Todos já sabem que eu,

nasci para você

Todos já sabem

você nasceu pra mim também

(Certos Detalhes - Catch Side)

Acordei com o sol entrando entre as brechas da cortina, espreguicei-me lentamente na cama, tirei o cobertor lentamente sob o meu corpo e segui ainda de olhos fechados para o banheiro. Despi-me rapidamente e com a água quente caindo sobre mim, meus pensamentos começaram a vagar e eu cheguei a um ponto muito importante. É amanhã.

Sequei-me e me troquei, fui em direção à sala, estava vazio, estranhei, eu sempre sou a penúltima a acordar, pego meu celular do bolso e percebo o porque, estava extremamente cedo. O relógio marcava oito horas da manhã, de um sábado, ah qual é.

Resolvi começar a andar pela praia, sem direção. Enquanto passo pelos lugares, sorrio com cada lembrança que me vem à cabeça. Rapidamente chego e consigo observar a pedra, me sento nela e começo a olhar um ponto fixo no final do mar.

Não sei por que, toda vez que eu olho o mar, eu tento entender o que há depois dele, estranho? Talvez, mas... Ah, sei lá. Balancei minha cabeça para me livrar dos meus pensamentos, às vezes nem eu mesma me entendo não sei como o Gus e a Lu fazem isso com tanta facilidade. Passou uma hora, eu voltei para a casa.

Quando eu cheguei à cena foi simplesmente hilária, de longe dava para se os ouvir chamando: “Bru, cadê você?” Ouvi um grito “Será que ela fugiu? Graças a Deus” e claro que esse foi o Pedro, mas quando eu cheguei a cena foi ainda mais engraçada, só para terem uma noção o Biel me procurava embaixo das almofadas. O Lucas me procurava atrás das portas e os adultos ligando para todo mundo, enquanto o idiota do meu irmão estava jogado no sofá.

- Oi? – Indaguei chamando a atenção para mim.

- Aí meu Deus, você está viva filha – Minha mãe se jogou em um abraço em cima de mim, como todos os outros, menos o Pedro, claro!

Eu não aguentei e comecei a rir simplesmente.

- Por que você tá rindo Bru? – Biel perguntou. Eu abaixei para ficar do seu tamanho e ele se agarrou o meu pescoço e eu o carreguei no colo.

- Vocês por acaso, antes de fazer esse drama todo, olharam alguma vez para o mar? – Perguntei morrendo de rir, eles ficaram meio que sem fala e eu comecei a rir loucamente.

Ficamos durante algumas horas, aproveitamos e almoçamos, na verdade estávamos esperando o homem da marinha ligar para o meu pai, quando a maré estivesse baixa, iriamos dar uma volta na praia dos carneiros ela é simplesmente linda, eu já fui uma vez, tem um bar que é chamado bar do mangue, ele é construído por cima de uma faixa de terra que na frente é o mar e atrás o mangue, uma linda vista, no meio, bem no meio do mar existem bancos de areias que quando secos o pessoal vai para lá, do lado esquerdo tem uma rocha que se assemelha a um jacaré e embaixo dela fica um espaço que é para banho de lama e tal, é um passeio bem legal.

Arrumamo-nos e quando chegamos lá, nos arrumamos todos no barco e a primeira coisa que pedimos foi para ir ao banho de lama.

- Bru vem cá – Lucas me chamou docemente.

Fui até lá e sabe o que o desgraçado fez? Ele tinha feito uma bolinha de lama e jogado em mim, eu vou rebolando exageradamente até ele, rindo de tudo isso, obviamente.

- Você não sabe com quem você mexeu Bustamante – Digo o encarando firmemente, segurando o riso.

- Nunca dê as costas para o seu oponente, minha querida – Ele diz debochado.

Eu sorri e sem ele perceber, pego uma mão inteira de lama e me aproximo dele, quando ele fecha os olhos pensando que provavelmente eu iria beijá-lo eu simplesmente derrubo toda a lama que estava na minha mão. Eu começo a prender o riso, o que não está dando muito certo, digamos de passagem.

Ele abriu os olhos lentamente dava para ver que ele não deixaria acabar por ali.

- No amor e na guerra valeu tudo, não é meu amor? – Pisquei para ele. E comecei a rir.

Num momento de distração ele jogou em mim e começamos uma guerra, parecíamos ter um seis anos, -risos- sendo felizes sem motivos. Até que.

- Bandeira branca, por favor – Eu digo implorando.

- Pede pra sair soldado – Ele diz fazendo cara de chefão, o que não deu muito certo. O que me fez rir muito.

Fomos nos aproximando e começamos a nos beijar eu sentia a sua boca pressionando a minha com um sorriso, a minha boca imitava o gesto.

Depois de dar uma olhada no meu estado, sem pensar eu acabei partindo o beijo e me jogando no mar que estava atrás de nós, para pelo menos limpar um pouco daquela lama toda que estava em cima de mim.

Mas, a cena que eu vi foi mais engraçada ainda, Lucas estava beijando o vento (?). O que me fez rir muito alto.

 Na verdade, ele só continuava parado no mesmo lugar, fazendo biquinho. A coisa mais linda.

 - Não acredito que você me abandonou aqui – Lucas diz.

- Ah vem aqui – Falei o chamando com o dedo indicador.

Ele imitou o meu gesto e se jogou na água.

Ele se aproximou de mim e iniciamos um novo beijo, calmo, apaixonante, como se estivéssemos tentando transmitir alguns sentimentos que são muito fortes para conseguir se explicar por palavras.

Envolvi minhas pernas em sua cintura, sem malícia.

Quando senti um flash na nossa direção e fomos parando o beijo aos poucos para encontrar nossos pais sorrindo com a câmera na mão.

- Vocês acham mesmo que a gente vai parar por vocês? – Lucas pergunta rindo.

- Tudo bem, podem voltar para a pegação aí casal, só não deem mal exemplo ao garotinho aqui, que ainda é puro – Meu pai falou, isso mesmo meu pai! Indicando Biel.

- Ei vocês, ele deixa mais eu não, num tem nenhum um pouco afim de ficar de vela aqui – Pedro reclama.

- Eu sei que você me ama muito Pedrinho, mas sabe como é né – Eu digo enrolando a ponta do cabelo e forçando uma voz que acabou ficando engraçada.

Todos nos começamos a rir e depois eu fui tentar ajudar o Biel a construir um castelinho, enquanto Lucas observava a cena, sorrindo.

Depois dali fomos para o bar do mangue, que eu havia citado, passamos mais um tempo por ali e quando era por volta de umas quatro horas, que o sol estava baixando resolvemos ir embora. Para não ficar muito tarde.

Fomos conversando o caminho todo.

Chegamos lá, e aquela sensação de estar enfadado parece que invadiu todos, resolvemos ir dormir, já que amanhã iriamos para casa de noite e a tarde teria que arrumar mala e essas coisas chatas.

Fui para o banheiro tomei banho, tirei o resto de lama que ainda tinha no meu corpo, coloquei um pijama e pantufas, fui à sala desejar boa noite a todos, dei um beijo no Lucas e simplesmente dormi. Dessa vez eu realmente apaguei.