Dinho acordou com o desespertador tocando demasiadamente, o garoto resmungou alguma coisa mas logo levantou e foi se arrumar, depois de tomar um banho e se vestir pra escola ele foi até a cozinha e comeu alguma coisa rápido sem ao menos conversar muito com Alice. O garoto saiu praticamente correndo para a escola, assim que chegou no Quadrante ele avistou a namorada chegando, Dinho não hesistou em ir ao encontro da mesma.

— Marrentinha... - Ele saudou, puxando-a para um beijo apaixonado, os dois ficaram se beijando até Ju aparecer e ficar fitando com uma cara nada boa. Lia notou e se separou do namorado.

— Bom dia, Ju. - Lia falou, simpática. Ju sorriu irônica e saiu batendo pé logo Gil veio e fez o mesmo, mas ao contrário da it-girl ele deu bom dia, Lia e Dinho riram da atitude dos dois mas logo voltaram a se beijar até que o sinal tocou e eles foram pra sala de aula. A aula era com Isabela e já tinha começado a um tempo, mas Fatinha não tinha chegado.

— Dinho, cê viu que a Fatinha não veio hoje? - Lia comentou baixinho para o namorado, ele buscou Fatinha com o olhar pela sala mas não encontrou.

— Hum, verdade.. Ela não costuma faltar, o que será que aconteceu? - Dinho perguntou, meio curioso, Lia deu ombros e eles voltaram a atenção na professora que lia um poema na ali na frente. 

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Enquanto isso Fatinha caminhava em direção ao hospital, ela estava usando uma roupa nem tão comportada e nem tão periguete já que ia visitar o pai no hospital, assim que chegou no local a loira entrou e informou que era filha do paciente, os médicos não estavam deixando-a visitá-lo.

— Filha? - A mãe da garota chamou, Fatinha olhou no mesmo segundo e sorriu sem jeito. - Não sabia que você viria..

— Ele é meu pai. - Fatinha disse meio envergonhada, a mãe da menina pediu pros médicos liberarem a visita e eles acabaram deixando. A garota caminhou até o quarto tentando juntar o máximo de coragem que tinha, assim que chegou no local ela entrou meio sorrateira e viu o pai desacordado na cama. Fatinha sentiu um aperto no coração e suspirou, ela se aproximou cama e segurou a mão do seu pai. - Pai, me desculpa por tudo que eu fiz... Eu sei que não sou a melhor filha do mundo... - As lágrimas agora eram involuntárias, Fatinha estava se segurando para não sair correndo dali. 

                                   Hey pai olhe para mim;

                       Pense de novo e converse comigo

                         Eu cresci de acordo com o plano?

 E você acha que eu estou perdendo meu tempo fazendo coisas que eu quero fazer?

                           Mas dói quando você desaprova tudo...

— Acho que mesmo que você não esteja me escutando eu devo te pedir desculpas... Eu sei que errei com o senhor e, bom, na verdade tudo que eu fiz foi na tentativa de ser uma boa filha pra vocês... 

          E agora eu dou duro para torná-lo, eu só quero te deixar orgulhoso

                      Eu nunca vou ser bom o suficiente para você

                              Eu não posso fingir que eu estou bem

                                   E você não pode me mudar

                    Porque nós perdemos tudo.. Nada dura para sempre

                               Sinto muito eu não posso ser perfeito

                                   Agora é tarde demais

                                  E nós não podemos voltar atrás

                                                Sinto muito

                                   Eu não posso ser perfeito.

Fatinha limpou as lágrimas e voltou a segurar a mão do pai que apertou a delicada mão da garota que ficou surpresa com a atitude, ela sorriu emocionada. A garota sentiu mais uma vez o pai mexer a mão com certa dificuldade e suspirou, ele abriu os olhos lentamente se acostumando com a luz do quarto, assim que fitou a filha ele sorriu sem mostrar os dentes, meio sem jeito.

                Eu tento não pensar sobre a dor que eu sinto por dentro

                      Você sabia que costumava ser meu herói?

                       Todos os dias que você passou comigo

                                  Agora parecem tão distantes

                         E parece que você não se importa mais.

(...)

Lia saiu da escola meio apressada e foi direto ao hostel acompanhada do namorado, a garota entrou e viu Fatinha falando com alguns estrangeiros.

— Uau, ela tá viva. - Zombou Dinho, Fatinha logo veio ao encontro dos amigos meio animada.

