Beautiful Soul escrita por Maitê Guimarães
Ju e Lia mal se falavam depois da briga, a conversa mais longa das duas foi um "Oi, eu tenho que pegar meu caderno de biologia que ficou com você, obrigada, tchau." O dia do acampamento havia chegado, e todos esperavam ansiosos na frente do ônibus, Lia esperava Gil, mais ansiosa que todos ali. Nem Juliana aparecia, Dinho parecia esperá-la também, Lia cogitou a ídeia de ir na casa de Ju ajudá-la com tudo, afinal, por mais que tivessem briguinhas bobas elas eram melhores amigas desde pequenas, mas não, preferiu deixar o orgulho falar mais alto. Quando viu Marcela vindo em direção ao ônibus com o Gil do lado, Lia deu um sorriso largo, que logo se desfez quando viu Juliana vindo em direção ao ônibus com uma super mala, de viagem. Todos começaram a zoar a amiga de Lia, que jogou o objeto gigante ao chão e disse que não iria mais no acampamento. Lia chegou perto de Jú, e suspirou, puxando-a para o lado e começando a falar.
— Porque você trouxe essa mala enorme, Juliana? - Lia indagou baixinho.
— Porque eu não sabia o que trazer, cara, eu não aguento mais! Eu não aguento fingir pro Dinho que sou uma pessoa que gosta de aventura, não aguento o Bruno pegando no meu pé, não aguento ter que abrir o computador e ter que ir pesquisar na internet tutoriais de como ser uma aventureira, não aguento, principalmente, ficar longe da minha melhor amiga por coisas tolas...
— Jú, eu sei que errei com você, mas você pegou feio na bola comigo... - Lia suspirou, triste. Mathias nem se importou com as duas que conversavam afastadas do ônibus, pois estava fazendo a chamada, sorte delas.
— Desculpa, tá? Eu prometo me dedicar a nunca mais quebrar promessas, e também a não falar mais do que devo.. - Jú, sorriu, abraçando Lia.
— Ok. Agora foca na sua super mega hiper mala e num jeito de colocá-la dentro do ônibus. - Lia riu, separando o abraço.
— Não vou ir. - Juliana disse, convicta.
— Claro que vai. Olha, você sabe, nunca fui com a cara do mala do Dinho, mas se você tá feliz com ele, eu te ajudo à se comportar como uma devida "aventureira". - Lia disse, Ju deu um gritinho de animação e abraçou à amiga novamente, logo disse baixinho "O que seria de mim sem você?".
Depois de várias piadinhas sobre a mala da Jú, Mathias conseguiu colocá-la no porta-malas do ônibus. Todos já estavam sentados nos seus lugares, devidamente. Lia sentou-se com Gil no fundo, Ju como boa amiga novamente ofereceu companhia a amiga que recusou educadamente, sabia como Ju estava empenhada no namoro com Dinho e depois de um tempo e do pedido de desculpas ela entendia o que Juliana sentia, afinal, estava apaixonada por Dinho à tempos, nada mais justo que deixá-la ser feliz, não? Pois é, mas algo ainda martelava dentro da cabeça de Lia, talvez um sentimento esquecido lá no fundo do pequeno baú, denomeado coração.
— Eu tô com medo. - Gil confessou, Lia sorriu sem jeito, voltando à atenção as pessoas ao seu redor.
— Eu tô aqui com você. - Ela transmitiu segurança ao garoto, que sorriu de uma maneira que fez o mundo da roqueira parar por alguns segundos.
— E você não tem noção do quanto eu fico feliz por isso. - Ele murmurou, Lia mal escutou.
— Ahn?
— Nada não. - Ele sorriu e ela deu ombros, sorrindo de volta. "Tudo a minha volta está andando perfeitamente, o que vai acontecer pra estragar?" Lia perguntou à sí mesma rindo mentalmente, logo deixou os pensamentos tomarem conta de si e adormeceu, encostada no ombro de Gil que sorriu, e aconchegou a cabeça da menina para ficar mais confortável.
(...)
Lia acordou com o barulho da galera do ônibus descendo do mesmo, ela olhou Gil e perguntou se já haviam chegado, ele assentiu. Quando estavam prontos pra descer do ônibus, Fatinha caiu deixando à mostra metade da bunda pois estava de saia, uma cena um tanto vulgar. A garota reclamou de dor, Lia revirou os olhos pulando do ônibus e caindo ao lado de Maria de Fátima, que estava sendo levantada por Dinho, Ju assistia a cena furiosa. Lia chegou perto da amiga.
— Primeira dica: maneirar o ciúme. - Lia disse, cruzando os braços e rindo. Ju suspirou, e logo riu para diminuir o clima chato. Fatinha era muito... como expressar a palavra 'puta' de um modo não-vulgar? Ok, digamos... Facinha, definitivamente.
— CARAMBA! Aquele é o professor? Gente, morri. - Fatinha disse, olhando o cara que saia do mar com uma prancha, ele era realmente muito lindo. A garota puxou a blusa pra baixo e arrumou, deixando a alça de sua lingerie rosa à mostra.
— Cara, que sonho seria se a parte do "Gente, morri" fosse verdade! - Lia falou alto, todos riram, e Fatinha revirou os olhos ainda fitando o professor.
