A noite tranquila e impiedosa parecia um presságio para o que viria acontecer em seguida. Poucas estrelas podiam ser avistadas no céu escuro de Nova Iorque, mas o clima dentro do hospital era o que realmente importava. Tudo estava ameno até um grito cortante de uma mulher em agonia chegar aos ouvidos dos outros pacientes deixando-os em desespero. Aquilo era comum ali, afinal, era a área da maternidade, porém isso não significava que as pessoas de bom coração não podiam senti-lo apertar. 

Os gritos estavam no lugar certo. Mas o desejo pela vida se sobressaia a eles. Ali, uma mulher de ralos cabelos negros chorava enquanto apertava com todas as forças os longos dedos de seu marido. Edward por sua vez observava tudo horrorizado. A quantidade de sangue que descia pelas pernas de sua esposa enquanto os médicos vaziam de tudo para estancar o sangue era gigantesca. Sua pequena menina ainda estava dentro de Belle, aquilo apenas servia para deixá-lo mais desesperado.  

Um dos médicos, o com aparência mais velha, pegou um pequeno bisturi enquanto traçava um vasto caminho até o útero da mulher, o outro braço de Belle estava ligado a um grande "tubo" com o soro que estava encarregado de mantê-la hidratada. A cada corte, um grunhindo maior escapava pelos lábios da jovem mãe. Infelizmente, ela era uma das poucas mulheres que não sentiam os efeitos da anestesia, portanto, ela estava consciente durante todo o processo. 

- Já estamos quase lá Belle, aguente só mais um pouquinho. - Edward sussurrou próximo ao ouvido da amada, mas tinha a certeza que a situação ali estava complicada.

O rapaz lançou um olhar suplicante a uma das enfermeiras, aquele olhar era uma espécie de: "Salve a vida de minha mulher, faça apenas isso.", logo depois um choro baixo invadiu o local e suspiros aliviados saíram entrecortados pelos lábios de Belle. Sua filha estava ali, ao seu lado.

- Posso pegá-la? - a voz de Belle saiu em um sussurro que ficou parairando no ar.

Edward lançou um olhar para o médico praticamente implorando para que ele autorizasse. 

Com um cuidado excessivo uma das enfermeiras presentes no parto carregou a criança até o colo da mulher, voltando a pôs-se ao lado do médico enquanto observava os procedimentos, logo Edward deixou de lado essa parte de sua mente e apenas focou sua atenção na menininha no colo de sua mulher, sua pequena filha, sua primeira de muitas com o amor de sua vida. 

- Isabella. - sussurrou fechando os olhos e caindo em um sono profundo, um sono do qual nunca acordaria. 

- Os batimentos dela estão cessando. - sussurrou a enfermeira desesperada enquanto corria ao lado da mulher para tirar a pequena criança de seu colo. - Senhor, você precisa sair. - murmurou para Edward empurrando-o para o lado. 

- O que está acontecendo? - perguntou em  desespero. - Para onde vão levá-la? - completou ao ver sua pequena sendo levada para longe.

- O eletrochoque. Rápido. - gritou o médico.

O corre corre dentro da sala de parto ficava cada vez maior e mais angustiante. 

- Senhor, tem que sair daqui. - a enfermeira tornou a repetir, mas já era tarde demais.

- Isabelle Cullen, 13 de setembro de 1993. Hora da morte: 10:38:59 P.M.