Retalhos escrita por Mandy


Capítulo 1
Danny e Lisa


Notas iniciais do capítulo

Esse tem como objetivo mostrar algo que sempre ficou em segredo dentro das historias. Danny e Lisa em seu nascimento e Dean virando pai e descobrindo que nem sempre se tem tudo na vida.
O tempo aqui será meio louco, hora estarei no presente, hora no passado ou no futuro. Definitivamente este capitulo será mais bem compreendido se for lido When you have a killer in your tail antes.
Espero que gostem.



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Há pessoas que choram por saber que as rosas tem espinho.

Há outras que sorriem por saber que os espinhos tem rosas!”

Machado de Assis

14 de Fevereiro de dois mil e três

Duas e quarenta da tarde

Daniel e Melissa, Daniel e Melissa, Melissa e Daniel, Danny e Lisa...

Essa era a única coisa que ele conseguia pensar enquanto trabalhava em um projeto de engenharia. Nunca em toda a sua vida ele pensou que perderia seu tempo e juízo falando como um louco e repetindo como um bêbado os nomes de pessoas que ainda não nasceram.

Não nasceram, mas estavam bem encaminhados.

Ele era o exitar em pessoa.

Ele, Dean Winchester, o cara que tinha passado anos e anos sem nem ao menos querer pensar na possibilidade de ter um namoro serio ou algo depois disso. Ele estava perto de ter seus filhos.

Seus olhos verdes ficavam ainda mais verdes com a felicidade que atravessava sua iris, ele estava definitivamente se transformando em um pai maravilhosos daqueles que ouviria seus filhos e que deixaria eles aprenderem a dirigir e a caçar mesmo que a escola ou sua mulher não desejasse que eles aprendessem nada sobre isso. Ora, seus filhos tinham de ser um pouco dele e o que de Winchester eles teriam se não soubessem o que é a sensação de dirigir e sair pela estrada, ou caçar? Dean era praticamente um sobrinho de caçador e passou muito da sua vida sendo filho de um caminhoneiro, ele definitivamente estava ensinando seus filhos a fazer essas coisas.

Ele não seria um pai machista, ele desejava que sua única- ele não estava esperando por mais filhos uma vez que sua esposa deixou bem claro que não passaria por esse processo de novo- filha fosse igual a pessoa que sua mãe foi em vida. Mary, ela era definitivamente uma mulher de punho e era isso o que ele mais gostava nas mulheres... nos tempos de faculdade ele nunca conseguiu se relacionar por tempo suficiente com as patricinhas que precisavam ser protegidas. Ele gostava mesmo é de mulher que luta.

Ele almejava que sua filha fosse uma mulher de luta.

Para seu filho: Daniel Chris Winchester- ele não conseguia parar de pensar que esse era o nome mais apropriado para seu filho, tinha a sua primeira letra, tinha um significado perfeito e um som forte que fazia a boca se alegrar ao dizer esse nome- ele desejava que ele fosse como Sam, e mesmo que ele jamais pronunciaria isso em voz alta, ele tinha em seu filho as expectativas de um jovem educado, que se importava com as pessoas e inteligente. Ele queria que seu filho o ajudasse a consertar carros e equipamentos mecânicos e dividisse o mesmo amor por jogos de cartas que ele.

Em sua mente imagens de seu filho consertando os velhos carros da garagem de Bobby o faziam delirar. Ele delirava tanto que se esquecera completamente do trabalho que tinham em mãos.

Dean nem ao menos tinha percebido que seu chefe o estava observando.

Ele quase engasgou de vergonha, para quem nunca o tinha visto ele poderia ser classificado como uma pessoa fria, mas para esse chefe em particular- que o conhecia há muito tempo, desde o dia em que ele era um jovem estagiário- Dean estava absorto em seus pensamentos de construir uma família feliz de tal modo que o trabalho tinha oficialmente ido para o brejo.

O homem balançou a cabeça, era hora de deixar seu melhor engenheiro ir.

Antes que ele dissesse alguma coisa o celular do jovem de olhos verdes começou a tocar. Ele sabia quando o irmão mais novo de seu funcionário ligava, a musica do Kansas era a mais especial dentre os toques dele.

Dean atendeu seu telefone ainda envergonhado, mas ao ouvir a noticia que seu irmão dizia ele não conseguiu se conter e gritou em alto e bom som para a firma inteira ouvir:

-Minha mulher está em trabalho de parto!

O chefe sorriu um pequeno sorriso, ele desejava tudo de bom para o jovem e sabia que nem precisaria dizer que ele estava liberado por hoje. Dean já havia corrido pelos corredores e espalhado a noticia ganhando aplausos e mais aplausos dos outros funcionários.

