Edward não conseguia desviar os olhos de Bella. Ela era pura seda em curvas sedutoras. Mas os olhos castanhos soltavam chispas de irritação.

A camisola creme tinha um decote generoso, que revelava mais do que ele vira nos últimos tempos, percebeu, enquanto seu corpo reagia à visão.

— Pare de me olhar assim! — murmurou ela ruborizada.

— Assim como? — indagou, incapaz de distanciar o olhar do belo corpo por um único segundo.

— Como se eu estivesse no cardápio para o café da manhã.

Ela realmente parecia bela o bastante para ser saboreada, decidiu Edward, o pensamento fazendo-o trilhar com os olhos a pele nua e aumentando seu desconforto físico. O sabor seria tão bom quanto a aparência?

— Você poderia me desamarrar? — pediu, exasperada.

— Oh, está bem - falou rapidamente, se recuperando do transe em que estava.

Sentindo-se um tanto culpado por causa dos pensamentos eróticos, Edward adiantou-se para tentar desatar o nó mais próximo, que estava bem perto da cintura de Bella.

Não houve espaço suficiente para ela distanciar-se quando o cotovelo de Edward roçou em seu corpo.

Ele a ouviu respirar pesadamente. O ritmo da respiração combinava com o seu. Mordendo os lábios, Edward moveu-se para os calcanhares onde conseguiu desatar um nó antes de partir para outro, já na lateral da perna.

Conseguiu seu intento e começava a partir para o próximo quando, subitamente, viu-se muito próximo dos seus belos seios.

Seus dedos pararam no meio do processo de desatar o nó, mas permaneceram em contato com a pele nua da curva do seio esquerdo de Bella. E sim, a pele era tão macia quanto parecia.

Edward sentiu gotas de suor se formarem em seu lábio superior enquanto era consumido por uma vontade irresistível de tomá-la nos braços.

Um breve olhar para os olhos arregalados de Bella disse-lhe que ela também tinha consciência da energia que pulsava entre os dois.

Bella prendeu a respiração conforme os dedos de Edward moviam-se por sua pele, acariciando-a em vez de desatar a corda que a mantinha cativa.

Já não era apenas a corda que a mantinha atada à cama. Era também a intensidade daquele olhar, a tentação do toque ao mesmo tempo leve e rude.

Os dedos eram ásperos e mal a tocavam conforme exploravam sua pele com suavidade, desde o pescoço até o bordado do decote e então novamente para a nuca.

O contorno do bico de seus seios estava claramente visível por debaixo do tecido fino da camisola, sinal claro de que estava excitada. Era como se seu corpo tivesse vontade própria, já que não estava obedecendo aos comandos racionais para que se comportasse.

Aquela camisola fora parte de seu enxoval. Planejara usá-la para Jacob. Em vez disso estava ali, diante de um cowboy sensual e rústico que a seduzia com a ponta dos dedos, cada vez mais próximos dos bicos intumescidos de seus seios.

Será que... sim! Edward acariciou o bico de um seio com o polegar, e Bella se arqueou o máximo que sua prisão permitia.

O movimento prendeu a mão de Edward entre um seio e a corda, aumentando a intensidade do toque.

Calor, estranheza e excitação invadiram o corpo de Bella. Seu coração batia aceleradamente, e a excitação parecia queimá-la por dentro.

A respiração de Edward coincidia com a sua. Rápida, cheia de antecipação. Ou prevendo um desastre iminente.

As sensações a dominavam como se fossem incontroláveis. Não era um bom sinal.

— Não — ela falou sem ar, tentando recobrar algum traço de sanidade.

Edward imediatamente afastou a mão. Sua expressão de espanto tornou o rosto másculo ainda mais atraente.

Ambos estavam muito excitados.

Ficando em pé, Edward meteu a mão no bolso e tirou algo. A luz que entrava pela janela fez cintilar uma superfície metálica. Era uma faca!

Acabava de abrir uma faca de bolso do tamanho de Forks!

Ela já ouvira histórias sobre homens que ficavam aborrecidos com a recusa de uma mulher, mas ameaçá-la com uma arma parecia uma atitude extrema para aquela situação.

Fitando-o com temor, falou:

— Vamos nos acalmar e conversar. - Falou empalidecendo.

— Conversar sobre o quê? A faca é para eu cortar a corda e não seu pescoço — respondeu rudemente.

Bella recuperou-se com rapidez.

— Eu sabia disto.

— Sim, está certo. Era por isto que estava olhando para mim como se eu fosse um assassino psicopata ou algo do gênero?

— Não se esqueça de que sou da cidade Não confio em pessoas que portam facas.

—Não vou me esquecer de que você é da cidade grande — disse ele, o tom de voz deixando claro que as origens de Bella não eram consideradas boas sob seu ponto de vista.

— Tem algo contra pessoas da cidade grande?

— Pode-se dizer que sim.

— Foi o que pensei — murmurou, aborrecida com o comentário. — O que exatamente você tem contra moradores urbanos?

Ele a encarou, desviando a atenção de sua tarefa de cortar as cordas. Seus olhos eram intensamente verdes.

— Por que se importa?

— Porque trabalho para você, e isto poderia me ajudar a compreendê-lo.

— Nem se incomode — disse-lhe ao jogar para o lado o último pedaço de corda. — Compreender-me não faz parte de seu trabalho. Cozinhar e cuidar dos meus filhos, sim. - cortou-a secamente.

Dizendo isso, Edward fechou a faca, meteu-a de volta no bolso e saiu do quarto.

— E bom dia para você também — Bella murmurou quando finalmente sentou-se na cama, livre das cordas colocadas ao redor de seu corpo pelos filhos dele, mas não liberta da recordação do toque de Edward.