Rebellious escrita por luíza


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Apenas o começo. Sejam bondosos comigo, é a primeira fic que escrevo. Agradecimento especial a Ana Clara que me incentivou a escrever e a postar. Tenham uma boa leitura.



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– Kibum? Onde está você? Precisamos conversar - disse a mãe revoltada procurando o filho.

O encontrou. Sentado, sozinho no jardim com seus fones no ouvido. Parou em sua frente com ar de zangada. Então o menino com cabelos escuros a viu e indagou:

– O que foi dessa vez?

– A diretora de sua escola acabou de ligar.

E daí? - disse o menino pouco se importando.

Kibum, ela disse que você não vai a escola a 2 semanas. O que está acontecendo?

Já falei pra me chamar de Key, não gosto de Kibum.

– Menino, cansei. Cansei dessas suas atitudes, do seu péssimo comportamento.

O menino riu com deboche : - E o que pretende fazer? Qual castigo virá agora?

Eu não vou fazer mais nada. Como eu disse, cansei. Cansei de tentar dar um jeito em você. Mas sei que seu pai terá uma forma mais severa de te corrigir.

Key se levantou sério: - Ah, dane-se. Não me importo com nada mesmo. - entrou em casa e trancou-se em seu quarto.

No outro dia, Key decidiu ir à escola. Mais tarde, sua mãe reparou no horário, o menino estava atrasado para o almoço. Resolveu ligar para ele, porém não obteve resultados. Então ouviu barulho de chaves vindo da porta da sala, era Key chegando. Quando a mãe o viu derrubou os dois pratos que havia em sua mão, muito assustada: - Kibum meu filho, o que você fez??

Quanto exagero, parece que eu troquei de cabeça.

Kim, por que você pintou seu cabelo? Você era tão lindo moreno. Era perfeito, seu cabelo era maravilhoso escuro.

Loiro não ficou legal? - disse ele com voz sarcástica.

Está horrível, menino!! Está espantoso!!

Ele riu vitorioso: Ótimo. Ficou do jeito que eu queria. Obrigado pela opinião. - pegou seu prato e foi pro quarto.

Quando seu pai chegou sua mãe fez um escândalo. Um escândalo tão alto que o menino escutou de seu quarto, que ficava no segundo andar de casa:

– EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER COM ESSE MENINO! AGORA ELE APARECEU AQUI COM O CABELO PINTADO DE LOIRO!! FICOU HORRÍVEL, PARECE UM DROGADO, UM PERDIDO!!! NÃO AGUENTO MAIS ESSA REBELDIA, TANTA FALTA DE RESPEITO E CONSIDERAÇÃO COM A GENTE. ELE ESTÁ MESMO SE PERDENDO, E EU REALMENTE NÃO SEI O QUE FAZER. CASTIGOS VIRARAM DEBOCHE, ELE JÁ TEM 17 ANOS, NÃO POSSO DAR UMA SURRA, SÓ O FARIA FICAR COM MAIS RAIVA. PRECISO QUE DÊ UM JEITO NISSO, OU NÃO SEI O QUE VAI ACONTECER COM O NOSSO KIBUM.

Ela diminuiu o tom da voz e começou a chorar o mais baixo que conseguia para que seu filho não a escutasse. E não escutou.

Assim que anoiteceu, o pai de Kibum foi até seu quarto chamá-lo para jantar, mas não recebeu respostas do mesmo. Pegou uma cópia que tinha da chave do quarto e abriu a porta.

Olha, aqui está a sua janta, coma se quiser. Arrume umas malas, com todas as suas roupas e pertences.

Key respondeu prontamente de maneira grossa: - Me expulsar de casa realmente é uma ótima solução.

Seu pai falou sério: - Não vou te expulsar de casa. Você vai pra um colégio mais decente do que este que a sua mãe te colocou, em outra cidade. É um colégio sério, vão te ensinar a se comportar, você vai voltar a ser o bom filho que era quando fez 16 anos. E não me interessa se você vai gostar ou não. É isso. É o único jeito de você se consertar. Você pode gritar, debochar, fazer todo o tipo de pirraça ou chantagem existentes no mundo, nada vai mudar. Eu realmente não queria tomar uma atitude assim, porém, você escolheu. Você vem sendo completamente insuportável nos últimos meses, eu não posso mais viver com esse estresse todos os dias, muito menos sua mãe. Vai ser duro ficar longe de você, mas pelo menos lá você vai deixar de agir assim. Pelo menos eu espero que deixe. Enfim, mudando ou não, você ficará lá o tempo que eu achar necessário. Se você não mudar será pior pra você porque os castigos lá são um pouco piores que os da sua mãe, os quais já viraram motivo de chacota pra você. Você passará o dia inteiro lá, todos os dias da semana. Espero que se torne agradável estudar e viver nesse colégio. Sei que está odiando tudo agora, afinal nada que agrade a mim e a sua mãe, no momento, agrada a você. Mesmo isso não nos agradando 100%, pois amamos você e não queremos ficar distantes. Mas a situação nos obriga a fazer isso.