Ele tinha deixado o ambiente em questão de segundos.

Levou menos de vinte minutos para ele chegar no hospital, e seu sorriso era estendido de orelha a orelha.

Ele encontrou Sam ali, sentado em uma cadeira desconfortável com uma de suas caras mais assustadoras.

Seu sorriso cairá em um nano segundo.

Ele ouvia o silencio, nenhuma enfermeira estava vindo para ele e a maternidade parecia livre de qualquer novo bebe pelos minutos seguintes. Dean colocava sua cabeça para baixo e fitava os ladrilhos sempre limpos e brancos, ele sabia que tinha algo que ninguém tinha revelado.

Em que sala estava sua esposa?

Seus bebes estavam bem?

Sam tinha aberto e fechado a boca varias vezes como um grande peixe beta. Dean poderia dizer que ele não tinha encontrado a melhor maneira de lhe contar e sabia que o que quer que ele tenha a dizer não seria de seu agrado. Suor frio passou por seu rosto.

Dean não aguentava esperar. Ele queria saber o que tinha acontecido e queria para agora!

Ele estava na iminência de apertar os ombros de seu caçula e chacoalha-lo até obter informações satisfatórias. Infelizmente nada disto tinha sido necessário, antes que ele estendesse os braços Sam chamou sua atenção.

Seu irmãozinho estava olhando para um medico cuja bata era de um tom verde-claro (o uniforme da pediatria neonatal) ele tinha a pele negra e os olhos amendoados e parecia realmente uma pessoa que tinha nascido para cuidar de crianças, Dean não sabia o porque mas pensava assim. O tal medico tinha mais ou menos a idade de seu pai- quando ele tinha morrido- e parecia carregar uma carranca no rosto.

Médicos carrancudos nunca eram bons.

Antes que o homem de jaleco verde limpasse a garganta ou se preparasse para dizer qualquer coisa se fez pronunciar:

-Doc, você pode me dizer na cara. Eu não tenho medo de nada. Sua voz era exasperada e até mesmo Sam poderia discordar se sua afirmação. O medo nele era palpável como uma almofada.

Por um momento o medico pareceu avaliar suas opções, se ele fosse o pai dos gêmeos que estavam na sala de parto numero três ele queria saber o que estava se passando, mas se ele fosse o pai era claro que um barraco vinha a caminho. O medico julgava Dean parecido com ele e resolveu-se por aguentar a responsabilidade por qualquer escândalo futuro. Ele decidiu contar a verdade.

Mas antes ele tinha uma pergunta a fazer:

-Sua esposa... ela não sabia fazer o pré-natal?

Oh, ele sabia que mais cedo ou mais tarde alguém perguntaria isso, tinha sido o motivo de varias brigas entre ele e ela. Sua mulher amada e única tinha na cabeça um pensamento realmente idiota de segurar a gravidez da mesmo forma que sua avo- a pessoa que ele mais amava no mundo- segurou, ou seja, sem nenhuma modernidade, sem saber do sexo ou de qualquer outra coisa. Eles só sabiam que eram gêmeos porque em um dia chuvoso (dentro de um supermercado) suas compras tinham se chocado com uma pediatra que em um único olhar tinha lhes dito que a barriga era uma barriga de duas alminhas. Sua mulher tinha ficado ansiosa para saber se era verdade e acabou por fazer sua primeira consulta como mulher gravida aos oito meses de idade, o que tinha sido mais ou menos há dois dias. Ela tinha acabado por descobrir- por insistência do medico em dizer-lhe- o sexo dos bebes.

Tinha sido assim que eles se decidiram por Danny e Lisa. Depois de ouvir uma musica de uma banda composta por um grupo de armênicos e gostar da sonoridade dos apelidos eles passaram o dia inteiro imaginando nomes que coubessem neles.

Mais uma vez ele tinha se perdido em pensamentos. Ele não queria enfrentar a realidade mesmo que ainda não soubesse qual era ela, ele queria continuar acreditando que tudo estava em paz, mas quando um medico olha em seus olhos e faz uma careta de desaprovação não há mais nada a pensar. Seus filhos talvez não estivessem tao bem assim.

Ele ouviu Sam explicar toda a historia para ele e viu o medico o olhar com uma cara de pena no rosto. Provavelmente ele nunca teve filhos e não poderia sentir mais nada em uma situação dessas. O doutor sabia que os dois caras em sua frente poderiam fazer um escândalo duplo e agora que ele viu como os dois irmãos eram ele teve um pouco de medo. Nunca lhe tinha sido interessante lidar com advogados e ele sabia, pelo jeito de andar do mais novo, que ele estava estudando para ser um.

