As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 60
Capítulo 60 Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, que saudade! Esse é um capítulo pequeno, mas, era necessário e espero que gostem.
Bjos♥



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Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.

Albert Einstein

– Capítulo Sessenta –

Reconciliação


Depois de tanto tempo, era estranho voltar a morar na França. Liesel imaginara que depois de ser contratada como professora de Hogwarts, só voltaria à França para visitar seu pai, que graças aos céus, já estava melhor de saúde.

Mas como o destino frequentemente está contra ela, sempre aparece coisas, ou no caso, pessoas, para atrapalharem seu recomeço. E o seu recomeço sempre se baseava em uma mesma pessoa. Quando Liesel achava que já havia superado, Blásio voltava a aparecer em sua vida para lembra-la que ela ainda o amava.

Talvez dessa vez sua decepção com Blásio tenha servido para alguma coisa. Agora Liesel sabia quem era a pessoa que Blásio amava e também sabia que finalmente estavam juntos, então quem sabe, agora ela poderia seguir sua vida sem ter esperanças que um dia ficaria com ele. Sim. Agora ela seria forte e esqueceria Blásio Zabine de uma vez por todas... mas, era tão difícil quando tudo em Paris lembra Blásio Zabine.

Liesel estava parada em frente ao mesmo bar furreca que por muitas vezes viera ou seguindo ou acompanhando Blásio. E nessas muitas vezes, ela sempre ouvia as lamentações de um bêbado apaixonado, uma pessoa que ela já havia pensado ser seu, mas, na verdade Liesel sempre enganou a ela mesma, por pensar que um dia Blásio Zabine foi seu.

– Quanto tempo, Liesel! – o barmen disse surpreso quando Liesel entrou no bar.

– Olá! – disse Liesel tentando mostrar um ânimo que não existia – O de sempre, sim?

O barman assentiu e se virou para preparar a bebida. Liesel se sentara em um dos bancos do balcão e tentara não pensar em Blásio, mas, o lugar era tão sugestivo que ela conseguia até ouvir a voz dele reclamando que sua bebida sumira do copo. Ou quando se beijaram pela primeira vez, Blásio havia dito que na frente da torre Eiffel sempre havia um casal apaixonado se beijando em todos os quadros. Essa sempre fora a sua desculpa para ganhar um beijo dela na época. Liesel sorriu com esse pensamento, ao menos as lembranças boas ficaram.

– Achei que só eu frequentasse bares furrecas. – Liesel se virou rapidamente acreditando que suas lembranças eram tão fortes que trouxera Blásio de volta.

O silêncio ao se olharem foi mútuo. Liesel estava muito surpresa por vê-lo ali na sua frente, com aquele mesmo ar cínico e arrogante que muitas odiavam, mas, ela amava. E Blásio parado a poucos metros dela, esperando uma fala que Liesel naquele momento não conseguia ter.

– Paris é um ótimo lugar para luas de mel. – disse Liesel se recompondo – Mas deveria estar com sua mulher agora. Não devia?

– Que mulher? – Blásio perguntou se aproximando do balcão, ele se sentou em um banco ao lado dela, esperando uma resposta.

– Hermione...?

– Está em Londres com sua família e filhos. – Blásio respondeu calmamente.

– Está tirando com a minha cara, Zabine? – Liesel perguntou um tanto irritada se levantando e saindo do bar.

– Pra onde está indo...? – Blásio se apressou em acompanha-la.

– Pra longe de você, Zabine. – ela respondeu – Já me quebrou duas vezes...

– Você não consegue ver nada de diferente, Gardot? – Blásio perguntou.

– O que eu deveria ver? – ela disse gélida.

– Que eu vim atrás de você, Liesel! – ele disse como se fosse óbvio – Eu vim atrás de você porque vi que os dias só eram divertidos com você ao meu lado!

– Eu não posso estar ouvindo isso... – ela disse indignada – Você está querendo o quê? Que eu volte correndo pros seus braços e você me machuque de novo?

– Não foi sempre você que disse que se deixar levar era melhor do que qualquer planejamento, Liz? – Liesel não deu resposta e Blásio se aproximou dela – Deixa eu levar você... Eu não estaria aqui se não tivesse certeza de que é você que eu amo.

