Sun Of Earth (Jacob+Renesmee) escrita por Cláudia Ray Lautner


Capítulo 14
Promessas e Mentiras


Notas iniciais do capítulo

É agora que as reviravoltas começam! Pelos comentários, vi que vocês estão adivinhando boa parte dos acontecimentos... HAUSHAUHS



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*****

Jhonatan estava no meio do galpão, com algumas ferramentas em suas mãos e um motor de motocicleta desmontado em cima da mesa.

Ele me olhou chocado, por um minuto. Obviamente estava trabalhando, não ouvira minha aproximação e se assustou comigo parada ali.

Logo a tensão voltou a seu rosto e ele voltou a me dar seu costumeiro olhar gélido. Minha visão periférica não deixou de notar que ele segurou com mais força a chave inglesa em sua mão.

Eu continuei parada a soleira da porta, sem saber como reagir. O cheiro limpo de seu sangue preenchia o ambiente, sobrepondo o odor da graxa e da gasolina e fazendo minha garganta queimar. Mas eu tinha total controle sobre mim.

A principal razão de congelar onde estava, foi à surpresa de encontra-lo ali tão cedo e o fato de eu estar descalça, com a mesma roupa da noite anterior e com o cabelo provavelmente parecendo um ninho de passarinho. Meu rosto queimou só de imaginar o que ele pensaria de mim.

Pensará a verdade. - meu subconsciente sarcástico soprou para mim.

– Desculpe. - eu disse num fio de voz sem saber qual seria a próxima atitude a tomar. - Não sabia que havia alguém aqui.

Ele pareceu relaxar um pouco, quando ouviu minha voz.

– Deseja alguma coisa? - ele perguntou com uma voz suave e áspera ao mesmo tempo, muito diferente do timbre grave de seu irmão Sam. Era a primeira vez que eu o ouvia dizer algo em voz alta.

Jhon continuava me olhando esperando uma resposta.

– Sim. Na verdade, acho que eu deixei cair minha carteira com meu celular por aqui ontem e vim procurá-la.

Ele estreitou os olhos por um minuto.

Como eu queria ter o dom de Edward neste momento!

– Eu não vi nada. Mas fique a vontade para procurar. - disse-me com sua voz suave novamente.

Acenei com a cabeça para ele e embarquei em minha procura não muito longa. Minha carteira estava caída ao lado do balcão em que eu e Jacob nos beijamos na noite anterior. Meu rosto voltou a ficar em chamas.

Ergui a cabeça, olhando novamente Jhonatan que estava de costas para mim, procurando uma maneira de me despedir, sem deixar esta primeira conversa mais estranha do que ela já estava. Fiquei irritada por Jake não ter me contado que Jhon estava trabalhando na oficina com eles, tão pouco que eu podia achar alguém ali tão cedo.

Os seus ombros estavam tensos. Ele pareceu sentir que o olhava e virou-se para trás.

Finalmente sua timidez deu as caras, pois ele corou com o flagrante.

– Encontrei. - declarei, sacudindo a carteira em seu campo de visão, como prova.

– Que bom. - ele respondeu e passou as mãos sujas de graxas em sua calça jeans. Ele parecia tão desconfortável quanto eu com este encontro.

Peguei meu celular, apenas por curiosidade mórbida, para ver quantas chamadas havia de minha família. Eram vinte e seis no total. Dezenove apenas de Edward.

Bufei. Maravilha!

– Então... Renesmee, não é? - ele perguntou, franzindo o cenho com dúvida e eu concordei. – Não fomos apresentados formalmente. Sou Jhonatan Uley. - disse, me estendo à mão recém-limpa.

– Prazer em conhecê-lo. - eu murmurei pegando sua mão e não poderia estar mais deslocada. Eu não estava nem um pouco apresentável.

Sua mão era grande e muito quente. Quase tão quente, quanto à de Jacob. Me perguntei se ele não tinha a possibilidade de se transformar em lobo, ou se isso só poderia acontecer na puberdade. O bom é que ele não se espantaria com a temperatura elevada da minha pele, apesar de que ele já devia estar acostumado.

Jhon sorriu sem graça e pareceu pensativo por um momento.

