Eram por volta das três da manhã, mas o sono ainda não tinha chegado, desci até a cozinha peguei um copo de leite e fui até a sala onde liguei a teve, fiquei pulando os canais tentando achar sem êxito algo que me interessa-se, desliguei a teve tomando o ultimo gole de meu copo de leite já pronta para voltar para meu quarto, quando vi uma sombra passar por perto da janela reprimi um grito, e me aproximei da janela olhando para madrugada ainda escura, me esforcei para ver algo quando via a silhueta de alguém senti um arrepio e me escondi atrás da cortina para que quem estivesse lá fora não me visse, mas continuei olhando pela janela, quando a pessoa se aproximou da luz fraca da varanda me surpreendi por ver Victor ele andava de um lado para o outro notoriamente inquieto, mais que depressa abri a porta saído para varanda.

___Victor! Chamei e ele se virou surpreso __Oque faz aqui há essa hora? você esta bem? Perguntei estupidamente, pois sabia que as coisas estavam longe de estar bem.

Ele me olhou enquanto caminhei até ficar mais próxima, mas continuou calado.

___Eu não esperava que saísse Começou e após um suspiro continuou___... nem eu sei bem oque estou fazendo aqui.

Ele olhou para queimadura em meu braço aparentemente preocupado antes de perguntar.

___Eu fiz isso? Perguntou com a voz saindo como um lamento

___Foi só um acidente você não se lembra do que aconteceu? Pergunte, e pude ver que ele pensou, mas parecia confuso.

___Eu quase não me lembro de nada que faço quando estou... você sabe Disse após uma pausa

___ Desculpe esta doendo? Perguntou estendendo a mão em minha direção e se aproximando, mas instintivamente dei um passo para traz não sei por que fiz aquilo, mas meu corpo se moveu sozinho. Ele parou abaixou o braço e me lançou um olhar tristonho antes de abaixar a cabeça, eu soube naquele momento que devia telo magoado por demonstrar medo, mas ele não disse nada sobre isso nem me deu tempo de me explicar, pois logo começou.

___Nós vamos embora. Disse apenas e não pude acreditar em suas palavras

___Como assim vão embora? Perguntei.

___Meu pai acredita ser melhor, queria falar com você, mas acho que essa deve ser realmente a melhor das ideias, então é melhor eu ir agora. Disse depois deu um sorriso tristonho e se virou. Fiquei ali petrificada enquanto ele se afastava quando obriguei meu corpo a se mover e corri em sua direção

__Por favor, não vai. Disse abraçando o por traz, meus braços envoltos na altura da sua cintura, ele parou e tocou minhas mãos que estavam em frente ao seu corpo.

___Você não pode ir embora. Disse e percebi que estava chorando, ele não me repeliu nem se livrou do meu abraço, acho que como eu ele se lembrava de uma cena muito parecida que acontecera pouco tempo depois que nos conhecemos, a primeira demonstração de carrinho que Victor teve por mim. Apos alguns minutos ele se virou, mas meus braços continuaram em volta de sua cintura, ele olhou para mim, e secou com a costa de sua mão minhas lagrimas num ato inútil porque elas não paravam de rolar.

___Eu não sei oque esta acontecendo nem do que vocês estão fugindo, mas tem que ter outro jeito, um onde você não tenha que ir embora. Disse tentando achar uma maneira de convencê-lo

___Se pudesse ficaria, mas isso não depende só de mim e também é melhor para sua segurança se eu for... Começou olhando para mim mas o interrompi

___Se si preocupa com meu bem estar então fique, se tem que se esconder de sei lá oque as férias escolares estão ai a gente pode viajar para algum lugar, eu tenho economias a gente pode dar um jeito. As palavras apenas jorravam da minha boca, estava desesperada não podia deixa-lo ir, ele se inclinou e deu um beijo em minha testa.

___Perdão... Disse me soltando virando e começando a caminhar.

___Porque você sempre se desculpa, amar é jamais ter de pedir perdão , por isso odeio quando diz isso... Minha voz saia entre o choro quase aos gritos não me importava se meus tios ou alguém mais escutasse, ele parou de se afastar mas não voltou nem virou se para olhar para mim só ficou lá imóvel. Ele só precisava olhar para mim, era só oque precisava fazer, porque sempre eu tinha que dar o primeiro passo, porque ele tinha que ser tão covarde, acho que desde o inicio eu fui à única idiota que se apaixonou ele só aceitou meus sentimentos como terapia e apoio para seus traumas e complexos, eu podia sentir a raiva crescer dentro de mim a cada segundo que se passava e o pior é que não era nem raiva dele, mas de mim.

______... quer saber, se quer ir embora pode ir e fazer oque bem entender com sua droga de vida seu covarde. Disse antes de me virar e voltar correndo para dentro de casa, subi para meu quarto e me joguei em minha cama, queria me obrigar a parar de chorar, mas não conseguia as lagrimas continuavam saindo, sentia raiva de mim mesma, e me sentia culpada pelo que havia dito a Victor mesmo que fosse a verdade, eu aceitei coisas que deixariam qualquer um em estado de pânico para ficar do lado dele e ele não pode fazer nem um esforço para ficar comigo ou pelo menos me dizer o verdadeiro motivo porque estava fugindo e me deixando. Fechei meus olhos com força para conter as lagrimas jurando para mim mesma que seriam as ultimas que iria derramar por Victor.