Ele olhou mais uma vez para o pai de primeira viagem e pensou que a melhor coisa seria dizer logo de uma vez.

Foi exatamente o que ele fez, mas nada no mundo tinha o preparado para a reação que o homem loiro executou.

Ele ficou decepcionado.

Dean ouvia, ouvia e ouvia, nomes estranhos passaram por suas orelhas e ele ficava cada vez mais assustado com a ideia de ter de soletra-los em algum momento posterior de sua vida. Ele ouvia que seus filhos tinham nascido, que realmente eram um menino e uma menina (que tinha nascido em primeiro lugar, claro) e que ela estava perfeitamente bem. Ele sabia que depois disso seu cérebro precisaria de muitas drogas para processar novas informações e não queria que o medico mudasse de assunto ao mesmo tempo que precisava ouvir sobre seu filho.

Aquela tinha sido a primeira vez que ele ouviu os nomes; liquido cefalorraquidiano, hidrocefalia, espinha bifida, cirurgia de fechamento da medula.

Ele não tinha gostado de nenhum dos nomes estrambólicos.

O que ele tinha entendido de tudo aquilo se resumia a seguinte frase: Seu filho tinha nascido com uma coisa estranha, liquido entrou em seu cérebro e eles precisavam fazer uma cirurgia para consertar isso e outra- posteriormente, o medico não explicou quando- para drenar o liquido.

Sua visão começou a borrar e cantos negros apareceram em seus olhos ao mesmo tempo que seu corpo começou a tremer involuntariamente. Ele estava morrendo de medo, medo pelo futuro, medo por seus planos de ter um filho consertador de carros, medo de perder seu único garoto antes mesmo de vê-lo e medo por si mesmo, pelo que ele poderia ser capaz de fazer. Ele já tinha lido muito sobre estresse e situações traumáticas e definitivamente não queria ser uma daquelas pessoas que se amarguravam e se fechavam em um casulo por causa de um evento que tinha ocorrido no passado.

Dean poderia sentir que a morte de um filho, mesmo em um tempo que não tenha sido suficiente para se apagar a criança, não era um evento isolado.

Ele desmaiou em um único segundo.

Ele deixou Sam sozinho para lidar com tudo e fugiu da realidade da forma a qual ele tanto se acostumou a fazer.

Até hoje ele poderia se arrepender disto.

Duas horas depois

ele finalmente tinha acordado. Sam o levou para o quarto onde sua bela esposa- a única mulher de cabelos loiros e olhos verdes que não era muito fresca- estava descansando. Foi ali que ele finalmente viu sua filha, amais velha dos bebes.

Ele poderia concordar com Sam quando ele disse que a pequena bolinha rosa parecia uma pedra preciso-a.

Ela era leve- leve como um recém-nascido- e mantinha os olhinhos fechados para o mundo, as enfermeiras tinham no dito que assim que deixou o ute-o ela tinha dado um berro e ele se sentiu aliviado; pelo menos uma de suas expectativas estaria se materializando. Sua mulher tinha sorrido para ele o tempo todo e agarrando sua mao deu-lhe toda a força que ele precisava, ela era definitivamente uma mulher de fibra que não desistiria tao fácil das coisas. Ou foi isso o que ele pensou.

Por um breve momento Dean pensou que tudo daria certo e que depois da cirurgia a vida voltaria para o lugar que ela parou, ele ainda ensinaria seu filho a jogar poker e consertar carros enquanto sua esposa ensinava Lisa a cozinhar daquele jeito que somente ela saberia.

Ele se permitiu relaxar na mesma hora em que o medico negro reentrou na sala.

Todo o seu corpo foi tensionado mais uma vez e ele foi inundado por sentimentos ruins.

O medico começou a fazer as perguntas de praxe para averiguar que era seguro entrar no terreno na verdade, geralmente ele mandaria uma enfermeira fazer isso enquanto ele se preparava para dizer uma noticia não tao boa aos pais das crianças, mas por algum respeito louco e ilógico ao homem de olhos verdes ele não o fez. Era o melhor dizer naturalmente ele mesmo.

Mais uma vez, contar a verdade verdadeira foi o que ele fez.

Ele não era arrependido nem quando seus olhos descansaram sobre os três rostos pálidos diante dele. Quando ele disse que o menino estava bem e que o problema em sua espinha foi consertado os três pares de olhos brilharam como estrelas que caíram logo ao som de seu “Mas...”

