João’s POV

Eu já disse que eu não gosto do Jake? Se não, pois bem, eu não gosto do Jake. O cara xingou a menina que eu gostava, depois ele apareceu na porta da minha casa, beija a minha garota, rouba o meu trabalho.

Vocês devem estar se perguntando “Roubou o seu trabalho?” Pois é, roubou mesmo, no dia em que nós fomos fazer meu ensaio fotográfico para a Armani o cara que tira as fotos pediu para ele tirar junto! Vê se pode isso...

Agora vem essa de Jake ir pra escola, usar a minha melhor camiseta do uniforme, pega minha mochila e fica na sala da minha namorada! Ou melhor, ex-namorada.

Nem fomos namorados de verdade, eu estava preparando uma coisa muito especial, um balão de ar quente, uma foto, uma frase. Mas não, o Jake chegou e pegou a minha garota pra ele.

Uns dias depois eu me lembrei do que eu tinha feito depois que eu saí daquele bar, lembro-me da Gabriella, do beco, da minha falta de roupas e eu tenho vergonha disso, mas eu sou homem né, não é todo dia que vem uma garota linda falar comigo do nada. E admito que eu tenho vergonha de olhar para a Annie, ela beijar o cara e eu já dormi com outra.

Eles também não são santos! Primeira hora que o cara chegou e ele beijou Annie, o que será que eles fizeram esse último mês? Ah, quer saber? Não to nem aí, nesse exato momento eu estou beijando uma loira gostosa do outro lado da rua da escola.

- Amor, que tal agente ir pra minha casa agora? – ela sussurrou em meu ouvido, me deixando arrepiado.

Sorri e assenti.

Ela disse que levaria alguns amigos da nossa sala, que agente podia fazer uma festa já que os pais dela não estariam lá, entrei o carro dela, que era bem chique por sinal e fomos em direção a casa da garota.

- Sofia? – eu chamei.

- Oi bebê – ela respondeu sem tirar os olhos da avenida.

- Porque só tem agente indo pra sua casa? – perguntei olhando para trás, não havia mais nenhum carro de nossos amigos.

Ela sorriu provocante.

- Eles vem mais tarde, agora podemos ter um tempinho só pra nós. Uma casa inteira, duas pessoas, que tal?

Sorri de volta, me animando com a ideia. Continuamos o trajeto em silêncio, logo estávamos na frente de uma grande mansão, um jardim cuidadosamente planejado projetava-se na frente da casa, esta última com uns três andares de altura.

Ela me puxou para dentro da casa e fomos comer alguma coisa, devia ser umas duas horas já, fizemos uns sanduiches e fomos assistir um filminho na sala.

Na metade do filme eu já não estava entendendo mais nada, eu só prestava atenção na garota que estava sentada no meu colo, me beijando de uma maneira selvagem enquanto eu passava as minhas mãos por seu corpo. O que veio depois vocês sabem né?

[...]

- Bonito esse seu colar de contas aqui – ela disse, passando a mão no meu colar.

Sorri amarelado. Estávamos aninhados no sofá, colados.

- É de um acampamento que eu fui – eu disse.

- Eu sei querido, eu sei – ela sorriu.

Arregalei os olhos surpreso, ela colocou delicadamente sua roupa e sorriu de novo.

- Como... o que? – eu balbuciei, ainda em estado de choque.

- Você é gostoso João, poderia ser um brinquedinho meu, pena que tenho ordens para mata-lo, mas como sou legal eu deixo você escolher como – ela disse se aproximando de mim.

Meu corpo enrijeceu, recuei alguns passos, a única coisa que eu podia fazer é transformar meu anel em espada e lutar com ela, pelado.

Meu anel! Onde ele estava? Vasculhei a sala com os olhos, ele deveria estar no meu dedo, mas eu acho que tinha guardado ele na calça um pouco antes. Só tem um problema, pegar o anel na calça, que está atrás de Sofia.

- Quer sua espada bebê? – ela disse numa voz manhosa – não vai ter.

