Percy Jackson Na Arena escrita por Vitória


Capítulo 23
Que se dane a Capital


Notas iniciais do capítulo

OOOOi meus amores, eu postei outro cap pq uma linda leitora me pediu. Mas mandem reviews nos dois caps ok? Falem o que acham de cada um.
E PERCY ESTA DE VOLTA O/



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P.O.V Percy

      Meu pescoço doía. Meus braços doíam. Minhas pernas doíam. Meus ombros doíam. Minhas mãos soíam. Tudo doía. Minha cabeça latejava de tontura e a única coisa que pude pensar foi voltar para o lago. A água poderia me fazer sobreviver. Com muito esforço fiz o caminho de volta e fiquei aliviado em constatar que aqueles insetos mortais não se encontravam mais lá, eu não fiz mais nada, simplesmente pulei no lago.

      Quando acordei novamente já era noite, só não sabia de que dia. Sai do fundo do lago onde eu estava, já me sentia fortalecido, por mais que as feridas ainda doíam. Pelo menos não ia morrer por isso, mas teria de ficar mais forte para procurar Katniss novamente. Peguei minhas coisas e sai pela floresta.

      Eu sei o que você deve estar pensando: “Que imaturidade sair pela floresta à noite, não deveria esperar amanhecer?” Não, não deveria. Sabe se lá quanto tempo eu fiquei desacordado, logo alguém poderia me achar e eu estaria completamente invulnerável, não estava em condições de luar. A floresta estava escura, e fiz uma coisa que provavelmente me arrependeria depois. Tirei minha caneta do bolso e a destampei. Rapidamente minha lamina de bronze celestial brilhou sob a lua da noite. No cabo da espada estava escrito Anaklusmos. Minha contracorrente. Sinto saudades de poder usa-la, mas sei que na arena eu não posso. Motivo: A espada não funcionaria, ela simplesmente atravessaria os corpos dos tributos mortais, não causando dano algum. Eles não são dignos o suficiente para serem feridos por uma arma divina.

      Contracorrente iluminou o caminho, ia me guiando por ela. Eu não fazia a mínima ideia para onde estava indo, só queria andar. Depois de um tempo, resolvi descansar, subi em uma arvore e adormeci rapidamente. Acordei com os primeiros raios de sol, coisa nova para mim, já que acordar cedo não está dentre as coisas que eu faço muito não. E não é porque eu sou preguiçoso ok? Eu preciso descansar, valeu?

      Comi algumas bolachas e resolvi começar a caminhar novamente. Caminhei por trilhas que ainda não conhecia, e somente agora percebi o quanto a arena é grande. Após algumas horas caminhando comecei a ficar com sede, já havia acabado com a água que tinha a algumas horas atrás e decidi procurar outro lago, pois aquele já estava bem longe. Me concentrei, mas não consegui achar água em lugar algum. Lá pelo meio da tarde, ouvi três canhões, com não muita diferença de tempo. Ainda não fazia ideia de quanto tempo havia ficado desacordado e não sabia quantos tributos ainda tinham. Rezava a todos os deuses de que lembrava (até Ares) para que Katniss ainda estivesse viva. Começou a escurecer e eu ainda não havia achado água. Minha boca estava seca e eu não conseguia sentir nada a quilômetros de distancia. A lua brilhava auto no céu quando de repente eu senti uma força tão grande que achei inacreditável tanta água aparecer assim do nada. Mas de fato era grande. Será que a arena fica no litoral? Faço a mínima ideia. Comecei a caminhar mais rápido e a próxima coisa que eu vejo me surpreende.

      Eu não sabia onde estava, havia andado pelo dia inteiro e não achado ninguém. Até que enquanto caminhava vejo Katniss correndo de algo. Ela corria como sua vida dependesse disso, e quando vi o que vinha atrás dela, compreendi que dependia mesmo. Uma onda enorme, gigante que apareceu sabe se lá de onde parecia prestes a engoli-la. Ela corria em uma velocidade surpreendente, mas não suficiente. Quando a onde quebrou em cima ela eu pulei. Sabia que somente eu podia salva-la. Nadei e a encontrei quase desmaiando. A envolvi em meus braços e senti ela desmaiar nos mesmos. Eu fazia com que a correnteza nos levasse para cima, e logo estávamos na superfície. Do mesmo jeito repentino com que apareceu, a onda se foi. Não sei como a terra conseguiu absorver tantos milhões de litros de água, mas conseguiu e o solo ficou apenas úmido. Coloquei Katniss cuidadosamente sobre o chão da floresta. Ela ainda estava desacordada e respirava com dificuldade, e eu não tinha ideia do que fazer. Eu nunca tive de cuidar de alguém seriamente ferido, geralmente isso era o trabalho dos curandeiros filhos de Apolo, mas agora eles estavam em falta. Rezei a Apolo para que Katniss ficasse bem, tirei a minha jaqueta, que tinha ficado seca, e coloquei sobre o seu corpo frio. Apoiei sua cabeça na minha mochila e pressionei as palmas da minha mão sobre seu peito, apertando devagar, para que a água saísse. Sei lá se é assim que se faz, espero que seja, e felizmente funcionou. Katniss começou a tossir forte e eu parei, olhando atentamente para ela. Quando se recuperou começou a levantar, mas fiz com que ela continuasse deitada.

