Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 8
VIII- Decepção


Notas iniciais do capítulo

Bem minhas sumidas...aqui ta mais um capitulo pra vocês. E finalmente to de férias. o/ asokasok. Boa leitura. *-*



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    VIII- Decepção

Já era quarta-feira. Felipe não entrara em contato comigo depois do sábado, devo admitir que isso me deixou intrigada, afinal, talvez, ele não tenha gostado do que eu falei quando nos despedimos. Tenho de admitir que por várias vezes pensei em ligar ou mandar alguma sms para ele, mas preferi deixar que ele desse o primeiro passo. Se não queria falar comigo...beleza.

Eu teria uma entrevista de emprego naquela tarde a primeira que eu conseguira. Estava exultante de felicidade, quem sabe as coisas não desse certo e eu conseguisse meu emprego. Desde o dia em que eu conhecera Felipe na praça nunca mais passei por lá. Até porque logo Roberta havia pego a maldita catapora e eu não tinha coragem de passar por lá sozinha. Mas hoje...bem, hoje eu queria chegar em casa mais cedo, nem que fossem alguns minutos, queria ter tempo para me arrumar bem e causar uma ótima impressão para meus entrevistadores. Em um impulso de coragem peguei o caminho do parque para ir para casa.

Estava no meio do caminho deserto quando começou a bater aquele medo em meu coração. Me lembrei dos garotos terríveis que eu ''conhecera'' da outra vez e depois...na casa do Felipe. Meu coração estava a mil por hora.

Comecei a me lembrar do sábado incrível que havia passado ao lado de Felipe, de alguma forma aquilo me tranquilizava. Estava praticamente sorrindo com minhas boas lembranças, Felipe parecera tão feliz naquele dia, sequer havia fumado ou tentado fumar algumas vez. Quem sabe eu não conseguisse cumprir minha meta, talvez não fosse tão difícil assim ajuda-lo a libertar-se do vício.

- Hum manolo, deveria avisar pra sua gata se manter longe daqui, sabe que posso não me controlar ao ver uma carne tão boa assim. - Me virei assustada, meu coração praticamente parou e depois recomeçou a bater ainda mais acelerado que antes. Eu não acreditava que ali, na minha frente estava Felipe com os dois desgraçados daquela noite. Ele tinha falado que eu não precisava ter medo deles...deve ter sido por causa disso né?! Porque ele era amigo deles e eles nunca tocariam em algo que ''pertencia'' ao amigo.

Mas sinceramente o que mais me chocou foram os montinhos brancos em cima de uma pedra, parecia giz...mas eu sabia que não era. Ele não estava apenas fumando, ele estava se preparando pra cheirar...ou já tinha usado.

Levou menos de dois segundos para eu processar todas as informações. Não aguentei mais nenhum momento, sai correndo. Sabe...acho que estava no meu destino correr das coisas que me assombravam ou me decepcionavam. Um minuto antes eu estava feliz por causa dele, agora corria chorando até minha casa.

Se eu pensei que nada poderia me chatear mais do que vê-lo naquele estado foi antes de perceber que mesmo tendo visto o quanto aquilo me aborrecera, ele não correu atrás de mim. Não me chamou, não tentou se explicar. Realmente eu só perdera meu tempo com ele.

Bati a porta da minha casa com toda força que consegui reunir. Corri até meu quarto, tirei a calça jeans que eu estava usando e coloquei uma folgada calça de moletom. Estava nem ai para a entrevista de emprego, queria mais é que tudo se explodisse. Sai correndo de casa novamente sem saber para onde ir. Pensei em visitar Roberta, mas se a visitasse ela iria querer saber o que houve e, sinceramente, eu não estava com paciência para explicar nada pra ninguém, ainda mais algo que eu não sabia nem como explicar para mim mesma.

Parei de correr por um segundo para puxar o ar que estava querendo faltar, mas então percebi que estava na esquina da rua da casa do Felipe. Aquilo fez que toda ira voltasse sobre mim. Sai correndo de novo.

Eu não era perita nisso, mas pela posição em que o sol se encontrava eu diria que já passava das 16h. Eu estava sentada a mais de duas horas numa conhecida sorveteria da cidade. Comera um potinho de sorvete e agora estava terminando de beber uma garrafinha de água com gás. Se eu pudesse voltar no tempo, iria desejar jamais ter começado a trabalhar para Katia. Ele não servira de nada na minha vida. Achei melhor parar de pensar nela e no meu antigo emprego antes que acabasse com mais raiva ainda.