Dean ouvia, ouvia e ouvia e tudo o que conseguia pensar era que nada daquilo era justo, nada! Ele tinha feito tudo de forma honesta em sua vida, tinha trabalhado como um soldado por causa de seu pai louco, tinha criado seu irmão e o ensinado a ser honesto e tinha superado a morte prematura de sua mãe. Ele não devia estar passando por uma coisa como aquela. Por que diabos um liquido que ele nem ao menos conseguia dizer o nome poderia causar tanto estrago? Sera que todas as pessoas também não tinha liquido na cabeça? O medico dizia que aquilo era um problema não muito comum, e ele sempre tinha sido o cara das coisas estranhas, sua sorte sempre fazia dele um idiota, que poderia causar outros problemas. Ele escultava com desprazer a lista desses outros problemas e praticamente tinha entrado em um estado de raiva quando pensou que todos os planos que ele tinha para seu futuro, todas as imagens maravilhosas de uma corrida na praia ao lado de seu filho poderiam ser deletadas em questão de segundos, por causa dessa hidro-nao-sei-o-que o pobre menino poderia ter sequelas que comprometeriam a visão, a concentração, a coordenação motora, o aprendizado, raciocínio logico, memoria de curto prazo, dificuldade de localização espaço-temporal alem das dores de cabeça, vômitos e ataques epiléticos que ele poderia ter se seu estado fosse mais grave. O engenheiro não tinha ouvido o medico dizer que esses sintomas não necessariamente vinham todos de uma vez, ele estava bastante concentrado em sua própria dor e raiva que nem ao menos tinha visto a cara de sua mulher, o olhar de choro dela e as tentativas pifas de Sam para acalma-los ao mesmo tempo. Tudo tinha brilhado em vermelho e ele tinha partido para cima do medico.

Essa era, pelo menos, uma reação bastante esperada.

Os seguranças chegaram a ele em questão de minutos e o forçaram a sair de cima do medico. O pobre homem de jaleco verde tinha um olho roxo e uma cara completamente ilegível. Quando ele se levantou um surto de criatividade passou por seu rosto e ele olhou fixamente para Dean, ele tinha percebido algo que nenhum deles tinha e ficou feliz com a possibilidade de concertar as coisas de uma vez por todas.

Ele tinha percebido que o pai de primeira viagem ainda não tinha visto seu filho.

Dean, Sam e a única mulher tinham ficado impressionados ao perceber o medico estava certo. Em um piscar de olhos o clima da sala mudou completamete, Dean estava embriagado de vergonha, ele tinha se deixado levar pela raiva sega e nem ao menos tinha olhado para o menino que acabara de nascer, sim, ele sabia que Danny estava agora na UTI neo natal mas sabia que os pais tinham o direito de ver seus filhos. Como ele queria ver seu filho, ele tinha pensado que o perderia e agora, por causa de noticias que poderiam nem ao menos se concretizarem ele tinha se esquecido dele como se o pequeno tivesse morrido na cirurgia. Seu filho não morreu! Ele estava bem vivo.

Como ele queria ver o pequeno, como ele queria conhecer o menino que o tinha feito desmaiar pela primeira vez em toda a sua vida.

E foi assim que ele foi autorizado a entrar na sala estéril- por uma razão desconhecida na época sua mulher não o quis acompanhar e Sam teve de ficar com ela, algo no mais novo poderia sentir um sentimento estranho vindo dela mas não poderia dizer que tipo de sentimento era aquele e nem se aquilo era normal ou não, suas experiencias com mulheres que acabaram de dar a luz eram inexistentes- ele vestiu uma roupa que o deixava parecendo um alface recém-colhido e teve de lavar os braços e o rosto para poder entrar na anti sala. O medico o acompanhava o tempo todo e viu com uma cara estranha e orgulhosa todas as expressões faciais do jovem, viu sua mudança de sentimentos e viu seu semblante se suavizar uma vez que o pequeno formulário tinha sido colocado em seus braços.

Mil pensamentos passaram pela cabeça de Dean naquele momento.

Os pensamentos de impotência foram os primeiros a bater o ponto na cabeça do homem jovem, eles gritavam coisas depreciativas como as ideias de que ele seria tao distante para essa criança que provavelmente não seria nada para ela, diziam-lhe para colocar o menino em adoção para que pais ricos que tinham tempo e dinheiro abundante pudessem dar tudo o que o problemático precisava.

Os pensamentos de medo e de culpa vieram logo em seguida e diziam-lhe para para de pensar em coisas agradáveis, para deixar o menino na encubadora pois era ele, e somente ele, quem tinha feito isso ao pobre garotinho. Eles o chamavam de imprestável e diziam aos quatro ventos que todos seus sonhos não passariam de sonhos e que o menino provavelmente nem conseguiria andar sem ajuda.

