21st Century Breakdown escrita por Renata Pádua


Capítulo 2
Last of the American Girls


Notas iniciais do capítulo

Oi õ/
Eu sei, fiquei muito tempo sem postar, mas eu geralmente escrevo de madrugada, e esses dias eu estava com muito sono '-'
Não vou prometer que vou postar mais frequentemente, principalmente agora que as provas estão vindo por aí
Mas, enfim, espero que gostem desse capítulo, eu fiz como se fosse o ponto de vista do Christian.
E eu deixei meio subtendido que a irmã dele tem um problema, alguém consegue adivinhar qual é?



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Christian's POV

- Você não pode ficar nem mais um pouquinho? Eu juro que volto em menos de meia hora! Ah, obrigado Rosa! - desliguei e telefone.
Consegui fazer com que Rosa, a babá de minha irmã, ficasse mais um pouco. 
Não que minha irmã fosse nova e irresponsável, ela era até bem independente. Ela só precisava de ajuda para fazer certas coisas.
Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha 12 anos. Minha irmã tinha 2 na época. Nós passamos a morar com nosso tio. Ele se chama Edgar - ou melhor, chamava. Edgar morreu a um mês. Ele foi como um pai para mim. Ele tinha muito dinheiro, o que acabou ajudando minha irmã.
Hoje em dia eu moro com ela, na velha casa do meu tio. Mas não por muito tempo. Estou procurando um emprego. Meu tio nos deixou uma fortuna particularmente grande, mas sei que não irá durar por muito tempo. Especialmente com as despesas de minha irmã. Vamos dizer que bem ela precisa de uma certa "atenção extra". Estou procurando um lugar para morar no centro. Terá que ser um apartamento pequeno e barato. Creio eu que será mais fácil arrumar um emprego por lá
Fui andando para um lugar qualquer, até que passei em frente a uma loja de raspadinhas."Cindy ia gostar disso", pensei.
Estacionei o carro e fui para a loja. Esperei na fila, enquanto observava a tabela de preços. Estava tão distraído que trombei em uma mulher, que derrubou sua raspadinha azul por toda sua roupa.
- Você não vê por onde anda?! - ela esbravejou.
- Me desculpe! Me desculpe! - eu disse. Do jeito que conheço as mulheres, tenho certeza de que esta me mataria. A sua roupa estava totalmente coberta de raspadinha. - Vem, deixe-me ajuda-la a limpar
Ergui minha cabeça e olhei para seu rosto. Era a moça que havia me ajudado com o carro. Qual era mesmo o nome? Glover, Gloss, Glore
- Está tudo bem - ela disse, fechando os olhos, tentando manter a calma. - isso daí sai com água e ei, eu não te conheço? - ela perguntou.
- Você me ajudou a concertar meu carro - eu disse, apontando para o impala que podia ser visto por uma grande janela na loja.
- Ah, sei, Christian, certo? - ela perguntou. Concordei com a cabeça.
- Estou me sentindo muito mal em relação a você quero dizer, você concerta o meu carro e eu derrubo raspadinha na sua blusa! Tem algo que eu possa fazer para me desculpar? - perguntei.
Ela me olhou por um momento como se estivesse me analisando.
- Só me compre outra raspadinha que ficamos quites.
Ok, aquela não era uma garota comum. Normalmente, era de se esperar que ela arranjasse um escândalo e me cobrasse uma blusa nova. Mas não. Ela me ajuda com o carro e tudo que quer é uma raspadinha.
Fui até a fila novamente e esperei o pedido. Minutos depois, estávamos sentados em dois dos banquinhos coloridos da loja.
- Está meio sujo - balbuciei, apontando para se rosto.
Gloria me deu um olhar interrogativo. Estiquei meu braço e limpei o canto de sua boca que estava sujo de raspadinha. Ela se afastou um pouco.
- Obrigada. - murmurou, voltando a atenção para a raspadinha.
Por que você fez isso? Deixa de ser babaca, você acabou de conhecer a menina e já fica aí limpando o rosto dela?
Não conversamos muito. Simplesmente encaramos nossos potinhos e comemos em silencio.
Ela se levantou e jogou o resto da raspadinha fora.
- Bem, eu já vou indo você vem junto? - perguntou.
- Ah, pode ir. Eu ainda vou comprar um para a viagem para Cindy.
Eu não entendi muito bem essa parte. Ela me deu um olhar esquisito, como se estivesse com nojo de mim, e foi embora da loja, pisando duro.
Mulheres.

*

- Cindy! Eu trouxe uma coisinha para você!
- Chris? - ela apareceu na curva do corredor. - Eba, raspadinha!
Eu a ajudei a ir até a sala e a sentei no sofá. Liguei a televisão e começou passar um desses programas adolescentes.
- Rosa, muito obrigado por ter ficado um pouquinho mais hoje! - eu disse para a babá de minha irmã, que estava indo embora.
- Não por isso, Christian. Eu até gosto de ficar aqui. - e com isso, ela deu um sorriso e foi embora.
Grande mulher, Rosa. Adora ajudar os outros. Principalmente minha pequena Cindy. Foi uma sorte encontra-la.
- E então, como foi seu dia hoje? - perguntei, me sentando no sofá, ao lado de minha irmã.
- Ah, foi legal. Comum. - ela respondeu, dando de ombros. - E o seu?
- Bem, o meu carro quebrou de novo
Cindy deu uma risada.
- Que novidade! - ela exclamou, com um sorriso.
- mas uma garota me ajudou a arruma-lo.
- Uma garota? - ela perguntou, fazendo uma cara confusa. Pelo que eu saiba, não existem garotas em São Francisco que entendam de carros. Bem, pelo menos as com que você sai não tem nada na cabeça. Exceto blush.
- Engraçadinha - eu disse. Cindy adorava implicar com minhas namoradas. Mas de certa forma ela estava certa. Meus namoros sempre foram meio artificiais. Por isso nunca duraram tanto.
- Dá para mudar de canal? - ela perguntou.
- Por que?
- Esses programas de fofoca são muito chatos. Quero ver uma história de verdade.
Abri um sorriso. Desde criança, Cindy nunca gostou de programas apropriados para sua idade. Enquanto seus colegas assistiam desenhos da Disney, ela via Jogos Mortais. E isso não mudou, até hoje. Enquanto suas colegas da escola assistem Crepúsculo, ela vê Conde Drácula. Enquanto outras garotas de 13 anos ficam falando sobre maquiagem, ela fala sobre Dexter.
Fui passando os canais, rapidamente, dando tempo suficiente para que ela visse o nome.
- Hannibal! Para! - ela exclamou, abrindo um sorriso.
Parei no canal em que estava passando O Silencio dos Inocentes. Provavelmente pela qüinquagésima vez.
- Fique aí que eu vou preparar a pipoca, viu? - perguntei.
- Como se eu pudesse sair daqui - ela murmurou.
Senti um aperto no coração. Se pudesse, trocaria de lugar com minha irmã. Faria de tudo para vê-la feliz.
Fui para a cozinha, e comecei a folhear os classificados do jornal enquanto a pipoca estourava no microondas. Um em particular chamou minha atenção. "Apartamento, centro, 2 quartos, um banheiro, sala e cozinha. Contato com 3256-8970".
- Vai, Hannibal, devore eles! - escutei Cindy exclamando da sala de TV.
Sorri comigo mesmo. Circulei o anúncio com uma caneta vermelha. Era o lugar perfeito.

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Notas finais do capítulo

Que deixa reviews é sexy



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