Fiquei mais alguns minutos sentada ali e então decidi voltar para casa. Seria melhor chegar antes dos meus pais para preparar um relato imaginário de uma entrevista de emprego. Não poderia dizer para meus pais que havia faltado naquela entrevista. Sabia que isso os deixaria magoados. Eles sempre se esforçavam para nos dar tudo e eu, por causa de um imbecil qualquer, falhara com eles.

Eu segurara o choro por todo caminho, mas assim que fechei a porta do meu quarto, desabei no chão do mesmo. Por que tudo tinha que ser complicado comigo? A única coisa boa na minha vida era minha família. O resto...era tudo uma droga, sempre fora assim, mas estava se tornando cada vez pior. O que eu havia feito de errado para merecer isso? Eu nunca fora uma garota má. Pelo contrário, sempre fora do tipo ''boa filha''.

Fiquei horas me martirizando no chão do meu quarto até tomar uma decisão. Eu iria atrás do Felipe e diria umas verdades na cara dele, iria debochar dele, fazer qualquer coisa que me deixasse melhor. Sai de casa praticamente correndo, queria falar com ele e voltar antes que meus pais chegasse. Pensei em ir direto a casa dele, mas achei mais provável que ele estivesse na praça. Rumei pra lá.

Eu estava me sentindo estranha. Nunca havia ficado bêbada na minha vida, mas o torpor que eu sentia devia ser semelhante ao que se sente quando se bebe demais. Senti vontade de gargalhar ao olhar para as árvores do parque, só não fiz isso porque não queria que ele achasse que eu estava drogada, queria que ele soubesse que eu estava bem sóbria. Queria que ele sentisse vergonha por ser o idiota que era.

Não precisei adentrar muito no parque para o ver. Ele estava como da primeira vez que eu o vira. Sentado no chão, recostado numa árvore, com os olhos fechados. Parecia que estava meditando, seus amigos idiotas não estavam a vista, o que era uma pena, eu queria platéia pro meu show. Mas eu podia ouvir as vozes deles, logo estariam perto do melhor amigo.

Não pensei muito no que fazer, agi por impulso. Parei bem na frente dele, ele continuou de olhos fechados, com certeza pensava que era um dos retardados. Eu ri com meu pensamento então soquei o rosto dele, bem no nariz.

-Ficou louco meu. - Disse ele abrindo os olhos de repente e ficando de pé num salto. - Sophia? O que ta fazendo aqui? - Não respondi a pergunta, só acertei outro soco nele. - Por que ta fazendo isso? - Aquela pergunta me irritou, dei outro soco nele, mas quando ia dar o segundo soco consecutivo vi a expressão dele ficar apavorada e então senti uma pancada na cabeça. Não vi mais nada.

Quando abri meus olhos, senti a maciez de uma cama abaixo de mim. Acima um teto igual ao do meu quarto. Igual não, pelas estrelas coladas nele...com certeza era o teto do meu quarto. Me lembrei do que ocorrera no parque e tentei me sentar na cama, mas uma mão segurou minha testa com leveza me obrigando a ficar deitada. Olhei para o lado e não acreditei. De todas as pessoas possíveis no mundo por quê justo ele tinha que estar ao meu lado?

-Tem que ficar deitada. - Falou ele.

-O que ta fazendo aqui? - Perguntei sem a mínima intenção de ser gentil.

-Eu lhe trouxe para sua casa. A chave estava no bolso da sua calça...espero que não se importe, não iria conseguir carrega-la até minha casa e não podia te deixar caída lá. - Minha vontade era esganá-lo, mas me controlei, afinal ele fora gentil o suficiente para me trazer para casa.

-Meus pais já chegaram? O que houve comigo? - Perguntei novamente tentando me sentar. Novamente ele me obrigou a ficar deitada.

-Seus pais não chegaram ainda e respondendo sua pergunta, Wagner, o meu parceria ruivo lhe acertou na cabeça, achou que eu estava precisando de ajuda.

-Então seus amigos não gostam de ver você apanhando de uma garota? - Perguntei rindo ironicamente. Mas pelo menos meus pais ainda não haviam chegado.

-Por que estava me batendo afinal? Você é louca?

-Não sou louca querido, apenas estava com raiva. Já ouviu falar nisso?

