Well Take Tomorrow, One Day At Time - Hiato escrita por Mad Hatter
Notas iniciais do capítulo
...E um discurso inspirador.
Thalia:
Em meu sonho, vejo uma mulher sentada em uma mesinha de madeira. Ela parece calma, e escreve com precisão e agilidade em uma carta, que após selada com algo que parece chiclete mastigado (ECA!), é depositada na mesa.
A mulher se levanta e apanha algo na mesa, que classifico como um punhal, e começa a fazer pequenos cortes em seus braços e pernas, profundos o suficiente para fazê-la lacrimejar de dor, mas ela não grita.
Assim que ergo minha mão para tentar impedí-la, ela simplesmente atravessa o corpo da mulher (Fedra, de acordo com a assinatura na carta que connsigo distinguir ao me aproximar), e ao me certificar que ninguém irá aparecer para impedí-la a tempo, simplesmente viro as costas para ela. Volto a me virar quando um homem alto e moreno adentra o quarto e se depara com o corpo dela, pendurado por uma corda no teto, completamente nú.
Ele chora sobre seu corpo despido, e só se dá conta da presença da carta quando guardas retiram o corpo dos aposentos.
Posso ver a dor em seus olhos e o tremor de suas mãos quando ele apanha a carta e a abre, enquanto me encaminho para perto dele para lê-la também.
"Teseu,
Perdoe-me pelo acontecido. Não poderia aguentar viver trazendo tamanha desonrra para nossa família, e explico o porquê.
Está manhã, durante nossa comemoração, meu enteado Hipólito, seu filho, procurou por mim, e, lamento informar-lhe, tentou seduzir-me.
Quando lhe neguei o prazer de deitar-se comigo, ele mostrou seu lado violento: fez as marcas que agora você pode ver em meu corpo morto, e me abusou.
Como meu último pedido em vida, peço-lhe que negue a ele seus poderes, e mande o garoto para longe.
Novamente, lamento muito pelo acontecido, e tenha a certeza que, viva ou morta, sofro tanto quanto você sofre agora, meu amor, e que prefiriria sofrer contigo, mas não há outro modo.
Espero que entenda.
Me despeço,
Fedra."
Não tive tempo nem para acusá-la de mentirosa, porque a cena mudou.
Agora estava de pé numa biga feita e revestida completamente de ouro, ao lado de um rapaz alto de cabelos e olhos escuros, em contraste com sua pele branca. Ele concerteza me lembrava alguém...
Pela primeira vez no sonho, realmente reparei as minhas roupas.
Enquanto o rapaz puxava as rédeas, meu corpo foi deixado para trás, e pude ver Hipólito manobrando a biga por entre casas abandonadas e estradas intermináveis, enquanto meu vestido branco e prateado roçava minhas pernas por conta do vento. Uma trança loura pendia em meus ombros, e uma aljava estava pendurada em minhas costas junto com meu arco. Aquela roupa era tão... Errada!
Ouvi em minha mente a voz de Teseu. Não me pergunte como, eu simplesmente sabia que era Teseu, e que ele estava prestes a se precipitar para com o julgamento de Hipólito por causa daquela carta.
"- Posseidon...- sua voz dizia, amargurada - Nunca lhe pedi nada, mas peço agora com veemência que me ajude... - A dor presente em sua voz era evidente, e indisfarçável - Puna Hipólito por mim. Faça com que aconteça o inevitável. Não o deixe voltar para casa, pois não suportaria vê-lo novamente depois do acontecido..."
Senti um puxão no estômago, e minha forma fantasma voltou pra biga, que seguia do nada diretamente para lugar nenhum.
A cada nova curva eu observava a esperança aparecer no rosto de Hipólito, e se esvair com a mesma facilidade quando se deparava com um novo pedaço de terra seca abandonada, exatamente como todas as outras. Eu o via amaldiçoar Afrodite entredentes, e implorava pela ajuda de Ártemis.
Meu braço se levantou contra a minha vontade, e se abaixou no ombro dele.
" -Estou aqui." - falei, e aquela voz definitivamente não era a minha!
Até que uma praia apareceu, simplesmente do nada.
