Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 90
Um corpo só


Notas iniciais do capítulo

+18 ou não, aliás, não tem palavras demais, apenas imaginação...



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Janeiro de 2012. Quanta coisa me aconteceu durante os três anos que se passaram desde o réveillon de 2009. Mas aconteceu tudo em sua devida hora. Consegui viver em paz. Viver com os altos e baixos de uma pessoa normal. Camilla agora tem quinze anos e seu cabelo está loiro e liso, quase até a cintura. Ela voltou a estudar e também trabalha como manicure em um salão luxuoso em Copacabana. Pablo proibiu que saíssemos de sua casa, porque ele se sentiria sozinho. Confesso que já tinha me acostumado a viver com Pablo e seria estranho viver sem a presença dele. Ele agora administrava a Low Club e tinha amadurecido mais. Estava a seis meses com a mesma mulher. Sara, era seu nome. Com a mesma idade que eu, 21 anos, Sara estava terminando sua faculdade de nutrição. Eu estava terminando o supletivo. Farei letras. Ou não. Confesso que eu mudava de opinião todo dia.

Ana faleceu em junho de 2011 e acho que Pedro chorou mais que Camilla. Aliás, tenho certeza. Ela apenas chorou no enterro, que foi de manhã, no mesmo cemitério onde está Mary. No final de agosto de 2011, Camilla começou a namorar um garoto. Nathan. Eles já terminaram cinco vezes, mas estão juntos novamente. Ele é romântico, ela o ignora a maior parte do tempo. Nathan é filho de uma das professora de Camilla, dona Elisa. Ele completou dezesseis anos no dia primeiro de Janeiro.

Vinte de Janeiro, decidi passar a noite com Pedro na Low Club. Ele agora era sócio do Pablo e não trabalhava mais no bar. Dançamos a noite inteira, todo tipo de música internacional tocou. Low Club era conhecida por evitar músicas brasileiras, por isso era muito procurada. Acho que nunca bebi tanto. Enquanto eu dançava na frente de Pedro, com meu copo de Cuba Libre erguido sobre a minha cabeça, o mundo parecia dançar lentamente ao som de Maroon 5. Eu já estava suando e meu cabelo grudava em meu rosto, me obrigando a parar a dança e tirá-lo. Pablo estava conosco e com Sara. Eles se sentaram em um sofá próximo a pista e Sara e eu ficamos dançando. Começou a tocar um remix de uma música de alguma nova boyband, a qual eu ainda não conhecia. Quando fomos ver, estávamos cantando o refrão da música, que toda hora se repetia. Um homem se aproximou da gente e ofereceu um drink verde. Rapidamente, Pedro e Pablo apareceram e o homem saiu levantando as mãos, dando a entender que nada estava fazendo. Com a mão direita, livre, apertei as bochechas de Pedro, obrigando-o a fazer “bico”. Dei um selinho e tomei um gole da minha bebida, que acabou e só sobrou o gelo e limão. Coloquei o copo sobre a mesa de um rapaz, que aparentava ser bem mais novo que eu, talvez nem tivesse idade o suficiente para estar ali. Olhei para o relógio do meu pulso direito e passavam das quatro da manhã. Estava tocando algum tipo de pop árabe. Pedro quis ir embora. No caminho de casa, fomos de taxi. Era época de lei seca e Pedro não queria perder a carteira.

“Estou bêbado demais para te pedir em casamento?” –Ele perguntou assim que descemos do taxi.

“Com certeza.” –Eu respondi.

Não levei muito a sério o que ele disse e fiquei rindo enquanto ele pagava o taxi. Entramos e cumprimentamos o porteiro. Pedro sussurrou alguma coisa e Matias, o entregou uma chave. Entramos no elevador e Pedro apertou para o quinto andar.

“Você está realmente muito bêbado! Apertou o andar errado.” –Eu disse.

Quando eu ia clicar no andar correto, Pedro me impediu e só disse seguidos “não”. Aguardamos o elevador parar no quinto andar. Pedro me conduziu até o 502.

“Feche os olhos e abra a mão.”

Fiz o que ele pediu e pude sentir Pedro colocar um objeto em minha mão. Abri os olhos e era um molho de chaves.

