– Vou parar quando Elena estiver comigo. E se quando eu a achar ela estiver machucada, eu vou cuidar de quem a feriu e corta-lo em pedaços! – ele me olhou reprimindo o riso.

– Não importa quem seja?

– Não importa quem seja. – confirmei determinado.

-        Então vamos Damon.

[...]

 Em certo momento precisei deixar Shinichi guiar e quando chegamos comecei a procurar por entre as trepadeiras até que uma... Respiração pesada me chamou atenção. Elena. Ela estava encolhida e as trepadeiras a sufocavam.

-        Mas que droga Shinichi! Por que tem que colocar essas merdas aqui?

-        É divertido.

-        Divertido? Isso parece divertido? – apontei para Elena.

-        Sim. Mas... Não sendo ela, quero dizer. – ele continha o riso. Desgraçado.

Me ajoelhei para tira-la dali. Ela estava cheia de lama e de sangue. Devia ser de quando saltou do carro. Ela murmurava coisas sem sentido, estava delirando. E estava azulada.  Ela conseguira arrebentar algumas trepadeiras mas quando elas começaram a crescer rápido demais ela não dera conta. Peguei duas braçadas imensas delas e as arranquei furiosamente. Aquelas coisas tentavam se enrolar nela novamente, mas não permiti. Assim que a soltei Elena suspirou pesadamente, mas não recobrou a consciência.  Peguei-a no colo e vire-me para Shinichi.

-        Porque ela ainda não se curou disso?

-        Ela não vai se curar das feridas da trepadeira. Vampiros não se curam de malachs.

-        Então é bom que você tenha uma cura para ela. Agora. – entramos na cabana. Shinichi atiçou um fogo que ardeu verde e violeta.

-        A água estará quente logo. De a ela um chá um isso. – ele me entregou um bule que talvez antigamente fosse da prata mais refinada. No fundo dele havia folhas estranhas e nada convidativas. – Cuide que ela tome ao menos uma xicara e ela acordara pronta para outra. – o olhei friamente e ele estendeu as mãos em sinal de rendição. – Força de expressão.

-        Tem um banheiro moderno aqui? Ela está toda suja, preciso limpa-la.

-        Tem o que você quiser. Desde pense nisso antes de destrancar a porta com esta chave. – ele se espreguiçou, os olhos dourados fechados. – Agora irei dormir. Já libertou Misao?

-        Sim. Por que não sai tipo, agora?

-        Claro. – ele se retirou.

[...]

Depois de fazer com que Elena bebesse o chá e estivesse com o ombro antes deslocado, no lugar e tirar um pouco da lama de seu corpo, ela começou a acordar.

-        O que... – ela me olhou e ficou agitada. – Damon... – ela parecia com medo.

-        Calma meu amor. Eu estou aqui e juro que ninguém vai te machucar. – o jeito que ela me avaliava era estranho. Depois relaxou.

-        Precisamos conversar.

-        Claro o que quiser. Mas antes tome um banho, sim? Eu tirei a maioria da lama que havia em você, mas não toda. – ela assentiu e foi ao banheiro.

-        Depois que tal uma canja de maçã? Torta de galinha da mamãe? – dessa vez ela pareceu não se segurar e riu. – O que foi?

-        Errr... Damon é torta de maçã e canja de galinha da mamãe. Mas para uma primeira vez se saiu bem.

-        Oooh. – assim parecia fazer mais sentido. – Mas e então? O que quer? Prometo não misturar maçãs com a galinha.

-        Não quero nada, obrigado. – ela foi ao chuveiro e voltou minutos depois enrolada em uma toalha. – Damon... Precisamos conversar.

-        Eu sei. Porque pulou do carro? O que havia na estrada que lhe assustou tanto? Fiquei tão preocupado com você...

-        Damon, você não lembra?

-        Do que? Eu acordei a o carro estava fora de controle e a porta aberta. Mas foi realmente estranho eu ter dormido enquanto dirigia...

-        Damon!

-        Eu juro que vou matar da pior maneira possível quem lhe machucou. O que lhe fizeram? – eu me sentia tão mal por não ter impedido...

-        Damon...

-        Pelos sinais em seu corpo e pelo tanto que estava ferida por dentro, creio que foi dor psíquica. Mas deve ter sido muito forte pra você não ter se curado completamente. Desculpe, mas usei Poder para ver o quão machucada você estava por dentro.

-        Damon quem me machucou foi você! – me cortou. O que? Não, não eu jamais a machucaria...