Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 10
Capítulo 8 - Sentimentos (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

GOMENASSAI pelo atrasoooo!!! >.< Com a aproximação do Natal, o trabalho está bem movimentado, graças a Kami Sama! *-* Acabei com um tempo espremido para escrever. Mas prometo me esforçar no próximo capítulo!
Chegamos aos 48 comentários!!! *soltando fogos* Muito obrigada a todos que comentaram! ;) Não sei se eu teria tanto ânimo para escrever se não fossem vocês!
Espero que gostem do capítulo desta semana. Não se esqueça de deixar seu comentário, ok? ^^ E agora chega de papo! Vamos ao que interessa!
Mas antes, quem acertar a frase do começo de todo capítulo, ganha um beijo do Kakashi:
Naruto e seus personagens não me pertencem. Peguei emprestado de Kishimoto Masashi-sensei.
Quem acertou? O Kakashi-kun disse que vai passar nos sonhos de cada vencedor para deixar um beijinho. xP



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Capítulo 8 – Sentimentos (Parte I)

“Eu sou uma banheira transbordando sentimentos. E não tem ninguém pra fechar a torneira.”

(Friedrich Nietzsche)

-x-x-x-x-

Keiko agradeceu imensamente a Kami Sama por terem encontrado pouco trânsito no caminho. Por conta disso, chegaram ao IPF em 15 minutos.

Agora, ela e Kakashi estavam correndo do estacionamento para o pátio do prédio principal do complexo.

Sem se preocupar com os olhares curiosos e de reprovação, Keiko saiu empurrando todos que estavam na sua frente enquanto corria para atravessar o hall, tentando chegar ao elevador antes que ele subisse. Natsume estava dentro dele, com um sorrisinho maquiavélico delineando os lábios. E ainda acenou um “tchauzinho” para Keiko pouco antes das portas se fecharem. A ruiva se chocou contra as portas metálicas fazendo um barulhão. Várias pessoas olharam.

– Droga! – Ela gemeu, se dando conta, ao olhar o relógio pendurado na parede, que só faltavam alguns minutos para a reunião começar. E Keiko bem sabia que o presidente da empresa era um homem realmente pontual. Se não corresse, não entregaria o relatório a tempo. Gotas de suor começaram a se formar em sua testa, e o desespero já transbordava em seu olhar.

Foi nesse momento que sentiu uma mão agarrar-lhe o pulso e puxá-la apressadamente em direção às escadas. Com uma expressão assustada, ela olhou para a pessoa que a guiava e percebeu que era Kakashi. No primeiro degrau, ele soltou seu braço e começou a subir. Keiko teve dificuldades para acompanhá-lo enquanto ele corria escada acima. Foi aí que ele parou, olhou para ela - que estava uns cinco degraus abaixo - foi para o seu lado e disse:

– Você é lenta demais.

Sentindo dois braços erguerem-na no ar, sem aviso, Keiko deixou escapar uma exclamação de surpresa.

Kakashi voltou a correr, carregando-a nos braços, escada acima, numa velocidade incrível. Quando chegaram, finalmente, ao sexto andar, ele a colocou no chão. A ruiva queria agradecer, mas não tinha palavras. Ficou olhando para ele, com sua boca abrindo e fechando, sem saber o que dizer. Ele apontou o relógio no fim do corredor, se inclinou na direção dela com um olhar intenso e disse, baixinho, uma única palavra:

– Corre.

Como que acordando para a realidade, ela pôs toda força que conseguiu nas pernas e saiu correndo. Faltava pouco, a sala era no final do corredor. Divisou a recepcionista fechando as portas de folhas duplas e então gritou:

– Espera!

A secretária voltou a abrir as portas, olhando para ela com uma expressão curiosa.

– Pois não?

Colocando uma das mãos no joelho e arqueando o corpo para frente para tomar fôlego, ela estendeu uma pasta contendo seu trabalho para a mulher.

– Entregue isso à Srta. Natsume, por favor. – Arfou. – É o relatório que ela me pediu ontem à noite, para esta reunião.

– Chegou em cima da hora, hein? – A secretária disse, com um sorriso amigável. – Não se preocupe. Entregarei o relatório a ela.

Erguendo os olhos, Keiko viu Natsume sentada na mesa de reuniões no fundo da sala. Ao perceber que Keiko havia entregado o trabalho a tempo, ela não reprimiu uma expressão de desgosto e raiva.