Liesel o olhou nos olhos, não acreditando que ouvira mesmo o que Blásio acabara de dizer. Blásio realmente havia deixado Hermione, a pessoa que ele diz que amou durante todos esses anos por ela? Ele realmente estava ali, dizendo que a amava? Não seria mais uma pegadinha do destino? Ou talvez o destino tenha percebido o quando a machucou durante esses anos e permitiu, finalmente, que ela fosse feliz. Liesel se permitiu sorrir.

– Sabe o que é aquilo, Blásio? – ela disse apontando para uma torre.

– A torre Eiffel...?

– O que sempre tem na frente da Torre Eiffel? – ela perguntou com um sorriso.

Blásio também sorriu, e o tão esperado beijo aconteceu.

***

Hermione estava na cozinha preparando o jantar, e se perguntando por onde andava Rony que desde que ela voltara de Hogwarts, não aparecera. Será que Rony havia desistido dela? Será que se interessara por outra pessoa? Hermione se sentiu tão mal, naquele momento, pois, por sua causa talvez Rony não voltasse mais. Se ela tivesse sido mais carinhosa e compreensiva, muito provavelmente, nunca teriam se separado.

– Olha só. – disse Rose com um tom sarcástico. Ela estava na entrada da cozinha e de braços cruzados – Cozinhando de novo. Digo isso, porque, não é uma coisa comum por aqui.

– Eu sempre cozinhei Rose. – disse Hermione muito calmamente.

– Quando? – Rose se fez – Porque eu me lembro de várias vezes, que papai, Hugo e eu tivemos que comer fora ou pedir comida, porque a Sra. Hermione Weasley estava trabalhando até tarde.

– De novo com isso Rose? – Hermione perguntou cansada.

– Claro, mamãe. – disse Rose como se fosse óbvio – Se papai não está aqui foi por algum motivo, não foi? Ah espera! Foi à senhora que decidiu se separar. Primeiro não nos dá carinho e depois expulsa o papai daqui.

– Você está sendo injusta Rose. – disse Hermione aborrecida – Não pode ver apenas um lado...

– O que eu não posso, é conviver com alguém que me fez tanto mal. – disse Rose ríspida.

– Rose, quem é você pra dizer essas coisas? – Hermione perguntou decepcionada – Sendo que você fez tanto mal a Melanie e sem motivo algum.

– Claro, nós tínhamos que entrar no assunto da sua querida afilhada. – disse Rose jogando as mãos para o alto – Ela é a filha que a senhora sempre quis ter não é?

– Melanie é uma garota doce, engraçada, pode até ser um pouco arrogante, mas, de uma coisa eu sei. Ela nunca feriu ninguém por maldade, como você está fazendo comigo. – disse Hermione, as lágrimas e a voz embargada a acompanhavam – Mas, mesmo assim, eu te amo e não te trocaria por milhões de Melanies.

– Quanto drama mamãe. – disse Rose gélida – Acha que eu vou cair nessa conversa? – Agora Rose se aproximara mais de Hermione – Eu vou te dizer uma coisa. Se eu sou assim, essa pessoa má, que fere pessoas, como à senhora mesmo diz. É única e exclusivamente sua culpa.

– Não diz isso, Rose...

– E digo mais! – ela quase gritou – Espero que o papai esteja feliz com qualquer vagabunda por ai!

– Rose!

Rose e Hermione se assustaram quando ouviram a voz de Rony na porta da cozinha. Rony parecia irritado, mais que isso, parecia que naquele momento acabara de ter a maior decepção de sua vida.

– Papai. – disse Rose se apressando em abraçar Rony – Que bom que está aqui... tem sido tão horrível...

– Não adianta tentar me comover com essas lágrimas falsas Rose. – disse Rony sério a afastando – Eu ouvi tudo.

– Não entenda errado, por favor. – pediu Rose – Eu apenas estou revoltada porque a mamãe...

– Em primeiro lugar. – disse Rony – Você não pode falar dessa forma com a sua mãe ou com qualquer outra pessoa. Em segundo lugar. Você não tem que tomar partido do que acontece com a sua mãe e comigo, nós dois erramos e no seu devido tempo, as coisas vão se consertar.

– Eu sei papai...