— Porque você faltou na aula? - Lia abordou, meio curiosa.

— Eu fui visitar meu pai!! - Ela contou, Lia sorriu animada. - Ahn.. Ele ainda não tá falando, mas ele melhorou e sei lá, parece que eu ajudei um pouco.

— Poxa, que legal... - Lia disse sincera, Dinho fez uma cara confusa. Lia e Dinho ficaram só mais um tempo com a amiga e logo foram pra casa da roqueira, assim que chegaram no local Raquel estava falando no telefone mas desligou dando uma desculpa qualquer para a pessoa do outro lado da linha.

— Cadê todo mundo? - Lia perguntou, Dinho cumprimentou a sogra simpático e ela fez o mesmo.

— Seu pai está no trabalho, Tatá foi para a escola com a sua avó. - Explicou Raquel guardando algumas folhas que tinha em cima da mesa, ela estava meio apreensiva.

— Tá tudo bem? - Lia perguntou curiosa, Raquel assentiu. 

— Não vai me apresentar o seu amigo? - A mãe da menina perguntou.

— Ele é meu namorado. - Lia consertou, meio sem jeito.

— Hum... Eu não sabia que você já namorava, minha filha. 

— Você não sabe metade da minha vida na verdade, né? - Provocou Lia, Dinho sentiu o clima tenso e convidou a namorada para ir até sua casa, Raquel liberou e os dois seguiram até lá. Quando estavam saindo do edifício Gil fitou os dois do outro lado da rua e ficou meio triste, o grafiteiro seguiu pra casa de Ju. 

Lia e Dinho tinham acabado de chegar no apartamento do menino, Alice recebeu os dois simpática mas logo foi buscar o enteado na escola.

— Achei sua mãe bem legal. - Dinho falou passando a mão no rosto da namorada.

— Ela tá aprontando alguma... - Lia disse meio incerta, ela estava com uma insegurança quanto a Raquel.

— O Tico já vai voltar da escola, vamos aproveitar nosso tempo? - Ele sorriu e ela assentiu, os dois começaram a se beijar calorosamente e logo o clima esquentou.

 (...)

Ju e Gil estavam conversando no quarto da it-girl a algum tempo.

— Então.. eles voltaram? - Ela perguntou, meio triste.

—Quem? - O menino indagou curioso, ela suspirou.

— Dinho e Lia.

 — Ahn, Ju esquece eles, porque você não tenta seguir a sua vida? Eu vou fazer isso, eles estão felizes... - Gil explicou, a garota ficou meio emburrada e não respondeu, depois de algum tempo em silêncio ela resolveu falar.

 — Gil... - Chamou a it-girl, meio envergonhada.

— Oi, Ju? 

— Me ensina a grafitar? - Perguntou assustando um pouco o grafiteiro, ele ficou um pouco em choque, seria difícil fazer uma menina delicada grafitar.

— Não é seu estilo...Tem certeza?

 — Tenho. Me ensina?! - Ela perguntou mais uma vez e ele assentiu, um pouco confuso. Morgana e Rafa estavam no Misturama vendo Nando tocar guitarra, eles se divertiam no local, Rosa, a tia de Pilha que agora trabalhava ali também ria do pai da menina junto de Tizinha. Marcela logo chegou com algumas sacolas do supermercado visivelmente cansada.

— Boa tarde... - Cumprimentou a loira, Nando parou de tocar para observá-la.- Pode me ver um suco natural aí? - Pediu educadamente sorrindo, Rosa sorriu e foi providenciar a bebida.

— Muito cansada, loira? - Nando sentou-se ao lado da professora, que revirou os olhos e não respondeu. Ele riu e ignorou. 

— Os trabalhos do Quadrante estão sendo puxados, precisava de uma folga.. - Confessou Marcela. Ju e Gil logo chegaram no local e cumprimentaram todos.

— Ahn.. Eu também acho..Que tal aliviar a tensão? - Morgana sugeriu depois de algum tempo deixando todos confusos, ela explicou. - Uma festa na escola seria uma boa. 

— Adorei!! - Ju falou animada, Marcela sorriu e olhou pra Gil.

— Você iria, meu filho? - Ela indagou, ele olhou pra Ju que sorriu esperançosa e assentiu.

— Feito. Eu converso com Mathias, dividimos os preparativos? - A professora perguntou, Ju logo tratou de dizer que cuidaria da decoração junto de Morgana.