Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 29
XXIX- Natal


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora.
Boa leitura! *o*



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Finalmente havia chegado a véspera de Natal. Como em todos, os dois irmãos da minha mãe viriam jantar aqui em casa. Era nosso ritual familiar.

Eu acordara cedo de manhã e ajudara minha mãe durante todo o dia a arrumar a casa, montar nossa árvore de Natal e a preparar as sobremesas da noite: Pudim, sagu e torta de bolacha de chocolate com morango. Meus tios chegariam as 19h, nós sentaríamos na rua, tomaríamos chimarrão até altas horas e depois faríamos nossa ceia. Era sempre assim. E, particularmente, eu gostava daquilo. Me dava segurança, era algo certo, nunca mudava.

Quando eu e minha família paramos nossos afazeres para almoçar ao meio dia, eu respirei fundo e decidi fazer o pedido de Felipe a eles:

- O Felipe e a família dele querem que a gente jante com eles na virada do ano. - Falei, subitamente, com medo de mudar de ideia.

- Oh, quanta gentileza da parte deles. - Falou minha mãe, parecendo maravilhada com a ideia. - O que você respondeu para ele?

- Eu disse que iria e que provavelmente vocês aceitariam o convite também.

- É claro que nós vamos, seria falta de consideração para com eles negar um pedido tão meigo. - Respondeu minha mãe, com um sorriso sonhador nos lábios. Sorri para ela em resposta.

- Vocês estão se dando bem de novo? - Perguntou meu pai. Para eles, eu e Felipe havíamos tido um pequeno desentendimento, para eles ainda eramos um casal feliz.

- Estamos sim. - Menti...ou melhor...fui sincera, tirando algumas partes. Nós estávamos nos entendendo bem de novo, ou pelo menos no nosso passeio deu tudo certo, mas não tinha nada além da amizade, mesmo com o beijo idiota que havíamos trocado.

- Fico feliz então. - Disse meu pai, sorrindo. Ele amava Felipe.

- Eba, - Disse minha irmã, batendo palmas. Crianças são tão facilmente convencidas das coisas, são tão puras e meigas...

Terminei de almoçar e fui até meu quarto tirar meu esmalte que estava descascado. Enquanto repintava minhas unhas de azul claro, fiquei relembrando do último beijos que troquei com Felipe naquela tarde...

Flashback on.

Nos afastamos depois de um bom tempo nos beijando. Permaneci por alguns segundos com os olhos fechados, então os abri, dando de cara com Felipe que me fitava profundamente, como se quisesse ler meus pensamento. Quando viu que eu estava olhando-o, ele sorriu. Eu me afastei.

- O que houve Sophia? - Perguntou ele, confuso.

- Nada. Ou melhor, não deveria ter acontecido nada. - Terminei de falar e levantei-me do chão da pracinha.

- Se refere ao beijo? - Perguntou ele, e tive que me segurar para não revirar os olhos. Lógico que eu me referia ao beijo, ao que mais eu estaria me referindo?! Preferi não responder nada. Apenas bati a sujeira da minhas roupa e comecei a caminhar. Ele levantou-se e me seguiu. - Não vai mais falar comigo? - Perguntou ele, segurando meu pulso e me virando de frente para ele.

- Vou, mas talvez fosse melhor não. - Respondi, e aquilo soou confuso até para mim, mas pela expressão dele, ele havia entendido.

- Se você prefere, a gente pode esquecer isso. Farei de conta que esse último beijo nunca aconteceu e não se fala mais nisso. Mas, por favor, continua sendo minha amiga. Eu realmente preciso de você ao meu lado.

Flashback off.

Eu concordara com ele, não teria como ser diferente. A expressão em sua face, seus belos olhos que tanto me seduziam, era impossível negar um pedido daqueles a Felipe. E, no fundo no fundo, eu não queria negar. De forma alguma. Ele se tornara importante para mim também, eu continuava magoada com ele e não sei se algum dia conseguirei dar toda a confiança que tinha antes a ele de novo. Mas minha amizade eu posso dar, eu quero dar. 

Terminei de pintar minhas unhas e sai de meus devaneios, voltando com um choque a realidade e indo ajudar minha mãe a terminar os preparativos para a ceia de Natal.

