Fazia frio.

Quando ele saiu do luxuoso prédio fazia frio. Han Jung Woo, o famoso jogador de beisebol, que chegara a esse patamar devido a sua escolha de anos antes, deixando trás não somente sua importante noona, mas também sua sofrida vida; estava naquela noite completamente entregue ao tédio.

E embora tivesse um importante jogo pela manhã e seu treinador pedira a ele, como para os demais do time Doosan Bears, que não deixasse o hotel, Jung Woo realmente não suportava mais ficar trancado naquele lugar, principalmente diante de uma noite tão bela como aquela, e estando de volta para Seol depois de uma temporada sofrida pelo país.

Decidido, como sempre foi, chamou um táxi a porta do hotel e passou um endereço ao motorista, o lugar que ele estava indo era um bar num distrito mais afastado do centro de Seol, um lugar perfeito para um jogador famoso se esconder. Não que ele fosse uma grande celebridade, entretanto já teve experiência suficiente para saber que sua aparência não passada despercebido em determinados lugares.

 Assim que chegou ao local olhou despreocupado para a fachada vinho e preto, já tinha ido a aquele lugar, na verdade sempre que podia ele ia, conhecia o estabelecimento um pouco mais de seis meses e gostava do local, era aconchegante e reservado, um ótimo lugar para beber e esquecer de sua vida. Ainda sim não suficiente para fazê-lo esquecer de algo inquietante de seu passado, a coisa mais importante e que ainda não conseguira realizar. Declarar-se a e proteger a sua noona, Son Eun Jo.

Sorriu ao se lembrar dela e nostálgico entrou no estabelecimento, vagarosamente varreu com o olhar o local e avistou mais ao canto uma mesa vazia, sem pressa seguiu para ela, assim que se sentou um rapaz foi lhe atender.

-Uma cerveja. – pediu.

O rapaz vez uma breve reverencia e se retirou.

Enquanto esperava pelo seu pedido, Jung Woo observava o lugar. O local estava lotado como de costume, havia uma mistura interessante de pessoas, jovens, adultos, homens, mulheres, casais e solteiros. Uns conversavam alegremente, outros bebiam á toa, e havia aqueles que pareciam – como ele – beber para deixar de lado alguma coisa.

Entretanto em meio a todos aqueles, uma mulher lhe chamou atenção, ao ponto de fazê-lo levantar-se surpreso.

-Noona. – sussurrou.

Mais a frente, servindo uma mesa, estava uma morena, os longos cabelos pretos preso num coque frouxo, em seu rosto uma expressão sem grandes encantos, um semblante até que duro para uma garçonete. Ainda sim suficientemente encantador para o olhar de Jung Woo. Ele deu um passo falho em direção a ela.

-Senhor? – falou o garçom que lhe serviu, já trazendo o pedido de Jun Woo.

Jung Woo olhou para o rapaz e aproveitando que este estava ali lhe falou:

-Aquela ali. – apontou com a cabeça, o garçom olhou em direção. – Por acaso é Son Eun Jo?

-Sim, ela mesma. – confirmou o garçom voltando-se para o jogador. -  Conhece ela?

Jung Woo fez que sim com a cabeça, enquanto um largo sorriso delineava em seus lábios.

-Embora faz muito tempo que não a vejo.

-Quer que eu a chame? – ofereceu o garçom colocando a cerveja do jogador sobre a mesa.

Jung Woo ficou terrivelmente tentado em dizer que sim, mas ele não estava pronto, não ainda, para revê-la daquela forma. Passara cerca de oito anos que se viram, e embora estivesse acima do garotinho corpulento e provavelmente sem futuro, Jung Woo não estava se sentindo naquele instante completamente preparado para falar com ela.

-Não, obrigado, quem sabe mais tarde. – disse voltando a se sentar.

O garçom concordou com a cabeça e se retirou. Aquela noite Jung Woo somente ficou a observando, sorrindo a cada movimento dela, lembrando-se da sua noona, que deliciosamente para si, sobre sua visão, não mudara nada...