Ao clicar no link, começara um slide de fotos. A primeira a aparecer foi uma da Susan entrando em sua festa. Seu vestido era colado, a um palmo antes do joelho. Todo branco e detalhes brilhosos no decote. As fotos foram passando sozinhas e por fim, aparecera uma foto de Teddy, sentado em um banco, tocando seu violão, ele estava em uma espécie de palco e uma grande plateia o observava. E a segunda foto a aparecer dele, Susan já estava ao seu lado e Teddy a olhando assustado. Por fim, o slide passara, quando vi a imagem, pude sentir uma dor em meu peito e como reflexo da reação, afastei a cadeira do computador. Tapei minha boca e permaneci encarando a imagem. Susan estava beijando Teddy, que parecia não retribuir ao beijo e estava com os olhos abertos. Apenas fechei todo o blog e continuei a frente do computador, em choque. Eu realmente não sabia o que fazer. Queria tirar Teddy daquela festa, mas eu não cometeria tal barraco. Desliguei o computador e fui em direção a um pequeno sofá que havia no escritório. Me sentei abraçando minhas pernas e se eu começasse a chorar, seria de raiva. Minutos depois, pude ouvir algo vibrando na mesa do computador. Me levantei na terceira vez que vibrou, o nome de Teddy piscara na tela do celular, imediatamente atendi.

“Alô!” – Eu atendi, me sentando no sofá novamente.

“Bem que eu estava com pressentimentos ruins.” –Ele disse, parece agoniado.

“Eu entrei no blog dela e tem a foto de vocês dois.” –Eu disse.

“Saiba que eu não quis isso, eu...” – Eu o interrompi.

“Eu sei Teddy, dá pra ver na foto que você não queria aquilo, eu confio em você.”- Eu disse.

Teddy permanecera em silêncio por um tempo, mas eu conseguia ouvir sua respiração ofegante.

“Você está bem?” –Perguntei.

“Só quero sair daqui.” – ele disse.

“E por que não sai?” – Perguntei.

“ O pai da Susan me pediu para cantar mais e se desculpou muito pelo o que a filha fez e, não sei, fiquei com pena dele.” –Ele disse.

“Tudo bem, só não te quero próximo a Susan.” –Eu disse.

“Como se eu quisesse chegar perto dela, já tomei cinco copos de ponche para limpar minha boca!” –Ele disse.

Eu ria de nervoso e ao mesmo tempo de alívio. Teddy é o tipo de pessoa que é engraçada sem saber que é, ou o fato de eu estar apaixonada por ele facilita isso tudo. Ele desligou o celular e eu continuava rindo. Me levantei e coloquei o celular na mesa do computador novamente. Observei os livros presentes na estante da esquerda, estavam, aparentemente, organizados por ordem de lançamento e todos ligados a romance. Evitei tirar um, porque eu sou desastrada e bagunçaria tudo. Fui para o meu quarto e me deitei na cama. De lado, observava a janela e rapidamente peguei no sono.

Ao acordar, permaneci com meus olhos fechados e quando finalmente os abri, pude notar um buquê de rosas brancas em cima da mesa de estudos, rapidamente me levantei e havia um bilhete preso as rosas. “Me desculpe pelo o que te fiz passar. A culpa não foi minha mas eu deveria lhe pedir perdão, de certa forma. Não quis te acordar, tenha lindos sonhos. Te amo. T (: x”. Fiquei observando o bilhete e apenas sorri. Olhei para a rosa na cabeceira da cama e não cabiam novas rosas no copo.

Desci com o buquê e Mary estava no sofá.

“Lindas, não? Brancas, minhas favoritas.” –Eu disse mostrando o buquê.

Mary se levantou e veio em minha direção.

“Sim, lindas. Tenho um jarro especial para elas, comprei hoje.” –Ela disse.

Mary caminhou em direção a cozinha e eu a segui. Ela pegara um jarro no armário, colocou água até a metade do mesmo e o colocou sobre a mesa.

“Agora o arrume como quiser.” –Disse Mary, passando sua mão direita em meu cabelo.

“Obrigada.” –Eu disse.

Desenrolei as rosas de um papel que as envolvia. Coloquei as rosas no jarro e as arrumei. Ouvi o barulho de porta e olhei para trás, mas ninguém se aproximava. Voltei a olhar as plantas e enfiei as arrumei como queria. Antes que eu pudesse pegar o jarro para leva-lo para o meu quarto, senti dois braços envolverem minha cintura e me abraçar por trás. Virei meu rosto para o lado esquerdo e vi o rosto de Teddy se aproximar do meu e beijar minha bochecha.

“Teddy? O que está fazendo aqui?”- Perguntei me virando para ele.

“Vim lhe dar boa noite.” –Ele disse e em seguida me deu um selinho.

“Pensei que já estivesse em casa.” –Eu disse passando a mão direita em seu rosto.

“Decidi voltar.” –Ele disse.

“Como entrou?” –Perguntei.

“Falei com a Mary antes e ela me emprestou uma chave extra.” –Disse Teddy.

“Então já pensava em voltar.” –Eu disse.

“Talvez...” –Ele disse sorrindo.

O beijei e sorrimos entre o beijo.  Após o beijo, o abracei e ficamos assim por cinco minutos, aproximadamente. Parei o abraço e o olhei.

“Me conte sobre a festa.” –Eu disse.

Teddy ficou em silencio, ainda me encarando e depois de alguns minutos, resolveu falar.

“Até a hora que a Susan fez aquilo foi tudo...” –Interrompi o Teddy.

“Aliás, por que ela fez aquilo?” –Perguntei.

“Bom, se eu entendi bem... não teve motivo.” –Ele disse.

“Mas como assim?” –Perguntei novamente.

“Foi rápido, ela foi me agradecer e do nada me beijou, nem pude reagir.” –Ele respondeu.

“Isso não me surpreende.” –Eu disse.

Ficamos em silêncio por um tempo, enquanto eu brincava com o cabelo dele, que estava um pouco grande, por sinal.

“Acho que já está um pouco tarde.” –Ele disse.

Me virei para olhar o relógio da parede, que estava atrás de mim, eram 11:40 p.m, realmente era bem tarde, se tratando de Framlingham. Mas eu não queria que ele fosse, era uma paz diferente a qual eu sentia ao seu lado. Pude ouvir passos na escada e não demorara muito e Mary aparecera.

“Desculpa, meninos, mas sinto em lhe informar que já está tarde.” –Ela disse.

Teddy e eu estávamos abraçados na cozinha e eu soltei ele. Teddy caminhou em direção a porta e entregou a chave a Mary. Abri a porta e ele beijou minha testa.

“Boa noite, durma bem.” –Ele disse.

Ele foi com Mary até o carro dela e novamente, ela dera carona para ele. Fechei a porta e me encostei na mesma. Passei a mão em minha boca e sorri. Fui até a cozinha, peguei o jarro com as rosas e subi as escadas em direção ao quarto. Coloquei a rosa vermelha no meio delas e coloquei o jarro no lugar do copo. Por preguiça, deixei o copo em cima da minha mesa de estudos, para não ter que ir até a cozinha. Me deitei na cama e me cobri com o edredon. Me deitei de lado e fiquei observando as rosas e peguei no sono sorrindo, me lembrando de como Teddy era bom para mim.