Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 66
Welcome to Rio




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40° graus. É, cheguei no Rio de Janeiro. O aeroporto estava bastante cheio e de repente, o casaco que eu estava usando, não fazia mais sentido algum. Nos sentamos e tiramos os nossos casacos desesperadamente.

“Bem que você havia me dito que aqui era bastante quente.” –Disse Mary guardando o casaco.

“É, mas parece que aumentou desde a última vez.” –Eu disse.

Fomos para a porta do aeroporto do Galeão e taxistas começaram a lutar por nossa atenção. Fomos até ao primeiro táxi da fila. O motorista, que tava com um uniforme azul, nos ajudou a guardar as malas. Ele estava com seu cigarro na boca.

“Queremos ir para a Urca.”-Eu disse entrando no táxi. –“Não adianta inventar um caminho mais longo, eu sei onde fica a Urca.” –Completei.

Eu já estava pegando o sotaque inglês e meu português parecia falso. Como o Rio era diferente do que eu imaginava. As lembranças da paisagem já estavam se apagando da minha mente. Demoramos mais de quarenta minutos para chegarmos até a Urca. Pegamos um trânsito enorme na Avenida Brasil.

Ficamos hospedadas em um pequeno hotel próximo a praia. Hotel e pousada Brasilish. Bem idiota o nome, mas o lugar era acolhedor.

“Welcome.” –Disse uma senhora que aparentava ter 50 anos.

“Comigo pode falar em português.” –Eu disse.

“Ah, eu não sabia. Conversei com Mary ao telefone.” –Ela disse sorrindo.

“Tudo bem.” –Eu disse. –“Sou Yolanda.”

Estendi minha mão para ela. A senhora segurou a minha mão e se aproximou e me deu dois beijos, um em cada bochecha. Eu havia me esquecido deste hábito.

“Sou Ana.” –Disse a senhora. -“As levarei até o quarto.”

Ana pegou duas malas minhas e as carregou. Enquanto caminhávamos para os fundos da pousada, uma pequena menininha, de cabelos cacheados e queimados do sol, brincava com sua boneca, sob a sombra da marquise da porta. Ela me encarava com seus olhos grandes, pareciam jabuticabas. Acenei para ela e timidamente, ela retribuiu o aceno.

“Quem é?” –Perguntei a Ana enquanto ela destrancava a porta do quarto.

“É Camilla, minha neta.” –Ela respondeu abrindo a porta. –“Quarto 102. Todo de vocês.”-Ela completou.

O quarto era todo rosa e branco por dentro, aliás, toda a pousada era rosa. Mas um rosa escuro, que combinava muito bem com o branco. Haviam duas camas, ambas encostadas na parede e eram separadas, ao meio, por uma janela e um pequeno criado mudo.

“Adorei o quarto!” –Exclamei. –“Essa é minha cama.” –Eu disse me sentando na cama da direita.

Mary e Ana começaram a rir e colocaram as malas em um canto. Ana mostrou todo o Hotel/Pousada para Mary e fiquei no quarto. A vista da janela te levava à um pequeno jardim do vizinho. A porta do quarto estava aberta, Camilla me observava de lá, com sua boneca bebê em mãos.

“Olá.” –Eu disse me aproximando. –“Como se chama?” –Perguntei apontando para a boneca.

“Lenora.” –Ela respondeu.

“Quantos anos ela tem?” –Perguntei me agachando na frente dela.

“Ela é uma boneca, não tem idade.” –Respondeu Camilla.

Inteligentes palavras. Camilla tinha toda razão. Lenora é uma boneca. Me levantei e passei minha mão direita sobre a cabeça dela.

“Ela tem 1 ano.” –Disse Camilla.

Ela saiu correndo e entrou em um outro quarto. Fechei a porta e fui tomar banho.

“Adorei o lugar.” –Disse Mary.

Realmente o lugar era admirável e com uma ótima localização.

“Eu só quero dormir.” –Eu disse.

“Claro, você já conhece a cidade. Eu não!” –Ela disse rindo.

Simplesmente ignorei Mary e deitei em minha cama. Meus olhos se fecharam antes que eu notasse.

“Querida?” –Disse Mary passando sua mão sobre meu ombro. –“Vem comer alguma coisa.” –Ela completou.

Abri os olhos e por um momento, eu havia me esquecido onde eu estava. O sol já tinha começado a dar as caras. Fui com Mary até uma sala, onde havia uma mesa com o café da manhã. Me sentei e Camilla correu e se sentou ao meu lado.

