Deep in the Meadow escrita por Pennyweather


Capítulo 5
Sempre minha


Notas iniciais do capítulo

Oá tributos!! Sentiram minha falta? É claaaro que sim kkkk zuera
Esse capítulo ficou compridao, aproveitem porque nao é sempre que vou poder postar um capitulo grandao desse jeito,kkkk
Capítulo inteiramente dedicado a minha linda Gina Weasley Potter. LoveU *-*
Aproveitem e boa leitura! Nos vemos lá embaixo.



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POV. Gale

–LARGA ELA AGORA, STANFORD!

– Olha só galera, o caçador veio tentar me impedir!

Blake fala com sarcasmo e seus amigos começam a rir. Deixe que ele se ache páreo para mim. Sou muito mais forte e alto que ele. Vou encher esse desgraçado de porrada.

–Eu não estou pedindo, Stanford. Eu estou mandando.

Madge tenta se soltar dele, sem sucesso. Ela parece tão... Inofensiva em seus braços. Minha raiva começa a aumentar. Ver Madge assim, encolhida e com o medo estampado em sua face me tira do sério.

–Escuta aqui, caçador. Não sei por que de uns dias pra cá você tem se importado com Madge, você nunca foi próximo dela. Ao passo que eu, bem, eu sempre a desejei mais que todas nessa porra desse colégio. Não sei por que justo agora, você foi se importar. Tudo bem, se fosse a ″garota em chamas″ nos meus braços, e não a nossa querida Mad, eu te entenderia. Afinal, todo mundo aqui sabe que você tem, ou pelo menos tinha, um fraco por Katniss. Mas não é a Katniss aqui, é a Madge. Você não pode tentar tirar de mim o que é meu.

Esse comentário dele me enche de raiva. Como ele me fala uma coisa dessas? Eu gosto de Madge. E admito, eu tinha sim, um fraco por Katniss, acho que foi porque ela era diferente de todas as garotas que eu já tinha conhecido. Mas acho que não era o tipo de amor que eu imaginava. Como eu já disse antes, é fácil confundir sentimentos. Eu amo Katniss como amo meus irmãos.

Mas agora eu sei exatamente o que sinto por Madge. Sei depois de ter percebido que ela conseguiu me salvar da tristeza quando ninguém jamais teria me salvado. Eu não merecia, mas ela o fez mesmo assim.

E agora eu percebo que amo Madge Undersee. Mesmo que eu não possa estar junto dela. Mesmo que ela jamais saiba disso. Porque quando estou com Madge, o tempo parece parar. Quando estou com ela, uma atmosfera aconchegante me envolve. O sorriso radiante dela, o modo como seus cabelos loiros caem sobre seus ombros, o modo como ela me olha, o modo como ela encara a vida como algo a se descobrir, é isso que me faz amá-la tanto.

–Stanford, você sabe que Madge não é sua. Está longe de ser. Você não pode simplesmente prendê-la em seus braços e fazer com ela o que bem entender. Não pode e não vai. Mas se você não soltá-la agora mesmo e for embora, a gente vai ter que decidir isso na porrada.

Ele franze os cenhos e solta Madge bruscamente. Ela me olha preocupada e percebo que um grupo de alunos se formou ao redor de nós para assistir a briga.

Mas pela cara de Blake, está claro que ele não vai embora. Ele aceitou o desafio.

–Eu já disse Blake. Deixe Madge em paz e vá embora. Mas se quiser brigar, não vou me importar em dar um belo de um soco nesse seu delicado rostinho.

Antes que eu perceba, ele avança pra cima de mim e me dá um soco no estômago. Minha visão fica um pouco turva, mas depois volta ao normal. É uma dor absurda. Mas não vou recuar, porque também sou bom de briga.

Dou um soco bem no meio de seu rosto e vejo que o nariz do desgraçado está começando a sangrar. Olho para os lados. Madge está apavorada.

Blake não se dá por vencido e me atinge com força bem na região de minha boca. A direita dele é bem forte, mas não mais do que a minha. Sinto o gosto metálico de meu próprio sangue encher minha boca. Devolvo com a mesma força outro soco em sua barriga e o chuto logo em seguida.

Ele cambaleia um pouco, mas volta a atacar. O empurro com força e volto a surrá-lo com mais força que antes. Ele me empurra de volta, me fazendo cair no chão e bater a mão em uma pedra pontuda. Sinto o sangue começar a surgir de minha mão e me levanto. Chuto-o, fazendo-o cair sobre o asfalto e, como resultado, seu braço começa a sangrar também.

–PAREM COM ISSO!

É a voz de Madge. Ela vem ao meu lado e começa a falar, chorando.

–Pára Gale. Por favor. Você está todo machucado. Vamos embora.

–Não Madge. Esse desgraçado não vai mais chegar perto de você. Eu não vou deixar.

A multidão que se formou ao redor de nós começa a fazer um burburinho. Está todo mundo esperando pra ver o que vai acontecer.

–Ah, que romântico, caçador- fala Blake, com deboche, cuspindo sangue- Estou até emocionado.

A platéia começa a rir.

