Bifurcados - O Apocalipse Zumbi escrita por Cadu


Capítulo 9
Insensatez


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por não ter postado no final de semana, estava ocupado. Após as reviews construtivas reescrevi todos os capítulos anteriores mas o contexto está o mesmo. Quem quiser me recomendar fics com tema apocalipse fiquem a vontade, adoraria ler =)
Aqui está mais um. Obrigado pelas reviews anteriores! Boa leitura =)



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Bifurcados - O Apocalipse Zumbi

Capítulo Oito - "Insensatez"


O machucado que antes jorrava o liquido escarlate era estacando pouco a pouco por uma gaze e alguns band-aids e as células novas rematavam a pele aberta. Sua visão estava temporariamente comprometida por uma grossa camada de lágrimas de dor e a silhueta de Clarissa era apenas um borrão, mas mesmo assim era possível enxergar que seu olhar era desesperado ao ver a situação de caos nas ruas paulistas: errantes que tentavam seguir o automóvel, carros em chamas e sobreviventes correndo por suas vidas.

Após quase uma hora, Heitor conseguiu desgrudar sua cabeça da janela e tirou a camiseta que antes envolvia seu pescoço – agora ensopada por sangue – e jogou-a no banco de trás longe do arco de Clarissa.

— Que bom que acordou, Estava preocupada. Fiz um curativo, não sei se percebeu... Usei a caixinha de primeiros socorros que estava no porta luvas.

Hm... — Heitor balbuciou vagarosamente se espreguiçando por um bom tempo — Obrigado. Dormi por muito tempo?

— Não muito... Você está dormindo a cinquenta minutos. Fiz seu curativo em um beco sem saída que encontrei antes sem os infectados. — Clarissa fita os olhos azuis de Heitor. —Você tem ideia de algum lugar que podemos dormir essa noite? Sei que ainda é de manhã, mas acho bom ajeitarmos um lugar para podermos passar o dia...

Ele para e pensa um pouco com dificuldade. Olha em sua volta e repara a Rua Oscar Freire completamente destruída. Molha seus lábios com o liquido gasoso de cola que permanecia no carro e tem uma ideia.

— Sei onde podemos ir... — Heitor ajeita-se com dificuldade no assento e prende o cinto de segurança tomando cuidado com seu pescoço.

— Mas onde é isso? Um supermercado, hospital...? — Clarissa parece confusa.

— Confie em mim. Vire à esquerda.

Ao chegar a um edifício alto e amarelado que Clarissa nunca havia visto anteriormente, estaciona na calçada. Heitor vira-se para o banco de trás e pega uma camiseta cinza escura de sua mochila e veste-se. Fita Clarissa e respira fundo. Ele abre a porta e sai do automóvel.

— Fique no carro! Eu já volto! — Fecha a porta e rapidamente a ingênua Clarissa também sai do carro. Um errante vem em sua direção e tenta mordiscá-lo, o qual leva uma flechada certeira no olho direito.

Puta que o pariu Clarissa! Mandei ficar no carro! Volta agora!

— Claro que não seu idiota! Volta você para o carro!

A cada grito solto pelo casal mais zumbis aproximam-se de um jeito anormal. Sem tempo para voltar ou pensar em outro plano, Heitor arromba a porta que entra para o hall de entrada do prédio. Quando cinco zumbis tentam invadir o prédio Heitor empurra a porta com face de desespero. Ele apanha uma faca e corta a mão de um dos errantes que estava prestes a segurar seu braço próximo à sua boca sangrenta. A porta começa a ceder trincando todo o vidro que revestia a entrada.

— Clarissa! — ele grita e aponta para uma mesa do hall — Trás essa mesa para cá! Não aguento mais segurar a porta! — Com dificuldade, ela puxa a mesa de mármore até encostar completamente onde agora onze zumbis tentam derrubá-la. — Me segue!

Heitor corre em direção as escadas, as quais os deixam rapidamente fatigados. Ao chegar ao quarto andar Clarissa atira uma flecha no lobo frontal de um zumbi, vestido com roupas de dormir, que estava distraído com uma pessoa já morta no corredor. Trancam o caminho para as escadas.

— Heitor! — ela grita bravamente mostrando um lado ainda escurecido por sua ingenuidade e inocência — Chega! Qual é o seu problema?! Chega! Você pelo menos me pode dizer onde estamos?

O silencio agonizou e o único som que aumentava gradativamente era o de grunhidos dos zumbis que agora já invadiram o prédio. Nojentamente Heitor não a responde e arromba a porta do apartamento quatrocentos e quatro. Ao abrir, a forma morta do pai de Amanda sai lentamente. Um terno envolvia seu corpo que era decomposto, cabelos bagunçados e olhos famintos. Heitor estanca uma faca em sua cabeça e ele cai em seus pés. Pobre Frederico.

Ele entra no apartamento – que agora era pintado de sangue - com nervosismo a flor da pele tentado achar Amanda, a amada. Verifica todos o quartos e sua namorada não permanecia em nenhum.

Abrindo a porta do banheiro lentamente Amanda está de costas. Seus cabelos avermelhados estão completamente caóticos, seu corpo é sujo por sangue da cor carmesim e seus braços estavam amolecidos em direção a gravidade com os dedos dobrados de uma forma horrível.

Amanda...?”

Seu corpo esguio, tremendo bastante, vira em direção em direção a Heitor e seu pescoço desfigurado parece que a qualquer momento se desprenderá do corpo. Amanda dá um grito caricato de um zumbi e tenta ataca-lo. Ele segura-a pelos ombros afastando sua boca que arde por dentro para consumi-lo. Heitor está em prantos.

Uma flecha novamente é atirada por Clarissa e atinge o lobo frontal de Amanda. Ela cai a favor da gravidade ainda com os olhos abertos. Sempre tivera belos e amplos olhos pretos.

Após alguns minutos de tonificação no ambiente, Clarissa obriga-o sair do banheiro. Ele se recusa, mas ela insiste e apenas iria parar de incomodá-lo quando ele saísse do cômodo de higiene. Heitor cai no sofá e chora masculinamente alto enquanto Clarissa o abraça.

— Por que você fez isso Heitor? — Clarissa indaga ainda abraçando-o — Por quê? Tudo já está tão confuso! Não queria ver você sofrendo mais... Olha o que está acontecendo! Porque não me avisou que queria encontrar sua namorada?

As lágrimas de Heitor umedecem o pescoço de Clarissa. Ela retribuiu a aflição com consentimento amigo, mas mesmo assim uma queimação interna atinge seu estômago e recusa o elo que a menina o proporcionava. Heitor grita alto e começa a chutar a parede raivosamente.

Por que isso tem que acontecer?! — cospe as palavras em meio de soluços inativos furiosamente.


Os grunhidos chegam ao corredor principal.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, isso é muito importante para eu partir para o próximo capítulo! =) Posto mais um com dez reviews.