“Ainda não foi desta vez, víbora.” – Keiko pensou, com um sorriso vingativo se formando perigosamente nos cantos de sua boca.

Voltando pelo corredor, Keiko viu Kakashi encostado na parede ao lado do elevador, de braços cruzados, e ostentando um sorriso perfeitamente visível sob a máscara.

– Você não tem nenhuma capacidade física... – Ele provocou.

– Eu sou uma cientista, não uma Atleta – Keiko rebateu. Sua fala ainda estava entrecortada pela falta de ar. – Mas desafio qualquer um a me vencer na taxonomia de plantas.

Kakashi deu uma risadinha abafada, enquanto Keiko apertava o botão para chamar o elevador.

– Arigatoo. – Ela disse de repente, deixando que um sorriso sincero estampasse seu rosto. – Eu não teria chegado a tempo sem sua ajuda.

– Não precisa agradecer. – Ele respondeu, virando-se para olhar para ela. – Eu não podia deixar você se dar mal nessa missão. Não depois de todo seu esforço ontem à noite.

- Obrigada mesmo, Kakashi-Kun. – Keiko disse, corando.

Kakashi observou que era a primeira vez que ela se dirigia a ele com tanta intimidade, colocando o kun depois do seu nome. Ele também percebeu que havia gostado disso.

- De nada, Aka-chan. – Ele sorriu e ela corou violentamente.

“Aka-chan?!” – Ela pensou.

Só duas pessoas haviam chamado Keiko de Aka-chan em sua vida inteira: sua mãe e seu pai. Nenhum namorado lhe chamara assim, até porque não chegara a tal nível de intimidade com ninguém. Mas Kakashi... Com ele era diferente. Keiko se perguntou se seria apenas uma coincidência o fato de Aka-chan também significar “bebê”, ou se ele havia lhe chamado dessa forma de propósito.

Ela ficou sem resposta por um tempo, então Kakashi rolou os olhos e disse:

- Eu sei que bebês não falam, mas não precisa levar o apelido tão ao pé da letra. – E piscou para ela.

Keiko pensou que seu rosto sofreria combustão espontânea. Agora sabia que não havia sido coincidência. Ele lhe chamara de Aka-chan de propósito. Milhares de tsurus bateram asas em seu estômago, e ela teve, novamente, uma explosão de felicidade. Não conseguia compreender que tipo de relacionamento estava se formando entre eles. Só conseguia pensar que, se continuassem assim, o final seria muito bom.

-x-x-x-x-

Aquela manhã estava fresca, apesar do sol que brilhava forte no céu.

Depois de ter entregado o trabalho, Keiko levou Kakashi até a floresta que rodeava o IPF.

– Aí está. Nosso pequeno pedaço de natureza intocada – Ela disse, abrindo os braços num gesto amplo.

Kakashi admirou o mar de folhas verdes que se estendia acima de suas cabeças. Uma brisa soprou, suave, e ele fechou os olhos, inspirando profundamente para sentir o cheiro do verde.

– Não vá se perder, se machucar, desaparecer ou qualquer coisa do gênero. – Ela brincou enquanto o observava caminhar por entre as árvores.

– Não se preocupe. – Ele respondeu, virando-se para encará-la. Seus olhos indicavam que ele estava sorrindo. – Você está me devendo o favor que te fiz hoje. E eu vou cobrar. – Kakashi piscou para ela.

Keiko sentiu aquele conhecido calor no rosto e soube na mesma hora que o rubor havia tingido a sua pele. Kakashi sorriu ainda mais abertamente.

– O que deu em você, hein? – Ela agitou a mão no ar num gesto impaciente, e virou-se rapidamente para ir embora e evitar que ficasse ainda mais vermelha.

Kakashi riu e observou a ruiva desaparecer no caminho que a levaria de volta aos prédios do Instituto. Uma brisa gostosa soprou e as copas das árvores balançaram suavemente. Ele lembrou-se de casa e vários sentimentos afloraram em seu peito.

A luz do sol entrava sorrateira por entre as folhas das árvores, criando sombras engraçadas no chão. Kakashi se concentrou nelas. Como um shinobi, não podia deixar que suas emoções o afetassem. Era preciso controla-las.

Ao pensar nisso, o rosto de Keiko apareceu, sem aviso, em sua mente. Ele escalou uma árvore com agilidade e sentou-se em um dos galhos, estirando as pernas e encostando as costas no tronco.

