A Vida de Elizabeth Ashfield escrita por Anonymous


Capítulo 14
Capítulo 14: Punição


Notas iniciais do capítulo

A partir de agora todos os capítulos terão fatos muito importantes e muitos flashbacks. Confiram e não percam nada u_u



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– Margareth, por que você...

- Não é hora para perguntas, James! – Margareth erguia o braço cuja mão estava segurando o revólver que utilizara para assassinar Carlotta Sanches, por engano. – Agora você vai pagar por tudo que você fez, Elizabeth...

Direcionou o revólver na direção da milionária, que tinha se levantado assustada e ficara de pé, sem reação, ao fitar a arma nas mãos da irmã de Megan. Seus olhos estavam arregaladas, estava pálida.

- Cuidado! – gritava Victoria, saltando sobre Elizabeth, se jogando de modo que empurrasse as duas para uma direção longe de onde havia sido atirada, salvando a vida da irmã. A bala tinha atingido uma das janelas atrás do sofá onde Elizabeth se encontrava, destroçando completamente o vidro desta.

- Policiais, prendam essa louca e seu cúmplice! – ordenava o delegado. Um policial tirara a posse da arma das mãos de Margareth e a algemara, enquanto o outro disputava um combate de socos com James, que ganhou vantagem após uma rasteira que derrubara o homem, batendo a cabeça do mesmo sobre o solo.

O delegado Phillip, Teddy e Hector perseguiram o jardineiro e cúmplice de Margareth, que fugia desesperadamente pelos arredores da mansão, chegando a se perder por alguns instantes no próprio jardim que trabalhava diariamente, porém, os três o alcançaram e saltaram sobre o fugitivo, o algemando.

Pouco depois, o casal se encontrava algemado e preso ao banco de trás do veículo ao lado do policial que James derrubara, enquanto o delegado Phillip e o segundo policial se encontravam respectivamente no banco do motorista e no carona. O veículo partira rapidamente, logo após Margareth e James o adentrarem.

Os outros se encontravam na sala de estar, consolando e tranquilizando aquela que por um triz quase fora assassinada aquela noite, com exceção de Teddy, que se oferecera para abrir o portão para que o delegado pudesse partir com os presidiários.

- Fica calma irmã! Você está viva, eu consegui te salvar!

- Não deveria ter arriscado sua vida... Você poderia ter morrido, sua louca! Não sei o que seria de mim se...

- Nem mais uma palavra! Sei que você faria o mesmo por mim. Só fiz o que era necessário, o que era certo.

- Vocês duas são irmãs... É tão lindo o amor de irmão que vocês sentem uma pela outra... – comentava Hector, sorrindo. Vários olhares confusos se viraram e sua direção, logo em seguida o ignorando novamente. Somente a noiva soltara um pequeno riso. – Mas, tem uma coisa que eu ainda não entendi. Por que aquela mulher queria tirar a sua vida, meu amor? Aquela tal de... Margareth, não é mesmo?!

- Acho que sim... Foi a mulher de um homem que era meu cliente, porém, não pude defendê-lo direito, pois ele era realmente culpado pelos crimes que cometia. Fora julgado e condenado, e até hoje essa mulher não me perdoou, como se fosse minha culpa o fato do marido dela ser um bandido. – mentia descaradamente, recordando-se do nome Margareth de uma das conversas que tivera com Megan, aquela que fora sua melhor amiga e infelizmente fora necessário que morresse para que o segredo de Elizabeth permanecesse guardado a sete chaves, sem ninguém mais ter consciência deste.

- Essas pessoas de hoje em dia... Querem ver um culpado por tudo de ruim que acontece na vida delas! - reclamava Teddy, se juntando aos três.

- Se não fosse pela minha amada irmã eu estaria morta agora, do mesmo jeito que a coitada da Carlotta. Obrigada por tudo, irmã, pode contar comigo para o que der e vier.

...

Margareth Wargrave, após ter cometido um terrível crime de assassinato por engano e tentativa de homicídio contra outra pessoa, fora levada diretamente ao presídio feminino da cidade. Brutalmente, os homens a carregaram à entrada, onde a assassina tinha sido deixada nas mãos de duas mal-humoradas carcereiras. Uma delas era extremamente alta e corpulenta, com uma enorme cicatriz em um dos lados do rosto, como se tivesse sido torturada de alguma maneira há tempos. A outra tinha a aparência mais feminina, com cabelos loiros e grisalhos presos em um rabo de cavalo. Era muito magra e tinha pele de coloração muito branca, como se estivesse pálida.