Imagens de um Dean Winchester de cabelos brancos antes dos quarenta anos tendo de ir e vir para hospitais com um menino que nem se quer conseguia olhar para ele nos olhos e uma menina gritando que nunca tinha o amor de seus pais por causa de uma concha vazia dominaram seu ser e sem que ele soubesse lagrimas e mais lagrimas traçavam seu caminho para seu queixo.

De uma forma instintiva ele apertou a criança em seus braços, e foi quando ele olhou para a cabecinha que já apresentava cabelos loiros como o sol ele viu a coisa mais linda que o mundo poderia dar-lhe.

Bem diante de si dois grandes olhos verdes abertos e alertas olhavam para ele.

A mensagem que eles passavam era bem clara:

Não desista de mim. Eu ainda tenho muito a mostrar.

Para uma criança que poderia ter dificuldade na visão e na concentração ele tinha definitivamente surpreendido a todos. O medico sorria com seu trunfo, ele sabia que nada poderia ser por acaso e que o jovem lutador de olhos verdes seria mais um pequeno milagre.

Ele apertou o ombro de Dean delicadamente e o jovem adulto nem ao menos sentiu, ele estava preso por demais no olhar de seu filho mais novo.

Ele era completamente hipnotizado por aqueles olhos.

Pareciam duas grandes esmeraldas.

Dean não desistiria do bebe. Ele era seu filho e lhe tinha pedido, um simples olhar tinha lhe dito tanto com tanta força e sinceridade que ele era incapaz de recusar. Ele faria das tripas coração, ele daria seu melhor para fazer jus a promessa.

Nesse momento Dean Winchester não mais se importava que seu garoto fosse um corredor, um jogador de futebol ou um especialista em consertos de carros. Ele apenas queria manter a promessa que tinha sido feita.

Os olhos verdes que tinham olhado para ele com tanta determinação continuaram abertos e penetrantes na cabecinha um pouco grande para ser de um recém-nascido, eles ainda estavam esperando uma resposta que o deixasse contente, ele esperava por algo que seu pai lhe desse como garantia de que nada os separaria.

Danny não precisou esperar muito tempo.

Com os olhos cheios de lagrimas Dean tinha levantado o pequeno bebe na altura de seus olhos deixando-os encarar um ao outro. Os olhos de esmeralda não reduziram na intensidade nem por um minuto e ele se sentia como um ima atraído pela força daquele olhar, ele poderia sentir a inteligencia pulsar pelo pequeno corpo.

Foi pela primeira vez que ele pensou que talvez nenhum de seus planos tinham sido anulados, o menino era inteligente e ele não tinha duvidas sobre isso. O menino iria pega-lo se ele caísse no mar da tristeza ou no poço das lamentações da mesma forma que tinha feito naquele exato momento. Talvez as coisas nunca seriam da forma como ele havia planejado, mas não havia nada nas leis da vida que impedissem adaptações.

Eles fariam as adaptações necessárias para ter uma vida digna e manter a promessa que tinha feito ao menino em seus braços.

Um sorriso se espalhou por seus olhos e ele se viu dizendo:

-Olá, eu sou Dean, seu pai e prometo que não vou desistir de você.

Os olhos de esmeralda o fitaram de uma maneira que ele já tinha visto pelo menos mil vezes, eles o olharam da mesma forma que Sam fazia quando sabia que o que ele estava dizendo era verdade.

O engenheiro descobriu naquele momento que pelo menos uma coisa seria exatamente como ele pensou que seria.

Os olhos verdes e grandes se fecharam uma vez que eram seguros de seu futuro. Eles tinham total confiança na pessoa que o aceitara como filho.

O bebe nem ao menos sentiu seu corpo ser colocado de volta na encubadora.

Dean sentiu que seus braços perderam seu proposito, mas sabia que logo logo estariam com duas crianças em cada lado.

Ele ansiava pelas surpresas que essa vida de pai tinha para lhe mostrar.

Em nenhum momento ele se arrependeu da promessa que tinha feito.

Como ele poderia?

Aqueles olhos verdes o assombrariam pelo resto da vida se por acaso ele falhasse.

Dean não tinha medo.

Tudo estava exatamente como deveria estar.

Ele seria o pai de uma menina de pulso e de um menino inteligente.

Ele não precisava de mais nada.

Ele estava com Danny e Lisa.


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Notas finais do capítulo

Assim, o que acharam?
Deixe-me saber, comentários sempre serão bem vindos!
Para os próximos capítulos um pouco de Sm e Jess.
Mandy



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