Então declarou:

– Você não é como eu esperava.

Franzi a testa.

– Como assim? - perguntei.

Ele deu de ombros.

– Não sei. Apenas diferente. Sabe, por você ser uma vampira.

– Meio vampira. - eu corrigi por reflexo, me arrependendo logo em seguida, pois ele comprimiu os lábios. - Bom, acho que para os humanos não faz muita diferença.

Ele deu um leve sorriso. Ele era um rapaz muito bonito.

Ficamos ali parados, um na frente do outro sem saber qual o próximo passo dessa nossa conversa maluca.

Abri a boca para me despedir, mais ele foi mais rápido.

– Na verdade, é tudo muito louco para mim. Há dois meses atrás eu era apenas um garoto, um estudante que resolveu conhecer o irmão distante que morava na reserva. E agora estou ate o pescoço de criaturas místicas! - ele disse brincalhão. Soou como um desabafo.

Sorri para ele.

–Eu imagino que deva ser assustador. - perguntei com a voz mais doce que podia, finalmente compreendendo algumas de suas reações próximas a mim e minha família.

– Um pouco. - ele admitiu divertido.

De repente, todas as minhas dúvidas sobre ele se dissiparam. Não havia nada de errado com ele. Era apenas um garoto humano, reagindo como tal, em uma situação altamente inusitada.

Senti compaixão e simpatia imediata.

Ele devia mesmo amar Leah, ou já teria saído correndo na primeira oportunidade.

– O mais difícil de assimilar, por incrível que pareça, é o imprinting. – ele continuou. - Sabe, eu amo Leah, mas ainda e tudo muito confuso pra mim. Para você deve ter sido mais fácil, já que nasceu no meio de tudo isso.

Franzi minha testa, confusa com a palavra que eu ouvi. Mas meu coração reagiu a ela e senti que o que viria a seguir não ia ser bom.

– Do que esta falando? - perguntei.

– Da ligação entre você e Jacob. - ele respondeu confuso. – Eu soube que sofreram o imprinting quando você ainda era um bebê...

Prendi minha respiração. Ligação? Imprinting?

Meu estômago dava voltas e eu sabia que o que estava diante de mim era um dos segredos que Jacob me escondia. Minhas mãos ficaram dormentes, mas eu respirei fundo, criando coragem para fazer mais perguntas.

Mas antes disto, ele analisou minha expressão e arregalou os olhos. Então suspirou resignado consigo mesmo.

– Ah meu Deus! Você não sabia! - ele afirmou, com olhos angustiados.

Não encontrei minha voz para responder, apesar de ter milhões de perguntas para fazer. Antes que pudesse formular alguma, ouvi a aproximação de alguém do lado de fora da oficina e logo em seguida uma voz conhecida soou.

– Jhonatan? - Leah chamou antes de entrar.

Assim que ela apareceu à porta, sentiu o clima dentro do galpão e logo seus dedos começaram tremer. Ela correu até nós mais rápida que uma humana.

– Renesmee. – ela cumprimentou de uma forma fria. Como não respondi ela olhou para Jhonatan e congelou ao ver sua expressão. – O que está acontecendo aqui? – perguntou entre dentes, olhando de volta para mim.

Me fitou de cima a baixo com certo desprezo. Mas desta vez nem me importei com minha aparência.

– Desculpe Lee. – Jhonatan murmurou. – Eu pensei que ela sabia. Me desculpe... – ele repetiu.

Leah o encarou por um momento, confusa. Mas logo a compreensão invadiu seu rosto e ela voltou a me olhar com compaixão.

Senti inveja dela porque, eu também queria compreender o que estava acontecendo. Empurrei o nó em minha garganta para baixo.

– Você sabia Leah? – perguntei tentando ao máximo para minha voz não soar acusadora, mas sem muito sucesso.

Seus olhos encontraram os meus. Me fitou durante longos segundos, até que enfim, suspirou.

– Sim. – murmurou quase que inaudivelmente.

Gelei da cabeça aos pés.

– Quem mais sabia? – minha voz saiu engasgada.

Ela olhou para Jhonatan que era o retrato do arrependimento. Deu um sorriso tranquilizador para ele, antes de se voltar para mim.