      –Fique quietinha ai, não está em condições de levantar. –Falei e ela obedeceu de má vontade. Teimosa.

      –Me diz que não foi você que me salvou de novo.

      –Foi. Espero que não tenha que fazer isso uma terceira vez ok? Mas agora me diz por que é que tinha uma onda gigante atrás de você?

      –A Capital me odeia.

      –Por quê?

      –Acho que fiz uma coia que eles não gostaram muito. E provavelmente estão ouvindo e não gostando da nossa conversa agora.

      –Estou pouco me importando se eles estão gostando ou não. Só quero saber o que você fez. Conseguiu fazer algo mais estúpido do que eu?

      –Não, fazer algo mais estúpido do que você é impossível. Eu cantei uma música.

      –A Capital te odeia por que você cantou uma música?

      –É, e não me interrompa de novo ok? Vou começar do começo.

      –Seria bom. –Resmunguei, mas ela me ignorou.

      –Quando eu acordei depois do incidente do lago, eu encontrei Rue.

      –A garotinha do Distrito 11?

      –É. Então, nós meio que nos aliamos. Ela disse que os carreiristas estavam acampados na cornucópia, e só estavam conseguindo sobreviver por causa dos suprimentos, então nós fizemos um plano para destruir eles. No meio da explosão eu empurrei Rue para frente e ela correu para a floresta. Quando fui atrás dela não a achei, até que eu a ouvi gritar meu nome. Quando cheguei onde ela estava, encontrei Marvel, o garoto do 1 segurando ela com força. Aí ele me disse que trocava Rue pela faca da Clove. Eu joguei a faca e ele jogou a Rue, mas ele jogou uma lança em nós. Quando eu vi atirei uma flecha nele e ele morreu, mas havia conseguido jogar a lança antes, que estava cravada no peito de Rue. Ela morreu. –Seus olhos ficaram marejados e ela fazia força para não chorar. –Então eu arrumei o corpo dela no chão e cantei uma canção que meu pai havia me ensinado antes de morrer. Essa canção havia sido criada na época da rebelião do Distrito 13, e o Presidente Snow proibiu as pessoas de cantarem ela, mas eu cantei mesmo assim.

      –Você cantou uma música proibida em rede nacional?

      –É. Então eu colhi flores e coloquei envolta do corpo dela. –Ela ficou quieta e parecia prestes a chorar.

      –Canta a música para mim? -Pedi

      –Você está louco?

      –Eu sou louco. E a Capital já odeia a gente, o que vai mudar você cantar mais uma vez? –Ela sorriu e isso me deixou feliz. Sei o quanto esses sorrisos são raros.

      –É você definitivamente é louco.

      –Só concluiu isso agora?

      –Cale a boca e me deixe cantar. –Eu ri, mas parei assim que ela começou. Sua voz ficava suave e doce quando ela cantava. Totalmente diferente da verdadeira Katniss.

Bem noite de luar

Você me ajuda a sonhar

Em um dia me rebelar

E nada mais aceitar

Eu quero ser livre, voar pelas montanhas...

E nunca mais me importar.

Eu quero ser eu e mais ninguém

Eu quero ir muito além

Daquilo que hoje sou.

Deite pequena garota

Onde ninguém mais poderá te achar

Onde ninguém conseguirá te machucar.

Feche os olhos e espere o amanha chegar...

      Quando ela terminou bati palmas. Ela cantava realmente bem, e sua voz me acalmou. Ficamos em silencio por um tempo.

      –Como você me achou? –Ela me pergunta.

      –Eu senti algo enorme feito de água, e estava morrendo de sede. –Respondi. Ela se levanta rapidamente e me olha com um olhar assustado e sugestivo. Demoro a entender, mas finalmente compreendo o que ela quer dizer. O que as pessoas vão entender com “Eu senti algo enorme feito de água”? –Eu ouvi a água, dava pra ouvir, eu estava por perto, é isso mesmo, eu ouvi a água. Não senti, que é que sente a água? –Tentei arrumar, mas pelo jeito que Katniss começou a rir percebi que não tinha dado certo. Mas eu sentia saudade daquela risada. Era uma risada verdadeira, nós não precisávamos fingir nada, e eu comecei a rir também. Eu não me importava com mais nada naquela hora, só queria aproveitar o momento, e que se dane a Capital.


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Notas finais do capítulo

Quem aí sentiu saudades do humor do Percy???? Só ele para fazer a Kat rir kkkk
ACCIO LEITORES FANTASMAS... E REVIEWS TBM!!