A Garota Dos Deuses escrita por CamsLaFont


Capítulo 2
Mitologia grega?


Notas iniciais do capítulo

Notas finais ein! Leiam-nas!



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Pelo menos a criatura, de inicio, não percebeu que eu havia parado de correr, o que havia me dado tempo para eu me levantar, mas não foi o suficiente para me preparar para o que veio em seguida.

A criatura voou com tudo em minha direção, pronta para me segurar com suas garras – bem nojentas, por sinal – mas eu dei um passo para o lado, ainda meio cambaleante, então suas garras passaram em meu braço esquerdo, quase o arranhando.

Xinguei alto quando ela se virou de volta e começou a vir em minha direção, mas meu pai já estava ao meu lado, com uma... Espada, em mãos.

-Pai? – perguntei. – ao menos você sabe mexer nisso?

Ele me deu um sorriso e quando a criatura chegou perto, já feliz por serem duas presas, e não só uma, meu pai desferiu um golpe tão rápido com a espada que a criatura se desfez em pó, e então Jensen apareceu correndo, desesperado, com uma faca pequena em mãos.

Quando ele chegou mais perto percebi que era uma adaga, e tinha o mesmo tipo de brilho da de meu “pai”.

Senti o ar fugir de meu peito quando a dor finalmente chegou em minha mente, e olhei para meu braço. Tinha bastante sangue, e era tudo o que dava de ver, sangue, minha blusa rasgada – e provavelmente minha cara de apavoro.

Meu pai me segurou pelo braço bom e eu fui caminhando lentamente para dentro de casa, quase desmaiando, as pessoas a nossa volta pareciam começar a notar só agora o que estava acontecendo – e olhavam meio desesperadas para meu braço.

Quando entrei dentro de casa, minha mãe me levou para o sofá e me sentou ali, logo depois sumiu e alguns minutos depois apareceu com uma maleta de primeiros socorros.

-Deveríamos ter imaginado que isso iria acontecer logo, e principalmente hoje, não deveríamos ter falado para você sobre como você chegou, isso atiçou o radar! – minha mãe disse, me deixando confusa, eu entendi o “sobre como você chegou”, mas só isso.

-Mãe? – perguntei, mas ela me ignorou e olhou para Jensen, que já havia entrado e se sentava no sofá na minha frente, como se fosse da casa.

-Você matou a outra? – perguntou meu pai.

-Sim. – ele disse. – deveríamos saber que elas iriam aparecer logo, dezesseis ano, tão forte o cheiro, é obvio que sim, mas não entendo por que elas... Por que não foi Ga.. – minha mãe o fez se calar com um olhar.

-Alguém me explique o que está acontecendo aqui! – quase gritei, mas fiz uma força enorme para não fazer isso.

Meu pai respirou fundo e subiu as escadas, e logo depois sumiu de minha vista... Ele fugiu de me responder isso? Eu já estava confusa, agora fiquei ainda mais.

Mas alguns minutos depois – depois de minha mãe ter começado a limpar meu machucado – ele apareceu novamente, mas então com uma pasta, escrito “C O N F I D E N C I A L” em vermelho sangue e bem grande.

Ele tirou dali um papel, e me entregou ele.

“Á família LaFont, Camille, data de Nascimento: Seis de Janeiro de 1996. Sabemos que cuidarão bem dela, e ficamos felizes de quererem uma garota tão especial quanto. Sr. LaFont, pedimos que cuide bem dessa garota, afinal, todas as suas pesquisas estavam corretas... Perfeitamente corretas. Ficamos até surpresos quanto o F.B.I. disse que você era maluco. Mas, devemos dizer que não foi surpresa não acreditarem, afinal, você vê através da Névoa, como a Sra. LaFont, mas vocês são poucos dos que veem, mas por serem poucos dos que veem, podem cuidar dessa garota incrível que crescerá e ajudará na salvação do mundo, ou padecerá. Ela é importante, e sua hora de ir embora vai chegar um dia, mas, até lá, você precisa entender algumas coisas, primeiro: Ela não é humana. Segundo: Ela não tem nenhuma parte com os humanos. Terceiro: Ela ajudará na sobrevivência de muitos. Quarto: Protejam-na como se fosse sua vida”.

Senti um bule subir pela minha garganta.

-Eu... – parei, eu entendi o que? Que eu não sou humana? Mas eu me sinto humana, eu respiro, ando, durmo, beijo, tenho amigos, estudo, como, tenho pais – tudo bem que eles não são exatamente meus pais, mas isso faz diferença? – eu sou só uma garota normal adolescente!

