Opostos escrita por Marina Andrade


Capítulo 9
Capítulo 9 - Férias de Natal




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-Vai pra casa da Lauren nessas férias? – Collin perguntou a Dave enquanto fazia abdominais, deitado sobre um colchonete no campo de quadribol.

-Vou. – Dave disse sorrindo. Estava sentado na arquibancada conversando com Dave e aproveitando o sol do fim da tarde de sábado. – Estaria mais animado se o irmão mais velho dela não estivesse lá, mas tudo bem... –Comentou suspirando pesarosamente. Collin riu. – Se der tempo vou ver se passo uns dias na casa da tia Samantha. – Ele disse, se referindo à mãe de James.

-Combinei de passar uns dias lá também. – Collin disse se sentando e descansando do exercício. – Eu e o James temos que treinar pra segunda fase do torneio de quadribol. – Ele disse se levantando e caminhando com o amigo rumo à saída do campo.

-Quem está na frente? – Dave perguntou curioso.

-Eles. – Collin falou olhando para outra entrada do campo, por onde o time de quadribol da Sonserina acabara de entrar para um treino. Draco Malfoy os encarou, claramente esperando que saíssem. Como capitão do time, não podia correr o risco de ter jogadores de outras casas espionando seus treinos, especialmente grifinórios. Assim que Collin e Dave saíram do campo, ouviram o zunido das vassouras cortando o céu. Pouco à frente deles, um grupo de sonserinas vinha correndo para assistir o treino, das quais eles reconheceram Pansy Parkinson, que dessa vez não os encarou fulgurantemente como de costume.

-O que será que deu nela? – Dave perguntou encarando a sonserina com o cenho franzido, sem entender.

-Vai ver não nos reconheceu. – Collin deu de ombros.

-Ou então a Smith a amaciou um pouco. – Respondeu Dave irônico.

-É... Talvez. – Collin comentou pensativo.

-Falando na professora, onde é que o James se meteu? – Dave perguntou olhando pelos jardins.

-Ele disse que tinha que resolver uma coisa. – Collin disse sem muita convicção das próprias palavras.

-Espera... – Sussurrou Dave, parando de caminhar. – Ouviu alguma coisa? – Ele deu um passo à frente para enxergar melhor através das árvores, quando viu dois vultos passando a alguns metros deles, o primeiro de uma garota de cabelos castanhos sorridente, que lançava feitiços sobre um alvo atrás de si; que pelo uniforme e familiar cabeleira castanho-clara, só podia ser James.

-Aham, tá. – Dave rolou os olhos e dirigiu um olhar irônico ao amigo – Quando é que “coisa” passou a significar “sonserina de olhos verdes” mesmo? – Ele zoou.

Anya e James estavam correndo por entre as árvores a uns bons quinze minutos, simulando um duelo de Feitiços. James sabia que corria muito mais rápido que ela, mas não estava necessariamente interessado em ganhar a corrida.

-Estupefaça! – Ele esbravejou o feitiço contra Anya, que foi mais rápida que ele, girando o corpo e lançando uma onda transparente com um gesto de varinha, que fez com que seu feitiço rebatesse. James foi lançado a quase dez metros de distância de onde estava, e caiu rolando na terra. Anya correu até ele.

-Que diabo de feitiço é esse?! – Ele perguntou jogado sobre a grama.  Anya riu da sua indignação.

-Impedimenta. – Ela o lembrou enquanto dava a mão para que levantasse.

-Ainda não consigo conjurar esse. – Ele disse desanimado.

-Quer tentar? – Anya se ofereceu, e depois de se entreolharem os dois começaram a rir. Estavam exaustos, e James suado dos pés à cabeça.

-Outra hora. – Ele disse rejeitando a oferta educadamente. – Precisamos ir senão perdemos o jantar. E isso seria terrível. – Acrescentou olhando seriamente para Anya enquanto caminhavam em direção ao castelo.

-É. Ainda tenho ronda pra fazer. – Ela comentou desanimada.

-Por curiosidade, como é que funcionam essas rondas? – Ele perguntou curioso.

-Eu não devia contar... – Anya olhou desconfiada para James. Ele tinha batido o recorde de detenções de qualquer aluno de Hogwarts, e ela suspeitava de que ele pudesse usar as informações para tirar vantagem sobre os pobres monitores.

-Prometo que não vou fazer nada de mal contra qualquer monitor. – Ele disse tentando se redimir. – Exceto o Malfoy. – Completou – Esse eu faço questão. – Brincou, fazendo Anya rir.

-São dois monitores por casa, e cada casa faz duas rotas por semana, de duas horas. – Ela explicou.

-E o que vocês ganham com isso? – Ele perguntou fazendo gestos de indignação com as mãos. – Há milhões de maneiras melhores de gastar quatro horas por semana. – Comentou, mas ao ver a expressão séria de Anya imaginou que tinha sido rude. – Desculpa. – Ele disse voltando a olhar para o castelo. – Não quis ofender.

-Nós temos acesso à boa parte da sessão restrita da biblioteca, temos nosso próprio banheiro e ganhamos desconto nas lojas de ingredientes mágicos de Hogsmeade. – Ela explicou. – Mas estou nessa pelo enorme banheiro dos monitores mesmo. – Anya disse sendo extremamente sincera. James riu a ponto de quase ter uma crise. – Você não imagina a confusão dos banheiros femininos. – Ela disse colocando a mão sobre a testa.

-Anya. - Malfoy veio da direção do castelo, ainda com o uniforme de quadribol. – Você vem jantar? Temos ronda daqui a pouco. – Ele comentou.

