Percy Jackson Na Arena escrita por Vitória


Capítulo 62
Epílogo - O plano da deusa


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, o choro é livre para todos os públicos.
É isso. Acabou. Epílogo. Final.
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u sei que prometi que seria do ponto de vista do Nico, mas eu fiz umas mudanças. Ta em terceira pessoa, como se tivesse entrado no universo de Os Heróis do Olimpo. Eu gostei do resultado, espero que vocês também.
E até as NOTAS FINAIS QUE NÃO DEVEM SER IGNORADAS PORQUE TME MAIS UMA SURPRESA!!
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Capítulo dedicado à linda da False Angel (minha e só minha u.u) porque se não ela me mata.
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Boa leitura :')



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Annabeth acordou sobressaltada. Ela tivera um pesadelo, mas esse, diferente dos outros em que já estava acostumada, havia sumido de sua mente assim que acordou.

Vai ver é um pesadelo de adolescente normal.

Ela pensou, tentando acreditar nessas palavras, mas, se tinha alguma coisa de realmente aprendera sobre ser semideus, é que você não é um adolescente normal. Nunca. Ainda transtornada, Annabeth se levantou da cama e saiu do chalé 6, onde seus meio irmãos ainda dormiam. O céu estava começando a clarear, mas ainda era muito cedo para ter alguém ali fora.

Ela olhou para os lados, procurando algum tipo de movimento e assim que percebeu que ninguém a observava foi direto para o chalé 3, do seu namorado, Percy Jackson, filho de Poseidon. O chalé 3 era um dos maiores, ficando atrás somente de Zeus, Hera e o de Hades, que Nico havia construído sozinho com uma ajudinha de alguns mortos-vivos.

Ela sorriu ao se lembrar do amigo. Nico, apesar de esconder muito bem, ficara muito feliz ao terminar a obra, após a guerra dos Titãs. Ele estranhamente foi bem aceito por todos, mas ainda assim não ficava sempre no acampamento. Ele aparecia e desaparecia completamente sem aviso e todos se perguntavam por onde ele andava, mas ninguém havia conseguido respostas, nem mesmo ela ou Percy.

Annabeth olhou mais uma vez para os lados e abriu a porta do chalé, se esgueirando rapidamente para dentro. Uma das regras mais severas do acampamento é que um garoto e uma garota não podiam ficar sozinhos dentro de um chalé, mas ela e Percy já haviam quebrado essa regra várias vezes nos últimos meses.

O chalé estava silencioso, o que Annabeth estranhou. Apesar de Percy ser o único ocupante, ele era bem barulhento enquanto dormia. Sem mencionar a baba. Acendendo o interruptor, Annabeth percebeu que o chalé estava vazio.

— Percy? — ela chamou.

Não obteve resposta.

Intrigada, ela saiu para a área dos chalés. Percy não era de acordar cedo. Na verdade, ela já perdera as contas de quantas vezes ela teve que vir acordá-lo porque se atrasou para o café.

Talvez ele também teve um pesadelo.

Annabeth andou em direção à arena, esperando encontrá-lo lá. Enquanto se aproximava, ouviu o som de uma espada batendo em algo. Mas havia alguma coisa diferente. Era agressivo, descontrolado, furioso...

— Clarisse. — ela murmurou decepcionada. A filha de Ares decepou o boneco e se virou para ela.

— Quem você esperava? O namoradinho? Ele geralmente não acorda a essa hora.

— Ele não está no chalé.

Clarisse arqueou uma sobrancelha.

— Então você foi verificar? Eu poderia te denunciar por má conduta, você sabe. Uma semana lavando pratos.

Annabeth riu.

— Você não vai fazer isso.

Clarisse deu de ombros e partiu para outro boneco.

— Bom, eu estou aqui desde as quatro da manhã. A não ser que a sereia tenha acordado antes disso, o que eu duvido, ele não passou por aqui.

— Obrigada. Talvez esteja nos estábulos.

Mas, quando não encontrou sinal dele lá, Annabeth começou a ficar apreensiva.

Se você fez mais uma idiotice...

Ela caminhou agora em direção à casa grande. Se ele fez algo errado, provavelmente Quíron está conversando com ele. As escadas rangeram quando ela subiu e a porta velha ecoou quando ela bateu. Demorou alguns minutos para Quíron abrir a porta. Ele estava na forma de cavalo, e Annabeth teve que se esforçar para não rir dos bobes no rabo.

— Annabeth? O que faz aqui a essa hora? Ainda falta uma hora para o acampamento acordar.

