Hoje era o grande dia. Demorei duas horas para me arrumar, coloquei o vestido e ao olhar para o espelho, só conseguia me lembrar de Theodor falando sobre ser o favorito de Amy. O vestido azul claro, com detalhes em rendas, parecendo ser feitas a mão, grudado no corpo até a cintura e para baixo era solto. Com um decote em V, valorizava meu colo. Peitos era uma coisa rara em mim, mas o vestido fazia eles parecerem maiores, estranhamente. Coloquei uma sandália de salto 5, branca e me olhei no espelho novamente. Enquanto eu penteava meu cabelo, a campainha tocara. Foi preciso tocar uma única fez e Mary logo atendera. Não demorou muito e bateram na porta do meu quarto, me virei e caminhei até a porta, já sabia que não era Mary. Ao abrir, pude notar Teddy, com a roupa que escolhemos no dia anterior e uma rosa vermelha em sua mão direita. Ele me entregara a rosa, que parecia que fora arrancada recentemente de algum jardim no caminho. Dei um selinho demorado e o convidei para entrar em meu quarto.

“Sente-se na cama, vou por esta rosa em algo com água.”- Eu disse.

Esperei Teddy se sentar e corri até a cozinha. Mary estava sentada a mesa, tomando seu chá das 5p.m.

“Pra que a pressa?” – Ela me perguntou.

“Teddy me presenteou com esta rosa e não sei onde por.” –Eu disse.

“Pegue um copo qualquer e o enche de água, depois, compramos um pequeno jarro.” – Disse Mary, antes de dar um gole em seu chá.

Fiquei contente com o que havia escutado e fui até Mary e a beijei na cabeça. Abri o armário e peguei o primeiro copo que vi, era fino e comprido. Coloquei água até a metade e em seguida, depositei a rosa, a fiquei admirando no copo por um tempo e voltei para o quarto.

Ao chegar na porta do quarto, avistei Teddy deitado em minha cama. Ainda deitado, Teddy dera um lindo sorriso ao me ver.

“Arrumei um lugar para ela.” –Eu disse colocando o copo na cabeceira da cama.

Me sentei na cama e Teddy permanecera deitado. Quando me virei para ele, Teddy observava todo o meu quarto.

“Era da Amy?”- Ele perguntou.

“Ainda é.” –Respondi.

Ele me olhou e sorriu novamente.

“Belo quarto. Você quem arrumou tudo?” – Perguntou Teddy.

“Uma parte sim, mas a cama ainda esta no mesmo lugar que estava para Amy.” –Eu disse.

“Mesmo não a conhecendo, parece que você tem uma adoração por ela.” –Disse Ed.

“Admiro tudo nela.” –Eu disse.

Pude sentir algo tocar em meu braço esquerdo, olhei para Teddy e não era sua mão, que estava na minha coxa esquerda.

“Está na hora, meninos!” – Gritou Mary.

Ainda querendo entender o que tocara meu braço, me levantei um pouco desconfiada.

“O que foi?” – Teddy perguntou, se levantando.

“Nada...” –Eu disse olhando para a cama.

Descemos e encontramos Mary na porta. Os pais de Teddy já estavam lá, organizando tudo. Teddy e Mary estavam sentados nos brancos da frente do carro e eu atrás, fomos ouvindo o CD do Teddy.

“É estranho me ouvir assim.” –Disse Teddy.

“Sua voz é linda, Ed.” –Disse Mary.

“Obrigado!” –Ed disse um pouco sem graça.

Eu já gravara todas as músicas, porque antes de dormir, eu ouvia todo o CD. Não demoramos muito e chagamos na livraria que fora marcada o lançamento.  Entrei de mãos dadas com Teddy e, para a minha surpresa, muitos da nossa escola estavam presentes. Logo localizei Beth, ao lado de Samy. Beth acenara exageradamente ao me ver e eu acenei de volta. Olhei para todos e muitos apenas conhecia de vista. Avistei Lori, atrás de todos, e parecia surpresa com o fato de eu ter entradode mãos dadas com Teddy.

A mãe de Teddy viera até nós e conduzira Teddy para uma mesa com duas pilhas de CDs. Eu permanecera no mesmo lugar e do lado, esquerdo, de Mary. Beth e Samy vieram ao meu encontro.

“Yolanda!” – Disse Beth me abraçando. –“Lindo vestido.” –Ela completou.

“Muito obrigada.” –Eu disse.

