Fallen In Love escrita por MatheusSouza
Notas iniciais do capítulo
Capitulo mais que introdutório, se gostar, comente! Se não gostar comente o que o deve ser melhorado ;)
“Você não pode fazer isso!” Exclamei para o vendedor, meu rosto ruborizando ao perceber que todos os funcionários da editora olhavam para a minha cara. “Esse livro custa bem menos e você está fazendo... Não... Você sabe que... Quer saber? Nós vamos excluir a sua livraria dos nossos... Ah, posso fazer?... Aguarde!” Desliguei o telefone na cara dele.
Cara mais chato! A regra do senhor Schuster era que nós mantivéssemos os preços indicados nas tabelas dos catálogos, mas sempre existiam livreiros que gostavam de colocar um preço a mais e meu chefe não gostava nada disso. Nadinha. Mesmo que isso estivesse levando a Schuster Publicações para o ralo, ele gostava de ser honesto com os leitores.
Eu olhei sem vida para a mesa vazia ao meu lado e sentei-me com raiva na cadeira da minha sala/ escritório. Às vezes eu me odiava por ter pedido ao senhor Schu que colocasse uma parede transparente. Tudo o que eu queria agora era a droga da minha privacidade. De repente, ela apareceu. Elena Gilbert.
A vadia sempre tinha trabalhado comigo e eu nunca tinha gostado dela. Desde o primeiro dia. Eu sabia muito bem que ela tinha saído com um dos executivos para conseguir aquele cargo e sempre ficava fula da vida por perceber como os homens eram idiotas atrás de um rabo de saia. Elena sorriu para mim, ela tinha longos cabelos loiros, bunda empinada e um terninho super apertado. Ela entregou mais um manuscrito para mim.
“O que é isso?” Eu perguntei, incrédula que ela estivesse passando o seu trabalho para mim. O que ela fazia naquela empresa, afinal?
“Um manuscrito para avaliação, o que acha que é?”
“Sim, mas eu já tenho cinco para avaliar. Não tenho tempo para mais um.” Afastei o conteúdo volumoso de folhas de papel encadernadas de perto de mim, pegando uma raiva imensa daquele manuscrito.
“Ei, Grey, é uma ordem direta do senhor Schu, ele pediu que você largasse todos os seus outros afazeres e lesse esse livro.” Ela avisa e eu rapidamente me recomponho. Eu, verdadeiramente, respeitava o senhor Schu e faria o que fosse pra deixa-lo feliz profissionalmente comigo.
“Ok, então. Eu leio, mas e essa tonelada de manuscritos para avaliar que eu tenho aqui.” Apontei desdenhosamente para o armário atrás de mim, cheio de volumes grossos e encadernados que deviam estar lá há mais de seis meses, como a Schuster Publicações era uma empresa relativamente pequena, era apenas eu quem avaliava tudo – mesmo que tivesse uma assistente para me ajudar – e criava um plano de publicidade para o livro.
Eu era a cabeça da editora e já fazia algum tempo que vinha dando prioridade para minha vida profissional, mesmo que a minha mãe implorasse constantemente para que eu voltasse para Coldwater, a cidade onde eu morava com ela, e respirasse um pouco dessa minha vida de pressões e atribulações.
“Talvez eu possa avaliar um desses...” Se você souber ler, eu pensei, rindo comigo mesma. Elena se aproximou do armário e abriu-o, não tão surpreendentemente, ela pegou o mais fino que tinha ali e sentou-se em sua mesa, colocando um óculos e incorporando seu recente alter-ego de pessoa culta e profissional.
Quando decidi que estava prestes a vomitar com aquela cena, eu me levantei de minha mesa e andei até o quinto andar, onde ficava a sala do senhor Schuster. Eu peguei o elevador, juntamente com Carla, do setor de publicidade e sorri para a secretária do meu chefe ao entrar sem bater, assim como ele tinha pedido.
“Sr. Schu, boa tarde. É que...”
“Só um minuto, Nora.” Ele me chamou pelo primeiro nome, ele tinha pedido que eu fizesse o mesmo com ele, mas eu tinha uma grande dificuldade em fazer algo que estava fora do padrão. Schuster tinha sessenta anos, um cabelo calvo e branco, uma barriga saliente que ficava por baixo do paletó preto padrão e era como um pai que eu nunca tive. Ele sorriu para ela assim que acabou de acender o seu charuto. “Então, o que você quer?”
“Senhor Schu, eu vim falar novamente sobre a minha assistente.”
“Ah... Elena Gilbert.” Eu detestava incomodá-lo com esse assunto, mas sabia que era preciso. Meu coração se despedaçou ao ve-lo transmitindo um olhar de cansaço devido aos seus passados gloriosos anos como editor.
“Sim, ela mesma. Bem, no início foi divertido, mas agora? Eu me sinto sobrecarregada e ela não exerce muito bem a tarefa de assistente, ela nem mesmo avalia a tonelada de livros que eu tenho para ler! Se pelo menos me ajudasse.”
“Nora, minha querida. Sinto muito em decepcioná-la, mas... Como já pode ter lido ou até mesmo descoberto pelos fracos números de vendas de nossos livros, essa editora se encaminha a cada dia para o encerramento de atividades.”
“Não! Não! O senhor não pode pensar assim.” Eu o interrompi, mas Schuster continuou a falar, seu olhar amargurado e a postura, que já tinha se tornado habitual, daquele jeito cansado.
“Infelizmente, o mercado de literatura não está mais baseado na qualidade. Os livros, hoje em dia, vendem por moda, por tendências, por imagem e a SB acabou não se adequado ao hoje em dia...”
(NA* Schuster Publicações)
“Acontece que esse é o nosso diferencial, senhor. Nós somos uma editora diferente.”
“Isso não é o bastante, Nora. Porém, não é aqui aonde eu quero chegar. O que sustenta a nossa editora, agora, são os executivos e eu tenho que obedecê-los para que continuem gerando investimentos na empresa, se tirássemos Elena ou fizéssemos qualquer coisa que os desagradassem, isso poderia se tornar o fim.”
“Então, o futuro da editora depende de Elena?”
“Não. Não mais.” Schuster tinha um olhar sonhador e isso animou-me por alguns segundos. O que ele tinha em mente?
“Do que está falando?”
“Eu falo daquele manuscrito que eu pedi que você lesse e desse prioridade. Acho que Elena lhe deu esse recado, não deu?” Eu respondi positivamente. “Pois então, eu acho que este tem o potencial para ser um best-seller. É diferente de qualquer outro que já tenhamos lido, eu tenho toda a certeza de que vai ter um resultado satisfatório nas listas e com um livro nos mais vendidos, seria certo a reerguida da editora.
“Você tem certeza disso?” Imediatamente, eu estava mais animada do que nunca.
“Sim, eu tenho. Só preciso que você leia, avalie e dê os retoques finais.”
“Vou fazer isso.” Desci entusiasmada até a minha sala, contente com a notícia e encontrei Elena dormindo, pouco liguei, apenas peguei o manuscrito, sem a raiva e o desdém de antes. Ela começou a ler.
E logo de início, percebeu algo de estranho na história que a deixou com o coração saindo pela boca. O nome da história? Era Fallen In Love. O nome do autor? Patch Cipriano. E o nome da personagem principal?
Nora Grey.
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Ainda não sei quando postarei o capitulo 2, mas quanto mais comentários tiverem, mais motivado me sentirei a postar!