— Percy sumiu. — ela despejou de uma vez. Quíron a encarou com descrença.

— Ele certamente não pode ter saído. O Sr. D perceberia. Provavelmente ele está na arena, ou nos está...

— Ele não está. Já conferi.

— Então pode estar salvando alguma criatura marinha. Já é bem frequente, você sabe.

Annabeth se odiou por não ter pensado nisso. Ela sempre pensava em tudo. Era uma possibilidade bem possível, mas, ainda assim, alguma coisa a incomodava.

— Não sei... Isso não me parece certo.

Quíron agora a olhava preocupado. Há muito ele aprendera que quase sempre a intuição dos semideuses está certa.

— O que foi, criança?

Annabeth estava tão preocupada que nem o apelido a abalou.

— Vou procurar Grover, ele deve saber onde ele está. — Ela disse, já correndo em direção ao alojamento dos sátiros.

Por sorte, Grover estava no acampamento essa semana. Havia chegado há dois dias, depois de uma expedição no sul. Alguma coisa sobre ninfas aterrorizadas por minhocas gigantes. Ela encontrou o amigo roncando alto e o sacudiu.

— Eu vou salvá-las, enchilhadas! — ele acordou sobressaltado. Annabeth não conseguiu evitar rir.

— Não tem nenhuma enchilhada, bobão.

— O que aconteceu? — ele perguntou, após se recompor. Annabeth ficou séria novamente.

— É Percy. Alguma coisa está errada. Ele não está no chalé, nem na arena, nem nos estábulos, em lugar nenhum. Quíron acha que ele pode estar salvando mais uma criatura marinha que ficou presa no fundo do mar, mas eu ainda não estou convencida. Você pode procurar ele aí nessa coisa de ligação empática? — Annabeth falou rapidamente. Grover levantou as mãos e se sentou.

— Calminha aí, garota. Provavelmente ele deve estar mesmo. Talvez Poseidon pode tê-lo levado no meio da noite, ou ele fez mais alguma coisa estúpida por aí.

Annabeth o fuzilou com os olhos.

— O.K! Eu procuro.

Grover fechou os olhos, concentrado. Após alguns segundos, sua expressão de descrença se transformou em confusão e depois, preocupação. Annabeth já roia as unhas quando ele abriu os olhos, completamente arregalados e cheio de terror.

— Eu... Eu não consigo ver. É come se eu chegasse bem perto, mas, de repente, algo me puxasse de volta. Tem alguma coisa me impedindo. Alguma coisa está errada. Muito errada.

Annabeth não perdeu tempo e correu para a casa grande. Quando passou pela arena, Clarisse ainda estava lá, estraçalhando pobres bonecos.

— Ele sumiu. Grover não o acha. Alguma coisa está errada, Clarisse. Muito errada.

Clarisse, agora, já estava mais convencida. Ela sabia que devia confiar nessas ligações empáticas e, se de repente um filho dos três grandes some, é algo para se preocupar, por mais irritante que ele seja.

As duas agora correram juntas até Quíron, que as esperava apreensivo.

— Sumiu. — Annabeth conseguiu dizer enquanto recuperava o fôlego. — Grover perdeu a ligação. Tem algo impedindo. Quíron, o que está acontecendo?

— Eu não sei criança. — ele murmurou, preocupado — Mas nós precisamos descobrir. Acordem todos e reúna grupos de busca pelo acampamento. Se for alguma brincadeira de Percy, ele vai estar muito encrencado. — ele fez uma pausa. — Mas, se não for, temo que somos nós que estamos encrencados.

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Percy encarou a deusa.

— Onde eu estou? — perguntou.

A deusa — Percy, de alguma forma, sabia que aquela mulher estranha era uma deusa — o ignorou.

— Como isso é possível? — murmurou consigo mesma e, voltando-se ao semideus, esbravejou: — do que mais se lembra? Vamos! Do que mais você se lembra?

— Nada. — Percy conseguiu dizer — Meu nome é Percy Jackson, tenho dezesseis anos, há uma garota chamada Annabeth e... — ele se esforçou — alguma coisa a ver com Poseidon.

A deusa, mais aliviada, sorri.

— Muito bem, herói. Você é um semideus, filho de Netuno, deus Romano dos mares. Lupa te ajudará em sua jornada.

— Quem é Lupa? — Percy perguntou, mas a deusa já havia sumido.

Da entrada da caverna, surgiu uma sombra, andando calmamente em direção a ele. Quando percebeu que era um lobo, levou a mão ao seu bolso instintivamente e tirou de lá uma caneta. Esquecendo momentaneamente o lobo, Percy olhou para a caneta.