F.B.I.? Névoa? Ajudará na salvação do mundo, ou padecerá? Sua hora de ir embora vai chegar um dia? Eu não tenho nenhuma parte com os humanos? Eu ajudarei na sobrevivência de muitos? Meus pais tem que me proteger como se eu fosse a vida deles?

-O que é isso? O que aconteceu lá fora? – e então eu comecei com as perguntas – o que tudo isso significa? O que aconteceu? Por que vocês estão falando dessas coisas que eu nem sei o significado? O que é Névoa? Meu pai já falou com o F.B.I.? Por que vocês estão se encarando? – parei para tomar folego e minha mãe começou a enfaixar meu braço.

Eu sentia a dor, mas como uma segunda coisa, pois a primeira coisa, o primeiro sentimento, era a duvida.

-Bem... – Jensen disse olhando. – que tal eu explicar para ela enquanto vamos para o acampamento?

-O que? – eu me levantei num salto, tanto que quase acabei derrubando minha mãe. – Eu não vou á lugar algum enquanto não me falarem o que diabos está acontecendo aqui! – bufei, me controlando para não cruzar os braços e me matar de dor. – por que diabos vocês estão me escondendo coisas? Eu sou uma criança agora?

Meu pai fechou os olhos e minha mãe respirou fundo, Jensen apenas se acomodou no sofá, abrindo os braços e os colocando atrás da cabeça, parecendo se divertir.

-Ela é realmente mimada. – ele disse e eu arregalei os olhos. Jensen me chamou de... mimada? Eu lhe lancei o pior olhar possível, o que só o fez rir.

-Eu... acho melhor você se sentar, Cams. – disse meu pai, se sentando no sofá para uma pessoa só.  Me sentei novamente e minha mãe sentou ao meu lado, e logo pegou minha mão.

-Assim que terminarmos aqui, vamos precisar que você pegue apenas algumas poucas coisas e quebre seu celular, e então vamos embora daqui. – disse Jensen.

Balancei a cabeça.

-Por que quebrar meu celular? – perguntei.

-Bom, podemos começar por isso. – disse minha mãe, começando, sem perguntar qualquer coisa para meu pai. – bom, sabe aquela criatura que estava atrás de você? – concordei, sem querer interromper, afinal, minha mãe estava respondendo minhas perguntas, nada mais justo do que eu me manter quieta e apenas ouvir. Jurei para mim mesma que eu só tiraria minhas duvidas quando tudo fosse explicado. – bom, ela é conhecida como fúria, mas... Alguns chamam de benevolentes, pois seus nomes reais podem ser como um tipo de chamado “estou  aqui, sei sobre você, me mate!” – ela imitou outra voz e eu sorri. – ela está atrás de você, eu não vi qual delas era, já que são três, mas isso não significa boa coisa.

Meu pai continuou.

-Bom, agora, vamos começar a contar tudo por partes, ou pelo menos vamos tentar. – ele disse. – bom, você conhece o básico da mitologia grega, certo Cams? Ou se esqueceu de tudo que lhe falei?

-Pelo que me lembro, existem doze deuses olimpianos, cada um com sua tarefa para comandar o mundo, eles são muito poderosos e são imortais... Certo? – perguntei.

-Bom, é mais ou menos isso. – ele disse. – apesar de serem muitos mais deuses, mas os principais são esses doze que você deve estar pensando. – Tentei me lembrar de todos, Zeus, Poseidon, Ares, Hades, Hera, Atena, Aphrodite, Ártemis, Apolo, Hefesto... Desisti de tentar lembrar quando meu pai continuou. – bem, supondo que eles se envolvessem com humanos, eles gerariam meio-humanos, meio-deuses, ou no caso, meio-imortais. Esses tais filhos são chamados de meio-sangue, ou, semideuses. Eles herdam de seus pais, ou mães – ele acrescentou – alguns de seus poderes, como por exemplo o deus Poseidon, você tem controle sobre as águas, bom, na maioria das vezes – ele deu um sorriso sem graça – eu andei pesquisando bastante, mesmo – ele continuou – enfim, como diz a carta, minhas pesquisas estavam certo, e a benevolente que apareceu só confirma isso, seu pai ou sua mãe provavelmente é um deus ou deusa, cuidamos de você até agora, mas... – ela olhou para a mão. – lhe amamos como se fosse nossa filha de sangue Cams, mas não podemos impedir o que está por vir. Você irá para o Acampamento Meio-Sangue, um acampamento para pessoas como você, semideuses. Você vai receber treinamento lá, e inclusive vai ajudar a salvar muitas pessoas, eu espero. – ele suspirou. – com o tempo você vai descobrir mais coisas... Mas por enquanto, isso é o suficiente.

-Mas... – balancei a cabeça, fazia sentido, mas eu não queria acreditar... Eu era filha de um deus? Mas no bilhete dizia que eu não era nem um pouco humana. – como tudo isso...?

