Destino escrita por Eve


Capítulo 15
Capítulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

Gente, a última vez que eu atualizei essa fanfic foi em Julho. EM. JULHO. Eu sou uma cretina. Vocês todos já deviam ter feito um mutirão para me xingar e me assassinar via internet. Mas como são os leitores mais lindos e perfeitos do mundo, ainda estão aqui esperando por minha boa vontade. Muito obrigada.



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XV

 

 

Cronos Valence parou a meio caminho do topo da colina. Zeus Norwood parou a seu lado, e todos dali para trás todos - incluindo Poseidon - fizeram o mesmo. Ao olhar para cima, era possível ver as enormes muralhas de Atlântida erguendo-se e desaparecendo por detrás das elevações de terra. De longe, conseguia-se ouvir o som que ele mais gostava no mundo: a cadência suave do mar, o som harmonioso e ritmado das ondas indo e vindo. Poseidon se lembrava de vir passar temporadas com seu tio Oceano em Atlântida quando criança e ficar dias inteiros sentado na praia observando a imensidão acinzentada que era o mar dali.

— Teremos que abandonar as carruagens aqui, senhoras. - Cronos falou, virando-se para onde estavam Lady Hera e Deméter Norwood junto da senhora sua esposa. - Os criados seguirão com elas pelo acesso lateral.

Quando todos estavam montados em seus devidos cavalos, eles continuaram a viagem e logo chegaram aos primeiros portões. Dali de cima, era possível ver toda a extensão da muralha que protegia o feudo e também o caminho pelo qual eles vieram lá embaixo. E principalmente, era visível o grande castelo, muitos metros abaixo, protegido atrás de mais um conjunto de muros e portões e rodeado por um grande fosso que o circundava e desembocava no ponto mais distante da praia.

Poseidon, na qualidade de novo senhor de Atlântida, foi quem ordenou a abertura dos portões. A expressão de desgosto de seu pai presenciando essa cena foi impagável. Assim que todos adentraram a propriedade, os pesados portões foram devidamente lacrados mais uma vez e eles iniciaram a longa descida até a cidade. Ele se deixou ficar para trás até que seu cavalo estivesse emparelhado com o de Atena. Sua noiva montava uma égua marrom e estava sentada de lado sobre a cela.

— E então? – Ele perguntou, fazendo um sinal em direção à imensidão do território diante de si e ao castelo que se sobressaía por detrás da cidade e dos campos. – Aprova?

Ela deu um riso incrédulo.

— Se eu aprovo? Meu deus, isso é tão grande que eu acho que nem se explorar pelo resto de minha vida conseguirei conhecer tudo. E o castelo é simplesmente... – Ela se interrompeu pela falta de palavras para descrevê-lo.

Atena sem palavras. Algo aparentemente raro.

— Espere até ver de perto – Poseidon falou sorrindo. Ela observava o feudo com os olhos cinzentos ávidos por cada detalhe e um sorriso abobalhado no rosto. Bem diferente da Atena que havia cuidado de seus ferimentos após a briga com Ares, toda fechada e rancorosa. Bem, talvez se ela soubesse o motivo da briga não tivesse ficado tão arisca. Mas não. Ele não falaria, pois pelo pouco que a conhecia,havia suposto que com certeza Atena pensaria que ele estava se gabando, e por isso preferiu dar uma resposta evasiva quando ela o questionou. Mas agora que cavalgava sem nada para distraí-lo, era impossível não recordar-se daquela noite.

...

Eles estavam acampados ao lado da estrada, as senhoras e suas criadas embaixo de uma árvore frondosa e os homens mais para a esquerda, perto da borda da inclinação que corria morro abaixo, formando uma ladeira de plantas rasteiras e pedregulhos. Poseidon, Hades e os irmãos de Atena haviam se afastado um pouco de seus pais, que provavelmente discutiam sobre o casamento, e acenderam uma fogueira para assar as aves que haviam caçado pelo caminho. Os irmãos Valence conversavam animadamente com Apolo Norwood, seu amigo de longa data, deixando portanto Ares Norwood, aquele garoto enorme e estranho, sozinho no lado oposto da fogueira. Após muitos instantes, quando finalmente todos se concentravam apenas na comida, ele falou, sem olhar para ninguém em particular:

— Você deve estar ansioso por esse maldito casamento, não é mesmo?

Poseidon levantou o olhar ao perceber que a pergunta fora dirigida a ele. Mas Ares não esperava por uma resposta.

— Palas Atena Norwood. A filha prodígio. – E cuspiu. – Não passa de uma bastarda maldita. Quando eu nasci, ela já estava lá, instalada como se fosse a própria herdeira. E por acaso meu pai sequer voltou sua atenção para mim, seu primeiro filho varão legítimo? Não, Atena era tudo o que importava. Ela e seus outros bastardos detestáveis. 

— Já chega, Ares. – Era Apolo falando. Mas o brutamontes não lhe deu ouvidos.

— Mas agora ela vai se casar com você, hein? E meu pai finalmente perceberá que algum dia o Olimpo caberá a mim, e a mim apenas. E você... – Apontou para Poseidon. – Espero que seja homem o suficiente para colocar aquela imunda no seu devido lugar. E não esqueça de me dizer se a prostitutazinha é pelo menos boa na cama. Deus sabe que se ela não fosse minha meia-irmã, eu já o teria provado eu mesmo e...

Aquilo já era mais que o suficiente. Poseidon estivera controlando sua indignação desde o início daquele discurso medíocre, mas de repente se viu avançando contra Ares, derrubando-o no chão e socando aquela sua cara impertinente e asquerosa. Contudo, o garoto era forte, e com um empurrão arremessou-o para longe, avançando logo após para atacá-lo. Os dois desferiram golpes igualmente dolorosos antes de escorregarem pela borda do precipício e saírem rolando até que Ares fosse parado por uma árvore solitária. Poseidon o manteve preso entre o chão e o tronco da árvore com uma mão ao redor de seu pescoço e ainda o socou algumas vezes antes de dizer:

— Lave sua boca imunda antes de falar algo sobre minha noiva. E se eu alguma vez perceber que está pelo menos pensando algo ofensivo contra Atena ou alguma outra dama, sua criatura perversa e detestável, eu vou acabar com o que ainda resta dessa sua cara desprezível.

...

Poseidon foi arrancado de seu devaneio quando escutou o som de pessoas se aproximando. E assim que eles emergiram do bosque pelo qual estavam passando, chegando à grande clareira que dava margem para o início da cidade, todos viram: Os comerciantes, trabalhadores, camponeses, homens, mulheres, velhos e crianças, todos reunidos. Tão logo Poseidon tomou a frente do cortejo, eles explodiram em vivas de boas-vindas e comemorações. Ele não conseguiu conter o riso. Virou-se para trás e observou a reação de seus acompanhantes: seu pai estava com um semblante que tentava mostrar indiferença mas não conseguia esconder a raiva; sua mãe parecia orgulhosa. A família de Atena sorria educadamente e Hades e Héstia riam tanto quanto Poseidon. Mais atrás, ele capturou o olhar de Atena, que também não conseguiu conter o sorriso. Poseidon virou-se mais uma vez para a multidão. Com uma recepção calorosa como aquela, era difícil duvidar de que seria ali que encontraria sua felicidade, de um jeito ou de outro.


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