Ele retirou-se do quarto e trancou a porta, exatamente como estava antes de entrar.

Key ficou quieto, com raiva, pensativo. Ele não queria deixar a cidade que morava, sua casa, seus amigos, sua vida. Mas sabia que como o pai dissera, nada que fizesse para mudar sua atitude adiantaria. Então se conformou, preparou as malas e dobrou algumas roupas para arrumar no dia seguinte. Deitou apenas respirando e pensando como seria desconfortável viver num lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas, tudo contra a sua vontade. Pensou em sua vida, nas coisas que teria que deixar pra trás. Uma pequena e solitária lágrima caiu de seus olhos bonitos e meio infantis. Key a secou depressa, mas foi inútil porque depois dela vieram mais umas duas. Decidiu deixá-las se secarem sozinhas. Se cobriu com as cobertas virou pro lado e ficou encarando a luminária branca, delicada e quadrada, acesa.

Pensou: "Tentarei por eles, porque sei que eles me amam e também os amo muito. Tentarei ser o mais aceitável possível por aqueles frescos e nojentos. Tentarei ser motivo de orgulho para minha mãe, ou ao menos deixar de ser uma vergonha para minha família."

Na manhã seguinte, Kibum desceu as escadas com suas 3 malas grandes e brutas, que pareciam estar bem cheias. Seus pais o esperavam na sala. Sua mãe estava com os olhos molhados, querendo terminar um choro interrompido. Key não a encarou. Não queria vê-la assim.

Apenas abraçou a mãe que falou: Eu te amo, e eu sei que isso será bom pra você.

Ele respondeu sério, frio e áspero: - Espero ser algo que te anime um pouco.

Seu pai pegou duas de suas malas e as levou até o carro. Key levou a terceira, sem olhar para a mãe.

Entraram no veículo e seguiram viagem.

Durante o caminho ouviam-se apenas o som dos pneus duros do carro contra a estrada. O garoto deixou algumas lágrimas descerem de seu rosto escondidas do seu pai que tentou quebrar o silêncio:

O que está achando?

Você não sabe mesmo?

Sei que não está feliz e...

Não estou nada feliz. Na verdade estou com um ódio terrível dentro de mim. Porém, não seria bom colocá-lo pra fora. – disse o menino o interrompendo.

Seu pai ficou sério, estava muito triste. Key colocou seus fones, escolheu uma música boa que talvez o fizesse melhorar um pouco. Colocou bem alto, em uma altura que não o permitia escutar qualquer outro ruído.

Enfim chegaram. O pai de Kibum retirou as malas do carro e o acompanhou até a entrada do colégio. Tinha uma senhora parada olhando para eles, já estava a espera do jovem. Ela era bem velha, séria e fria, parecia ser exigente e rabugenta. O pai foi conversar com a mesma, avisá-la do alto nível de rebeldia do menino. Ela aceitou suas palavras como quem já sabia como seria difícil o trabalho.

Então ele foi embora e deixou o menino ao lado da senhora.

Ela foi educada com Key:

Olá menino, meu nome é Selma, sou a mãe do diretor, dona do colégio, prazer em conhecê-lo.

Olá. Não posso dizer que tenho muito prazer em conhecer a senhora porque não estou nem um pouco feliz em estar aqui. Me desculpe, não quero ser cínico com a primeira pessoa que conheço no lugar que terei que ficar obrigatoriamente por meses talvez. - disse Key.

Tudo bem. Não vou te obrigar a gostar de mim. Apenas peço que seja educado. Penso que não é muito.

Sim, me desculpe se fui indelicado.

Vou te levar até seu quarto, você fará um amigo.

– O QUE?? AINDA TEREI QUE DIVIDIR MEU QUARTO??? - disse Key surpreso - Não acredito nisso.

Sim, terá. E seria bom que você agradecesse. Esse menino é um dos melhores alunos do colégio, inteligente, aplicado e responsável. Espero que goste dele.

Já estou o odiando, só em saber que não dormirei sozinho.

Key foi andando dois passos atrás da Sra. Selma que andava calmamente o levando para seu novo quarto.

Quando chegaram estava vazio. O tal sujeito com quem Kim dividiria seu quarto estava em aula.

Aqui está, pode esperar por seu amigo aqui ou tentar dar uma volta pelo colégio. Por favor, tente não se perder. Nem fugir, o que provavelmente dará errado. Tenha um bom dia.

Key respondeu falso, escondendo a enorme raiva que estava sentindo: - Bom dia.

