Dominique Weasley.

Eu não acredito que a minha prima vai jogar a vida dela fora, casando-se com aquele mongol do Mason.

Da pra acreditar?

A Rose é linda e inteligente, pode ter o homem que ela quiser, mas não, ela insiste em ficar com aquele ser acéfalo.

Deprimente.

Comecei a me lembrar dos nossos tempo de escola, eramos tão unidas, nós quatro, sabiamos de tudo umas das outras, sempre nos ouviamos. Depois que saimos da escola, obvio que isso mudou, muitas coisas mudaram, os gostos, as conversas e as paixões.

E que paixões, lembro-me bem que Rose foi apaixonada pelo mesmo garoto desde a sexta serie até o ultimo ano do ensino médio. Eu e as meninas achavamos que ela nunca ia esquece-lo.

Mas, ela esqueceu.

Bom, pelo menos nós achamos que ela esqueceu.

Na verdade, eu não acho que ela tenha esquecido, afinal, um amor assim não acaba do dia para a noite.

É isso, preciso fazer a Rose abrir os olhos.

E eu tenho a arma perfeita.

“E eu juro juradinho que se isso não der certo eu nunca mais meto o nariz na vida das minhas primas” sussurrei baixinho

Mas, afinal de contas, é para isso que existem as primas, não é? Para frustar os estragos que as mesmas tentam fazer em suas vidas.

Levantei da cama e peguei meu celular no criado mudo, disquei e esperei.

─ Alô? ─ Lily atendeu, com a voz sonolenta.

─ Lily, você estava dormindo? ─ perguntei, debil.

─ Não Dominique, eu estava tendo um encontro com Taylor Lautner, que você acabou de interromper, a proposito! ─ respondeu ela sarcastica.

─ Idiota! Preciso da sua ajuda. ─ falei.

─ Você precisa da minha ajuda pra que, às tres e meia da manhã? Não consegue achar seu ursinho? ─ Disse ela, sarcastica novamente.

─ Lily Luna, eu estou falando sério.

─ Eu também!!! ─ retrucou ela.

─ Olha, o que você achou sobre o suposto casamento da Rose? ─ perguntei.

─ Olha, com você eu posso ser sincera. Eu não tenho nada contra o Mason, mas acho que eles estão se precipitando muito. ─ disse ela.

Até que enfim alguém com bom senso.

─ Bom, e se nós fizessemos algo para mostrar a Rose que isso é uma insanidade? ─ perguntei.

─ O que você está aprontando, Dominique? ─ perguntou ela.

─ Tenho um plano perfeito.

─ Minha nossa Senhora das almas sofridas, proteja a Rose, pois Dominique tem um plano...

Rose Weasley.

Levantei de manhã, a chuva castigava lá fora. Geralmente eu não gosto de chuva, me da mau-humor.

Como eu moro em Londres, vivo de mau-humor.

Porém, hoje nada seria capaz de acabar com a minha felicidade.

Levantei e vesti a melhor roupa que encontrei, desci para a cozinha, onde minha mãe cantarolava, preparando torradas, meu irmão, Hugo, tomava um café fumegante enquanto lia o jornal, e meu pai comia suas bolachas com manteiga de amendoim.

Eu sempre achei isso nojento, mas ele insiste que é uma delicia, então ok.

Todos reunidos na cozinha, otima hora para dar a noticia.

─ Bom dia familia. ─ cumprimentei me sentando.

─ Chuva e Rose de bom-humor? Só pode ser o inicio do Apocalipse. ─ disse Hugo, sem se desconcentrar do seu jornal.

─ Bom dia filha. ─ responderam meus pais.

─ Posso saber o motivo de tanta felicidade? ─ perguntou minha mãe, depositando uma enorme bandeja de torradas na mesa.

─ Vocês não vão acreditar. ─ falei com os olhos brilhando.

─ Fala de uma vez. ─ resmungou Hugo.

─ Eu vou me casar.

A noticia teve efeitos que eu não imaginava, realmente.

Hugo, que estava com a chicara de café a caminho dos labios, derrubou no colo, e começou a gritar, minha mãe, desesperada, pegou uma jarra de agua e jogou nele, enquanto meu pai engasgava com a bolacha com manteiga de amendoim.

Fiquei atonita, esperando o show terminar.

─ N-nossa filha, mas que noticia mais... hum... Inesperada. ─ falou minha mãe, limpando o chão aonde havia derrubado agua.

─ Achei que vocês iriam gostar... ─ falei, desapontada.

─ E nós gostamos filha, Mason é um otimo garoto, já é da familia. Mas é que, bem, vocês nos pegou de surpresa. ─ falou meu pai, gentilmente.

─ É filha, nós estamos muito felizes. Parabéns. ─ disse minha mãe, vindo até mim e colocando as mãos sobre meus ombros.

─ Ai gente, obrigada.

─ E o que a Dominique achou disso? ─ perguntou Hugo, reprimindo uma risada.

─ Surtou. Mas eu não poderia esperar outra coisa. ─ falei sorrindo.

─ Ela vai sobreviver. ─ falou meu pai.

─ Claro que vai... ─ respondi.

xx-xx

Passei o dia no Hospital Universitario local, o plantão foi extremamente tranquilo, e na maioria do tempo, eu fiquei trocando mensagens de texto com Mason.

Até que meu celular vibrou, peguei no bolso do jaleco, e me surpreendi ao ver que era uma mensagem de Lily.

A mensagem dizia: “Rosie, preciso falar com você, pode me encontrar hoje, depois do seu plantão, no Nando’s?”

Respondi: “Claro que sim, estarei lá.”

Fiquei pensativa, o que Lily queria comigo que não podia falar por telefone?

Assim que o plantão acabou, eu fui de apé até o Nando’s, que era perto do hospital, o vento estava frio, mas havia parado de chover, enquanto eu caminhava pelas ruas de Londres, passei em frente a um bar, alguns homens mexeram comigo, porém não dei importancia, puxei o sobretudo para mais junto do corpo e continuei andando.

Entrei no restaurante, e o sininho da porta tocou. Lá dentro estava quente e aconchegante, varri o lugar com os olhos, e vi minha prima sentada em uma mesa nos fundos. Andei até lá e me sentei.

─ Você me deixou nervosa Lily, o que tem de tão urgente para me dizer? ─ perguntei apreensiva.

─ Eu e Domi tivemos uma ideia, Rose. ─ falou ela, sorrindo sacanamente.

─ Que ideia? ─ as ideias de Lily já era assustadores, misturadas com as ideias de Domi então, coisa boa não deveria ser.

─ Você irá ter uma despedida de solteiro. ─ disse ela calmamente, como se comentasse sobre o tempo.

─ Uma despedida de solteiro? ─ eu quase gritei.

─ Isso mesmo Rosie, você precisa de uma festa das boas, com muitos homens lindos e... ─ começou ela, porem eu a interrompi.

─ Eu já entendi, Lily.

─ Então, a festa será na casa da Domi, um pouco antes do seu casamento.

─ Quem falou que eu vou nessa festa, Lily Luna? ─ perguntei, arqueando uma sobrancelha.

─ Ah, você vai sim, nem que eu tenha que te drogar. ─ falou ela sorrindo.

E agora, só consigo pensar em uma coisa: Tomara que isso não estrague meus planos.