-Claro. – Ela respondeu depois de olhar para James, que indicou com a cabeça que ela devia acompanhar o sonserino. Ele não podia ser visto com ela dentro do castelo. Observou enquanto ela entrava no castelo com Draco e depois de alguns segundos entrou no castelo e caminhou até seu dormitório.

Anya suspirou ao trancar a porta do banheiro dos monitores. Tinha sido um dia corrido. Era sexta feira, último dia de aulas antes das férias de natal. Pouco antes do final da aula de DCAT, quando já planejava o que ia ensinar a James na aula de Feitiços, Peter Green, que costumava sentar na carteira em frente à que ela dividia com Linda ou Logan lhe entregou um pequeno pedaço de pergaminho dobrado:

“Treino de Quadribol. Não posso ir. J.W.”

Seria estranho sair para as férias sem se despedir de James... Ou pelo menos era isso que passava pela cabeça de Anya enquanto ela prendia os cabelos num coque e entrava na imensa banheira de água quente, que para sua alegria, não estava sendo rondada pela Murta Que Geme nesta noite em particular.

Talvez ele vá pra casa amanhã... – Ela pensou, olhando distraída para a água, quando se lembrou que não podia demorar. Ainda tinha uma última ronda pra fazer com Draco.

-Alguém viu o Peter? – Dave perguntou enquanto comia uma bengala de açúcar. Ele, Collin e James estavam jantando no Salão Principal, que estava todo decorado para as férias de natal, com uma árvore enorme próxima à mesa dos professores, guirlandas, laços e neve falsa que desaparecia do céu pouco antes de cair sobre a cabeça dos alunos. O Salão estava mais agitado que o normal, afinal de contas, estavam oficialmente de férias; e a maioria dos alunos já partiria para casa hoje mesmo através das passagens de Pó de Flu do Salão Principal.

-Vi ele pela última vez na aula de DCAT. – Collin comentou devorando uma pilha de doces.

-Deve estar na biblioteca devolvendo umas duas centenas de livros. – James comentou casualmente, olhando para a mesa da Sonserina de tempos em tempos para ver se Anya tinha chegado.

-Vocês vão pra casa hoje depois do treino? – Dave perguntou a James e Collin, apontando para seus uniformes de Quadribol.

-Não vai dar, as passagens se fecham às dez horas, e só Merlin sabe quando terminaremos de treinar. – James respondeu pelos dois.

-Por que diabos vocês resolveram treinar no último dia antes das férias? – Peter perguntou sentando à mesa e já entrando na conversa. Dos quatro, era o único que sabia tão pouco de Quadribol que provavelmente não saberia diferenciar um balaço do pomo numa partida.

-Teremos um jogo contra a Sonserina na primeira semana quando voltarmos, e não sei se vou conseguir uma vaga pra treinarmos até lá. – James, como bom capitão do time, explicou ao pobre devorador de livros.

Anya entrou no Salão Principal acompanhada de Pansy, e depois de uma breve olhada para a mesa de sua Casa, coisa que era instintiva a todos os Sonserinos; se virou para olhar para James na mesa da Grifinória, quando quase trombou com o mesmo. James estava a menos de um metro dela, saindo do Salão com Dave, Collin e Peter, provavelmente para o treino de Quadribol. Ele olhou pra ela e sorriu, tentando inutilmente ser discreto. Anya correspondeu ao sorriso e caminhou com Pansy até perto de Draco. Tinham se despedido, afinal.

-Mãe! – James disse correndo para abraçar a mãe ao sair da passagem de Pó de Flu. – É bom te ver. – Ele disse, respirando fundo, se sentindo finalmente em casa. – O meu pai está no Ministério? – Perguntou enquanto acariciava seu cachorro.

-O Ministério chamou os aurores para uma reunião hoje. – Samantha Woodson explicou sorridente, animada pela chegada do filho. – Parece que vão decidir os detalhes finais da prova de admissão de novos aurores no Colégio. – Ela disse em tom cúmplice, sabendo que o assunto interessaria o filho.

-Mas já? As provas são só em julho... – Ele começou a falar sem muita convicção – não são?

-Parece que parte dos testes vai acontecer em pouco mais de uma semana. – Samantha disse olhando para o filho com um sorriso misterioso. – Mas isso não deve ser um problema, afinal fiquei sabendo que você andou tendo aulas particulares de Feitiços com uma aluna. Uma sonserina. – Completou com uma sobrancelha levantada.

Era o quarto dia de férias, e James estava sentado na poltrona de sua casa, com as mãos suadas e a respiração acelerada. Não sabia o que esperar. Tinha mandado uma carta para Anya, pedindo que o ajudasse a estudar para os exames da semana seguinte, e apesar de sua resposta surpreendentemente favorável, não sabia se tinha feito a coisa certa, afinal, seus pais eram grifinórios, e ter uma sonserina em casa por dois dias podia ser um problema.

A campainha tocou, o tirando de seus devaneios; e antes que sua mãe pudesse mover um músculo da poltrona em que estava sentada, ele já estava em frente à porta, ajeitando sua camisa e abrindo a porta ansiosamente.

Do outro lado estava um homem alto, de cabelos negros e trajando o uniforme de quadribol do Holyhead Harpies, que James reconheceu como um dos batedores do time; e ao seu lado, Anya, com roupas casuais, uma pequena mala em uma das mãos e uma vassoura na outra, cujos olhos verde-escuros causaram um sorriso involuntário em James.


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