Youll Be In My Heart escrita por Akimi chan


Capítulo 10
Capítulo 10




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     Era uma noite chuvosa, as pessoas andavam rápidas com seus guardas chuvas em direção às suas casas. Tentando não se molhar muito, não se atrasar ou chegar em casa e ver aquela pessoa especial lhe esperando.
          Olhando pela janela de sua casa Arthur não podia evitar se sentir sozinho. Além dele, só tinha as empregadas, mas elas não estavam ali. Supostamente, ele tinha dado férias a elas.
          Já se faziam dois dias desde que tinha ido embora da casa de América e alguma coisa lhe incomodava. Aos poucos, as coisas iam ficando mais claras em sua mente, e Arthur preferia nunca ter se lembrado daquilo.
          Só não entendia o porquê de Alfred não ter se aproveitado dele. O Arthur que tinha ficado com ele por quase uma semana, e depois não falou nada quando ele tinha perguntado. Quando o inglês se lembrava dos toques, dos beijos, dos tantos eu te amo que ele ouviu americano,seu coração se apertava, suas mãos começavam a suar e seu coração acelerava.
          Mas Arthur não queria, e não daria atenção àquelas sensações.
Não queria lembrar-se da tarde no sofá do americano, dos gemidos envergonhados. De como America se eriçava quando ele o tocava.
Sacudiu a cabeça e retirou o olhar da paisagem chuvosa que era as ruas de Londres.
          Não sabia mais o que estava acontecendo.
          Sempre esteve certo em relação ao que sentia por America, era o seu filho, o irmão mais novo.
          Mas quando tentava expressar aqueles pensamentos em voz alta, a voz não saia. Parecia errado.
          Bebeu o restante do seu chá e se deitou no sofá, normalmente não fazia aquilo, mas... Que se dane só tinha ele na casa. Olhando para a janela, adormeceu.

***

         Faziam poucas horas que Inglaterra tinha chegado à casa que ele dividia com Alfred, e em vez de ter encontrado um menino encontrou um rapaz.
Foi uma surpresa. No começo foi desagradável, mas olhando por outro ângulo vendo o rapaz bonito, amigável, simpático, inteligente que a sua colônia havia se tornado o deixava orgulhoso.

         Mas a conversa daquela noite fora no mínimo estranha.

        Arthur estava sentado no escritório trabalhando numa pilha enorme de papéis quando Alfred, sentado no chão ao lado da sua cadeira, quebrou o silêncio.

- Você tem namorada, Arthur? - O inglês parou de escrever e virou a sua cabeça para olhar sua colônia, que tipo de pergunta era aquela?

- Por que pergunta, querido?

          A colônia se levantou e se apoiou no braço da cadeira olhando diretamente nos olhos verdes e confusos do seu colonizador.

- Quero saber se tenho rivais. - Arthur demorou um pouco para entender o que o outro tinha falado.

- Alfred... Não estou te entendo direito. - O americano suspirou frustrado, não era o que ele esperava ouvir.

- Quero saber se você tem namorada ou namorado, por que se tiver terei que lutar para você ser só meu.

         Arthur tinha que ter bebido começado a ter alucinações. Só podia ser!

- Alfred você tem noção do que está falando? Querido eu acho que você está confundindo as coisas.

        O americano inflou as bochechas, Inglaterra estava tornando tudo mais difícil do que já era.

- Eu amo você. Não como um pai ou irmão mais velho. Gosto de você... Como um marido gosta de sua esposa.

         O inglês se levantou e deu a volta na cadeira até parar do lado do americano.

- Sinto muito Alfred, mas você é o meu filho. Não se preocupe você só está confundido as coisas

         E saiu deixando para trás um americano com o coração quebrado, e mais apaixonado ainda. Alfred adorava desafios.

***

        Arthur acordou com um gosto amargo na boca, e uma dor no peito.
Levantou-se e começou a ir para seu quarto. Precisava descansar e esquecer aquelas lembranças irritantes que não ajudavam em nada e só faziam com que ele ficasse ainda mais confuso.

        Abriu a porta do quarto e não se importou em acender a luz, conhecia aquele aposento de cór, dias e dias sempre na mesma rotina.

        Começou a desabotoar a camisa branca de mangas compridas que estava usando quando algo lhe veio à cabeça.

"eu te amo Arthur..."

        Suspirou irritado e com a camisa ainda posta desceu para pegar algo para beber, precisava esquecer tudo aquilo. Nada melhor do uma leve bebidinha.