Havia algo diferente na ruiva, que fazia com que ele se esquecesse de controlar satisfatoriamente suas emoções ao lado dela. Desde o primeiro encontro – quando ele fez um interrogatório suspeitando que ela fosse uma inimiga – Kakashi sentiu confiança no que ela dizia.

Depois, quando o clima ficou mais suave, ele começou a notar o efeito que tinha sobre ela, fazendo com que ela corasse frequentemente. Então descobriu que ela era sua fã. Mais do que vaidade, ele sentiu algo engraçado, que começou pequeno, a princípio, mas logo foi se convertendo em um vício: o vício de fazê-la sentir-se envergonhada, de ficar tímida e de vê-la corar.

Era tão fácil fazer com que ela virasse a “Aka no Onna”, a mulher de vermelho, com suas maçãs do rosto rosadas e seus cabelos cor de sangue.

Ele suspirou. Sabia que esse sentimento era perigoso; mas não conseguia evitar.

A brisa soprou suavemente, balançando as folhas das árvores e os cabelos brancos do shinobi mascarado. Kakashi lembrou-se de casa. Das tardes de folga, quando se embrenhava na floresta da Vila da Folha, sentava-se debaixo de uma árvore e lia tranquilamente seus livros eróticos. Ele deixou escapar uma risadinha. Sentia falta daquelas histórias divertidas. Precisava pedir a Keiko que o indicasse uma livraria.

Não. Na verdade o que precisava era voltar pra casa. Esse devia ser o seu objetivo principal. Porém, no fundo, estava adiando sua busca pelo retorno a Konoha. Sabia que esperar que Keiko lhe desse alguma pista era uma tática inútil. Se ele agisse e fosse em busca das pistas, conseguiria muitas informações. Mas ele não estava com pressa. E não estava irritado com isso. A culpa? Era de Keiko, sem dúvida alguma. Ele apreciava o senso de humor daquela mulher. E sentia-se atraído pelo seu jeito tímido e inocente.

Será que, quando conseguisse abrir o portal de invocação que o mandaria de volta para Konoha, havia alguma forma de levá-la junto com ele?

Kakashi passou a mão pelos cabelos da nuca, arrepiando-os um pouco. Ela havia dito que era uma fã no Naruto. Então existia a possibilidade dela aceitar o convite.

Ele sacudiu a cabeça para se livrar daqueles pensamentos. Era melhor parar de pensar assim. O que estava acontecendo com ele? Onde estava seu sangue frio e autocontrole? Como um ninja bem treinado, ele devia saber que esse tipo de sentimento precisava ser suprimido e evitado.

Fechou os olhos e tentou se concentrar no farfalhar das folhas, na brisa leve, no cheiro do verde e no calor morno daquela manhã de verão. Então se lembrou da noite em que Keiko dormira no sofá. Quando ele fora acordá-la para lhe falar que seu sharingan havia sumido, ela tocou seu rosto, deslizando o dedo sobre sua cicatriz, e seu toque era tão morno quanto aquela manhã.

E lá estava ele, deixando seus sentimentos transbordarem de novo. Kakashi se esforçou para banir o rosto de Keiko da sua memória. Pensou nos selos manuais para a execução dos jutsus, repassando-os um a um, lembrando-se dos seus nomes e da combinação de dedos. Quando terminou, percebeu que ainda pensava no calor do toque daquela mãozinha delicada.

Abriu os olhos, exasperado. Não era a primeira vez que se interessava por uma mulher. Mas sempre soubera controlar seus pensamentos muito bem. Quando entrava numa missão, nunca perdia o foco. No fim, acabava perdendo o interesse no relacionamento. Mas por que agora estava sendo diferente? Por que não conseguia se concentrar em achar uma maneira de voltar pra casa? Por que não conseguia controlar o que sentia?

Eram muitas perguntas, poucas respostas e sentimentos demais para uma única manhã de verão.

-x-x-x-x-

~~ Glossário dos termos japoneses ~~

Arigatoo: Obrigada (o).

-kun: É um sufixo que, colocado depois de um nome, indica intimidade entre as pessoas que se falam. Em geral, é usado para homens.

Aka-chan: É uma maneira de se referir aos bebês. Aqui no Brasil seria algo como “vermelhinho(a)”, referindo-se à cor rosada dos bebês. =)

Tsuru: É um pássaro que, no Japão, simboliza a felicidade.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam, por favor!! Preciso do incentivo de vocês! Até o próximo sábado!
Kissu, kissu!