O que isso faz?

Confuso, tirou a tampa, procurando alguma coisa que o ajudasse. Instantaneamente, a caneta começou a mudar de forma e Percy pulou, surpreso, ao perceber que empunhava uma espada de bronze.

Bronze celestial, uma voz feminina e perigosa disse em sua mente.

Ele se levantou e olhou em volta, procurando a dona da voz e demorou alguns segundos para constatar que vinha do lobo, ou melhor, loba.

— Quem é você?

— Eu sou Lupa, Herói. — ela disse novamente em sua mente, se aproximando dele — Agora abaixe essa espada, temos muito que conversar.

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Nico estava furioso.

— Então tudo isso não se passou de um teste?

A deusa sorriu, calmamente.

— Não herói. Isso não foi um teste. Apenas um vislumbre do que acontecerá se vocês falharem.

Nico não conseguia se acalmar.

— Um vislumbre? Quer dizer que nenhum deles existiu? Katniss, Gale, Paula, Júlia, Coin, Snow... — ele abaixou a cabeça — Sunny?

A deusa riu.

— Oh! Não. É claro que eles não existiram. Mas talvez um dia possam sim existir. Essa parte é meio confusa, obra de Hécate, você sabe. Ela está tentando se redimir após a guerra dos Titãs. Ainda mais que tem um filho dela que está causando muitos problemas por aí.

— Mas... — Nico levantou a cabeça, voltando a encará-la, um misto de raiva e confusão — Por quê?! Por quê?! Nos mandar para aquele lugar, nos obrigar a ver todos morrerem? Por que nos mandar para lá sabendo que nós íamos perder?!

— Porque essa é sua última chance. Nossa última chance. O que vem por aí é tão poderoso que nós só teremos uma chance de derrotá-la. Se perdermos, o mundo acabará em guerra, confusão, caos, mortes, sofrimento. E nada, nada do que vocês imaginam funcionará. Os deuses serão exilados, os semideuses que sobrarem se separarão em guerra, outros se esconderão. As criaturas místicas terão que fugir, porque muitas delas serão mortas. E os humanos... Os humanos se tornarão ainda mais cruéis, vis e egoístas. Vocês tinham que entender o que está por vir e que nada poderá ser mudado após serem derrotados.

Nico balançava a cabeça, tentando organizar os pensamentos.

— Mas eles não se lembram de nada! Percy, Annabeth, Clarisse... Ninguém! Só eu! Por que só eu tenho que aguentar esse fardo? Por que só eu tenho que ter essas lembranças?

— Porque você, herói, é quem está destinado a não os deixar falharem. Os sete da profecia irão carregar um fardo muito maior. Eles são a única esperança que temos para esse mundo, quer os deuses aceitem isso ou não. Você é o único que sabe da existência dos dois mundos. Além de que, tudo isso aconteceu na mente de Percy e você foi o único que estava consciente lá. Todos os outros foram implantados.

— Por quanto tempo? — Nico conseguiu perguntar — Quanto tempo nós ficamos apagados?

A deusa comprimiu os lábios.

— QUANTO TEMPO!? — Ele gritou.

— Oito meses.

Nico se levantou.

— Oito meses?! Nós dois estivemos apagados por oito meses? O que... o que os outros pensaram? Eles devem estar loucos por... — ele parou, abaixando a voz —... Percy.

— Ah não. A filha de Atena já entendeu tudo, ela já sabe onde ele está.

— Onde?

— Não é necessário dizer, você saberá em breve. — a deusa se levantou — Agora que já está tudo explicado...

— Não está nada explicado! Eu ainda não entendi porque só eu me lembro de tudo! De onde veio Panem? Qual a importância de colocar pessoas que nós aprendemos a amar se vai ser tirado de nós? Porque tudo isso? Porque não só vir e dizer, como qualquer pessoa normal: “É bom vocês ganharem isso aí, se não todos nós estamos perdidos para sempre.”? Por que me fazer suportar tudo isso? Lembrar para sempre dessas pessoas que nunca existiram, mas que ainda sim fizeram parte da minha vida de uma forma estranha, mas real? Por que?

