Ed e eu voltamos a biblioteca, para estudar novamente. Enquanto conversávamos com Louise, Lori passou por trás de nós, rumo a saída da biblioteca.

“Vou ao banheiro.” –Eu disse a Teddy.

Assim que sai da biblioteca, acelerei meu passo até a Lori.

“Lori, espere!” –Eu disse.

Ela parou e se virou para mim, parecia surpresa.

“Você sabe alguma coisa sobre a April?” –Perguntei.

“April Hamilton?” –Ela perguntou.

“Não sei o sobrenome dela.” –Eu disse.

“Assim fica difícil, com licença.” –Ela disse se virando para ir embora.

“Não, espera!” –Eu disse.

Ela parou novamente e se virou para mim.

“O que é? Ela está afim do seu namoradinho?” –Ela perguntou. “Não... parece que é ao contrário...” –Eu disse.

“Hmmm...” –Ela disse. –“Bom, enquanto namorávamos, Ed tinha uma secreta paixãozinha, a qual ele nunca me disse o nome, talvez seja ela.” –Ela disse.

“Foi o que eu pensei...” –Eu disse.

“Ele nunca conversou muito com ela e sempre aparentou ficar nervoso ao lado dela.” –Disse Lori. –“Agora que tomou meu tempo para nada, adeus.” –Ela disse indo embora.

Permaneci no mesmo lugar e senti minha respiração diminuir. Senti uma lágrima escorrer de meu olho direito e imeditatamente a sequei com a minha mão esquerda, respirei fundo e voltei para a biblioteca, Teddy estava em um corredor, onde tinham livros de matemática. Fui caminhando lentamente até ele, Teddy notou minha presença e olhou para mim, dei um leve sorriso, que logo sumiu em meio de um rosto frio e sem reação alguma.

“Você está bem?” –Ele perguntou.

“Sim.” –Eu disse.

Me virei para a estante e fingi procurar algum livro de matemática para o nosso ano escolar, mas eu não via livros na minha frente, meus pensamentos estavam longes, tão longes que eu sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Passei minhas duas mãos em meu rosto, eu demonstrava estar preocupada, me virei para Teddy.

“Me diz tudo sobre April.” –Eu falei sem pensar.

“Pensei que não falaríamos mais sobre isso.” –Ele disse devolvendo um livro ao seu lugar na estante.

“Verdade... me desculpe...” –Eu disse me virando para a estante.

Eu estava angustiada e queria cuspir tudo o que estava atormentando minha mente.

“Não dá, me conte sobre ela.” –Eu disse me virando para Teddy.

“Não quero falar.” –Ele disse.

“Você já foi apaixonado por ela, não foi? Me diz!” –Eu disse.

“Não quero falar sobre isso, já disse.” –Ele tornou a dizer.

“Mas por que não? Olha, tem algo entre vocês dois, não mente pra mim, Teddy.” –Eu disse.

Ele ficou me olhando, como se estivesse pensando se me contar seria o correto ou não. Fiquei olhando para ele, esperando ele dizer algo e nada saia de sua boca.

“Olha, tudo bem... vou... pra mesa.” –Eu disse me virando.

Teddy não tentou evitar que eu fosse e continuei andando. Me sentei na mesa mais próxima ao corredor, coloquei minhas mãos sobre a mesa e fiquei olhando para a janela, que estava um pouco perto, dava para ver o lindo céu azul e o sol entrando forte pela janela e iluminando a biblioteca. Depois de dez minutos, Teddy se sentou ao meu lado direito, não olhei para ele, apenas abaixei a cabeça.

“Eu já gostei muito da April...até o ano passado.” –Ele disse.

Levantei a cabeça e olhei para ele.

“Não gosta mais?” –Perguntei.

“Estou com você, não estou? Eu achava que gostava dela, até conhecer você.” –Ele disse passando sua mão esquerda em meu rosto.

“Mas... não nos conhecíamos ano passado, por que deixou de gostar dela?” –Perguntei.

“Ela começou a namorar o Ethan...” –Ele disse.

Realmente fiquei surpresa com o que Teddy havia dito, fiquei olhando para ele sem nada entender. Eu nunca tinha reparado na April antes e queria saber porque justo agora ela apareceu. Teddy desviou o seu olhar e ficou olhando algo que estava atrás de mim, me virei e era April entrando pela porta da biblioteca.

“Eu não aguento ficar aqui.” –Eu disse me levantando.

