Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 6
VI- Má notícia


Notas iniciais do capítulo

Bem meus amores, obrigado a todas que deixaram comentários, eles são muito especiais para mim. Boa leitura. *-*



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VI- Má notícia

Acordei e me espreguicei com calma, até que me lembrei que era segunda-feira e que eu tinha aula hoje. Olhei as horas: 06h47min. Ótimo, eu tinha tempo para me arrumar e, principalmente, para esconder os roxos, que agora possuíam um tom estranho.

Olhei para a cama ao lado e me deparei com minha fofinha, Mirella, dormindo, parecia um anjo. Seus cabelos negros e cacheados e sua pele bronzeada pelo tempo que ela passava brincando na rua.O trabalho de acorda-la era meu. Não pude evitar de sorrir, eu amava minha irmã, realmente não entendia esses irmãos que viviam brigando, nós nos dávamos muito bem.

Fui até meu guarda roupas e peguei uma toalha de banho, roupas íntimas, uma calça jeans, uma regata lilás e um bolero, que possuía a bola em pé, roxo. Sai do quarto e fui para o corredor indo até o banheiro que dividia com todos e tomei um rápido banho. A noite havia sido quente e eu acordara suada, não conseguiria ir para a escola assim. Não me demorei muito, quinze minutos depois eu já estava de volta ao quarto, vestida e tentando acordar minha maninha.

-Vamos lá Ella, acorde, já está na hora.

-Só mais um segundo. - Falou ela com a vozinha rouca de sono.

-Nada de manha fofinha, vamos lá, mamãe não pode se atrasar para o serviço e ela tem que te largar na creche antes.

Depois de uns cinco minutos fazendo dengo, finalmente Mirella levantou e foi para o banheiro. Aproveitei a saída dela do quarto para maquiar meus machucados. Embora tivesse apenas quatro anos, Ella conseguia ser bem perceptiva e eu não queria que, ao voltar ao quarto bem acordada, ela visse meus machucados e fosse correndo contar a meus pais. Passei base, corretivo e por fim um pouco de pó. Quase nem se podia notar os roxos. Quando eu colocava minhas meias, Ella entrou novamente no quarto.

-Já vou ver uma roupa para você vestir bebe. - Falei, terminando de calçar a segunda meia e levantando.

-Não gosto quando me chama assim mana. - Disse ela fazendo biquinho. Apenas ri, lhe estendendo uma calça jeans e uma regata rosa com pôneis desenhados na frente.

Enquanto Mirella se vestia, coloquei meus livros do dia dentro da mochila, penteei meus cabelos e os prendi no tradicional rabo de cavalo, por fim calcei meu all star branco e eu e Ella fomos para a cozinha.

-Bom dia mãe, boa dia pai. - Falei. Meus pais estavam sentados a mesa, já tomando seu café da manhã. Mamãe tem cabelo castanho claro, mas papai tem o cabelo preto, que foi de onde eu e a Ella puxamos. Mas mamãe tem olhos azuis, o que combina com os meus, já papai tem os olhos castanho, o mesmo tom que Ella possui.

-Bom dia minhas queridas. O que vão querer comer? - Perguntou Clara, minha mãe.

-Vou querer só um copo de suco, obrigado. - Respondi, me servindo.

-Tem que se alimentar meu bem. - Disse papai.

-Eu sei, sempre me alimento bem, mas agora não estou com fome. Tenho uma grande prova hoje e estou ansiosa. Até...já vou indo para a escola, eu e Roberta combinamos de chegar mais cedo para estudar. - Eu detestava mentir para meus pais e raramente fazia isso. Mas naquele dia queria sair o quanto antes de casa, queria evitar a todo o custo que eles reparassem em mim.

-Tudo bem meu amor, tenha um bom dia. - Disse minha mãe.

-Obrigado, pra vocês também. - Falei, saindo rapidamente de casa. Eram 07h25min, minhas aulas começavam as 07h50min em ponto. Eu tinha 25 minutos para andar até a escola, era tempo o suficiente. Caminhei em um passo normal, nem com pressa, nem devagar demais, e acabei chegando na escola 10 minutos antes de começar a aula.

Roberta ainda não havia chegado, por isso me sentei num banco qualquer e fiquei escutando música até o sinal bater. Somente quando o sinal soou, foi que vi Roberta entrando pelos portões da escola. Típico, ela sempre chegava nos últimos minutos. Parei um pouco e esperei que ela chegasse onde eu estava.

-Bom dia minha linda. - Cumprimentou-me ela.

-Bom dia senhorita quase atrasada.

-Falou bem, quase.

-Ta legal, você sempre consegue argumentar melhor do que eu, então vamos logo antes que cheguemos atrasadas na aula de química. - Ela apenas riu do meu comentário e enganchou seu braço no meu.

-------------xx------------

A manhã passara rápido, como sempre acontecia. E, infelizmente, eu já estava chegando no meu local de serviço. Não aguentava mais aquilo, não via a hora de conseguir outro emprego, mas parecia que ninguém queria contratar uma jovem de 17 anos que só tinha experiência como garçonete.

Assim que entrei, estranhei o fato de haver um funcionário novo. Ele deveria ter uns 25 anos, era alto e tinha cabelos loiros. Realmente fiquei admirada com a dona Katia...finalmente ela havia ''abrido a mão'' e contratado mais alguém para nos ajudar.

-Hei Sophia. - falou Maicon.