- Quem é você? – perguntei.

- Puff, eu não sou ninguém não, isso não te importa certo? Certo. Agora vamos lá, quer morrer como?

Eu estava começando a entrar em pânico, eu tinha quase certeza que tinha de agir rápido, eu ou viraria o jantar. Ela foi chegando mais próximo e eu fui recuando mais, até me encontrar prensado na parede, com Sofia a minha frente.

Então uma ideia me ocorreu.

- Deuses, é o Apolo? Como ele é gostoso! – eu disse olhando para o outro lado da sala, focando em nenhum ponto.

Ela fraquejou um pouquinho o que me deu tempo para lhe dar um empurrão e sair correndo em direção ao outro lado da sala, peguei minha cueca e meu anel, agora eu estava um pouco mais apresentável para uma luta.

- Muito espertinho João, mas eu tenho minhas armas também. – Ela disse dando uma gargalhada.

Eu pisquei e... Uma faca havia brotado de sua mão, ela me atacou e começamos a lutar, adaga contra espada. Por sorte eu tinha um truque para desarmar que aprendi com Percy que era infalível, em pouco tempo Sofia estava no chão, desarmada enquanto eu apontava a minha espada para sua garganta. Ela gargalhou e disse:

- Vamos, me mate João.

Eu sabia que não poderia matá-la. Então eu disse:

- Vá embora, vou te dar cinco minutos para sair daqui e ir correndo para seu mestre, jure pelo Estige não voltar para me atacar – ela sorriu  e eu forcei um pouco mais minha espada, ela engoliu em seco.

- Certo, certo, você que manda, juro pelo Estige fazer tudo o que você mandou. Aguarde novas visitas João, não minhas, mas aguarde.

E ela levantou e saiu em disparada, passando pelo portão. Sentei-me no sofá exausto, eu precisava de um banho, mas não aqui, me troquei e ia saindo, quando vi o carro, eu chegaria em casa bem mais rápido.

Em pouco tempo eu já estava na porta do meu apartamento, eu escutava algumas conversas no lado de dentro, quando abri me deparei com uma cena... diferente. Jake estava deitado no chão, seus olhos em puro pânico, Leo estava com um martelo na mão, apontando para Jake e Piper segurava sua adaga. Leo gritava:

- CADÊ ELA? ONDE VOCÊ ESCONDEU A ANNIE?

- Ei, ei, o que ta acontecendo aqui? – perguntei fechando a porta.

- João, por favor, diz pra eles que eu não fiz nada, diz pra eles que a Annie ta trabalhando, por favor João – Jake suplicava pra mim.

Sorri, era hora da vingança.

- O QUE VOCÊ FEZ COM A ANNIE JAKE? – eu gritava fazendo minha melhor cara de assustado misturado com raiva, por dentro eu ria muito, eu sabia que Annie estava bem, mas eu queria me divertir um pouquinho.

- O que? João? Por favor cara, você sabe que eu não fiz nada – Jake recuou um pouquinho e eu disse:

- Se não vai falar por bem, vai falar por mal – eu sempre quis dizer isso.

Mandei Leo segurar Jake, que assim o fez, ele prendia os braços do rapaz. Piper estava parada ao meu lado e fez uma cara de espanto quando acertei o primeiro soco no rosto de Jake.

- Onde – soco – Você – soco – Colocou – soco – A – soco – Annie? – nesse último meti um soco bem forte no nariz de Jake, sua cara já estava inchada e sue nariz sangrava.

- João, para, não é assim que agente resolve as coisas – Piper disse, me fazendo recuar, então lembrei do seu charme.

- Não use seu charme pra cima de mim Piper – eu disse ríspido, até Leo me olhou estranho, como se eu fosse um monstro. Ele largou Jake no chão e foi tentar me segurar, eu o lancei para o lado e quando ia dar um chute bem dado em Jake eu escutei a porta destrancar atrás de mim.

- Jake você não acredita... O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Annie gritou.