- Vamos te levar para bater um papinho com a diretora... – resmungavam, empurrando a mais recente detenta pelo caminho que deveria seguir até chegar a tal diretoria, seja lá aonde ela se encontrasse. Os corredores possuíam um péssimo odor, provavelmente vindo de urina e fezes de ratazanas que perambulavam para todos os cantos.

- Ratos... – gaguejava, trêmula, se amedrontando cada vez mais com cada ratazana que passasse por ali.  Margareth sentira grande pavor de ratos desde a infância, quando não passava de uma pequena menininha indefesa. Uma das carcereiras, a mais alta, gargalhou alto.

- Você ainda não viu nada, bonequinha... – e apertou as bochechas da presidiária como se fosse uma pequena e fofa criança. Um olhar de ódio se virou para a carcereira, que a soltou, continuando o caminho. Se virou para a mulher a seu lado e cutucou seu ombro. Ambas riam pavorosamente enquanto guiavam Margareth por aqueles escuros corredores, que mais pareciam tumbas, cavernas e catacumbas.

Finalmente chegaram à diretoria, local onde Margareth rapidamente correu à porta, adentrando o cômodo em um piscar de olhos. Suspirou ao olhar ao redor e observar que era um lugar excelente, comparado a aqueles corredores. Uma mulher se encontrava sentada sobre uma poltrona com os braços apoiados sobre uma grande mesa, virada de frente para a porta. Provavelmente estava à espera de alguém.

- Sente-se, Margareth Wargrave. Gostaria de ter uma conversa com você, do mesmo jeito que costumo ter com cada uma das minhas detentas  quando pisam aqui pela primeira vez.

- Sim, senhora. - Margareth a obedeceu, sentando-se sobre uma cadeira de madeira de frente para a mesa, colocada ali exatamente para a ocasião.

- Você, de acordo com isto – ergueu um conjunto de folhas de papel grampeadas e amassadas. – cometeu um assassinato. Isso é verdade?!

- Sim, senhora.

- Poderia me explicar como isso aconteceu? Como cometera este crime?

Margareth enfim explicou tudo sobre sua chegada repentina à Summerlight. Explicou sobre o que acontecera com seus pais, como havia chegado à casa da irmã e constatado tudo que havia acontecido. A irmã estava desaparecida, portanto concluíra que Elizabeth havia a matado, como estava descrito no diário. O diário também dizia que Megan suspeitava de Elizabeth por vários crimes, que jamais viriam à tona, pois a testemunha desaparecera. Margareth narrou tudo que acontecia até a noite em que se encontrava, naquele momento, com exceção do atentado cometido contra o antigo jardineiro e do roubo do táxi.

- Compreendo. Por hoje, isto é tudo. Vocês duas – se virou para as carcereiras. – providenciem as novas roupas e a levem diretamente para uma cela. Esta mulher precisa descansar.

As funcionárias a obedeceram, se dirigindo a um armário próximo à aquele corredor, onde se encontravam várias sacolas plásticas, com vestimentas de coloração branca e amarela. Apanharam uma das sacolas e a arremessaram nas mãos de Margareth que, indiferentemente, pois se conformara com a punição que recebia, se trocou rapidamente, se despedindo das elegantes vestimentas, dando lugar a um uniforme velho e mofado composto de uma blusa branca e uma calça amarela, acompanhados de uma sandália. Havia cometido dois assassinatos contra duas pessoas inocentes e, mesmo que não respondesse por um dos crimes, considerava que pagar por um deles já era o suficiente, pois de alguma maneira ainda tinha em mente a ideia de se vingar daquela que assassinara sua irmã mais nova, a pobre Megan Wargrave.

As carcereiras a guiaram à uma espaçosa cela, que também não possuía um odor muito agradável e nela haviam duas camas, sendo que uma delas era beliche e nos dois colchões jaziam duas detentas que dormiam tranquilamente, como se aquela cama fosse a mais confortável do mundo.

- Esta é a nova companheira de cela de vocês... – afirmava a carcereira menor, abrindo calmamente a cela. Margareth obedientemente a adentrou, com algumas lágrimas escorrendo de seus olhos. As funcionárias se retiraram, deixando a irmã de Megan sozinha com as detentas.