– Todos nós.

Coloquei a mão em meu estômago, sentido frio.

– Minha família? – perguntei, já sabendo a resposta.

Ela acenou com a cabeça concordando.

Fechei os olhos com força, respirando fundo, tentando controlar minha pulsação. O que estava acontecendo?

– Renesmee, tente compreender. Não julgue antes de saber toda a verdade. – ela me aconselhou.

Abri os olhos para encará-la.

– Então, me conte. - devolvi para ela.

Leah rapidamente negou com a cabeça.

– Isso é algo que só Jacob poderá te explicar.

Meu coração bateu descompassado apenas com a menção do nome dele. Tinha certeza que ele iria me contar tudo. Que iria me explicar que a terrível sensação na boca do meu estômago, era algo bobo comparado ao nosso amor e ao nosso futuro juntos.

Sim eu faria isso. Mesmo que me magoasse, queria a verdade dele. Eu aceitaria e perdoaria o que quer que fosse.

– Obrigada. – murmurei para eles, ao mesmo tempo em que me virava para a porta.

Ouvi o arfar assustado de Jhonatan, ao me ver correndo tão rápido, mas não me importei.

Precisava falar com Jacob agora.

Ele iria contar toda a verdade. Ele havia tentado isto na noite anterior. Fui idiota ao pensar que desconhecer o passado não faria diferença. Nada mudaria meu amor por ele, mas conviver com segredos, me rondando o tempo todo não me agradava nem um pouco.

Todos estes pensamentos, não faziam o mau pressentimento passar.

Sacudi a cabeça. Só precisava do calor do meu Jacob junto a mim e logo estaria melhor.

Quando entrei novamente na cabana vermelha, encontrei-o vestido apenas com uma bermuda, enquanto preparava café. O cheiro da bebida me revirou o estomago tamanha era minha ansiedade.

Mas meu coração não fugiu a regra e acelerou ao olhar para o corpo de Jake e ao sentir seu cheiro.

Ele olhou para trás segurando uma xícara para mim com um largo sorriso, que se desfez assim que ele viu minha expressão.

– O que houve? – perguntou com preocupação.

O mau pressentimento continuava ali, mas eu tinha que perguntar. Não conseguiria arrastar mais isto por muito tempo e precisava ser rápida, porque provavelmente há esta hora, Edward já montava uma equipe de busca.

Olhei para o rosto do meu amado. Meu coração sabia que não importava o que ele dissesse nada mudaria meus sentimentos por ele. Foi este pensamento que me deu coragem e forças para encontrar minha voz.

– Jacob, o que é um imprinting? - não saiu clara e limpa como eu queria, mas ele ouviu bem.

Seus olhos se arregalaram e por um segundo ele congelou. Mas logo seu queixo ficou tenso e seus dedos ficaram trêmulos. Eu sentia o calor emanar dele e me atingir em ondas.

– Quem te falou sobre isso? – perguntou entre dentes.

– Isso importa? – devolvi.

Jake me lançou um olhar angustiado. Seu rosto era um caleidoscópio de emoções.

– Não. Não importa. Eu só queria ser o primeiro a ter te contado. - ele declarou com um suspiro.

Sentou em uma cadeira e pegou minha mão para que eu me sentasse ao lado dele.

– Eu mudei de ideia. - murmurei para ele. - Eu quero saber o que você tem para me contar.

Jacob me encarou. Todas as emoções passando pelo seu rosto. Angústia, dor, raiva. E por fim a resignação.

Neste momento eu senti medo. Medo do que ele tinha para me dizer. Medo que fosse forte o bastante para nos separar.

Mas sentindo as suas mãos quentes nas minhas e olhando para seu rosto forte e nobre, me sentia segura. Jacob não deixaria nada nos afastar.

– O imprinting, é uma coisa de lobos. - ele começou a falar, com sua voz grave e seus olhos profundos me sondando e analisando a minha reação a cada uma de suas palavras. - É uma ligação que acontece apenas uma vez e nos muda completamente. Quando você encontra a outra metade de sua alma. – suspirou, enquanto suas mãos tremiam, e sua voz ficava carregada de emoção. - Quando você a vê, não é mais dono de si mesmo. Toda sua vida está nas mãos dela. Pertence a ela. Pra ser tudo que ela precisar que você seja.

