Sophie's POV 

-Tudo bem Nicholas. Saia com a sua nova garota, eu posso arranjar métodos melhores de diversão.

Eu havia dado a palavra final, sempre era assim, em tudo o que eu fazia. Daquela vez não seria muito diferente. Não importava o quanto eu sairia machucada da briga, se eu o machucasse um pouco, seria sufifciente para eu continuar sorrindo. Eu apenas queria saber o quanto ele me amava. Era uma maneira idiota de tentar fazê-lo mostrar isso. Mas quem disse que eu pensava se haviam maneiras melhores de tentar? 

'Eu nunca pensei que isso fosse durar para sempre

Eu nem pensei que fosse te encontrar

Mas você veio e mudou minha vida

de uma maneira que eu não consigo explicar

Mas ele poderia ter sido um pouco mais sensível e um pouco menos egoísta. Sair com aquela desconhecida era uma idéia ainda pior que a minha. O que Nicholas pensava sobre mim? Que só porque eu sorria o tempo inteiro eu era feliz o tempo inteiro? Ele apenas podia pensar um pouco em meus sentimentos. Eu nunca quis parecer triste perto dele, porque sei o quanto é difícil para ele aceitar que me ama. Mas isso não significava que eu não estava triste.

Eu só não podia imaginar

que o final disso seria essa tragédia.

E eu não quero ser dramática,

mas você foi único que partiu meu coração

com o meu consentimento.

E é por isso que dói tanto.

Apesar dele não admitir, sei que ele sofre por ter que desafiar o próprio pai e sei que tem medo de que algo aconteça conosco. Por mais que ele queira aparentar frieza para mim e para todos a sua volta, eu estou ciente de seus sentimentos mais ocultos. Não só por causa da história sobre ler mentes e sentir o que os outros sentem. Sei que isso me ajuda, mas não é só. Eu o amo, e perceberia seus sentimentos apenas pelo tom de sua voz.

Eu nunca gostei de chorar, não porque acho que isso é um sinal de fraqueza, mas porque minha mãe sempre dizia que tristeza não ajudava ninguém. Mas essa é uma situação justa, então eu apenas deixo as lágrimas correrem por meu rosto. As ruas mórbidas de Londres não ajudam muito, essa é uma atmosfera muito deprimente.

Eu sempre soube que não conseguiria te entender

não completamente.

Mas agora eu sei que o garoto que eu pensava existir

era só uma mentira

E você parece um idiota para mim.

Sinto que ele não está pensando em mim e nem ao menos se preocupa com o que vou fazer sem ele. Talvez ele esteja em dúvida sobre o amor que sente por mim.

Não sei onde estou, e realmente não me importo. Estou sentada em um degrau qualquer, que é a entrada de uma lanchonete qualquer, e agora chove. Tudo o que vejo são pessoas correndo para se abrigar da chuva e guarda-chuvas se abrindo por toda parte. Tudo o que sinto são as gotas frias sobre minha pele. E o vento não ajuda a me esquentar.

E por que eu ainda te amo?

Eu jamais poderia explicar

Mas não adianta eu dizer isso o tempo todo

se eu sei que você não sente o mesmo.

Os pensamentos embaralhados das pessoas na rua começam a ser ouvidos por mim. Alguns cotidianos, rotineiros. Outros com segredos que jamais poderiam ser revelados. Dentro da minha cabeça, junto com a voz de meus próprios pensamentos, outra começa a se destacar. Consigo ouvir um tom de dúvida 'Talvez eu nunca tenha a amado, e agora portegê-la é só uma maneira de desafiar meu pai' . Eu não preciso nem fechar os olhos para ouví-la melhor e distinguí-la dentre tantas outras. Sei de quem é essa voz, e saber, me machuca mais ainda. Mas, talvez eu devesse ter percebido que eu era só um pretexto.

Não vale a pena mentir por tão pouco

eu não sou suficiente para uma mentira tão grande.

Então vá e procure alguém para se divertir

porque você já deu provas suficientes

de que eu não sou o tipo de idiota que você procura.'

Tudo bem, grande parte foi minha culpa, sei disso e não vou esconder. Mas se ele me amasse como dizia, não teria me largado por tão pouco. Eu gostaria tanto de conversar com ele e saber seu ponto de vista .Mas eu tenho medo de receber um não. Porque meu coração já se partiu vezes suficientes para eu saber que desta vez não vale a pena. Ele já arrumou um novo pretexto e eu, sinceramente, espero que ele seja feliz. Assim, talvez, eu consiga ficar feliz:

-Ei, garota. - a voz de alguém, chama a minha atenção. E vejo que o dono da voz é um homem, que está falando comigo. - Você está bem?

Ele é moreno, com alguns raros fios brancos nascendo. Deve ter por volta de 35 anos. Seu tom de pele não é tão claro, talvez seja estrangeiro ou talvez tenha tomado sol demais:

-Ah, estou sim. - é a primeira resposta que vem a minha cabeça. Não pretendo desabafar com um estranho, mas minha resposta soa tão falsa que até o ser mais insensível poderia perceber que estou mentindo.

-Não é o que seus olhos dizem. E o tom de sua voz, também não contribui para a mentira. - ele se agacha e fica na minha altura. - O que houve?

Eu hesito um pouco, acho que ele pode perceber que estou receosa:

-Eu não sou um psicopata. Sei que é difícil de acreditar, mas é a verdade.

-É, isso é bem difícil de acreditar.

Ele sorri e se senta ao meu lado, se deixando molhar pela chuva:

-Mas, o que houve? – ele volta a perguntar.

-Hum, certo. Por onde posso começar... Eu e meu namorado brigamos e ele vai sair com uma desconhecida essa noite. – eu tento dizer isso de uma maneira divertida, mas minha voz sai chorosa e eu lembro do quão triste isso é.

-Não precisa chorar. Sei que alguma hora ele vai perceber que você é muito melhor que ela.

-Eu não sei. Talvez isso nunca aconteça.

-Não se pode dizer. Mas, não fique deprimida só por causa disso, existem milhares de garotos em Londres.

-Mas eu não conheço nenhum deles.

-Mas pode conhecer. – ele volta a sorrir. Vejo que ele não é mau. Ficou preocupado quando me viu porque achou meu estado deplorável. E eu sempre soube que ele não era um psicopata, não tinha nenhum pensamento ruim. Agora ele está em dúvida se pede ou não que eu o acompanhe em um jantar. - Bom, eu sou Brendon (N/A: eu nem amo Panic at the disco).

-Eu sou Sophie.