-Não consigo imaginar você com raiva. - Falou ele dando um breve sorriso.

-Quer que eu lhe mostre eu com raiva de novo? - Perguntei começando a me irritar novamente.

-Não, não disse isso. É só que...você parece tão delicada para sentir algo assim

-Por favor Felipe só porque eu sou uma anã magra não quer dizer que eu seja incapaz de sentir esse tipo de coisa. - Respondi me levantando e dessa vez ele não me impediu nem respondeu nada. - Agora se quiser me fazer o favor de se retirar da minha casa, eu agradeço.

-Primeiro me responda uma pergunta. Por que você estava com raiva de mim?

-Quem disse que eu estava com raiva de você?

-Então você me agrediu sem eu ter nada a ver com a história? Por favor Sophia, não sou tão idiota assim.

-Não quero falar com você sobre isso. - Falei parando de caminhar pelo quarto e me sentando na beirada da cama.

-Ok então. Mas só para sua informação: Aqueles dois são qualquer coisa, menos meus amigos.

-Ah claro, e eu sou a chapeuzinho vermelho.

-Sério Sophia. Apenas...trocamos mercadoria entre nós. Eles não significam nada para mim e, sinceramente, não tenho amigos, ou achei que não tinha...até sábado, percebi que você é minha melhor amiga.

-Claro, com certeza. A garota que você viu três vezes na vida.

-Sério Sophia, ninguém nunca me tratou como você me tratou. Nunca me diverti tanto com alguém e nunca esperei tanto para ver alguém quanto esperei pra te ver sábado. - Eu não sei porque estava tão chocada com as palavras dele, lógico que ele estava apenas mentindo para mim. Mas ouvi o barulho da porta da frente se abrindo e mudei de assunto.

-Deve ser meus pais, não quero que conte nada para eles está bem?! - Ele só confirmou com a cabeça.

-Felipeeeee. - Falou a Ella assim que abriu a porta do quarto. Ela simplesmente correu até ele e se jogou nos braços dele.

-Ella, como vai? - Perguntou ele sorrindo para a pequena.

-To muito bem.

-E para sua irmã você nem da oi né pirralha. - Falei puxando ela para mim.

-Eu vejo você todo dia mana. Agora eu vou tomar banho e comer alguma coisa antes que mamãe me chingue. - Me levantei e fui até o guarda-roupas para pegar um pijama e uma toalha de banho para ela. - Posso falar pra mamãe e pro papai que seu namorado está aqui mana? - Que ótima hora para ela falar sobre isso. Entreguei o que havia pego para ela.

-Já lhe falei que ele não é meu namorado. - Ela apenas riu e saiu do quarto.

-Acho melhor eu ir indo. - Falou o Felipe.

-É. - Respondi apenas. Ele veio até mim, parou na minha frente e olhei profundamente nos meus olhos.

-Por que você estava com raiva? - Perguntou ele, com aqueles olhos me fitando, não resisti.

-Fiquei com raiva do que eu vi mais cedo.

-Pensei que fosse isso. Mas sabe...achei que você tivesse desistido.

-O que? - Perguntei incrédula.

-Você não entrou em contato comigo...pensei que tinha desistido.

-Eu não entrei em contato com você porquê você não entrou em contato comigo. E eu não desisti, até agora...não desisti. - Com certeza a proximidade dele me deixava louca.

-Ótimo, porquê eu não quero mesmo que desista. - Falou ele, me surpreendendo de verdade. - Vou indo, mas amanhã quero te encontrar ok? - Não sabia o que falar, talvez eu estivesse sendo idiota por acreditar nele, mas eu tinha que me arriscar, concordei. - Posso pegar você na escola? Podemos sair para almoçar se você quiser.

-Quero sim. Vou estar esperando.

-Eu também vou. - Falou ele sorrindo, não resisti...retribui o sorriso.

Depois de levar o Felipe até a porta e jantar sendo interrogada pelos meus com perguntas do tipo: ''tem certeza que ele não é seu namorado?'', finalmente eu me deitei para dormir. O dia fora longo, mas eu estava muito ansiosa que duvidava que fosse conseguir dormir tão cedo...Felipe era uma incógnita para mim e eu estava disposta a descobrir qual o valor dela.


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Notas finais do capítulo

É isso ai gente..capitulo um pouco maior que o normal, em homenagem as férias. Kkkk. Comentem ein. Beijos.



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