O pavor tomou conta de mim. Tentei gritar, tomar as rédeas das mãos dele, avisá-lo, mas ele simplesmente não podia me ouvir, e se precipitou para a praia. Fechei os olhos, porque sabia exatamente o que aconteceria.
O garoto clamou por ajuda quando o monstro marinho saltou do oceano e afugentou os cavalos que puxavam a biga, e fizeram-no cair sobre o chão pedregoso.
Os cavalos continuaram a correr, mas o pé do garoto se prendeu inevitavelmente nas rédeas, e tudo se encaminhava para o precipício, e então... O vento parou de soprar, e uma mão tocou meu ombro.
– Pode abrir os olhos agora, Thalia. - disse Ártemis em meus sonhos. - Estamos sozinhas agora.
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Estava tremendo, e não me segurei.
– Foi você que me mostrou isso, não foi? - acusei - Porquê?
– Porque eu quero que entenda a gravidade da situação em que se encontra. - respodeu, ignorando completamente meu tom de voz. - Eu já sei de tudo, Thalia. Tudo.
Meu rosto ficou rubro e quente, apesar de eu ainda sentir muito frio, e eu me aproximei um pouco.
– Juro que não é o que pensa, Lady. ELE veio atrás de mim...
–Basta de lamentações. - ela me interrompeu, seca. - Você foi corrompida, assim como eu fui.
Eu gelei completamente, de frio e de medo.
– Como assim, "como VOCÊ foi"?
Ela suspirou, e se virou de costas para mim.
– Sei o que está sentindo criança, porque eu também já me apaixonei antes... - ela fez uma pausa - Hipólito me venerava. Por meu estilo de vida, e pela minha escolha de negar os prazeres da carne. Era um dos poucos homens que EU admirava. Ele desprezava Afrodite tanto quanto eu, e suponho que ela não gostou nem um pouco quando descobriu que um simples mortal não a venerava... - continuei séria, e ela prosseguiu - Por ordem dela, Fedra acabou se apaixonando por ele, e até tentou seduzí-lo! E quando Hipólito negou-lhe o prazer de seu corpo... Ela inventou MENTIRAS contra ele! - "essa conversa está tomando um rumo perigoso..." pensei - E agora... Por minha culpa ele está morto. - Concluiu amargamente, e como eu não expressava nenhum sinal de compreensão, ela gritou.
– Ele saiu de sua terra por idéia MINHA! Eu disse a ele... PROMETI a ele que o protegeria se chegasse ao meu templo em Éfeso! E Teseu jogou-lhe uma PRAGA!
Ela respirou fundo, quase chorando, e me encarou.
– O amor nunca vem em um momento propício, Thalia. E nem Zeus pode contra os poderes de Afrodite. Olhe só o que aconteceu com Páris e Helena. Com Teseu e Ariadne. Comigo e Hipólito. São só alguns poucos exemplos, mas já deu pra você entender... Dado isso, sou obrigada a deixar a escolha em suas mãos. - concluiu novamente - Mas lembre-se, Thalia: É a caçada e a imortalidade... Ou Nico. Pense bem. E não me deixe esperando.
"Droga." pensei "Eu simplesmente odeio prazos. Principalmente quando se trata de uma escolha difícil!"
Ártemis de um sorriso mínimo.
– Acorde agora, Thalia. - disse calmamente, mas sua expressão se modificou rapidamente, e eu sentia uma pressão forte em meus lábios e meu peito se levantando contra minha vontade enquanto ela começava a gritar - Acorde, Thalia! - sua voz também foi ficando mais grave e alta - Acorde, Thalia! Vamos!
Abri os olhos desesperada por ar, e encarei alguém com um ar preocupado nos olhos escuros apertados. Seu rosto estava completamente sujo de lama, assim como sua boca e suas roupas. Meus pulmões ardiam e não aceitavam muito bem o ar que eu tentava levar até eles. Sentia muito frio.
– Deuses, Thalia! - exclamou Nico - Você quase me matou de susto, sua idiota! - e se precipitou para mim, numa tentativa frustrada de me aquecer.
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MEUDEUS!!! o que aconteceu com a Thalia?!!!
Só no p´roximo capítulo gente.... HAHA sou muito má mesmo!!!
Reviews, please???