P.O.V Carly

Cheguei do colégio, exausta, e liguei para Sam, perguntando se ela queria vir aqui e me ajudar a me arrumar para a festa. Ela topou. Provavelmente ela vai perguntar se ela pode dormir aqui, depois da festa, e eu, sendo a amiga solidária vou aceitar. Passei a minha tarde ajudando Spencer a construir uma escultura de algodão, que se tornaria um cachorro puddle enorme. Comi Tacos de Espaguete na janta e fui dormir.

Quando encostei minha cabeça no travesseiro, fiquei apenas imaginado Gibby e eu, dançando uma música lenta, juntos. Eu estava com os braços ao redor do pescoço dele, e ele segurando minha cintura. Nós estávamos coladinhos, mal nos movíamos... Minha cabeça estava encostada em seu peito, até que nossos olhares se cruzaram, ele se aproximou de mim e...

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Meu despertador praticamente me faz pular da cama. Me arrumei para ir para a escola, e encontrei Freddie saindo de casa, na mesma hora que eu.

- Heey! – ele falou.

- E ai?! – eu disse. – animado para a festa? – perguntei.

- Sim, com certeza! – ele disse. – e você?

-Mas é claro, e você ainda pergunta? Ah, eu sonhei com o Gibby hoje, acredita? Foi tão lindo, nós dois dançávamos juntos, tocava uma musiquinha lenta, nossos olhares se cruzaram, e ai, ele começou a se aproximar e... BAM! Meu despertador interrompeu tudo, E VOCÊ NÃO ESTÁ ME OUVINDO!

- Desculpa... Eu estava pensando num Pretzel... – ele falou. – coberto de açúcar, com um pouco de chocolate e... AHAHAHA, BEM, MINHA MÃE NUNCA IRIA ME DEIXAR COMER ESSA PORCARIA, CERTO? AH, SONHO DE NERD... TÃO TRISTE. – Freddie berrou a ultima parte. Porque será que ele estava pensando em Pretzels, enquanto eu falava da minha fantasia linda? Ah, garotos... Ele parecia até a Sam!

- Você está bem? – perguntei.

- Aaagh, claro! – respondeu, descendo as escadas, disparando na minha frente. Quando nos demos conta, estávamos no colégio. É, Nevel veio à escola hoje.

Não conseguia prestar atenção na aula de Química, pois eu fiquei praticamente o tempo todo devaneado. O sinal bateu. Eu andei em direção ao refeitório, me sentindo leve como uma borboleta. Ainda não havia visto Gibby hoje. Que má sorte. Cheguei finalmente ao refeitório, e lá estava a mesa da “minha galera” me esperando. Nem sinal do meu Gibby.

- Olá, Carly. – cumprimentou-me Nevel.

Chuck que não veio.

- Heey, Carls. – Sam disse.

- E aí? – Freddie falou.

- AAAAAAAAAAh, ali é que ele está! Eu juro que vou... – Nevel disse, sinalizando a porta do refeitório. Eu não entendi absolutamente nada. - OLÁ, SENHOR GIBSON! – berrou, indo em direção a um garoto.

- Er... Olá? – Gibby respondeu. Ah, não. O que diabos Nevel estava fazendo?!

- VOCÊ! VOCÊ ANDOU CORTEJANDO A MINHA GAROTA! EU TE DESAFIO A UM DUELO! – gritava Nevel.

- Desculpe, do que você está falando? – perguntou o outro, confuso.

- VOCÊ SABE MUITO BEM!!! VOCÊ CHAMOU CARLY PARA IR À SUA FESTA BANAL DE GENTE COM ALTO INDICE DE POPULARIDADE! VOCÊ A ROUBOU DE MIM! E EU TE DESAFIO EM UM DUELO, PARA TÊ-LA DE VOLTA! – Nevel dizia, ficando vermelho. Ah, não aquilo não podia estar acontecendo.