Eu estava hipnotizada. Entorpecida com suas palavras. Tudo que saiu de seus lábios deveria ser a mais bela poesia já dita. Mas estava errado.

– Isso aconteceu com você? - eu perguntei tolamente.

– Na primeira vez em que te vi. - ele concordou em um sussurro.

Eu franzi os lábios, resignada. De repente, várias conversas que tivemos, diversas dicas soltas e eu não percebi. Mas como poderia sequer imaginar uma coisa destas?

– Então, quer dizer que você nunca teve escolha? - eu concluí.

Ele pareceu perceber que esta conversa não acabaria bem.

– Não, eu não tive. Nenhum de nós teve. Mas não ter escolha, acabou por ser a melhor coisa que já aconteceu em nossas vidas. - ele disse e de repente, percebi que era mais tola do que imaginava.

– Oh meu Deus! - eu arfei chocada. - Sam e Emily? Kim e Jared?

– Sim. - ele disse com a expressão calma, me deixando absorver tudo isto. - E Paul e Rachel também.

Minha cabeça girava com tantas informações. O que isso significava? Que nosso amor não passava de uma brincadeira do destino? Que nos éramos obrigados a ficar juntos? Eu estava inconformada.

– Então, quer dizer que isto que eu sinto por você não é amor? É apenas um feitiço de lobisomem? – perguntei tentando controlar a acidez em minha língua.

– Eu não sei o que você sente. Mas eu definitivamente amo você. - ele puxou meu rosto para encará-lo. - Por favor, Renesmee. Tente entender.

Fitei seu rosto.

– Por que não me contou? – minha voz continuava horrível e meu coração por alguma razão desconhecida, não parava de afundar. Não podia acreditar que tudo que eu sentia não era meu.

Ele suspirou pesado.

– Eu tentei. - ele me lembrou.

Claro que eu não queria ouvir na hora! Pensei que seus segredos envolviam alguma garota em seu passado, ou qualquer outra coisa normal. Nunca pensei que seria um feitiço que me mantivesse em ligação com ele!

Como sempre, eu me surpreendia ao sentir seu toque em minha pele quando ele acariciou as costas das minhas mãos com seus dedos.

Eu tinha razão. Sua revelação não mudou nada do que sentia por ele.

Mas minha mente tinha espaço suficiente para amá-lo e odiá-lo ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.

Amá-lo não por um imprinting qualquer, mas por ele ser quem era. Atencioso, carinhoso, divertido e minha descoberta recente, um amante gentil. E odiá-lo por ter escondido um segredo tão importante de mim, por tanto tempo.

Isso não estava certo. Quando se ama alguém incondicionalmente, não deveria ser por escolha própria? Não é fácil descobrir que esta dando toda a sua vida a alguém, não por sua escolha, mas pela falta dela. Mais difícil ainda é tudo isto ter sido escondido de você por aqueles que ama.

Toda minha família sabia. Todos os Quileutes sabiam.

Droga! Até Rachel, minha melhor amiga, sempre me deu dicas, mas nunca teve coragem o bastante para dizer o que estava havendo.

Bella, com toda a sua compreensão. Edward, sempre irritado ao me ver com Jacob.

Todos já deviam imaginar o que aconteceria.

Fechei meus olhos com força. Meu coração estava apertado, com a dor de ser enganada.

– Nessie. - ouvi sua voz grave próxima ao meu ouvido, me causando arrepios. - Não importa o que está passando em sua cabeça agora. Quero que saiba que eu a amo como nunca amei ninguém. E te amarei para o resto dos meus dias, não importa o que decida.

Ergui a cabeça e abri meus olhos. Olhar para seu rosto tão adorado, só fez aumentar a sensação sufocante em meu peito.

– Não deveria ter mentido para mim. - eu disse com a voz engasgada.

Seus olhos negros angustiados me fitaram. Sua testa estava vincada de pela dor e sua expressão era de puro arrependimento.

– Eu sinto muito. Eu sou um idiota! - ele abaixou a cabeça e continuou. - Você tem todos os motivos para ficar irritada comigo e eu não irei te julgar por isso.