–Blake, não se cansou de tomar porrada, é? Está a fim de outro soco no estômago?

–Ah, não, caçador. Eu estou a fim de uma explicação para esse seu repentino interesse em Madge. O que aconteceu com o Hawthorne que eu conhecia? O frio e sem sentimentos Hawthorne? O ameaçador Hawthorne? Por acaso Madge te lançou algum feitiço? Ela te seduziu tanto a ponto de você mudar, ou você é que está virando gay?

Antes que eu possa pensar duas vezes, me lanço sobre ele e o encho de socos, um após do outro, a raiva me estimulando a continuar. Ele se referir a Madge assim me deixa louco.

–NUNCA. MAIS. FALE. ASSIM. COMIGO- Cada palavra é interrompida por murros em seu rosto- ESTÁ ME ENTENDENDO?

Quando acho que já o soquei por tempo suficiente, dou um passo para trás e me permito analisar Blake. Ele está com um roxo no olho, seu nariz não pára de sangrar e seu braço está com um corte por causa da queda. Dou um meio sorriso, mesmo sabendo que me encontro na mesma situação que ele, porque minha boca não pára de se encher de sangue.

–Acho que já te dei a lição merecida, Stanford. Não se atreva a encostar em Madge de novo.

Dizendo isso, empurro a multidão para poder passar correndo, mesmo que esteja com dor em todos os pontos de meu corpo, deixando para trás um Blake confuso e uma Madge apavorada.

POV. Madge

Saio correndo e tento alcançar Gale, que já está longe. Quando estou quase o alcançando, chamo:

–Gale! Me espera!

Ele se vira e então analiso seu rosto atentamente.

Um filete de sangue escorre pelo canto de sua boca, um de seus olhos está roxo e inchado, sua camiseta está com um rasgo, seu nariz está vermelho e em sua mão há um corte largo. Sinto uma pontada de dor em meu peito, que se transforma em uma dor descomunal. Como pude deixá-lo se machucar por mim?

–O que você quer?

O baque da resposta me atinge em cheio. Antes que ele possa protestar, corro em sua direção e o abraço, enterrando meu rosto em seu peito musculoso, e começo a chorar.

No início, ele parece um pouco relutante, mas depois cede, apoiando sua cabeça sobre a minha e me envolvendo com seus braços fortes.

–Gale, obrigada. Por me defender. Eu... eu sei que você não quer mais me ver- minha frase é cortada por um soluço- mas me deixa cuidar de você. É... é o mínimo- soluço de novo- que posso fazer. Por favor, Gale, me deixa... me deixa cuidar de você como você cuidou de mim.

Ele não responde por um tempo, está tão perdido no abraço quanto eu. Seus braços envolvem minha cintura com firmeza, me passando uma segurança que nunca senti. E então ele responde, com a voz rouca:

–Cuide de mim, então.

O alívio se espalha por meu corpo. Vamos andando em silêncio até a casa de Gale e, ao chegarmos lá, percebo que a casa está vazia. A mãe de Gale deve estar lavando roupa em outra casa e os irmãozinhos devem estar na escola, ainda.

Gale senta na cadeira da cozinha e me encara por um tempo.

–Escuta Gale. Você me disse que queria se afastar de mim porque estava me colocando em perigo, mas agora acho que é o contrário. Você se feriu todo por mim. Não vou te deixar nesse estado. Prometo que quando eu terminar eu vou embora, já que eu sei que você não me quer por perto.

Ele me analisa por alguns segundos.

–Está bem.

–Você tem algum remédio pra dor aqui?

–Tem um resto ali na gaveta- ele me indica com a cabeça.

Pego a embalagem e percebo que só tem um restinho do remédio. Leio a bula. É um remédio bem forte. Fico surpresa ao ver o logotipo estampado no remédio, é um daqueles da Capital. A mãe de Gale deve ter pagado muito por isso.

Aqui está escrito que desorienta a mente por algumas horas, ou seja, dopa a pessoa que tomar o remédio, mas parece que o resultado é eficaz contra a dor.

–Escuta Gale. O gosto deve ser ruim pra caramba. Mas você vai ter que tomar ok?

–Ok.

Dou o remédio pra ele, que o engole de uma só vez. Gale faz uma careta.

–Sei que é ruim, mas o resultado vai ser bom, prometo.

Começo a mecher nas gavetas e encontro um pouco de álcool, algodão, esparadrapos e um pano rasgado. Vai ter que ser isso mesmo. Eu preciso esterilizar os ferimentos de Gale, então acho que um bom algodão com álcool e um pano umedecido irão me servir muito bem. Além disso, um esparadrapo vai ser ótimo para sua mão, que está cortada.

Lentamente, vou me aproximando de Gale e digo:

–Agora eu não quero que você se mecha, está bem? Vai doer um pouco.

Ele me olha um pouco zonzo. Acho que o remédio já está começando a fazer efeito.

–Tudo bem, Mad.

Fazia dias que ele não me chamava assim.

Seguro sua mão ferida, que não pára de jorrar sangue, e rasgo o pano ao meio. Pego uma das metades, molho com água e pressiono sobre seu corte, com a intençao de limpá-lo e estancar o sangue. Ele dá um grito de dor.

