Andrew Kyle Foster estava soltando fogos de artifício por dentro. Ele sempre foi o Conquistador, o Namorador e agora era o Apaixonado. Ele mal acreditava na sorte que tinha por se apaixonar por uma garota e ser correspondido, Andy ainda se lembrava do dia em que Jessie partiu seu coração.

Balançou a cabeça tentando esquecer esses pensamentos e sorriu abrindo a porta do carro.

Colocou a chave na ignição e mandou uma mensagem agradecendo á Debby por ter ajudado com sua pequena maluquice.

A idéia de Andy era fazer um pedido de namoro que ficasse realmente marcado na memória da pequena Jullie, procurou Debby que mais que depressa arrumou pessoas com disposição para ajudá-lo e muito tempo livre para recortar as palavras e letras do cartaz.

Ele ainda se lembrava do dia em que conheceu a sua namorada.

Ela estava na frente da sala mais branca que papel e com cara de amedrontada, era a hora de se apresentar, ele entrou sorrindo e algo lhe disse que ela era mais do que parecia.

Fez algumas gracinhas em busca de sua atenção sem entender o porquê, afinal, ele era Andrew Foster e tinha a garota que queria. Quando ela jogou um pudim na cabeça dele se perguntou por que não estava com raiva e desejo de vingança só mais tarde entendeu que era porque aquele gesto um tanto bárbaro o agradava.

Sentiu-se aliviado quando ela leu seu diário, mas jamais vai admitir isso. Sentiu-se frustrado e impotente quando ela foi jogada na piscina. Sentiu ciúmes pela primeira vez na vida quando viu Lucca se aproximando e dando um beijo nela enquanto dormia. Sentiu que ela dependia dele e ele dela durante a época depressiva. E, o mais importante, sentiu que estava apaixonado por ela quando a viu bêbada beijando outro garoto em uma festa. Nunca antes Andrew havia sentido vontade de socar outro garoto, nem mesmo os valentões que quase o mataram, mas agora era diferente, o cara estava beijando sua Jullie.

Parou o carro em frente à saída onde havia deixado sua paçoquinha. Ela não estava lá.

– Jullie? – perguntou saindo do carro e olhando para todos os lados – JULLIE – gritou o mais alto que conseguiu.

Ela não respondeu.

Caminhou até o lugar onde a havia deixado. No chão, onde instantes antes estava sua amada agora só havia a máscara.

– Jullie...

Enquanto isso...

Local próximo ao salão

Jessie Marie Franc Del Monte nunca foi uma pessoa muito controlada ou esperta por isso tinha ao seu lado pessoas como Thomas que podiam controlá-la em momentos de raiva, agora infelizmente nem mesmo o ruivo estava conseguindo controlá-la.

– Você chamou os garotos que eu mandei? – perguntou nervosa enquanto invadia o vestiário feminino seguida de suas seguidoras.

Como esperado Thomas estava calmamente sentado em um canto do vestiário sorrindo.

– Essa fantasia ficou muito bem em você só acho que devia diminuir no melado – sorriu.

Jessie simplesmente o encarou e ele se sentiu grato pela loira não ter olhos de raio lazer.

– Espero que essa sua brincadeirinha sem graça signifique que chamou- disse de forma seca – Vocês – disse olhando para suas fies seguidoras – Vão caçar algo no meu armário para que eu possa vestir.

Mais que rapidamente as garotas que a acompanharam foram em busca das suas roupas.

– Eles estão esperando suas ordens – disse num tom cauteloso – Ainda vai amarrar a Jullie nas cordas e deixar balançando?

– Não, isso é pouco para ela agora – retirou uma pena do meio de seus seios – Os mande pegar a garota. Ela precisa levar um bom susto.

– Não acho que isso seja prudente.

– Apenas faça não cheguei onde estou hoje sendo prudente.

Thomas digitou algo em seu celular, assim que terminou as seguidoras fieis voltaram com o uniforme de líder de torcida reserva. Jessie as dispensou assim que viu seu uniforme e foi tomar uma ducha em um dos chuveiros. Assim que tirou seu vestido o jogou no lixo.

Algumas pessoas não gostam de ser desafiadas, Jessie é uma dessas pessoas.

Quando dominadas pela raiva essas pessoas tendem a fazer coisas impulsivamente e raramente essas coisas terminam bem.