— Panem é real. Panem acontecerá. A maioria dessas pessoas que vocês conheceram, um dia existirá. Mas não pode ser por causa dessa guerra. O mundo ainda não está preparado. Acontecerá muito mais tarde, de uma forma muito diferente. Será culpa dos humanos e problema deles. O dever de vocês é evitar que aconteça agora porque, se acontecer, não há mais esperança. E você foi escolhido herói, porque todos acreditaram que você pode fazer isso. Que você era o mais equilibrado emocionalmente para suportar isso. Talvez nós tenhamos nos enganado, mas agora não há volta. E você deveria parar de reclamar, porque sua vida será curta. Como você acha que é lembrar-se de todos os acontecimentos desastrosos nos últimos dez mil anos? — a deusa andava de um lado para o outro — Me culpam por ser arrogante, fria, distante. Mas como você será se visse milhares de pessoas morrerem todo dia? Se você visse pessoas que você amou envelhecer e morrer, sem poder fazer nada?! — ela o encarou — Você pararia de amar. Você se tornaria distante, para evitar sofrimento. Então, herói, o seu fardo pode ser doloroso, mas é necessário. Você nunca entenderia o peso real se não vivesse o que acontecerá. Agora você sabe que falhar, não é mais uma opção.

E com isso, a deusa sumiu no ar.

Nico voltou a se sentar, ainda confuso, mas conformado. Talvez fosse mesmo necessário. Talvez ele possa impedir a existência miserável que Sunny terá se eles falharem. Talvez ele possa impedir os motivos que a obrigaram a traí-lo. E, se para isso ele teria que aguentar o peso de suas lembranças ele o faria.

Nico se levantou, certo do que deveria fazer. Hazel.

Viajando nas sombras, chegou rapidamente a entrada do Acampamento Júpiter. Os guardas que faziam plantão se afastaram cautelosamente para deixá-lo passar. Ali, todos o temiam e o respeitavam ao mesmo tempo. O Embaixador de Plutão, como o chamavam. Nico fingia não se importar, mas ele gostava do título.

Se aproximando de um garoto que treinava com a espada no ar, Nico falou em voz baixa, mas audível.

— Ei, você! — o garoto parou imediatamente quando percebeu quem o chamava.

— Sim... — ele ficou confuso — Senhor?

Nico se esforçou para não rir. Certamente era um dos garotos mais novos, que acreditavam nos boatos.

— Só Nico, por favor. Pode chamar minha irmã? Diga que estou a esperando no templo de nosso pai.

— Sim, Se... Nico. — o garoto saiu correndo.

Nico andou calmamente pelo Acampamento, ignorando todos os olhares hostis. Não demorou muito a chegar ao templo de Plutão, uma cripta negra, na encosta da colina. Ele observou a construção, sentindo saudades do seu chalé no Acampamento Meio-Sangue. Ele sentia falta de algo familiar.

— Ei — uma voz disse as suas costas — Eu trouxe um amigo.

Nico se virou em direção à voz. Ao lado de Hazel estava... Percy Jackson.

— Este é Percy Jackson — disse Hazel — É um cara legal. Percy, este é meu irmão, o filho de Plutão.

Por um momento ele ficou assustado, quase entrando em pânico, mas se recompôs tão rápido que esperava que ninguém tivesse notado.

Percy também parecia confuso, mas alguma coisa estava diferente. Não era reconhecimento no seu olhar, mas apenas como se ele tivesse tido uma espécie de deja vu, apenas um lampejo familiar.

Nico estendeu a mão.

— Prazer em conhecê-lo. Eu sou Nico di Ângelo.

Ele esperava que Hera o tivesse mandado de volta para o Acampamento Meio-Sangue, mas, ao que parece, o plano da deusa havia apenas começado.


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Notas finais do capítulo

É isso aí. Bom gente, se vocês acham que ainda tem algo não muito explicado, me digam nos comentários que eu tento explicar, ok? Eu sei que foi cruel o último capítulo, com todas aquelas mortes mas, ao que podem ver, os semideuses ão morreram. É como se agora começasse Heróis do Olimpo. Todo mundo vivo e bem... ou tão bem quanto um semideus pode estar. Espero que tenham gostado do final.
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Eu fiquei bem decepcionada com o tanto de reviews. Segundo o contador de acessos, teve 120 (*o*) acessos no últimos capítuo e só 14 comentários. :( Ninguém é obrigado a comentar, mas isso ajuda qualquer ficwriter.
Bom, aos leitores fantasmas essa é a última chance de comentar. Prometo responder tudo e ser bem legal.
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Okay, não é a última chance. Vai ter mais um capítulo, meio que... Bônus, mas falar bonus é meio estranho. É fora da história porque já acabou, mas é contado no ponto de vista de um personagem original de Percy Jackson na Arena, que eu não vou contar qual é. Bom, eu não sei quando será postado, mas é nele que vou por os agradecimentos.
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É isso. Sem feitiço hoje, comentem se vocês desejarem comentar :D