***

         Fazia quase dois meses que Alfred não via Arthur, e pelo que sabia nem França tinha o visto. Era a primeira reunião do G8 depois do acidente do inglês. Estava ansioso para ver o britânico depois de todo aquele tempo.

         Alfred estava entrando no prédio das nações unidas no Canadá quando seu nome foi chamado por um inconfundível sotaque francês.

- l’Amérique!! - E ali estava frança, olhando para todos os lados, como um fugitivo da polícia.

- Iggy provavelmente já chegou. Eu estou atrasado uns dez minutos, então não se preocupe por enquanto.

         O frances suspirou aliviado. Acompanhou o americano até a sala de reuniões, mas como França não sabe ficar quieto por muito tempo...

- Então como você está América, depois que Inglaterra voltou ao normal?

        O americano olhou para o francês, como diria que desta vez fora pior que das outras vezes que fora rechaçado pelo pequeno inglês?

- Bem.

          França parou em frente à porta, não tinha a mínima vontade de entrar naquela sala e olhar para os olhos verdes de Inglaterra.

- Você primeiro, América.

          O americano olhou para França, e concordou que o francês tinha todo o direito de ter medo de ficar no mesmo lugar que o inglês. Apesar de ter uma aparência quase delicada Inglaterra sabia machucar, e bastante.

          O americano entrou na sala seguido pelo francês e ambos tiveram a surpresa de encontrar Inglaterra sentado na cadeira do americano na ponta da mesa os encarando com os olhos verdes faiscando e um sorriso maldoso nos lábios.

- Atrasados como sempre. Vão se sentar ou ficar aí como os dois idiotas que são?

           O francês se sentou na cadeira vaga o mais longe possível do inglês e o americano caminhou em direção à Arthur com passos decididos.

- Sente-se aqui do meu lado, América. E você frança não sente aí tão longe, não poderemos te ouvir de onde você se encontra.

          Os outros ocupantes da sala apenas olhavam, não parecia seguro interferir no que estava acontecendo.

          A atmosfera da reunião começou tensa, mas com o decorrer das horas as coisas pareciam ficar... Normais.

         Alemanha conseguia, pela primeira vez, expôr suas idéias sem grandes interrupções, com exceção de Itália.

- Bem, eu acho... Que terminamos.

         Japão falou meio sem jeito, não era comum terminarem uma reunião sem brigas entre França e Inglaterra, e América querendo ser ouvido a todo instante. Mas os três estavam estranhamente quietos.

          França foi o primeiro a sair, derrubando até a cadeira na pressa. Sob olhar malicioso do inglês.

- Há. Idiota. - e depois se virou ao americano - E você, não vai sair correndo também?

           O americano olhou para o inglês e teve certeza que Arthur já tinha se  lembrado da semana que os dois tinham passado juntos.

- Achei que você fosse se vingar do França hoje.

          O inglês revirou os olhos e olhou para a janela, e quem disse que ele não estava se vingando neste exato momento. Tinha reunido uns amigos seus para dar uma “lição” no representante da nação francesa.

- E vou.

         Os dois se encaram por algum tempo até o inglês desviar o olhar de novo.

- Eu me lembro de tudo. E não acho que eu tenha bebido pra fazer aquelas coisas.

         América continuou olhando para o inglês.

- Não, você não estava bebendo, Iggy. - O inglês sabia daquilo, era só uma confirmação.

- Você podia ter evitado tudo isso, me contando a verdade.

          Alfred desviou o olhar, pro Arthur falar era fácil, não fora ele que estivera vivendo a situação. Não do jeito que América tinha vivido, pelo menos.

- Eu não conseguiria. - Era como a calmaria antes da tempestade, o tom de Arthur estava aumentando e perdendo aquela frieza.

- Imagino que aproveitou bastante esse tempo em que eu estive assim.

          América sentiu o sangue subir pelas bochechas, sinal claro de que estava perdendo a paciência. E quanto mais Inglaterra falava, mais raiva América sentia.

- Você queria que eu fizesse o que? Te colocasse num hospital trancado numa sala com uma plaquinha com os dizeres "nação enlouquecida"? Não podíamos chamar atenção para o caso! - O inglês ficou de pe e encarou o americano.

- Ah, então você cuidou de mim para não chamar atenção?!! Juntou ao útil ao agradável!! Evitou o escândalo e ainda se aproveitou de mim!

Aquilo era demais.

- Você não sabe do que está falando seu velho amargurado!

         Antes que qualquer um dos dois pudesse falar algo mais, já estavam  rolando no chão numa confusão de socos e chutes.