“A dourada é daqui.”

Pedro apontou para a porta e eu não acreditei. Rodei a chave e senti que a porta havia destrancado. A abri e entrei no apartamento, até então, vazio. A luz do poste da rua entrava pela janela fechada e iluminava toda a sala. Me virei para Pedro e ele estava tentando se equilibrar. Estava de joelhos e não conseguia abrir a pequena caixa preta em sua mão.

“Aceita...” –Pedro se desequilibrou. –“Aceita se...” –Novamente.

“Levanta.”

Ele se levantou com a minha ajuda e abriu a caixa. Um lindo anel prateado refletia o brilho da luz da rua. Que logo parou com a sombra do meu corpo.

“Aceita se casar comigo?”

Tais palavras ecoavam em minha mente e saiam pelos meus olhos. Afirmei. Sorri. Uma gosta escorreu pelo meu olho direito. E finalmente respondi.

“Sim.”

Ele colocou o anel em meu dedo e o abracei.

“Temos um lar. Criaremos Camilla. Nossos futuros filhos.” –Pedro disse, enquanto me abraçava.

Sequei minhas lágrimas, as quais já embaçavam minha vista. Olhei para o anel em meu dedo e parecia um sonho. Voltamos para o apartamento de Pablo. Camilla dormia no quarto de Pablo, que ainda não havia chegado. Fui até a cozinha e servi dois copos com leite. Tomei um e fui lavá-lo. Enquanto o lavava na pia, senti as mãos de Pedro segurarem a minha cintura e aos poucos, levantar minha blusa. Larguei o copo cheio de detergente, dentro da pia. Não me virei. Pedro beijava meu ombro direito e assim percorria até meu pescoço. Com sua mão esquerda, ele jogou meu cabelo para o lado e voltou a beijar meu pescoço. Em um rápido movimento, eu já estava sem minha blusa. Estava com meu sutiã preto e meu shorts preto. Ele tentou abrir meu sutiã nas minhas costas, mas o fecho era na frente e com uma mão, o abri. Ele virou meu corpo para ele e algo diferente corria pelas minhas veias. Já fizemos isso várias vezes, a primeira em julho de 2009. Mas dessa vez, eu queria de verdade. Era diferente. Talvez porque agora eu fosse me tornar sua mulher, mas algo era diferente. O beijo quente que Pedro me dava na boca aquecia todo meu corpo de maneira incontrolável. Sua mão direita encaixava perfeitamente no meu seio, enquanto Pedro mordia meu lábio inferior. Pedro me segurou pela cintura e me colocou sobre o balcão. Ainda assim, consegui abrir sua calça e elas simplesmente caiu por suas pernas. Minhas roupas estavam espalhadas pelo chão da cozinha e por um momento não pensei em Camilla aparecer ou qualquer outra pessoa, eu queria aquilo e não poderia ser outra hora. Como diriam filósofos ou qualquer outra baboseiras, nossos corpos agora eram um só. Unidos. Seus movimentos alternavam de acordo ao passear de minhas unhas afiadas por suas costas. Ele estava forte. Malhava toda semana. Seu corpo estava definido. A dor misturada ao prazer me fazia querer gritar, mas a consciência que me restava, me fazia lembrar que Camilla estava no cômodo ao lado. Mudamos de posição quatro vezes, até que o fim chega para Pedro. Pra mim, já havia acontecido duas vezes. Se é que me entende. Estávamos exaustos. Encostados no balcão. Procurei minha roupa misturada a dele no chão. Não me vesti. Fui tomar um banho quente. Pela janela, pude ver o dia clarear. Do banheiro, ouvi o barulho de chave e a porta se abrir. A voz de Pablo bêbado tomava conta do apartamento. A minha vontade era de me sentar no chão, minhas pernas não me aguentavam. Minha respiração ainda estava descontrolada. A água quente não aliviava meu corpo. Agora a água fria tornava tudo calmo outra vez.



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Notas finais do capítulo

OBRIGADA POR LEREM, senti que era o momento exato para ter um clima caliente haha
Parabéns, Zayn, você não lê isso, mas parabéns. *_*
== 4 dias para o meu aniversário == não percam a contagem. u_u
Jenny, eddictedhoran



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