–Relaxa ok? Vai passar.

Pego o esparadrapo, umedeço com um pouco de água e com ele envolvo sua mão. Depois faço o mesmo com um esparadrapo seco, dando voltas ao redor do ferimento. Quando acho que já é o suficiente, me levanto e analiso seu rosto.

Pego o algodão e o molho com um pouco de álcool. Lenta e cuidadosamente, vou passando o algodão em seu roxo na face e em seu nariz. Ele geme um pouco, de dor. Me sinto um pouco nervosa, mas não paro.

–Calma Gale. Você confia em mim?

Ele me olha por alguns segundos e então, um pouco desorientado, diz:

–Como eu poderia não confiar?

Dou um meio sorriso e volto a passar o algodão. Molho o pano com água e passo em sua boca, que há pouco tempo parou de sangrar. Seu rosto começa a ficar bem mais limpo.

E então me lembro que ele deve estar com um roxo em sua barriga, vi Blake enfiar com toda a força possível seu punho no estômago de Gale. Fico um pouco sem graça ao perceber que terei de tirar sua camisa.

–Gale.

–Sim?

–Pode tirar sua camisa para eu poder passar o pano no seu roxo na barriga?

Ele assente com a cabeça e faz o que peço.

Quase perco o fôlego com a visão à minha frente. Gale é lindo, em todos os sentidos. Além do belo rosto, escondia por trás da camisa uma bela barriga definida. Mas tento não demonstrar minha surpresa.

Agacho para poder passar o pano com mais cuidado. Um pouco receosa, pego o pano úmido e começo a passar sobre seu roxo, em movimentos circulares. Faço o mesmo com o algodão com álcool. Durante todo o processo, Gale fica apenas me observando, me deixando um pouco sem graça.

–Obrigado, Madge- diz ele, com a voz baixa e rouca.

Ergo a cabeça.

–Pare com isso. Eu é que devia te agradecer- falo, continuando a passar o algodão em seu roxo- Você me protegeu. Não estou fazendo mais do que minha obrigação.

Ele me encara com seus lindos olhos cinza, sem responder. Quando termino de passar o algodão em sua barriga, ele coloca a camisa.

– Estou com sono- diz ele, com a voz embargada. Agora ele está definitivamente desorientado e não está falando coisa com coisa por efeito do remédio.

Levo Gale para seu quarto e ele deita em sua cama. Como se ele fosse uma criança, cubro-o até os ombros e quando estou indo embora, Gale diz:

–Mad?

–Sim?

–Fica um pouco comigo?

A pergunta dele me surpreende um pouco. E então me lembro que ele só está agindo feito uma criança porque está dopado. Mas não resisto ao seu pedido, ao ver o rosto inocente dele.

Sento ao lado dele na cama. Ele me olha por um tempo.

Passo a mão em seus cabelos macios. Ele meche um pouco a cabeça, como se pedisse por mais. Começo a fazer mais carinho. Posso ver que ele está com sono, mas se recusa a dormir para poder continuar a sentir meu toque. E então, começo a cantar uma canção antiga do distrito 12, sem parar de passar a mão em seus cabelos, lentamente.

Bem no fundo da Campina, embaixo do salgueiro

Um leito de grama, um macio e verde travesseiro

Deite a cabeça e feche esses olhos cansados

E quando se abrirem, o sol já estará alto nos prados.

Aqui é seguro, aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo perigo

Aqui seus sonhos são doces e amanhã eles serão lei

Aqui é o local onde sempre te amarei


Eu não iria mais continuar, mas Gale apenas continua me olhando, pedindo com o olhar que eu continue. Dou um suspiro e volto a cantar.

Bem no fundo das campinas, bem distante

Num maço de folhas, brilha o luar aconchegante

Esqueça suas tristezas e aquele problema estafante

Porque quando amanhecer de novo ele não será mais tão pujante


Os olhos de Gale começam a se fechar.


Aqui é seguro, aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo


Gale cede e fecha os olhos, apoiando sua cabeça em minha coxa.


Aqui seus sonhos são doces e amanhã serão lei

Aqui é o lugar onde sempre te amarei.


Ao terminar a última estrofe percebo que Gale já dormiu. Quando ele dorme, posso ver seu real rosto. Sem o rosto tensionado, ele fica ainda mais bonito. Tiro sua cabeça cuidadosamente de minha coxa, apoiando sua cabeça no travesseiro. Me abaixo e beijo sua bochecha.

E então, saio do quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!
Acabei com a vida do Blake MUAHAHAHAHA -risada do mal
Até outro cap!
Gente, antes de eu ir, quero deixar aqui uma recomendaçao de leitura. O nome da história é Recalling the Love, da minha amiga Gina Weasley Potter, que eu mencionei lá em cima. A história é super legal, me envolveu totamente, é bacana para tributos que querem saber mais detalhes sobre o que aconteceu na vida de Katniss e Peeta depois da revoluçao. Eu super recomendo, garanto que voces vao gostar.
Beijos!!!
PS> REVIEWS!!