“Não sabia que estavam namorando.” –Disse Samy,

“Bom, ele ainda não me pediu em namoro.” –Eu disse.

“Vocês são lindos.” –Disse Beth.

Apenas sorri e voltei meus olhos para Teddy. Um fotógrafo tirava inúmeras fotos de Teddy segurando o CD, fingindo que estava autografando e ao lado do pôster do CD. Uma fila se formara e Teddy enfim, começara a sessão de autógrafos. A gravadora colocou cem CDs na mesa e depois do autógrafo, a pessoa ia para o caixa e pagava 18 libras pelo álbum, sem autógrafo custava 22 libras.

A cada novo autógrafo, uma nova foto era tirada. As pilhas iam diminuindo e os cem CDs sumiam. Eu não conseguia descrever o quão feliz eu estava ao ver Teddy tendo seu sonho realizado e melhor, eu presenciando.

Os CDs acabaram e ainda havia pessoas na fila, um funcionário da livraria correra até o estoque e depois de quinze minutos, voltara com uma caixa com mais CDs. Depois de um tempo, a fila acabara e os CDs que sobraram, foram para uma prateleira. Fui até Teddy, que ainda estava sentado.

“Fiquem ao lado do pôster.” –Disse o fotógrafo.

“Excelente ideia.” –Disse Teddy se levantando.

Fomos até o pôster e nos abraçamos para a foto. O fotógrafo regulou sua câmera e tirou a foto.

“Parabéns por hoje.” –Eu disse, ainda o abraçando.

“Meu presente é esse seu belo sorriso.” –Ele disse.

Quando íamos nos beijar, pude notar que alguém se aproximara.

“Olá vocês.” –Disse Lori.

Nos viramos para ela e notei que Lori carregava a sacola da livraria.

“Obrigada pela dedicatória, amor.” –Ela disse.

“Agradeço pela compra.” –Ele disse.

Lori nada respondera e foi embora. As pessoas ainda estavam na livraria, porque começara a servir um lanche com suco. Fomos até a mesa para tomar um suco. Permaneci comendo e Teddy voltou a mesa de autógrafos. Ele conversara com um funcionário da loja.

“Com licença, pessoal!” –Disse Teddy em voz alta.

A maioria se virou para Teddy, que não estava com microfone.  A livraria não era muito grande e dava para ouvi-lo.

“Primeiro eu queria agradecer a presença de todos. Hoje é um dia extremamente importante para mim.” –Disse Teddy.- “Mas eu não queria apenas dizer isso...” –Ele completou.

Teddy apontou para mim e continuou.

“Alguém muito importante está presente. Estamos juntos, mas nada oficial ainda e queria que todos testemunhassem isso.” –Ele disse se aproximando de mim. –“Aceita namorar comigo, Yolanda Ferragni Lane?”

Teddy tirara um colar do bolso da camisa. O colar era dourado, com um pequeno símbolo do ”infinito” como pingente. Olhei para ele e senti uma lágrima fugir do meu olho direito.

“Achei que nunca me perguntaria. Mas é claro que eu aceito.” –Eu respondi.

Envolvi meus braço em seu pescoço e senti Teddy me abraçar pela cintura. Nos beijamos e sorriamos entre o beijo. Ouvia aplausos e assovios. Ao parar o beijo, Teddy secou meu rosto.

“Vire-se.” –Ele disse, abrindo o colar.

Me virei e puxei todo o meu cabelo para o lado esquerdo. Ele colocou o colar e eu olhei para baixo, para observar o pingente em meu colo. Me virei para Teddy e dei um selinho demorado. Todos pararam de prestar atenção em nós e voltaram a comer.

“O dia mais especial da minha vida.” –Ele disse, com as ambas as mãos na minha cintura.

“Me orgulho de você.” –Eu disse, fazendo carinho em sua nuca.

O lanche continuara até as 8p.m e as pessoas começaram a ir embora. Ajudamos a arrumar a livraria e saímos da mesma as 10 p.m.

“Que tal jantarmos todos juntos?” –Perguntou a mãe de Teddy.

“Ótima ideia!” –Disse Mary.

Fomos para o The Aegean, Mary que sugerira e Teddy concordara. Ficamos por duas horas no estabelecimento, poderíamos ficar até mais, mas já estava muito tarde. A família toda reunida me fez perceber que, temos que procurar a felicidade nas pequenas coisas e assim, as tornar grande.