aquilo da minha cabeça, ainda mais quando eu fosse ver ele hoje, e o pior é que eu teria uma prova, bem importante por sinal, e eu só iria bem se eu conseguisse me concentrar, afinal eu estudei no sábado.

Cheguei no colégio bem encima da hora, subi correndo as escadas, entrei na sala e fui direto pro meu lugar, sem nem ao menos olhar pra alguém de lá, como na maioria das vezes. A prova já iria começar, e era de História, o professor a entregou e teríamos uma aula de 50 minutos para fazer, e eu me esforcei ao máximo para conseguir me concentrar, e até que dessa vez deu certo. Fiz a prova até a metade sem necessidade de entrar em desespero como eu fazia antes, eu consegui fazer com tranqüilidade, até que simplesmente do nada, uma das minhas musicas favoritas me veio a mente, pra ser mais clara, um trecho em especial:


I bleed for you

Forever I will lie awake

I would die for you

I see the truth

I've given you my heart to break

I would die for you

Eu sangro por você

Para sempre eu fico acordado

Eu morreria por você

Eu vejo a verdade

Eu te dei meu coração para quebrar

Eu morreria por você


Foi ai que minha mente começou a borbulhar, e a dor de cabeça que antes tinha passado voltou mais forte do que antes, e em questão de uns 5 minutos, eu já sentia as lagrimas, não apenas pela dor de cabeça, mais por ele, obvio. A minha vontade era de gritar, de finalmente explodir, de chorar mais ainda. Eu sempre consegui fingir que estava bem, mais agora tudo mudou, ele mexeu comigo no ponto mais fraco que eu tinha, e acabou destruindo absolutamente tudo, todo o meu psicológico se foi, e agora o que me resta?

Acho que alguns de meus pensamentos estavam sendo ouvidos de algum modo, porque o professor estava super concentrado em seus relatórios e do nada olhou exatamente para a minha carteira e conseguiu ver minha situação.

– Victória, o que você tem? – Ele poderia muito bem ter levantado e ter ido para perto da minha carteira pra perguntar o que aconteceu, mas ele preferiu falar isso bem alto, o que fez toda a classe olhar para a ultima carteira no fundo. E eu? Me encontrava em uma situação tão deplorável que mal conseguia falar, e quando todos olharam para mim, não conseguia me segurar, sentia meu rosto queimar com tudo aquilo.

– Nada, eu.. só preciso de um tempo – consegui soltar aquilo de uma vez só. O professor balançou a cabeça positivamente, foi ai que eu fui em disparada para o banheiro.

Eu não poderia me odiar mais, eu estava mesmo naquele estado? Eu nunca iria conseguir me acostumar com aquilo, ficar de um jeito totalmente desesperador por uma pessoa que não faria absolutamente nada por mim, que se um dia eu falasse tudo o que sinto, tudo o que imagino, tudo o que já fiz e tudo que já passei sem ao menos ele desconfiar, apenas riria da minha cara, pra ele era tudo engraçado não é? E nesse mesmo momento, ele deve estar rindo de mim em pensamento, não só ele mais como todos daquele lugar, e muitos devem estar pensando que é por causa do Caio... inclusive ele. Eu não me humilho porque quero, eu nunca quis sair correndo da sala chorando e demonstrando fraqueza, nunca quis encontrar ele e a Dani no shopping, nunca quis ter me importado aquele dia com ele na escada, nunca quis ter conhecido ele, e estou totalmente arrependida de tudo isso, afinal ele não se importa com os meus sentimentos, porque eu deveria me importar com os dele? Mas é fácil demais falar.

Cheguei ao banheiro e lavei o meu rosto, tentando abaixar a temperatura do meu corpo. As lagrimas ainda saiam do meu rosto abaixado. Quando isso vai mudar? Se ele não é o certo pra mim, porque ele sempre está no meu caminho? Porque eu não consigo me desapegar a ele? Talvez ele esteja no meu caminho não para ficar ao meu lado, mas sim para me ensinar mais essa lição. Ou seja, se você tiver a opção de escolher se apaixonar ou não, não se apaxione!

Cadê aquela garota que era forte por todas as peças que a vida pregou nela? Aquela menina que não se abala e não depende de nada e de ninguém? Que aprendeu a conviver sozinha e esconder os sentimentos e pensamentos? Aquela que não raciocina como a maioria das pessoas da idade dela?

Ergui meu rosto e definitivamente aquele reflexo não mostrava a garota de antes. Quem eu vejo agora? Uma garota totalmente acabada e pálida, com o rosto e os olhos um pouco vermelhos, uma garota que demonstrava fraqueza e tristeza apenas pelo olhar, demonstrava cansaço pela sua expressão de raiva e angustia, demonstrava estar esgotada de todo aquele sofrimento por suas pernas bambas, demonstrava não ter mais opções pelo desespero dos traços de seu rosto e principalmente demonstrava implorar por ajuda pela sua aparência definhando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Então, eu to meio que com um bloqueio esses dias, e as provas vão começar, então se vcs quiserem que os capítulos não demorem pra sair, vocês podem me mandar umas ideias né? xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hidden Feelings" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.