Bifurcados - O Apocalipse Zumbi escrita por Cadu


Capítulo 2
Do princípio


Notas iniciais do capítulo

Primeira história que posto aqui. Pretendo postar semanalmente. Espero que gostem.



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Bifurcados - O Apocalipse Zumbi

Capítulo Um– "Do princípio"

Dezesseis batidas frenéticas na porta fizeram-no abrir seus olhos recém-acordados. Indagando-se se aquilo era um sonho ou não, desceu as escadas de seu loft arrumando suas roupas intimas. A claridade da manhã de domingo não era nada convidativa para levantar-se naquele horário. Girou a maçaneta, e mesmo antes de abrir completamente a porta o mais forte dos abraços agarrou seu tronco, quase fazendo Heitor cair. Tentando descobrir quem era a desconhecida da manhã, afastou seu corpo, mas o cenho da menina não desgrudava de seu ombro. Heitor ironizava em sua cabeça que ela não queria apenas uma xícara de açúcar. Seus cabelos eram extremamente obscuros e as lágrimas que eram derramadas pelos seus olhos umedeceram o pescoço do abraçado. Quando o espaço foi suficientemente necessário para conseguir ver sua face molhada, o rosto de sua vizinha, Clarissa, brotou.

— Desculpa entrar em sua casa assim, mas voc...

— O que aconteceu? Senta aqui — Heitor a interrompeu e a conduziu até a sala de estar, oferecendo-lhe uma confortável cadeira. Ajeitando-se no assento, Clarissa ruborizou quando o viu apenas com suas roupas íntimas, deixando suas coxas grossas moldarem a boxer cinza. Percebendo o leve constrangimento cobriu com uma almofada seus membros inferiores.

— Eu sei que nós conversamos no máximo duas vezes, mas você é a única pessoa do condomínio que eu melhor conheço... Ou melhor, você é a única pessoa que eu conheço — ela enxugou suas lagrimas espremendo-se na cadeira — Meus pais. Aqueles que conversaram com você aquele dia...

Heitor lembrou-se do dia em que o casal de meia idade o convidou para jantar em seu apartamento. Juntamente com seus sotaques mineiros, o interrogaram nos intervalos enquanto não mastigavam o jantar, provavelmente para conhecê-lo melhor e provar para si mesmos que sua filha não dividia corredor com um drogado, um psicopata ou até um estuprador.

— Sim, jantamos juntos.

—Você acompanha os noticiários falando daquele vírus? “Vírus Zero”, algo assim... — seus olhos encheram-se de água.

— Sim, claro. O que tem?

— Minha cidade... — engoliu a seco cerrando seus punhos — Foi atingida. — O choro fez Clarissa soltar um leve grito, grudando as palmas das mãos em seus olhos. Sentindo-se desconfortável com a cena, Heitor levantou-se do sofá e abraçou-a de joelhos. Em seu ouvido esquerdo, tentou confortá-la. “Calma... Vai dar tudo certo”.

Era possível ver as olheiras que se estendiam até suas bochechas, e seus olhos completamente inchados de passar a noite chorando. Heitor, com certo compadecimento, levantou-a com seus braços e pousou seu corpo no sofá de três lugares, o qual parecia ser feito especialmente para ela. Ao encontrar o sofá, sua cabeça apagou.

— Sei que você está cansada... Pode dormir. Vou arrumar alguma coisa para você comer.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e para quem sentiu falta dos zumbis, não se preocupem: ação é que não faltará.