Ele sentou na cama vazia, que ficava do lado também vazio do quarto e colocou suas malas em cima dela. Foi olhar os pertences do futuro amigo. Viu alguns desenhos, muito bem feitos, ficou os admirando por minutos. Achou dois cadernos, abriu um deles e observou a bela caligrafia do tal menino. Decidiu voltar para suas coisas, pensou que se o menino chegasse não gostaria de encontrar um desconhecido mexendo em seus objetos. Começou a desfazer uma mala, a menor das três. Retirou dela as roupas e as colocou no limpo e marrom armário, que ficava ao lado da janela. Ouviu barulhos na porta, era seu companheiro de quarto.

– Olá, então você é o Key? - disse o lindo e simpático menino contente com cabelos loiríssimos, ainda mais loiros que os pintados de Key.

– Ah sim, desculpe se te assustei.

– Não, tudo bem. Fui avisado de sua chegada. Meu nome é Lee Taemin, como vai?

– Nada bem, não é da minha vontade estar aqui.

– Entendo. A Sra. Selma me avisou que seria alguém bem rebelde, mas não estou vendo toda a rebeldia descrita por ela. - disse Taemin sorrindo.

– Todos me veem como rebelde. Por isso estou aqui. Talvez seja uma rebeldia não compreendida ou não enxergada por alguns. Por mim, por exemplo, e talvez por você também. - disse Key tentando ser legal.

– Pode ser. Você parece ser uma boa pessoa.

– Não sou. - respondeu Key sorrindo. E essa resposta fez Taemin soltar uma pequena e infantil gargalhada.

– O que você fez de tão sério pra te colocarem aqui obrigatoriamente?

– Pintei o cabelo de loiro, arrumei um apelido rejeitado pela minha mãe e me acostumei a não respeitar ninguém e a responder a todos com má educação. - disse Key sendo sincero.

– Ah. Os pais dificilmente aceitam ser desrespeitados. E nunca querem receber respostas grosseiras.

– Pois é, mas eu sou assim, exatamente assim. Comecei a virar uma pessoa inaceitável pelos meus pais. Antes dos 16 eu era o filho mais lindo e maravilhoso do mundo, depois..... virei essas coisinha desprezada que você está vendo.

– Ei cara, não fale assim. Você não é desprezado. Apenas se comporta mal.

– Espero que esse colégio cheio de alunos corretos e tão queridos pelos mais velhos, como você, faça com que eu seja alguém assim. Espero mesmo me tornar. Mas não vou facilitar as coisas.

– Tente não dificultar. Eles são duros com a gente.

– Veremos como será. Não tenho escolha mesmo. É isso ou eu me matar! - disse Key rindo com ar de ironia.

Taemin ficou sério quando o ouviu.

– O que foi? Você não está mesmo pensando em se matar né? - disse Key ainda com muita ironia.

– Não. Não gosto desse assunto. Não me sinto bem falando nisso.

– Algum problema?

– Minha mãe se matou quando eu tinha 13 anos. Ela era muito doente, viciada em drogas. Vivia louca, e me criava assim. Eu não era muito feliz, não gostava de vê-la daquele jeito.

– Poxa cara, desculpa, eu não sabia. Realmente não foi de propósito, eu não tinha ideia de que era algo sério, desculpa mesmo.

– Não se preocupe. Não tinha como você imaginar.

– Deve ter sido muito chato.

– Não foi chato. Foi a pior coisa da minha vida. Eu era uma criança traumatizada. E fiquei ainda mais quando ela se matou. Ela fez isso na minha frente, estava com uma arma que tinha arranjado com uma amiga, que também era drogada. Estava chorando dizendo que era uma péssima mãe, dizendo que eu não merecia ser criado por alguém como ela, então atirou na direção de seu coração.

– Taemin, que horror!

– Foi mesmo. Nem teve como salvá-la, os médicos disseram que ela morreu segundos após o tiro. Foi certeiro.

– Sinto muito, muito mesmo.

– Ela não era uma mãe ruim. Ela só era doente. - disse Taemin lembrando de como sua mãe era carinhosa e atenciosa.

– Nem sei o que dizer, fico muito mal com essa coisa de mortes e tal.

– Já se passaram quatro anos da morte dela, eu já superei isso. É que quando tocam nesse assunto de suicídio eu lembro muito dela.

– Claro, entendo. Me perdoe, não foi a minha intenção.

– Tudo bem, você não sabia. Agora vamos, vou te mostrar a escola. Aqui é muito grande, você precisa saber chegar a alguns lugares principais, são muitos corredores, você pode se perder.

– Ah, sim, vamos.

*Continua*


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado. O segundo capítulo está quase pronto, o postarei assim que concluído. Obrigada.



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