- Desculpe, cara, não acho as garotas nenhum tipo de troféu, não vou competir por ela. Estamos no século XXI, qual é! Elas decidem com quem elas querem ficar. – Gibby disse, e todo o refeitório urrou, baixinho.

- ELAS? NINGUÉM AQUI ESTÁ FALANDO DE ELAS! EU ESTOU FALANDO DE UMA SÓ! FALO DE CARLY SHAY! E SE VOCÊ RECUSOU A BATALHA, É PORQUE ESTÁ COM MEDO. – falou Nevel, provocando-o. Eu queria impedir, mas eu não conseguia levantar da cadeira. Eu estava colada lá, tanto de vergonha quanto de curiosidade, para saber o que iria acontecer. Eu também estava me sentido especial, por um homem e meio brigarem por mim.

- Pois bem. Eu não vou discutir com você, nanico. Eu não vou brigar pela Carly, ela deve decidir por si mesma. E eu sou bom em TUDO que você puder imaginar.

- ENTÃO PROVE! – disse Nevel, levantando os dois braços, como se fosse “inocente” e dando um sorriso convencido. – PROVE QUE VOCÊ É BOM E QUE NÃO ESTÁ COM MEDO. EU TE DESAFIO EM XADREZ! SE EU GANHAR, CARLY FICA COMIGO...

- Está bem então. Se eu ganhar, Carly escolhe com quem ela vai ficar. – Gibby topou, por fim, calmo.

- VAMOS AGORA! Eu já havia reservado a sala de Xadrez. – Nevel avisou, olhou para mim, piscou com um olho e saiu do refeitório, teatralmente. Todos os alunos também o fizeram, seguindo Nevel e Gibby, que vinha seguido pelas líderes de torcida e pelos jogadores de futebol. Eu corri para alcançá-lo.

- Escuta, não precisa fazer isso se não quiser... – sussurrei em seu ouvido e pude ver os pelos de sua nuca se arrepiando.

- Eu vou fazer isso... Para provar para o baixinho convencido que a escolha não cabe a ele, e sim a garota. – ele disse, decidido. Aaawn, ele fica tãaaaaaaaao lindo quando está determinado...

Depois de um tempo, chegamos à sala de Xadrez e me fizeram sentar no meio da mesa. Não em cima, claro, mas do lado. Do meu lado esquerdo, estava Gibby, cercado de gente, dando dicas, macetes e truques. Do lado direito, estava Nevel, sozinho. E atrás de mim, estavam Sam, Freddie, umas líderes de torcida (com a exceção de Cindy, que estava do lado de Gibby) e Andrew, o moreno hilário.

Depois de uns dez minutos de preparação, o jogo começou. Nevel começou, andando com um peão, o do meio. Gibby fez o mesmo. Nevel andou com mais um peão, o que estava em diagonal em relação ao bispo...

Só haviam sobrado duas peças para Nevel: O Rei e a Rainha. Já Gibby, possuía seu cavalo, seu bispo e seu rei. Gibby moveu o cavalo para duas casas em frente ao rei, impossibilitando-o de capturá-lo. Todavia, o que ele não tinha visto, era a rainha de Nevel, que podia facilmente capturar sua peça. E ela o fez.

- HÁ! – Nevel disse. – Você é horrível.

- Não comemore tão cedo! – disse Gibby. – olhe para sua rainha, e depois para o seu rei...

A rainha, com a troca da posição, deixou o rei desprotegido do bispo de Gibby!

- CHEQUE MATE! – Gibby gritou, comemorando a vitória.

- NÃO PODE SER! NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO! – Nevel berrou, batendo no tabuleiro, fazendo todas as peças voarem. Cindy correu para abraçar Gibby, que se desvencilhou dela facilmente. Eu, então, fui abraça-lo. Cindy ficou só olhando, se mordendo de ciúmes.

Será que já não estava claro quem eu ia escolher?

- Eu escolho... – eu ia dizendo.

- Não, não. Me faça uma surpresa. Me conte hoje na festa, mais tarde. – Gibby disse próximo a mim, com um sorriso malicioso.