- Megan... eu falhei. – pensava Margareth, se dirigindo à sua cama quando uma voz chamara sua atenção repentinamente. Uma das detentas, que provavelmente tinha acabado de acordar, pois sua voz era um pouco sonolenta, quebrou o silêncio que se esvoaçava pelo cubículo.

- Bem vinda ao inferno, garota.

...

Após o falecimento de Carlotta Sanchez, sua única e mais eficiente empregada, Elizabeth fora obrigada a contratar os serviços de uma nova mulher, uma nova pessoa. A escolhida fora Cassandra, uma das jovens pobres que ganhavam a vida com honestidade. A jovem tinha pele negra, cabelos longos castanhos trançados que desciam até a cintura. Uma bela menina. Caso se encontrasse em melhores condições financeiras, a jovem poderia ser uma das mais belas da cidade.

- Muito obrigada, dona Elizabeth. A senhora não...

- Senhorita, por enquanto. – interrompia a patroa, sorrindo alegremente, pois seu casamento aconteceria dali a alguns dias.

- Me desculpe! A senhorita não faz ideia de como me ajudou com esse emprego. Salvou a minha vida. Não faço ideia de como agradecer à tanta bondade.

- Agradeça sendo uma ótima funcionária!

...

O dia do casamento de Elizabeth e Hector finalmente chegara. No quarto de Victoria, a noiva trajava o vestido com o auxílio da irmã e de Cassandra, sua mais nova funcionária e fiel escudeira. Se casaria de branco.

- Irmã, você está linda! Fico tão feliz ao vê-la assim, realizada, com um sorriso tão alegre nesse rostinho. Faz tanto tempo que você não sorri dessa maneira...

- É porque depois de tanto sofrimento, tantas mágoas, tantas desgraças, eu acho que finalmente irei encontrar a felicidade ao lado desse homem, mesmo que...

- Irmã, eu tenho quase a certeza de que você gosta do Hector de um outro jeito, de uma outra maneira. Vejo isso no seu olhar. Mesmo que não o ame como amou aquele desgraçado do Andrey, eu acho que, no fundo, vocês dois se gostam e vão dar certo.

...

O noivo a aguardava sobre o altar. Logo após os pajens e as daminhas e o toque da marcha nupcial, Elizabeth adentrou a igreja, acompanhada do pai de Teddy, um homem idoso e corpulento, completamente careca, que, logo em seguida, após guiar a mulher ao altar, se juntou à esposa, que era extremamente parecida com o filho. Seus cabelos castanhos escuros e seus olhos acinzentados se assemelhavam aos do filho.

Elizabeth estava de causar inveja às moças da cidade. Tinha seus cabelos cacheados presos com uma fita. Utilizava um vestido tomara-que-caia de coloração branca com uma enorme cauda que se arrastava pelo tapete conforme o seu caminhar.

Após o longo e irritante discurso do padre, que ninguém nunca prestava atenção e dava alguma sequer importância, finalmente a hora mais esperada da noite chegara. Todos os convidados, que antes conversavam e brincavam, se silenciaram, prestando atenção no momento decisivo.

- Elizabeth Addams, você aceita se casar com Hector Brent, prometendo amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? – perguntava o padre, sorrindo para a grande noiva do dia, que retribuiu o sorriso e se virou para o companheiro.

- Aceito!

- Hector Brent, você aceita se casar com Elizabeth Addams, prometendo amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

- Aceito.

- Então eu vos declaro marido e mulher! O noivo pode beijar a noiva!

O casal se beijou e se retirou da igreja. No lado de fora, uma chuva de arroz fora jorrada sobre eles.

Todos partiram para o grande salão de festas, onde celebrariam a cerimônia daquele lindo e emocionante casamento. Vários convidados rodeavam os noivos e os cumprimentavam e parabenizavam. Os fotógrafos fizeram a festa, fotografando inúmeras vezes o belíssimo salão e os pombinhos. Elizabeth segurou as mãos do marido, sorrindo alegremente.

- Essa é uma nova etapa nas nossas vidas. Vamos esquecer todo aquele terrível passado. A partir de hoje, sou Elizabeth Brent.




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Notas finais do capítulo

O que estão achando o desenrolar da minha história, da minha trama?!



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