A Vida de Elizabeth Ashfield escrita por Anonymous


Capítulo 8
Capítulo 8: Pesadelo




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- Victoria, você voltou! Que saudade, irmãzinha! Mamãe vai adorar te ver de novo. – emocionada, Elizabeth corria para abraçar a tão amada irmã. Teddy Wilkinson acompanhava a esposa na visita à mansão.

- Voltamos para ficar. Não foi necessário que ficássemos muito tempo por lá e aqui estamos nós de volta!

Elizabeth os convidou para adentrarem a grande mansão e todos se sentaram sobre os grandes e aconchegantes sofás da elegante sala de estar.

- Finalmente vieram me visitar! E aí, como foi lá nesse tempo que ficaram afastados da gente? – a chegada de Victoria era mais um dos motivos para que alegrasse Elizabeth de vez naquele momento de tristeza e amargura.

- Foi ótimo. Recebemos mais promoções em tão pouco tempo e ficamos muito felizes quando soubemos que iríamos poder retornar à Summerlight. Compramos uma linda casa aqui na cidade. Não é longe daqui, vamos poder nos ver sempre. Sempre!

- Então minha anjinha chegou de viagem! – exclamava Emily descendo rapidamente as estadas e se juntando aos três. Correu para abraçar e beijar a filha e o genro, empolgada.

- E a senhora, mamãe? Como tem passado durante todo o tempo em que estive fora?

- Estive ótima. Melhor impossível! Ainda mais agora que vocês voltaram para me deixar ainda mais feliz. E aí, quando vão me dar um neto?

Todos riram e Victoria respondeu.

- Ainda está cedo, mamãe. Futuramente iremos planejar um! Pode ficar tranquila. – respondia Victoria, esboçando um grande sorriso, imaginando como seria o emocionante dia que iria trazer uma criança para o mundo. E a Megan, irmã? Fiquei sabendo que vocês ficaram bem amigas... – perguntava à irmã mais velha, que sentira um forte calafrio percorrendo seu corpo em poucos instantes.

- Sim, nos tornamos grandes amigas. Recentemente, aconteceu com ela o mesmo que aconteceu com vocês: proposta de trabalho irrecusável em outro lugar, mas no caso dela foi em outro país.

- Entendo... Que ela tenha muita sorte na carreira de culinária que nem nós tivemos na de medicina.

...

Aquela manhã e tarde passadas ao lado de Victoria e Teddy havia sido muito divertida e alegre para Elizabeth. Pôde finalmente matar a saudade da irmãzinha e não se sentia daquele jeito fazia muito tempo.

Durante a noite de finais de semana, costumava assistir filmes de terror em seu quarto. Logo após o filme, que acabara no meio da madrugada, preparava-se finalmente para adormecer. Calçou as pantufas de coelhinho cor-de-rosa, que se encontravam em baixo da cama, deixando sua aparência engraçada.

Deitou-se sobre a cama e olhou para a parede onde se encontrava a televisão, aguardando a chegada do sono. Uma figura emergiu simplesmente do nada. Elizabeth soltou um alto berro. A pessoa à sua frente tinha pele parda, cabelos ruivos, olhos castanhos e usava um vestido completamente branco e assustador.

- MEGAN?!

- Como você foi capaz daquilo, Elizabeth?! Você era a minha melhor amiga.

- E ainda sou! Megan, por favor, entenda. Você mais cedo ou mais tarde iria me entregar para a polícia. Eu tenho muito terror daquela prisão, e precisei fazer o que fiz. Você se foi de uma maneira que não foi dolorosa... Muitos sonham em morrer assim.

O fantasma a observava sem pronunciar absolutamente nada. Simplesmente a encarava, o que a irritava completamente.

- O que você quer de mim?! – berrava cada vez mais alto – Vai ficar me olhando com essa cara sem falar nada, me tratando feito idiota?

Abruptamente, Emily abrira a porta do cômodo e adentrava o quarto, sendo seguida por Carlotta, a empregada mexeriqueira que não perdia nenhum bafo da família.

- O que está acontecendo, minha filha?! Está tendo pesadelos? – Emily desesperada corria e abraçava a filha, sentando-se sobre a cama ao lado de Elizabeth.

- Você não está vendo aquilo?! Olhe ali! –e apontou para um canto da parede onde uma Megan assustadoramente pálida gargalhava e debochava de uma assassina louca psicótica.

- Filha, não tem nada ali. – afirmava Emily seriamente. A filha estava tendo alucinações e não sabia o que fazer para conter aquele terrível surto.

O fantasma depois de tanto rir e debochar desapareceu e Elizabeth respirou fundo, aliviada, adormecendo rapidamente sobre o colo da mãe. Carlotta, que observava tudo escondida, retornou para seu quarto de empregada sem que ninguém a visse bisbilhotando atrás da porta.