***

         A enfermeira saiu da sala deixando para trás uma nação com os lábios cortados e inchados, um olho roxo e vários hematomas pelo corpo.
Alfred, que era maior que Arthur e sem dúvida mais forte, havia apanhado mais do achou que apanharia numa luta corpo a corpo com o britânico.

         Porque Inglaterra quando brigava, jogava sujo. E ele conhecia golpes que America nem tinha idéia que existiam.

         Tudo graças à sua época de pirata.

         A briga tinha sido separado pelo alemão e o italiano, Itália tinha se esquecido do casaco e ambos voltaram à sala para pegar.

         Alemanha tinha conseguido, depois de muito esforço, separar América de Inglaterra, e ainda teve que forçar Itália a sair de baixo da mesa do café para ajudá-lo a levar os dois encrenqueiros a enfermaria.

           E agora estavam ali, o americano sentado numa maca e o inglês sendo atendido em outra sala.

- Veeh~

           América olhou para o italiano que tinha ficado consigo. Segundo Alemanha, era muito perigoso deixar qualquer um dos dois sozinhos. Podiam se matar.

- Veeeeh~

           América fixou a vista novamente no italiano que, se fosse possível, se encolheria ainda mais na cadeira em que o alemão o tinha posto sentado.

- Hey você sabe se o Iggy está bem?

         Parecia meio hipócrita perguntar por Inglaterra sendo que foi ele mesmo quem tinha ocasionado os ferimentos que fizeram com que o inglês tivesse que ir novamente para a enfermaria.

- Alemanha está com ele, mas acho que ele está bem. Dava para ouvir os gritos dele até pouco tempo atrás.

          América concordou com um aceno de cabeça e começou a arrumar a sua roupa. A camisa impecavelmente branca estava suja de sangue e de pó. A gravata estava inutilizável. O cabelo estava parecendo o ninho de algum animal e a única peça que estava intacta eram os seus óculos.

- Nós chamamos um taxi para você, América. - O alemão parado na porta parecia cansado, e com dor de cabeça. Na verdade o taxi que ele tinha chamado era pra ele e o italiano irem até o aeroporto. Mas era bem mais seguro despachar America e Inglaterra primeiro.

- Obrigado. E Inglaterra?

            Atrás do alemão, com a mão direita enfaixada, os lábios inchados, o supercílio cortado, e com vários hematomas no rosto estava Inglaterra.
Com uma expressão que dizia claramente que não estava muito feliz.

- Vocês dois vão no mesmo taxi. Espero não ter mais confusões por hoje.

           Alemanha olhava para as duas nações, que se encaravam com raiva.

- Não quero dividir o taxi com esse caipira. - As palavras proferidas pelo inglês tinham feito o americano se eriçar.

- Quem você está chamando de caipira seu velho rabugento?

           Alemanha suspirou, a discussão tinha começado de novo. E essa pelo vista ia ir longe.

***

           Sentado na escadaria, esperando o taxi, Inglaterra tinha os olhos pregados no americano que andava de um lado para o outro falando ao telefone.

           Alemanha tinha deixado os dois ali e pegara o taxi. Tinha dito que outro vinha pegá-los em seguida, isso já fazia uns dez minutos.

- Você vai ficar quieto assim o dia inteiro, velho resmungão?

          Alfred franziu o cenho, Inglaterra parecia muito ocupado apenas em olhar para ele sem expressão nenhuma.

- Ok. Tratamento do silencio. Eu posso com isso.

        E se sentou ao lado do inglês com as sobrancelhas franzidas e os lábios apertados numa linha fina.

          Aquilo não estava nada legal, América preferia Inglaterra sendo sarcástico, brigão, resmungão e insuportável, não quieto com sem nenhuma expressão no rosto pálido.
  
          Mas se ele queria lhe dar o tratamento de silêncio América aguentaria.

          O silencio.

          O canto dos pássaros, a buzina dos carros, a voz de alguns empregados falando algo sem importância, o barulho irritante do sapato de América batendo no chão.

- Você não consegue ficar parado sem fazer barulho nem dez minutos que seja?

          O inglês tinha se virado para o americano, que olhava para o inglês com os olhos abertos em surpresa.

         América tinha ficado quieto por três minutos inteiros, era demais pra sua heróica pessoa ficar sem mexer ou falar durante tanto tempo.

- Os incomodados que se retirem.

         Alfred simplesmente desviou o olhar e começou a cantarolar uma música qualquer. Sabia que isso irritaria Inglaterra ao máximo.

         Mas antes que mais uma briga pudesse ter inicio, o taxi chegou e o americano se levantou, andou até o carro e olhou para trás vendo Inglaterra ainda sentado no mesmo lugar olhando para ele.

- Você não vem, Iggy?