-Também não entendemos muitas coisas Cams, mas esperamos que... – minha mãe fechou os olhos, eu conhecia essa expressão, ela não conseguiria falar, pois se falace, estaria chorando. – nós não queremos lhe deixar. – a voz dela soava diferente, mais triste. – mas você e Jensen precisam ir, ele também é um semideus. – olhei surpresa para ele, ele me deu um aceno, e fiquei curiosa para quem era seu pai (ou mãe), mas decidi não perguntar, tinha que tratar primeiro com minha mãe e meu pai, mais tarde perguntaria para ele quem era seu pai/mãe. – queríamos pedir que desse noticias, sabemos que não somos seus pais de sangue e entenderemos se você não quiser mais entrar em contato, mas gostaríamos que você... entrasse em contato, para nos dizer que está viva.

-Vocês sempre serão meus pais. – dei um sorriso, abraçando minha mãe. – eu não me interesso se vocês são “normais” – fiz aspas – vocês me criaram da melhor maneira possível, tão bem ou mais do que eu poderia pedir, e isso é o suficiente para eu continuar chamando a senhora, de mãe, e continuar chamando meu pai, assim. – dei um sorriso para minha mãe. – não me importo se minha mãe for uma deusa, pois foi você, uma mulher humana que me criou, e isso é o suficiente, e eu não me importo também se meu pai for um deus, pois foi um homem humano que me criou. – meu pai sorriu e me abraçou, juntando minha mãe.

Nos separamos e Jensen já estava levantado.

-Bem, precisamos ir, se Hades mandou duas de suas três benevolentes, precisamos ir logo, antes que elas retomem suas formas... Vocês sabem que eu entrei em contato com o acampamento e eles disseram que os monstros estão retornando á sua forma mais rapidamente que antes, e só tem uma explicação...

Minha mãe assentiu e colocou as duas mãos em cada lado de meu rosto, me encarando pela última vez.

-Vá fazer uma pequena mochila, levaremos vocês até a entrada da colina, e depois voltaremos para casa.

-Mas... – parei. – vocês estarão seguros, não é?

-É claro que sim. – disse meu pai, sorrindo. – vá!

Subi correndo as escadas e pequei uma bolsa de um ombro só, coloquei duas calças jeans e duas blusas, roupas intimas e um casaco, coloquei um par de meias e um amarrador de cabelo, e é claro, minha escova de dentes e minha escova de cabelo.

Fechei a mochila rapidamente e olhei para meu celular sansung, Jensen abriu a porta do quarto em um timing perfeito, pegou o celular e o jogou no chão, e logo depois pisou em cima.

-Pronta? – ele disse e olhou para a minha bolsa. Apenas assenti, surpresa por ele ter feito aquilo tudo tão rápido.

Descemos as escadas rapidamente, e encontrei o olhar de minha mãe enquanto eu descia as escadas, ela estava ao lado da porta, segurando a mão de meu pai. Os dois me deram um sorriso e eu devolvi, mas continuei seguindo Jensen.

Abracei meus pais assim que os alcancei, e eles começaram a me dar várias dicas, dizendo para mim não ficar chateada caso alguns campistas começassem a me zoar, começaram a dizer para mim entrar em contato sempre que pudesse, contando as novidades... Lhes assegurei que tentaria entrar em contato e tudo mais.

Meus pai ia abrir a porta quando Jensen levantou a mão, pedindo silencio e ele parou onde estava.

-O que... – comecei a perguntar mas parei quando Jensen tapou minha boca com tudo.

E então me arrepiei quando ouvi o barulho de escamas batendo na parede – um barulho bem estranho, mas eu já havia ouvido em algum lugar, apesar de não me lembrar.

-Eles encontraram-na. – disse Jensen, me soltando.

Olhei aterrorizada para Jensen, quando alguém me encontrava, não significava boa coisa, e pela cara de meus pais, eu tinha certeza de que boa coisa não era.

-Quem me encontrou? – perguntei.

O olhar que Jensen me deu foi o suficiente para eu temer pela minha vida.


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Notas finais do capítulo

Então amores... Vooolti haha. Enfim, eu estou [atualmente] escrevendo o capitulo 7, mas a coisa tá feia pro meu lado, tenho dois trabalhos só em português pra fazer pra semana que vem e eu ando beem ocupada, mas eu vou tentar postar mais logo, mesmo! prometo! ook?! Obrigado pelos comentários, ajudaram bastante [e eu fiquei beeeeeeeeeeeeeeeeeeem surpresa quando os vi haha, pensava que só ia ter um, ou dois... g.g]
Até o proximo capitulo!
[Erros de português á parte]