– Eles a pegaram – era a voz de Thomas do lado de fora falando com ela – E agora?

– Mande que a levem pra área dos depósitos, quando chegarem lá devem falar pro vigia que são meus empregados vou deixar tudo arrumado.

Mesmo achando errado Thomas ligou e avisou aos brutamontes da faculdade o que devia ser feito e logo depois desligou.

Olhou para trás e admirou Jessie com seu corpo miúdo enrolada em sua toalha com a pele levemente rosada pela temperatura da água.

Quem a visse assim pensaria ser só mais uma garota inofensiva que não oferece perigo algum. Thomas sabia que não era bem assim e a admirava por isso, mesmo sendo uma frágil criatura ainda era mais perigosa que a pior das cobras.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Andrew estava com pressa. Isso sem dúvida é algo que imediatamente chamou a atenção de sua companheira de festas Debby.

– Hey Foster, onde é o incêndio? – perguntou em tom brincalhão.

– Você viu a Jullie? – perguntou sem calma alguma.

– Mal começaram a namorar e você já fez a garota fugir que coisa feia – fez uma expressão reprovadora.

– Debby isso é sério. Jullie sumiu, não está em lugar nenhum.

Andrew não era de brincar com coisas sérias. No mesmo instante que percebeu isso, Debby o levou para um lugar mais afastado onde poderiam conversar melhor.

– Como assim ‘não está em lugar nenhum’? – perguntou – Ela tem a capa de invisibilidade do Harry Potter por acaso?

– Claro que não – Andy adorava a amiga, mas sua personalidade sempre brincalhona era mais um incomodo do que uma ajuda agora – Eu a deixei na saída e fui buscar o carro quando voltei puf, ela havia desaparecido.

– Ela não pode ter ido sozinha pra casa?

– Não. Eu vi o irmão dela do outro lado do salão e ela não é muito fã de caminhar, ainda mais a noite e sozinha.

– Vou ver com o pessoal da declaração se alguém a viu indo embora, você deve fazer o mesmo com as pessoas que estavam perto da saída. Esse sumiço não me cheira a coisa boa.

Andy agradeceu e foi atrás de Lucca que estava sentado em uma mesa com uma coelhinha no colo.

– Você viu a sua irmã?

Lucca o encarou e sorriu.

– Você namora com ela – seu hálito fedia a bebida e sua fala estava enrolada– Você tem que saber.

– Ela desapareceu.

– Bem – olhou no bolso do terno – No meu bolso ela não está – a coelhinha em seu colo começou a gargalhar. Andrew não viu graça.

– Nos dá licença? – pediu Andrew.

A garota se levantou e foi para a pista de dança.

– Ei, ela é meu consolo – disse Lucca irritado.

– Escuta aqui Lucca, sua irmã acabou de desafiar Jessie e depois desapareceu. Eu sei que você e a loira são próximos quero que me diga o que ela fez com minha namorada.

– Não sei – disse em um tom de voz sóbrio que em nada lembrava o jeito bêbado que falava a pouco – Jessie pretendia amarrar a Jullie em alguns cabos e a deixar voando sobre a pista de dança.

Andrew olhou para o teto e viu que realmente havia cabos lá para sustentar uma pessoa, mas Jullie não estava amarrada neles.

– Tente descobrir algo com Jessie, não por mim, mas por ela.

– Já ligou em casa? Ela pode ter ido embora.

– Não – admitiu – Mas sei que ela não iria embora sem mim.

Área de Depósitos

Zona desconhecida

Uma caminhonete preta parou diante a cabine de segurança. O vigia saiu e rapidamente examinou o rosto dos rapazes.

– São os criados da senhorita Del Monte? – perguntou desconfiado.

Os rapazes eram dois brutamontes enormes que mais pareciam futuros lutadores de MMA.

– Sim – respondeu o loiro.

O vigia ainda estava desconfiado, mas resolveu ignorar. Essas pessoas ricas querem explorar cada vez mais os jovens ingênuos, pensou.

O homem então esperou os dois brutamontes tirarem um enorme saco de preto, provavelmente com algum vestido, de dentro da caminhonete e os levou para o deposito.

Mal sabia o homem que aqueles rapazes não estavam lá para organizar as coisas, que naquele saco havia sim um vestido e mais uma coisa além dele.

Naquele saco preto estava o corpo de Jullie.