“Não! Fique aqui!” –Ele disse segurando meu braço direito.

Me sentei e aguardei April se aproximar.

“Olá, tudo bem com vocês?” –Ela perguntou se sentando do meu lado.

“Tudo.” –Respondeu Teddy.

“Olha o que eu comprei ontem!” –Ela disse abrindo sua bolsa.

Ela tirou o The Orange Room da sua bolsa e mostrou a Teddy.

“Quero um autógrafo. Adorei suas músicas!” –Ela disse.

Olhei para o CD e olhei para Teddy.

“Eu não sei se...” –Interrompi o Teddy.

“Dá o autógrafo pra ela.” –Eu disse.

Teddy ficou me olhando e eu afirmei com a cabeça. Ele pegou o CD e a caneta que estavam nas mãos de April, que sorriu. Teddy abriu o CD e escreveu no encarte, não deu para ler o que era exatamente. Ele fechou o CD e entregou para ela.

“Muito obrigada, Teddy. Em quem se inspirou para compor suas música?” –Ela perguntou. –“Foi na Yolanda?” –Ela disse me cutucando.

“Para com isso.” –Eu disse.

Ela parou e ficou em silêncio.

“É melhor eu ir embora, com licença.” –Disse Mary.

Ela guardou o CD na bolsa, se levantou e foi em direção saída.

“Antes que pergunte, apenas assinei meu nome no cd.” –Ele disse.

“Ah, achei que tivesse dado seu telefone, não, espera, ela já tem.” –Eu disse.

“Para com isso, Landy.” –Ele disse.

“Olha, me desculpa eu... eu não sei como lidar com isso...” –Eu disse.

“Não tem com o que se preocupar.” –Ele disse.

“Teddy, você não entende, você já morreu de amores por ela e sabe-se lá quantas músicas já escreveu pra ela e...” –Teddy me interrompeu.

“Sempre escrevi músicas, sobre tudo o que aconteceu na minha vida, comigo ou com algum parente, mas só foi contigo que eu tive a vontade de acreditar nisso e olha só, tenho meu primeiro CD e mês que vem começaram os shows e... não duvide do que eu sinto por você.” –Ele disse.

Me senti a pior pessoa do mundo, eu não sabia que meu ciúmes poderia chegar a esse ponto, nunca acreditei que ciúmes poderia acabar com um relacionamento e agora estava com medo de isso acontecer.

“Teddy... eu não sei o que dizer, na verdade, não sei o que estou fazendo é que... você é o primeiro o qual me apaixono de verdade, me entrego e divido minhas coisas é como se... eu estivesse vivendo em você e isso ficou fora do meu controle eu... sinto muito... nunca duvidei do que sente por mim, só duvido que eu consiga manter esse seu amor por mim porque no final... eu sempre estrago tudo.” –Eu disse.

“Landy, eu...” –Interrompi o Teddy.

“Deixa ficar assim, falei bonito.” –Eu disse sorrindo sem graça.

Teddy começou a gargalhar e aquilo era como se tudo estivesse bem sempre e nada tivesse acontecido, como se eu nunca tivesse sentido medo na minha vida e como se eu vivesse esse minuto toda hora da minha vida, eu não poderia perder ele, eu lutei tanto para ter a minha vida estável como agora, uma vida a qual eu pudesse deitar minha cabeça no travesseiro e não ter medo de que algo me aconteça a noite.

“É melhor nem começarmos a estudar hoje... vamos para casa ver um filme.” –Ele disse.

“On the sofá” –Eu completei.

Teddy sorriu novamente e me deu um selinho, estava com saudades do Teddy que escrevia músicas para cada passo que eu dava. Nos levantamos e segurei a mão esquerda de Teddy e fomos embora. Demoramos meia hora para chegar na minha casa.

“Chegaram cedo!” –Disse Mary.

“Eu não estava me sentindo bem para estudar hoje, vamos ver um filme para relaxar.” –Eu disse.

“Tudo bem.” –Disse Mary.

Mary estava com um avental vermelho, um pouco molhado, ela estava lavando a louça e estava com um copo todo ensaboado na sua mão direita e voltou para a cozinha. Teddy escolheu um filme, que estava na estante da sala, era Shrek 2. Ficamos a tarde inteira vendo o filme e assim que acabou, demos uma lida na matéria da primeira prova, história. Teddy foi embora as 9 p.m e eu pude dormir acreditando que tudo estava bem.