– E em terceiro lugar. – disse Rony aborrecido – Eu nunca estive tão decepcionado em toda a minha vida.

– Não é pra tanto. – defendeu-se Rose.

– Não é só por isso Rose. – disse Rony indignado – Eu soube o que você fez pra abalar a amizade da Mel e do Josh.

– Foi apenas uma brincadeira. – ela disse indiferente. – E eles já estão bem.

– As pessoas têm sentimentos Rose! – alterou-se Rony e Rose se encolheu – Não seja inconsequente!

– O que eu posso fazer pra me redimir com o senhor? – Rose perguntou inocentemente.

– Nem parece que você ouviu tudo o que eu disse. – disse Rony cansado – Não é comigo que você tem que se redimir.

– Ok. – disse ela irônica – Quer que eu peça desculpas a mamãe?

– Faz o seguinte. – disse Rony respirando fundo – Se você tiver um pouco de dignidade, vai pro seu quarto. Eu não quero mais falar com você hoje.

Rose olhou indignada para Rony e em seguida saiu da cozinha batendo o pé.

– Acho que a mimei demais. – disse Rony para Hermione que ainda o olhava surpresa. – Hermione, me desculpe ter entrado assim...

– Que bom que você está aqui. – disse Hermione se jogando no pescoço de Rony. – Achei que não viria.

– Eu quis terminar o meu tratamento antes de falar com você. – disse Rony afagando os cabelos de Hermione.

– Eu me arrependo tanto...

– Shii. – disse Rony – Não diz nada. Aconteceu o que tinha que acontecer – ele disse segurando o rosto de Hermione com as duas mãos – Agora nós vamos passar por todas as dificuldades juntos.

Hermione assentiu e mesmo em meio às lágrimas, sorriu.

– Eu te amo Mione.

– Eu também te amo Rony.

***

Melanie nunca acreditara que teria esse grau de intimidade com o seu irmão. Depois de ter ouvido tudo o que Andrew lhe confessara, agora se sentia mais próxima dele e odiava mais ainda sua prima Rose.

– Posso entrar Andy? – Melanie perguntou, na entrada do quarto de Andrew.

– Pode – ele respondeu.

Melanie entrou e fechou a porta. Andrew estava deitado de barriga para cima na cama, e parecia um tanto deprimido.

– Anime-se Andy. – disse Melanie com um pequeno sorriso – Já se passaram três dias e nada aconteceu.

– Ainda acho que você devia contar para o Blake. – disse Andrew.

– Eu não quero preocupa-lo. – disse Melanie – Ele vai realizar o sonho dele e não quero atrapalhar isso. Rose até agora não fez nada, eu não acredit...

– Você não conhece a Rose como eu. – disse Andrew se sentando, ele parecia sério – Eu sei o que se passa naquela cabecinha insana.

– Não é pre tanto Andy. – disse Melanie com um sorriso nervoso.

– Acredite Mel. – disse Andy – Agora que eu vejo as coisas por outro ângulo, eu percebi que a Rose só pode ser louca. Ela é fria e calculista Mel, e não se importa se vai machucar.

– Vamos fazer o seguinte. – disse Melanie – A festa é amanhã e você e eu vamos ficar de olho na Rose e no Sr. Zegers.

– Não vai contar pra ela que eu te disse não é? – ele perguntou assustado.

– Claro que não. – disse Melanie o acalmando – Nem pra ninguém. Eu não quero que o papai te castigue.

– Você devia deixar ele me castigar. – disse Andrew sincero – Eu realmente mereço.

– Depois a gente vê isso – disse Melanie desinteressada.

– Você podia chamar o Blake pra dormir aqui depois da festa. – sugeriu Andrew – Assim ele vai direto fazer a matrícula no dia seguinte, sem passar na casa dele... sabe só por precaução.

– Nossa. – disse Melanie pasma – Você está preocupado mesmo.

– Só quero me redimir. – disse Andrew dando de ombros e voltando a deitar.

Melanie sorriu.

– Quem diria que seria uma garotinha de seis anos que faria você parar pra pensar. – disse Melanie se retirando do quarto.

– Pra você ver como são as coisas. – disse Andrew sorrindo pra ele mesmo ao pensar em Lúcia.


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Notas finais do capítulo

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