-Sim?- Perguntei.

-A chefe quer falar com você. Disse que era pra você ir direto ao escritório dela quando chegasse.

-Ok Maicon, obrigado porme avisar. - Ele sorriu e assentiu, enquanto eu ir para o corredor que havia ao lado da cozinha...no final do mesmo havia uma porta e era ali o escritório da minha chefe. Bati na porta e imediatamente ouvi a voz dela:

-Entre Sophia. - Com certeza ela não esperava mais ninguém.

-Soube que a senhora queria falar comigo. - Falei entrando e fechando a porta atrás de mim.

-Sim, sim. Bem querida, - Odiava quando ela me chamava de querida, era muito falso. - Você sabe que eu não gosto de enrolar, então vou direto ao assunto. - ''Com certeza ela quer saber tudo sobre sábado e vai me xingar horrores por algum motivo idiota'', pensei.- Contratamos um garçon novo que, além de garçon, cozinha excelentemente bem. Não temos motivo algum para ter tanta gente trabalhando conosco, sendo assim, está demitida.

Fiquei um segundo, ou dois, tentando processar aquela informação. Ela estava mesmo me demitindo? Depois de tudo o que eu passei sábado, só agora ela me demitia? Não, eu precisava daquele emprego.

-Mas senhora Katia, eu realmente preciso desse emprego. - Falei, tentando segurar as lágrimas. Sem um emprego qualquer sonho que tivera sobre uma faculdade era em vão.

-Eu sei querida, mas você não é a única e eu encontrei alguém mais qualificado.

-Mas...

-Sem ''mas'' Sophia, está demitida e ponto final. Depositarei o dinheiro que você merece pelos seus serviços até sexta-feira.

Eu sabia que nada que eu falasse a faria mudar de ideia, então me levantei dali e sai correndo pela porta. Eu sempre detestara aquela mulher e não lhe daria o prazer de me ver chorar. Eu mal havia saído do ''restaurante'' e as lágrimas escorriam descontroladamente pelo meu rosto, eu não enxergava direito, minha visão estava turva, ouvi algumas pessoas reclamarem quando eu pechava nelas, mas não parei para pedir desculpas, continuei correndo até chegar em frente ao portão da minha casa e perceber que havia alguém escorado nele. Limpei meus olhos para enxergar melhor e era ele.

-O que você ta fazendo aqui Felipe? - Perguntei, sendo um pouco rude, mesmo sem querer.

-Ah, eu achei que você estava em casa e vim lhe convidar para dar uma volta por ai.

-Ta esperando a muito tempo?

-Não, na verdade acabei de chegar. O que houve com você? - Perguntou ele, erguendo o dedo indicador e secando uma lágrima que escorria por minha face.

-Nada de mais eu só...fui demitida. - Disse, desviando o rosto para o portão e abrindo o mesmo.

-Entendo. Então imagino que não vá querer sair não é?

-É, não. Desculpe mesmo, mas não to no clima pra isso. Mas você pode entrar se quiser. - Nem sei porque eu falei isso, não era normal. Tipo...eu o conhecia a pouquíssimo tempo e estava convidando ele para entrar na minha casa? Mas agora não dava para voltar atrás.

-Ah, eu quero sim. Mas seus pais não se importam? - Perguntou ele, colocando a mão atrás da cabeça.

-Eles não estão em casa, estão no serviço a essa hora, mas não se preocupe, eles não se importam. - Respondi indo para dentro. Percebi que ele me seguiu e fechou o portão atrás de si. Abri a porta de casa. - Entre. - Falei indo para o lado e dando passagem para ele entrar, o seguindo. - Pode se sentar. - Falei, apontando para os sofás. Só vou até a cozinha pegar um pouco de suco. - Ele apenas assentiu e se sentou no sofá de três lugares que ficava na frente da TV. Voltei um minuto depois e o encontrei do mesmo jeito. - Quer um copo? - Perguntei lhe oferecendo um copo de suco de laranja.

-Eu aceito sim, muito obrigado. - Lhe entreguei o copo de suco e me sentei ao seu lado. Não sabia o que falar. - E então...- Falou Felipe, parecendo em busca de um assunto. - Já que você não saiu comigo hoje, topa dar uma volta comigo no sábado? Podemos sair, almoçar em algum lugar e depois ir ao cinema.

-Eu topo sim. - Aquilo me parecia um encontro, mas com certeza era só impressão minha. - Mas...

-Mas...? - Perguntou ele erguendo uma sobrancelha.

-Se importa se minha irmã de quatro anos for junto? É que nesse sábado a creche vai estar fechada pra reforma e eu terei que cuidar dela. - Com certeza ele desistiria agora, afinal, nenhum garoto gostava de sair com uma pirralha junto.

-Claro que não me importo, vai ser divertido até. - Mudando de opinião: A maioria dos garotos não gostava de sair com uma pirralha junto.

-Ã...ok então. - Ele apenas sorriu.

-Você tem um baralho? - Perguntou ele do nada.

-Tenho sim. - Falei, meio confusa.

-Vamos jogar.

-Só se você prometer não chorar quando perder.

-Fechado. Duvido você me ganhar Sophia.

-Ah, vamos ver então. - Falei indo até meu quarto buscar o baralho. A tarde estava se saindo melhor do que eu esperava.


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Notas finais do capítulo

Bem gente...é isso ai. Fantasmas apareçam, por favor. kkkk. Beijos. *-*



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