“Bom dia.” –Ela disse colocando a boneca sobre a mesa.

“Bom dia.” –Eu disse.

Ainda estava tentando digerir o fato de estar no Brasil. Camilla estava com seus cachos presos em um baixo rabo de cavalo.

“A Lenora tem 1 ano. E você?” –Perguntei.

“oito.” –Ela respondeu penteando o cabelo da boneca.

Oito anos. Que péssimas lembranças eu tinha dos meus oitos anos. Ela parecia feliz. Passei minha mão sobre seu cabelo macio.

“Você nasceu aqui também?” –Ela me perguntou.

“Sim, mas fui embora para outro lugar.” –Respondi.

“Lá é legal?” –Camilla perguntou.

“Sim, é sim...” –Eu disse me lembrando de Teddy.

Teddy, eu prometi mandar mensagens para ele e não fiz isso ainda. Me levantei e corri até o quarto para pegar meu celular. Dez chamadas perdidas, todas do Ethan. As ignorei e criei uma nova mensagem.

Teddy? Cheguei no Rio e só pensei em dormir. Já sinto falta de Framlingham. Apenas de Framlingham. Haha. Se cuida. Yx” –Enviei a mensagem.

Coloquei o celular no bolso do pijama e voltei para a mesa. Não me importava com o fato de ainda estar de pijama, era a roupa mais confortável que eu tinha e não mudaria para agradar as pessoas. Comecei a comer um pão integral com queijo minas e meu celular vibrou. Mensagem do Teddy.

Achei que já tivesse esquecido daqui. Feliz por ter chegado bem. Divirta-se muito ai. Tx” –Dizia a mensagem.

Não respondi e mandei uma mensagem parecida para Ethan. Terminei meu café e fui escovar os dentes. Alguém começou a bater na porta. Era Camilla.

“Vamos na praia?” –Ela perguntou.

“Sua avó vai deixar você sair comigo?” –Perguntei.

“Claro! Ela adorou vocês.”-Disse Camilla.

“Tudo bem, vou falar com ela.” –Eu disse. –“Só um minuto.”

Abri minha mala e peguei a primeira roupa. Um shorts jeans claro e uma regata branca. Fui até o banheiro, enquanto Camilla me esperava sentada na minha cama. Pronta, fui atrás de Ana, que estava na recepção.

“Camilla me pediu para levá-la à praia e ...” –Eu dizia.

“Claro! Podem ir!” –Disse Ana.

Fiquei olhando para ela, foi mais fácil do que eu achei que seria. Quando pensei em procurar Mary, ela aparecera na porta.

“Vamos à praia!” –Eu disse.

“Sim, praia!” –Camilla comemorou.

Era notório que Mary nada havia entendido.

“Camilla vai conosco.” –Eu disse.

Mary pouco sabia falar em português, porque havia desabituado a estudar, mas conseguia sobreviver. Camilla e eu esperamos Mary ir até o quarto para pegar as coisas. Fomos até a praia da Urca, dois quarteirões de onde estávamos. Praia linda, ao lado do pão de açúcar e pouco movimentada.

“Vamos no Arpoador.” –Eu disse.

Pegamos um ônibus e fomos para a minha praia. Não pude acredita quando notei que já estava próxima a ela. Não era o melhor horário, mas ainda assim, era Arpoador. Descemos do ônibus e simplesmente fechei os olhos, senti a brisa do mar tocar em meu corpo como se fosse um carinho, o qual eu jamais queria parar de sentir.

“Era aqui que você vinha?” –Perguntou Mary.

“Sim.” –Respondi. –“E evite falar em inglês, a menos que queira ser assaltada.” –Eu sussurrei.

Mary fez um sinal de “fechar o zipper” em sua boca e sorriu. Fomos até a pedra e lá nos sentamos. A sensação de que alguém me observava, assim como no baile, estava tomando conta de mim. Me sentia inquieta e não conseguia prestar atenção na linda paisagem.

“Olha a empada!” –Um homem gritou.

Acho que meu coração chegou a sair pela a boca e o perdi no mar. Nunca havia tomado tanto susto. Olhei para trás e um garoto, que aparentava ter a minha idade, me olhava fixadamente, ou simplesmente estava em um outro mundo. Voltei a olhar a água do mar se chocar com a rocha e seu barulho me acalmar do susto que eu havia levado. O Rio de Janeiro realmente continuava lindo.



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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora. Enfim, o primeiro passo para a minha tão esperada parte ♥
Obrigada por acompanhar minha fanfic. ♥3
eddictedhoran



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