          O inglês não fez menção de se levantar, então America foi até ele e lhe estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar.

- Vamos, eu pago o taxi.

          Inglaterra olhou para a mão estendida, resolvendo agir impulsivamente, aceitou. Foi puxado para cima rapidamente por América. O que fez o inglês gemer de dor.

- Seu idiota você chutou as minhas costas, não seja tão bruto.

          America coçou de leve a bochecha vermelha, ele tinha se esquecido que tinha brigado com Arthur.

- Foi mal velho, acabei me esquecendo que você é frágil. - Com aquilo o inglês retirou a mão da do americano e andou até o taxi.

        América não pôde conter o suspiro, nunca tinha conhecido alguém tão “encantador” quanto Inglaterra.

***

         America saiu do táxi e como prometeu, pagou o mesmo. Depois foi ajudar Arthur a sair do carro, mesmo ele não tendo requisitado ajuda.

- Ei Iggy... O que você vai fazer hoje à noite?

         Os dois andavam perto um do outro, tão perto que Inglaterra roçava o braço no do americano e Alfred conseguia sentir o cheiro de remédios que tinha se impregnado no cabelo loiro de Inglaterra durante a sua breve visita à enfermaria.

- Por que a pergunta? - Os dois tinham parado e agora se olhavam.

- Podemos ir pra minha casa em New York. Levo você à um musical na Broadway e depois para jantar. Eu pago.

       Arthur não pode evitar franzir o cenho, a proposta do americano lhe parecia estranhamente um encontro.

- Não trouxe roupas para ficar mais de um dia, América.

       América puxou de leve o inglês em sua direção quando um casal passou rapidamente atrás do inglês com suas duas filhas pequenas.

- Tenho algumas roupas suas que você deixou na minha casa daquela... bem, da sua estadia. Posso pedir para levá-las para minha casa em New York, o que você acha?

         Era uma proposta tentadora, e America estava tão animado... Inglaterra desviou o olhar dos olhos azuis de Alfred que brilhavam em expectativa.
Se tinha uma coisa que o britânico odiava mais que aquele apelido ridículo era quando America o olhava  com olhar de quem  não comeu sua dose diária de hambúrgueres.

- Ok. Mas você paga.

         O americano sorriu abertamente e abraçou o inglês, mas largou rapidamente ao ouví-lo gemer baixinho de dor.

- Vamos, Iggy. Você não vai se arrepender! - O inglês esperava mesmo que não fosse se arrepender.


Extra

        Canadá estava na sua casa quentinha, assistindo um jogo de hockey na televisão e comendo panquecas com maple syrup. Quando alguém bateu na sua porta. Meio à contra-gosto foi atender e qual não foi a sua surpresa ao encontrar Francis usando um turbante e com o rosto inchado de tanto chorar.

- O que aconteceu?

        Francis apenas se atirou ao chão e começou falar coisas incoerentes. Matthew apenas olhava a cena que estava acontecendo no hall de entrada sem entender nada, e se abaixou para vê-lo melhor. E quando encostou a ponta de seu dedos no turbante da cabeça do francês, ele disse

- Não toque no meu turbante! - Simplesmente voltou a chorar.

         Depois de cincos horas, quando França já não tinha mais lágrimas, Canadá conseguiu fazer com que o francês falasse.

- O que houve com você, França?

         Como resposta França apenas começou desenrolar o turbante.
E Matthew ficou em choque quando viu o que o seu ex tutor escondia embaixo do turbante.

         França estava careca.

        Com a cabeça mais lisa do que casca de ovo, até as sobrancelhas tinha ido embora.

        E ainda havia o desenho da bandeira da Inglaterra na careca do francês.

       Com certeza Arthur era bem mais perigoso do que aparentava ser.


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Notas finais do capítulo

OI!
Sei que vocês esperavam um bate boca danado e tudo mais... So que não vai rolar.
Sei que muitas de vocês vão ficar decepcionadas.mais eu imagino a minha historinha boba assim.
Mais como recompensa, talvez no próximo capitulo saia o tão esperando lemon desse casal adorado.
Há! e feliz ano novo minhas queridas, vocês adoçaram e o meu 2012 com tantos comentários legais, inesperados e motivadores.Espero que este ano seja maravilhoso para todas vocês.
Há amanha e meu aniversário,e como vocês moram muito longe de onde eu moro,se imaginem comendo um bolo e docinhos.
Vou demorara também para postar o próximo capitulo,a minha beta linda e maravilhosa viajou e so volta La pro dia 22.
Espero que gostem do capitulo feito com todo amor e carinho
akimi.



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