— Tá na hora de montar o acampamento, esse lugar vai ser a casa de vocês por uma semana. - Robson disse, animado, batendo palmas.
— Não me sinto em casa, never. - Ju retrucou.
— Segunda dica: Finja que ama a natureza. - Lia disse, piscando o olho, divertida. Logo a garota saiu de perto e se jogou na areia, fitando o céu que estava claro e sem nenhuma nuvem. Dinho fez o mesmo, mas em outro canto da praia, era incrível o fato dos terem os mesmos gostos, as mesmas manias.
— E aí, galera! Sou Cézar, o biólogo de vocês por uma semana, sejam bem-vindos e espero que saibam que aqui tudo se baseia em: "NADA DE MOLEZA" bora, temos um acampamento pra montar! - O Professor disse, sorrindente. Todos suspiraram, cansados. Fatinha ficou toda animada. Logo começaram a montar as barracas perto das árvores.
— Me passa a cantoneira, Jú! - Lia pediu, segurando alguns ferros.
— Que torneira?
— Neurônios mandaram beijos. - Lia riu, irônica e a amiga revirou os olhos, tapeando o ar por causa dos mosquitos que voavam ali.
— Quer ajuda? - Gil chegou perto de Lia, que negou, orgulhosa. Ela voltou à tentar montar a barraca e quando conseguiu, o negócio caiu sozinho no chão.
— Ahhhhhhhhhhhhhhh! Merda! - Esbravejou Lia, colocando as mãos na cintura e bufando.
— Ainda estou aqui pra ajudar. - Gil cantarolou, rindo.
— Nem sob tortura, eu não sou uma patricinha metida que tem medo de quebrar a unha, só devo ter esquecido como montar. - Ela retrucou, novamente tentando montar a barraca, dessa vez numa tentativa sucedida. Todos aplaudiram inclusive Cézar, que chegou perto da aluna.
— Uau! Parabéns, vejo que temos uma profissional aqui. - Ele sorriu, Lia agradeceu sorrindo de volta. Todas as barracas já estavam montadas, enfim então o professor mandou os alunos irem para a praia, todos assim fizeram.
— Depois de tanto trabalho nada mais justo que... MAR!!!!!! - Cézar gritou a última palavra e todos gritaram junto, correndo pra água. Lia não foi, preferiu ficar assistindo ao lado de Morgana. - Não admito alunas não me obedecendo, eu mandei irem se divertir. - Ele disse para Morg e Lia. Morgana foi em direção à água, mas Lia continuou parada.
— Eu não posso ir, eu não sei na...
— Não adianta dar desculpas! - Ele disse, divertido. Lia suspirou. - Ou prefere que eu chame os seus colegas para de levar à força? GALERA, QUEM ME AJUDA?
— NÃO! NÃO! - Lia gritou, todos riram e pararam os passos. A menina começou à tirar a blusa, deixando os garotos de queixo caído.
— Que corpão, caramba! - Pilha exclamou.
— Caraca, Lia! Será que tenho chance com você? - Fera disse, admirando o corpo da menina.
— Se eles continuarem eu não entro, Cézar. - Lia apontou para os meninos.
— Não seja fresquinha, estão te elogiando, porque você é gostosa. - Orelha provocou, e Lia bufou. A garota seguiu até a água sob olhares maliciosos, e quando chegou no mar, entrou sem escândalos como todas as garotas estavam fazendo.
"Como se a água fosse esquentar pra elas. Frescura." Pensou a menina, revirando os olhos e deixando o corpo acostumar com a temperatura.Já haviam passado alguns minutos, todos brincavam, pulavam, riam na água, inclusive Ju que estava brincando e conversando com Rafael, sua dupla da aula. Só Dinho estava sentado na areia com Orelha, o que era estranho. Lia deu se descuidou entre pensamentos e deixou a correnteza das ondas à levar para o fundo, com sua altura pequena a menina não conseguiu dar pé, no momento de desespero ela não tinha noção de nada, e havia tentado avisar o professor que não sabia nadar, era um dos seus pontos fracos desde pequena, o medo de se afogar. Lia começou a gritar, mas mal podiam ouvir, o mar havia levado-a para o fundo mesmo. Quando a garota estava quase desmaiando Dinho notou a cena, um tanto estranha e foi depressa salvá-la sem pensar duas vezes. Todos notaram que havia algo estranho. Dinho trazia Lia no seu colo, desacordada, todos fizeram uma volta no meio deles, preocupados. Dinho tentou acordá-la enquanto Cézar e Robson não vinham do local do acampamento, mas podia ser tarde. Dinho então não pensou duas vezes, grudou seus lábios nos de Lia, sem se preocupar com mais nada e nem com os olhares, ele fez respiração boca-a-boca na menina até fazê-la acordar novamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Desculpem qualquer erro, juro que revisei bastante. Tô tão empolgada pra postar hoje, acho que vou fazer o 5 e vou postar! Brinks. Hihihi (imaginem o nilo rindo assim, oi q)
Espero que tenham gostado, até a próxima!! Se me der na telha eu posto o próximo capítulo até hoje, porque tô muito felizzzz. ♥