- Minha filhinha, meu bebê... Desde pequenininha tão problemática. O que vai ser de você, querida?

...

Despertando naquela ensolarada manhã, Elizabeth abria as janelas de seu quarto, iluminando imensamente o escuro local de modo que sua aparência escura ficasse completamente diferente à luz solar.

- Que bela manhã!

Desceu rapidamente as escadarias como sempre fazia quando acordava, se dirigindo à sala de estar, onde uma figura se encontrava no local, fitando os quadros e pinturas que ficavam em uma parede destinada a eles.

- Pois não?

O idoso se virou e Elizabeth gritou. Era Christopher Lamonier.

- O que você faz aqui?! Você tá morto! – correu para a cozinha na tentativa de escapar do fantasma do homem-bomba que tanto a atormentava, porém, na cozinha também se encontravam duas pessoas que reconheceu de imediato: os irmãos Thompson, Andrey e Joseph.

Correu até a gaveta e sacou duas facas, lançando-as sobre os jovens, porém, os objetos atravessaram o corpo destes e nada acontecia. Os fantasmas se aproximavam de Elizabeth, que corria novamente.

Correndo para lá e para cá na tentativa inútil de fugir daqueles fantasmas vingativos e cruéis, desesperava-se cada vez mais ao escutar palavras como “assassina!” sendo gritadas repetidamente por eles.

Conseguiu fugir para o jardim, onde os mortos ainda não a tinham seguido. Suspirou aliviada e tranquila quando se passaram alguns minutos e não tinham chegado ainda.

- Finalmente estou em paz! Aleluia... – se assustou quando algo ou alguém tinha tocado seu ombro. Lentamente, virou-se para trás.

- Bom dia! – dizia Megan Wargrave, sorrindo simpaticamente para a “amiga”. Seu sorriso repentinamente alterou-se para uma expressão de ódio no olhar. – GENTE, AQUI ESTÁ ELA! – gritou escandalosamente. Se tivesse gritado desta maneira em outra situação, certamente iria obter muitas risadas e gargalhadas das pessoas que a escutassem.

Os três fantasmas, na companhia de mais uma, que era loira e tinha os cabelos presos em uma trança, que Elizabeth demorou a reconhecer, corriam rapidamente pelo jardim, gritando as mesmas palavras de antes. Elizabeth finalmente reconhecera a fantasma: Rachel, que havia assassinado por legítima defesa quando ainda não passava de uma pequena criança.

Os cinco a perseguiam pela casa, bradando repetidamente as palavras como “assassina”, “desgraçada” e muitas outras que não valem a pena serem mencionadas em livros.

A jovem advogada soltou um berro de agonia e desespero.

...

Depois de tanto de debater e gritar, finalmente tinha despertado do atormentador pesadelo. Olhou ao seu redor. Estava no seu quarto escuro e assombrado de sempre.

- Era apenas um pesadelo? Ufa! –e se jogou novamente sobre a cama, aliviada. Tudo aquilo não passava de uma fantasia ocorrida na sua cabeça. Não era real, portanto, não afetaria sua vida de verdade. Não deveria ficar nervosa e aflita daquela maneira, pois os mortos não falam.

...

Aqueles fantasmas a atormentavam cada vez mais, em vários pesadelos, em várias aparições durante a noite. Elizabeth estava começando a ficar louca de verdade. Porém, conseguira convencer a mãe e a irmã de que o melhor a ser feito era continuar em casa e em paz, livre de clínicos psiquiátricos que poderiam considerá-la como louca e interná-la durante muito tempo em um pavoroso sanatório.

Semanas se passaram  e os fantasmas permaneciam atormentando a vida de Elizabeth, que mantinha constantes surtos agoniados.

Convidara a irmã Victoria e o cunhado Teddy para assistirem um filme que acabara de sair do cinema juntos na mansão, em uma televisão 3D com direito à pipoca e tudo a parte, porém, Emily acabou ficando de fora da diversão, pois passou mal de dor de cabeça e se deitou durante o resto do dia.

O maravilhoso, divertido e emocionante filme fora interrompido por uma campainha que tocava ansiosamente. A pessoa do lado de fora não para de pressionar o botão nem por apenas um instante.

- Carlotta está de folga hoje... Vou ter que ir lá abrir.  – resmungou a milionária, levantando-se rapidamente caminhando até o portão, onde se encontrava a misteriosa pessoa. Lentamente, retirava o cadeado e empurrava de má vontade o portão de ferro com os pés.

- O SENHOR? QUEM PENSA QUE É PRA CHEGAR ASSIM AQUI DEPOIS DE ANOS?!



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