Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 15
Podemos ser amigas?




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Já era hora de ir novamente para a escola e eu me sentia livre. Não sentia mais um peso em minhas costas e me sentia feliz por não ter que fazer Ed sofrer com os meus problemas, os quais ele nem presenciou.

Quando chegamos na escola, haviam recados no quadro de avisos, informando que deveríamos nos inscrever em atividades extracurriculares, como esportes e outras atividades não físicas.

“Nunca passei nesses testes!” – Disse Ed olhando para o aviso.

“Pensei que jogasse de futebol!” – Falei.

“Sim, mas os treinos atrapalhariam minhas tardes tocando violão.” – Ele disse.

Nós fomos até a mesa de inscrições e preenchemos um papel com os nossos dados. Esse ano, tinha a opção se inscrever no grupo de musica e me inscrevi, assim como Ed. Além disso, decidi marcar um esporte que não sei jogar, já para não passar, hóquei sobre a grama.

Feito isso, fomos para a sala e assim que eu entrei, todos me olharam, talvez tinha me encontrado no google. Mas os olhos não me julgavam, nem me olharam por muito tempo. Me sentei nas últimas carteiras, ao lado de Ed. Uma garota que estava sentada na minha frente, se virou pra mim.

“Como você conseguiu viver?” – Ela perguntou.

“Não precisava tocar nesse assunto...” – Disse Ed.

“Não, tudo bem... eu não vivia, eu descobri o que é isso quando eu cheguei aqui!” – Eu disse.

Podemos ser amigas?” – Ela perguntou.

Demorei para responder. Minha mente entrara em conflito. No Brasil, minha história era motivo de repulsa e aqui queriam ser meus amigos por isso. Talvez sentissem pena, ou então, eram bem educados.

“Claro... mas por que?” – Perguntei.

“Gosto de pessoas sinceras e que se sacrificam pelos amigos.”- Ela disse.

Olhei para Ed e ele sorriu. Voltei a olhar para ela e reparei seu rosto. Ela, ao contrário da maioria, era morena. Não porque havia pegado sol, ela nasceu assim.

“Seu nome é...?” – Perguntei.

“Samiya... sou filha de indiano.” – Ela disse tímida.

Pude notar pelo tom sua voz, que um dia ela sofreu bullying por causa disso.

“Indiano? Que legal, quero ir um dia na sua casa para poder conhecer sua cultura!” – Eu disse.

Samiya me olhou surpresa e feliz. Parecia que, o fato de ter sangue indiano era pior do que aconteceu em minha vida. Não que minha história seja motivo para tal crueldade mas, sofrer porque seu pai é indiano era horrível. Eu queria conhecê-lo, a sua cultura era diferente e incrível. As pessoas conseguem ser injustas por motivos banais.

Ela ficou o intervalo inteiro com a gente. Ed, como sempre, tocando seu violão.

“Vocês são namorados?” – Ela perguntou sussurrando perto do meu ouvido.

“Não...Somos melhores amigos!” – Eu disse.

Fiquei observando Ed tocar uma música nova que ele escrevera para o The Orange Room. Pude notar que Samiya observava o violão e não para Ed. Mas algo me dizia que isso apenas mostrava que ela sentia interesse em aprender violão e não interesse no Ed, porque, enquanto ela olhava o violão, eu olhava para a boca de Ed se mexer conforme ele cantava.

“Posso te chamar de Sam?” – Perguntei.

“Claro! Me chamam se Samy também.” – Ela disse. –“Posso te chamar de que?”

“De Landy!” – Disse Ed.

Olhei para ele, que não parara de tocar seu violão. Sam agora desenhava um lindo passaro. Eu estava cercada por gente talentosa e até hoje não descobri o meu talento. Haviam muitas pessoas no pátio externo e todos estavam sentados em grupos de, no mínimo, três pessoas. Avistei Lori, que estava sendo perseguida por Beth, ela dizia alguma coisa e Lori parecia incomodada e andava tapando seus ouvidos. Fiquei curiosa para saber da conversa, mas ambas sumiram por trás do prédio.

Ao final das aulas, a diretora convocou todos para olharem novamente o quadro de aviso, para verem o horário dos testes. O meu tava marcado para o dia seguinte e o Ed já teria teste de futebol hoje.

“Quer que eu fique aqui contigo?” – Perguntei.

“Não precisa, pode descansar em casa.” – Ele disse.

“Tudo bem... eu fico!” – Eu disse sorrindo.

Tínhamos que esperar duas horas para o teste. Sei que Ed não queria passar, porque se passe, não poderia nem ir para o teste do grupo musical, afinal, todos os grupos atuam no mesmo horário. Ficamos deitados na grama próxima ao campo de futebol, estavam sob uma sobra grande e fresca. Eu estava deitada com a cabeça na barriga de Ed.

“Nunca toquei nenhum instrumento, nem sei porque me inscrevi no grupo musical!” – Eu disse.

“Não tem problema, se mostrar real interesse, você terá aulas do instrumento escolhido!” – Ele disse.

“Meu sonho é aprender a tocar violino!” – Eu disse.

Todo mundo que conheço, sempre falavam em aprender violão e piano, dois belos instrumentos, mas eu não queria ser igual a todo mundo. Comecei a gostar de ver as pessoas tocando violino. Sempre que eu pedia para aprender a tocá-lo, meus pais brigavam comigo, aliás, tudo era motivo para briga naquela casa. Meu pai dizia que violino e música eram coisas de burguês, de quem não precisava trabalhar para viver, e isso me dava muita raiva.

Era a hora do teste e Ed foi se vestir. Me sentei em uma pequena arquibancada ao lado do campo e tinham três meninas já sentadas lá, talvez apoiando seus namorados. Ed entrou em campo com os outros meninos e estava uma graça com o uniforme do time da Thomas. No meio de campo, Ed me procurou na arquibancada e eu acenei para ele, que sorriu ao me ver. Jogaram por trinta minutos e o time do Ed ganhou a partida por 3x1. Os jogadores do time derrotado foram liberados e as vagas seriam disputadas pelos meninos do time em que Ed estava. A próxima fase do teste era preparo físico, Ed foi eliminado logo no início, talvez de propósito porque ele saiu de campo rindo. O aguardei voltar do vestiário, ele havia ido tomar seu banho.

Depois de vinte minutos, finalmente fomos para embora. Já eram quase 6 p.m. Fomos andando, porque não era comum andar de ônibus nesse lugar. Afinal, as coisas úteis eram próximas uma das outras.

“Quero muito entrar para a orquestra da escola.” – Eu disse.

“Você tem força de vontade e acredita no que quer. Aposto que um dia verei um concerto da orquestra da escola e você estará lá.” – Ele disse.

Como chegamos tarde em casa, minha mãe serviu a janta para nós. Ed ficou uma hora na minha casa e depois minha mãe o levou em casa, juntamente comigo. Mary estava começando a ficar amiga da mãe de Ed e isso me deixava feliz. Após vinte minutos de conversa entre as duas, me despedi de Ed e sua mãe e voltei para casa com Mary.



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Notas finais do capítulo

Medo da minha fanfic ser excluida dia 10 de dezembro.
Já está como Poesias (como sempre foi) e Originais.
PORÉM, quando crio um cap novo, aparece
como categoria banda/cantor, sendo que não marquei isso ):
OBRIGADA POR LEREM.



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