Meu coração se apertou ao vê-lo tão triste e abatido desta forma. Mas não deixaria que isso afetasse minhas decisões. Isto não estava acabado.

Jacob tornou a olhar para mim e segurou meu rosto entre as suas mãos tremulas e febris.

– Por favor, apenas diga que me perdoa. - ele pediu, seu rosto próximo ao meu. Seus olhos negros me sondavam e eu só precisava inclinar-me para abraçar seu corpo quente e beijas seus lábios macios.

Ele se antecipou aos meus pensamentos e tocou seus lábios nos meus. Era como se Jake tocasse cada músculo do meu corpo embora só tocasse meu rosto. A descarga elétrica estava ali. Eu retribuí o beijo com um desespero que nem eu mesma conseguia entender. Ele gemeu com minha entrega. Sentia seu gosto e o cheiro de café em seus lábios. Seu calor lutou contra a opressão em meu peito.

Por um momento pensei em ceder e deixar tudo para lá.

Mas o mau pressentimento continuava ali, esgueirando-se a minha volta, me deixando confusa. De repente, em um estalo, me lembrei de uma conversa que tive com Jacob antes do ataque dos Filhos da Lua. Uma conversa na qual ele havia admitido ter levado outra garota em uma festa na fogueira na reserva.

Jake não estava me contando tudo.

Empurrando toda a minha necessidade dele para baixo, descolei nossos lábios, retirei sua mão do meu rosto e o encarei com a expressão séria.

– Há algo mais que queira me contar Jacob? – perguntei ofegante.

Ele me olhou por um momento, o fogo se extinguindo. Seus olhos se entristeceram com minha pergunta. Abaixou a cabeça e ficou em silêncio. Eu percebi que ele não diria nada.

Me levantei incrédula e passei a mão pelos meus cabelos. Andei até a janela segurando as lágrimas de frustração.

– Você não vai me contar não é? - sussurrei de costas para ele.

– Eu não posso Nessie. - ele disse em um murmúrio.

Virei depressa para ele, mas sua imagem ficou borrada, com as lágrimas em meus olhos.

– E porque não? - minha voz mais alta do que pretendia, minha fúria com todos estes segredos, finalmente vindo à tona.

Ele se levantou devagar, seu rosto contorcido.

– Porque não é um segredo só meu. Envolve muitas pessoas além de mim Nessie.

– Então você simplesmente pretende fingir que eu não sei que você me esconde algo e continuaremos a viver tranquilamente? - gritei para ele, meu controle finalmente se esvaindo no espaço, enquanto uma lágrima solitária rolou por meu rosto. - Como pode pedir que eu te perdoe por uma mentira, quando há outras nos rondando? Como vou saber se você não vai mentir para mim outra vez?

– Você não entende. – murmurou, seus olhos dando espaço para a mágoa. - Se você tivesse um segredo, que envolvesse alguém importante para a pessoa interessada, você contaria a ela?!

Minhas pernas ficaram bambas e meu coração batia irregularmente. O que Jacob estava escondendo de tão grave?

– Eu confiaria no homem que eu amo. - declarei com voz acusadora. - Confiaria nele e juntos lidaríamos com todas as consequências. Mas não esconderia dele, porque não há nada pior do que passar anos sendo enganado.

Ele me encarou com a expressão torturada. Eu podia ouvir o conflito em sua cabeça.

– Então Jake, você vai ter que confiar em mim. - eu disse com o coração apertado por vê-lo sofrendo.

Jacob abaixou a cabeça e fechou os olhos com força, provavelmente enfrentando os monstros de seu passado, tentando derrotá-los para o futuro que viria a seguir.

Quando ergueu a cabeça, seus olhos continham tristeza e determinação com a mesma intensidade. Sua expressão me fez prender a respiração, angustiada pelo meu Jacob. Nunca havia presenciado em seu lindo rosto, tamanha dor e tristeza.

Ele abriu os lábios e em uma respiração entrecortada, disse às palavras que me empurrariam para o abismo.

– Eu fui apaixonado pela Bella.


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Notas finais do capítulo

Capitulo curto, mas não se preocupem!
Quinta-feira tem mais...