The Fear escrita por Enid Black


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá nighters! Desculpem a demora para postar, ontem acabei dormindo enquanto assistia Jogos Mortais (quem sabe as torturas do filme me dê umas ideias para a fic? huhu, brincadeira) Enfim, esse capítulo tem umas coisas macabras, então eu gostei de escrevê-lo ^.^ Ah, e novamente, obrigada a todos que estão lendo e mandando seus reviews que fazem meu dia ser lindo! É sério u_u Enfim, boa leitura!



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Mikael me afastou do grupo que seguia. Eu sentia sua mão segurando firmemente meu braço, chegando a machucar por seu nervosismo, enquanto seus olhos encaravam os meus, tentando avisar-me do que quer que havia naquela casa. 

- Você quer entrar ali? - ele perguntou, parecendo estranhamente protetor.

- Claro - eu disse, firme. Ele me encarou por mais alguns instantes, seus olhos escuros vasculhando-me em busca do terror que ele esperava que viesse com minha reação, porém eu permaneci estática, a expressão séria, desafiando-o a perceber uma mínima fraqueza. 

- Ok - ele disse simplesmente, e seguiu para a selva que guardava a casa novamente. Ele parou e virou-se para mim, esperando que eu caminhasse também. 

Andei logo atrás dele, enquanto ele observava. Aquela preocupação dele comigo chegava a me irritar, parecia que eu era uma criança aprendendo a andar e ele era um adulto que esperançava um passo em falso para poder me carregar e dizer que eu ainda não era capaz daquilo.  Eu nunca precisara de proteção, não era agora que teria necessidade disso.

Quando cheguei ao lado dele, ele finalmente virou-se para frente e começou a andar pelo gramado alto, eu o seguia, tentanto não tropeçar nas pedras soltas que indicavam o caminho. Chegamos á entrada da casa, sua porta desgastada pendendo solitária ao lado do espaço que ocupava anteriormente.

Mikael subiu os degraus que levavam a casa, seus pés estalando na madeira podre, e eu o imitei, até que entramos na escuridão. Peguei minha lanterna e a liguei, percebi um outro facho de luz ao lado da fraca luminosidade que eu havia feito, e vi que Mikael também segurava uma pequena lanterna. 

- O grupo pensou que você era corajoso e estúpido o suficiente para vir sem nenhuma lanterna. - sussurrei para ele. Na luz quase inexistente no lugar, pude perceber um sorriso pequendo iluminando o rosto dele. 

- É sempre bom manter uma reputação - ele respondeu, seguindo para mais dentro da casa.  

Vasculhei o cômodo em que estávamos com a lanterna, um sofá vermelho á muito tempo abandonado aguardava vistas que nunca chegariam, á sua frente uma televisão com a tela rachada entretia pessoas que não passariam ali. 

Mikael encostou em meu braço me chamando, e então apontou para o chão, onde um rastro de sangue pingado traçava o caminho até a escada que dava acesso ao segundo andar. Um arrepio percorreu meu corpo quando lembrei de todas as cenas que me acompanhavam quando eu me deparava com aquele sangue. Olhei para Mikael, ele também sabia de quem era aquela trilha. 

Andamos cautelosamente até a escada, a casa toda estava silenciosa, o que para mim era mais do que desconfortável, já que eu estava acostumada aos sons dos gritos agudos dos nightwalkers que constantemente nos assustavam. Sinistramente, parecia que até aqueles bichinhos dos horrores haviam nos abandonado. 

Subimos os degraus para os quartos, nossas lanternas dançando pelos cantos em busca dos monstros que desapareceram. Na parede pela qual passávamos rostros petrificados nos encaravam de seus retrados eternizados, seus sorrisos congelados no tempo como uma lembrança mórbida de uma felicidade que ninguém mais conhecia.

Alcançamos o topo da escada e nos deparamos com um corredor com várias portas em suas laterais, sangue  redecorava a pintura descascada das paredes, e um cheiro de podridão começou a impregnar o lugar enquanto nos aprofundávamos mais por aquele caminho. 

Mikael parou em frente a primeira porta, quando cheguei até ele, ele a abriu, e eu me deparei com uma das vizões mais horrendas da minha vida. 

Aquele deveria ser o quarto de uma criança, o tom rosado das paredes quase sem cor e os ursinhos de pelúcias sujos e rasgados no chão denunciavam a infância que um dia estivera ali, porém essa inocência havia sido arrancada aos gritos daquele lugar. 

Do teto pendiam grossas correntes ensanguentas, que estalavam umas nas outras ao se balançarem pelo vento que entrava pela janela quebrada. Marcas de mãos ensanguentadas marcavam os lugares em que trabalharam para fixar aquelas armações ao quarto.

De cada corrente pendia um cadáver, o metal envolto no pescoço ligavam a vítima ao ferro em que ela se pendurava, a cabeça inclinava-se em direção ao peito, escondendo o rosto agora sem vida de um humano que fora torturado em seus últimos minutos.

Havia pelo menos sete pessoas ali. Todos dançavam com suas vestes sujas com o próprio sangue ao som da brisa que lhes era proporcionada, fazendo-os rodar e expor á nós seus graves ferimentos, evidenciando a dor que haviam sentido antes de se entregarem á morte.

Olhei para um pequeno corpo que jazia pendurado no canto da sala, aproximando-me, percebi que se tratava de uma criança, uma pequena menina. Seu longo cabelo loiro era uma cortina que tapava seu rosto, mas eu podia prever a expressão agoniada que estaria gravada nele. Olhei para seus braços, profundos cortes marcavam sua pele, provavelmente feitos pelas garras de um nightwalker. Em uma de suas mãos faltava um dedo, que fora perdido durante a brincadeira de seu vilão, e seu lindo vestido rosa agora estava manchado pelas marcas do desespero da garota, implorando por sua vida. 

Olhei para o chão, e percebi um amontoado de penas negras encharcadas de sangue aos pés da menina. Não aguentei tudo aquilo e saí daquele quarto, tentando fugir de tudo que aquilo significava. 

Corri escada abaixo, tropeçando nos degraus e derrubando os retratos á tanto tempo estáticos em suas paredes, e finalmente saí da casa, sendo aquecida pela bem-vinda luz do sol. 

Olhei para trás e percebi Mikael ali. Ele tentava me consolar, pena que no estado em que estava nenhuma ajuda me alcançaria.

Nós dois sabíamos que mais um corpo deveria estar ali, nós dois sabíamos que aquele era o destino que o anjo reservava á mim. 


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Notas finais do capítulo

É isso! Acho que vocês vão querer me matar, porque no final não foi algo tão aterrorizante como eu estava dizendo desde a semana passada T.T E ainda não teve nightwalkers! Poisé, poisé, mas eles irão voltar, confiem em mim! Enfim nighters, mandem um review pra essa pessoa desesperada aqui para eu saber se posso continuar essa fic ;D E agora eu vou-me porque hoje é dia de Unicamp! Delícia viu kk Até semana que vem s2



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