Transtorno De Boderline escrita por Liz03


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi :) , bem cá está você então vamos lá:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/268974/chapter/1

“ O transtorno de personalidade Boderline ocorre mais frequentemente em mulheres. Ele é caracterizado pela instabilidade emocional, comportamento autodestrutivo, impulsividade, manifestações inadequadas de raiva, insegurança, tendência ao suicídio, hipersensibilidade às críticas, expectativa de conseguir recompensas desproporcionais, intolerância à frustração e solidão, e medo de abandono.” Um estudioso de mentes humanas diria ainda sobre uma pessoa com esse transtorno: “ Tendem a ter relacionamentos intensos, confusos e desorganizados”.



Não haveria modo melhor de começar esta narrativa. Não que algum personagem apresente esse transtorno de personalidade, mas é interessante notar que todos devem ter um pouquinho de Boderline (e com todos refere-se a pessoas com sentimentos, não alguns blocos de gelo que andam por aí. Que ofensa ao estado sólido da água! O gelo não é , de forma alguma, indiferente, derrete em uma velocidade proporcional ao calor que recebe) ou pelo menos a maioria das mulheres deve ter algo disso em menor proporção. Leia de novo e veja que características suas foram citadas na descrição acima.....

Não há bem um começo autoexplicativo, sendo assim fica um pouco difícil de iniciar o capítulo1, concorda? Daí surgiu a brilhante ideia de voltar só um pouquinho no tempo para que seja exposta uma situação que pode resumir as coisas:

Olhou para o relógio na parede do consultório, cada segundo ali parecia um precioso tempo perdido. Não tinha a menor vontade de estar ali nem entendia, na verdade, o que estava fazendo naquele lugar. Sério, bastava olhar em volta, olhar para os outros pacientes, era bater o olho e imaginar uma pessoa triste, depressiva ou confusa. Ela não era assim. Sua mãe discordava, e era por isso que estavam ambas na sala de espera de um consultório de psicóloga. Não era maldade da mãe, mas é que com um estereótipo de garota perfeita em casa para comparar com o bagaço de feira ficava difícil. Carolina sempre foi a queridinha da mamãe, a perfeitinha, a bonitinha, delicadinha, e ela era como Carolzinha, exatamente igual. Só que ao contrário. E não era maldade da irmã mais nova, também não. As amava e sabia que era amada, mas eram muito diferentes para não haver atrito, sempre fora assim. Sempre. A atendente chamou: Pan Garcia. A mãe ficou no sofá verde, ela seguiu e entrou na sala. Uma mulher de blusa roxa com um colar volumoso e um cabelo loiro preso num coque (impossível não pensar num poodle).

– Boa tarde, Pan - disse a mulher apontando uma cadeira para que se sentasse - Como vai?

– Boa tarde - sentou-se desajeitada sem saber o que fazer com as pernas (balançava, cruzava, deixava quieta, uma por cima da outra?) - Vou muito bem e a senhora?

Muito bem, isso aí. Seu consolo era a certeza de sair dali provando para todos que estava muito bem, obrigada. Talvez até ficasse amiga da psicóloga, talvez ela lhe pedisse conselhos sobre a própria vida, provavelmente. Era só provar sua normalidade, só.

– Estou bem também, mas o que importa agora é você - cruzou os dedos sob a mesa.

Encarou-a esperando uma resposta que não veio.

– Então...- disse com uma voz decidida porém calma - O que a traz aqui?

– Minha mãe

– E por que ela lhe trouxe?

– Boa pergunta - falou decidida a não começar a reclamar das comparações injustas com a irmã

– Não sabe?

Fez que não com a cabeça.

– Vejamos....- leu um pequeno papel que estava na mesa - Andou discutindo com sua mãe ou com sua família esses dias?

– Sempre tem uma diferençazinha de opinião...normal

– Acha normal discutir com as pessoas?

Pan inclinou a cabeça confusa com a conclusão da mulher a sua frente.

– Eu não disse isso...

– Não gosta de admitir que discute com as pessoas?

Abriu a boca, mas não disse nada. Fechou-a e ponderou a respeito de uma boa resposta. Achou:

– Não gosto que digam coisas que eu não disse dizendo que eu disse

Foi a vez da psicóloga inclinar a cabeça.

– Querida, isso parece confuso - disse com uma doçura profissional

Pan assentiu com a cabeça como se a mulher reconhecer a confusão fosse uma vitória.

– Por que não me fala um pouco sobre você ?

O primeiro impulso foi responder “porque não lhe conheço”, mas era hora de mostrar sua normalidade. Perguntou sobre o que exatamente a senhora desejava saber, como essa lhe respondeu que falasse um pouco de seus gostos, começou:

– Eu gosto de sair com meus amigos, de ler, de jogar vídeo game, de ouvir música, assistir TV, e por aí vai

– Interessante...Costuma passar muito tempo sozinha?

– Bem....- riu ironicamente - algumas coisas eu faço sozinha como ler - falou mais devagar para ver se a senhora entendia - agora, sair com meus amigos eu faço com meus amigos mesmo

Riu da própria piada.

Só ela riu.

– Entendo...- escreveu alguma coisa num caderninho - Gosta de ler pelo fato de ficar só?

– Não, gosto de ler porque...porque gosto

– É difícil explicar essa carenciazinha não é? - fez um biquinho “meigo”

– Eu não sou carente!

– Tudo bem, querida, não precisa ter vergonha. Muitas pessoas tem problemas afetivos

– Eu não sou carente!

– Como chama isso então?

– Adolescência

– OK....

A psicóloga sorriu com compaixão e meneou a cabeça de forma a mostrar que compreendia seu problema. Tossiu para mudar de assunto, voltou a dizer com calma e sensibilidade:

– Sua mãe conversou comigo - balançou a cabeça como se estivesse lembrando da conversa - Sobre o dia que chegou em casa e você havia cortado o cabelo....Gostaria de falar o que aconteceu?

– Grudou chiclete nele daí não consegui tirar e tive que cortar - disse de maneira óbvia

– Chiclete....?

– É

– Unhum....- abaixou os olhos para o caderninho antes de voltar a olhá-la de maneira questionadora - Isso não seria uma metáfora para os pensamentos ruminantes que lhe atormentam?

– Não! -falou mais alto do que pensara - Não, não... - riu como fazia quando estava ficando nervosa - Olha...- respirou fundo - Isso é um eufemismo para: A porcaria do chiclete grudou na porcaria do meu cabelo e tive que cortar, poxa!

– Certo, está tudo bem Pan, eu só quero ser sua amiga...

– Você quer é achar depressão pós-parto num chiclete

– Tudo bem...porque não respira fundo e conta até 10?

Estreitou as pálpebras. “Maldito poodle”, pensou. A consulta seguiu, o diagnóstico foi “uma certa confusão interior e carência afetiva resultando numa agressividade inadequada”. Algumas sugestões foram dadas para melhorar essa “crise de sentimentos”, sendo obrigada pela mãe a escolher algo optou pelo trabalho voluntário. Quando chegou em casa rabiscou no seu caderninho de anotações : “Corte o pompom dos poodles antes que eles se voltem contra você”.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Certo, vou ser franca, eu não sabia como começar. Provavelmente, ficou bem ruinzinho, mas que tal um voto de confiança? Se alguém conseguiu gostar dê um oi aí nos comentários para dar aquele estímulo. Um bj e até o próximo capítulo (ainda estou escrevendo). o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Transtorno De Boderline" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.