Bifurcados - O Apocalipse Zumbi escrita por Cadu


Capítulo 27
Refugiados


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado pelos comentários do último capítulo. Esse demorou mas está pronto! O capítulo de Leila ainda estou escrevendo. Vou postar assim que estiver pronto.
Hoje recomendo ler The Undead. Li alguns capítulos mas já posso dizer que é ótimo! http://fanfiction.com.br/historia/320388/The_Undead/
Boa leitura =)



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Bifurcados - O Apocalipse Zumbi

Capítulo Vinte e Três - "Refugiados"

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Os passos rápidos ecoavam fazendo que os pedregulhos do estacionamento pulassem sem intenção própria. Heitor e Henrique corriam na frente até chegar à entrada do hotel. Arrombaram porta principal para que a entrada de Ana ficasse mais fácil e sem demoras. Ela já estava desmaiada.

Adentrando na construção era possível perceber que a recepção era simples: um balcão a quarenta e cinco graus da porta de vidro, um par de sofás verde musgo e uma televisão velha – provavelmente para receber hospedes que esperam um quarto vago ali. André rapidamente acolhe Ana em um dos sofás, fazendo sua cabeça corresponder com o conforto.

Clarissa estava a postos com seu arco armado para qualquer ameaça que aparecer. Rapidamente, com preocupação evidente em seu olhar, Heitor pronuncia-se.

— Henrique, fique aqui com André. Eu e Clarissa subiremos para ver se mais alguém está lá. Vamos tentar achar algum quarto livre para ficarmos aqui por um tempo... Ao menos até ela se recuperar.

Henrique concordou assentando com a cabeça enquanto Heitor e Clarissa subiram as evidentes escadas que atrás do balcão ficavam e a cada passo que tomavam o receio invadia suas têmporas. Ao encontrarem-se apenas com um corredor longo, resolveram se dividir. Clarissa ia achar um quarto em que todos poderiam se hospedar e Heitor quem atirou em Ana – e se mais alguém ali permanecia.

Lentamente Heitor arrombava cada uma das portas do hotel. O barulho de madeira ecoava no andar de baixo, mas elas não caiam ao chão – apenas abriam fortemente, fazendo suas dobradiças quase serem arrancadas da estrutura. Todos os quartos vazios.

Chegando ao ultimo quarto apenas um corpo estendia-se na sacada. Era o atirador, vestido de preto. Um homem de cinquenta e poucos anos que tomou o hotel para si mesmo. Heitor, em respeito ao morto, fechou a porta trancando-a. Talvez o cheiro do cadáver não invadisse o corredor. Clarissa caminhava em direção ao vizinho no corredor rapidamente.

— Nenhum deles. Arranjei dois quartos, um de frente para o outro. Final do corredor.

— Vamos chamar o André para deixar Ana aqui. Precisamos achar algo para estancar o machucado — Os dois desceram as escadas e fizeram todos subirem ao segundo andar.

André agarrava Ana Júlia no colo seguindo Clarissa que os guiava. Heitor ficou responsável em fechar a entrada do hotel, trancando a porta, e empurrando um dos sofás na mesma. Uma invasão por causa do barulho dos tiros não seria uma ótima maneira de morrer.

Heitor subiu novamente para observar a situação de Ana Júlia – que, desmaiada, banhava os lençóis em sangue. Clarissa já estava no banheiro arrecadando toalhas de banho para estancar o machucado aberto. Rapidamente, após prendê-las em seu braço, elas embeberam-se no líquido escarlate que apenas após quatorze minutos veio a se estancar. Ana Júlia tinha batimentos lentos.


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Cada gota que os banhava era de tremenda sensação prazerosa. Cada um deles – a não ser por Ana Júlia que ainda dormia na cama – demoraram horas no banho. Mesmo estando limpos, tiveram que vestir suas mesmas roupas – precisavam encontrar uma loja de roupas urgente. O quarto estava trancado, e de qualquer jeito não faziam nenhum barulho para não chamar atenção de ninguém. A televisão tinha apenas um chiado preto e branco, e a única distração era a silhueta negra que a sacada proporcionava. Um vento gélido invadia o quarto, então preferiram fechar as portas e contentar-se com o abafado ar do quarto.

Naquele cômodo antigo apenas combinava três camas: uma de solteiro e um beliche. Decidindo-se quem dormiria aonde, André opinou que Heitor e Clarissa deveriam ficar no quarto da frente - sozinhos. O casal ruborizado saiu do cômodo onde Henrique e André já se preparavam para dormir e partiram para o quarto na frente da porta.

A porta foi aberta e uma cama de casal acentuava o quarto que tinha decoração simples. Dois abajures em cada mesa de canto, uma sacada e um banheiro. Provavelmente todos os quartos mantinham o mesmo padrão (papel de parede esverdeado, camas baixas e quadros típicos de hotéis de estrada) – apenas mudavam a quantidade de camas.

Heitor lentamente foi em direção a sua parte da cama, tirando o moletom e o jogando em cima de uma das mesas. O colchão tinha molas soltas que realmente machucavam suas costas, então tentou se ajeitar fazendo um barulho enorme da estrutura enferrujada. “Melhor do que nada”, pensou. Clarissa trancou-se no banheiro por alguns minutos, saindo do banheiro vagarosamente. Ela estava apenas com a camisa emprestado do vizinho, já que a confortabilidade dos shorts jeans não eram de nível bom para passar uma noite. Após essa ação, Clarissa observa-se no espelho por um longo tempo, fazendo um coque em seus longos e obscuros fios de cabelo. Antes mesmo de deitar junto a Heitor, anunciou.

— Estou com sede, vou procurar a cozinha. Pode ficar aqui, você deve estar com sono.

— Eu vou junto, não se sabe o que pode ter ali embaixo.

Clarissa agarrou seu arco que permanecia em cima da mesa principal do quarto, e apenas seguia Heitor que silenciosamente descia as escadas.

A escuridão era total (a não ser pela tímida lua que aparecia de vez em quando ao céu) proporcionava uma sensação de medo. Apenas algumas silhuetas eram visíveis, mas nenhuma era certa. Após alguns minutos procurando uma porta, Clarissa abre uma. Respiraram fundo de alívio a achar um lugar com água, e sem pensar agarraram os copos de vidro os enchendo com o líquido da torneira. Estava morna, mas era claro que nos tempos que estavam não podiam reclamar de nada. Água gelada, televisão e jogos de computador eram apenas regalias que precisavam aprender a viver sem. Obviamente o morador que antes aqui ficava não lavava suas louças por um bom tempo, mas ainda havia pratos e copos limpos.

Depois de engolir o liquido mais algumas vezes, o silêncio invade a pequena cozinha. Agora a lua está mais visível da pequena janela que ali fica.

Em um momento rápido Clarissa agarra a nuca de Heitor fazendo um beijo incrível acontecer. Deixam os copos na pia ainda com seus lábios grudados, o garoto fica confuso. Sua personalidade gélida algumas vezes contrasta com seu desejo quente de outras. Ela precisava agradecê-lo por tudo e aquela fora uma das únicas formas que poderia.

Heitor levanta o corpo de Clarissa até sentar-se completamente no balcão. Abrindo a camisa de Clarissa botão por botão deixa seu sutiã ficar a mostra. A lua aparecia mais a cada minuto que se passava – mesmo quando poucos sobreviventes permaneciam na terra.


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Notas finais do capítulo

O capítulo não foi revisado, mas será em breve! Obrigado por lerem.