                                                          --------xx------

Meus tios já haviam chegado exatamente na hora que eu havia previsto.Já eram quase 1h da manhã, arressem havíamos terminado de cear e eu estava esperando minha mãe arrumar a mesa com a sobremesa. Fui até meu quarto pegar meu celular e mandei duas mensagens de Feliz Natal: Uma para Roberta e a outra para Nathaniel. Sorri quando, menos de um minuto depois, recebi a resposta: eles também desejavam-me tudo de bom e essas coisas que se fala para os amigos no Natal.

Ouvi minha mãe me chamando e gritei:

- Já vou. - Mas antes de sair olhei-me rapidinho no espelho. Eu havia deixado meu cabelo solto e natural, colocara um vestido simples, vermelho, um par de sapatilhas brancas delicadas e um colar com uma cereja, combinando com os brincos. Nenhum acessório além desses. Passei um pouco de gloss em meus lábios que estavam ressecados e fui para a cozinha ver o que minha mãe queria comigo. - O que foi? - Perguntei.

- Tem uma pessoas que quer lhe ver. Está te esperando lá no portão. - Falou ela com um sorriso gigantesco estampado no rosto. Fiquei confusa, a única pessoa que me passava pela cabeça era Roberta, mas aquilo não me aprecia algo que minha amiga fosse fazer. Sem conseguir me conter fui até a rua ver quem estava me aguardando. Congelei por um momento na soleira da porta. Felipe estava encostado no meu portão, com um buque enorme de rosas amarelas em mãos. Fiquei parada por alguns segundos, depois me recuperei e fui lentamente caminhando até o portão. Abri o mesmo e fui para a rua. Parando ao lado do meu ''amigo''.

- Oi. - Disse ele parecendo constrangido. 

-Oi. - Falei, passando a mão no meu cabelo, sem saber o que mais eu poderia falar.

- Feliz Natal. - Por algum motivo ele parecia tímido, estranhei isso.

- Obrigada, para você também. - Respondi e ele estendeu-me o buque de rosas.

- Para você. Rosas amarelas simbolizam a amizade, é eu prezo muito a sua, por mais que você possa pensar ao contrário. - Peguei o buque das mãos dele e cheirei as flores. O cheiro era ótimo. Sorri para ele.

- Obrigada pelo presente, é realmente muita gentileza da sua parte. Eu não comprei nada para você, desculpa. - Falei, ficando um pouco constrangida. Parece que ''constrangimentos'' era a palavra da noite.

- Não tem porquê se desculpar. Eu não lhe dei o presente para pedir outro em troca.

- Eu sei, muito obrigada. Eu amei elas. 

- Fico feliz então. - Disse ele, sorrindo para mim pela primeira vez naquela noite.

- Você quer entrar? A gente já ceou, mas você chegou bem a tempo da sobremesa. 

- Não, realmente não dá. Estamos na mesma situação lá em casa  e eu prometi que só viria aqui ligeirinho e que voltaria a tempo de comer a torta de nozes que mamãe fez, mas obrigada pelo convite.

- Não tem de que. - Respondi e nós ficamos alguns segundos em silêncio.

- Bem, acho melhor eu ir, não quero lhe roubar por muito tempo da sua família. Mas antes, quero que dê isso a Elle para mim, sim?! - Disse ele, estendendo-me uma embalagem de Natal, que continha alguma coisa firme dentro. - É um livro de conto de fadas, acho que ela vai gostar.

- Ela vai amar, tenho certeza. - Falei, sorrindo ainda mais, admirada com o gesto dele.

- Então está bem, mande um abraço para todos os seus familiares, mas agora tenho de ir embora. - Disse ele, se aproximando um passo de mim. - Boa noite Sophia. - Falou ele, e aproximou-se ainda mais e rapidamente. Por um segundo pensei que ele fosse beijar-me nos lábios e, intimamente, eu desejei que aquilo acontecesse. Mas então ele deu-me um delicado e afetuoso beijo na testa. Fechei meus olhos e aproveitei a sensação boa que senti naquele momento. Quando ele afastou-se de mim, segurei seu pulso, vendo ele olhar-me confuso. Aproximei meu rosto do dele e dei-lhe um delicado beijo na bochecha. 

- Boa noite Felipe. - Falei sorridente, ele sorriu e assentiu em resposta. Fiquei parada na calçada vendo ele se afastar, enquanto sentia meu coração mais preenchido, mais feliz do que estava alguns momentos antes.


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Notas finais do capítulo

Comentem meus fantasmas. kkkk. Beijos e um ótimo final de semana para todo mundo.
P.S: quem quiser acompanhar minhas outras histórias, ficarei muito feliz. kkkk.



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