Metamorphosis escrita por Lúcia Hill


Capítulo 14
Capítulo - Confronting




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/264436/chapter/14

O suave perfume de terra molhada adentrou pela janela fazendo-a despertar de um sono leve, a jovem estava ainda aconchegada em sua cama. Pela primeira vez depois de três longas noites se sentiu descansada. O cheiro da chuva fresca e dos velhos cedros pareciam ficar ainda pouco mais forte, Cass levantou-se e permaneceu sentada na beirada da cama, esfregou ambos os olhos, arqueou a sobrancelha ao perceber que sua janela estava aberta. Esforçou-se para manter a calma, era visível o espetáculo da nevoa evaporando com os primeiros raios de sol ao longe.

– Bom dia! - saudou-a.

Aquela voz era profunda e de certa forma parecia acariciar seu corpo, rapidamente a jovem virou-se na direção da porta e se deparou com Matt parado observando-a, droga! aquele sorriso enigmático não a deixava imune a ele.

– Ainda bem que está aqui, preciso conversar com você,Matt. - disse dando ênfase ao nome do rapaz.

Ele fez um gesto, como se pedisse autorização para adentrar no quarto, Cass assentiu.

– Não acha estranho que Alder tenha desaparecido justamente no dia em que tive aquele maldito pesadelo? - disse pausadamente - Inclusive com um cara que tem o mesmo nome? - por fim questionou.

Matt estava sentado no pequeno divã amarelo, Ele parecia tão distante e ao mesmo tempo tão sexy e perigoso, vestido com uma camisa preta fina e uma calça jeans. Cass fechou o pensamento e fez uma rápida avaliação.

– Acho que coincidências acontecem, isso deve ser fruto de sua imaginação já que está preocupada com sua amiga. Sonhos são fatos relacionados com o cotidiano apenas. - respondeu serenamente.

Um sorriso torto e encantador surgiu nos lábios de Matt fazendo as entranhas da jovem se apertarem.

– E a morte de Laszlo? o que me diz? - questionou-o - Justamente quando te encontrei caído perto da pedra lisa e ferido, aliás a cicatrização foi ótima.

O moreno permaneceu inerte observando-a.

– Não tenho culpa da morte de seu namoradinho que era um tremendo de um babaca. - grunhiu.

Babaca! Como assim, Matt conhecia Laszlo?

A jovem rapidamente se colocou de pé deixando suas coxas desnudas a vista, cruzou ambos os braços na altura dos seios fazendo-o analisá-la melhor, as narinas de Matt se abriram e seus olhos continha certo brilho.

– Então conhece o Laszlo? - quis saber.

Matt arqueou a sobrancelha.

– Não, apenas disse que ele era um babaca que não conseguiu segurar alguém como você em mãos.

Cass fechou os olhos e respirou fundo, tentava se controlar.

– Para de mentir pra mim! - berrou - Acha que não sei que você tem algo com a morte dele e o desaparecimento da Alder? Aliás, não precisava esconder seu primeiro nome, Ecse, não é? - questionou.

Matt se levantou em apenas um impulso.

– Como sabe?

A jovem mostrou um sorriso irônico.

– Procurei o investigador Andriy, ontem depois de termos naquela conversa pela manhã. - disse com convicção - Ele me informou que encontraram sua carteirinha da biblioteca de Budapeste ao lado do corpo de Laszlo, Ecser Matthew Szombathely.

Matt sentou-se na cama.

– Já disse que tinha me perdido nessas trilhas, acabei deixando cair. Não prova nada é apenas uma carteirinha, e não algo concreto. Aquele velhote gordo esta tentando me acusar de algo que não fiz. - disse.

Cass recuou alguns passos na direção da janela.

– E Lang Park? minha avó Alys e suas malditas lendas sobre osVârcolac,como conhece tudo isso?

Matt permaneceu calado.

– Tu me aparece do nada ferido e quase as vésperas do festival anual dos Homens Lobos, qual é seu problema?

Por fim ele ergue os olhos na direção da jovem.

– Já disse que estava a caminho de Lang Park, isso não é mentira, conheço sua avó Alys e sim vim participar do Festival, mas não tenho nada haver com a morte de seu ex-noivinho e sua amiguinha depravada. - disse.

O olhar de Matt era como um triunfo divertindo se da inocência de Cassandra.

– Fora da minha casa, agora! - berrou.

Em questão de milésimos de segundo aquele olhar desapareceu, substituído por um raivoso. O rapaz levantou-se e antes de caminhar na direção da porta, disse.

– Irá se arrepender por isso.

Cass sentiu um arrepio percorrer-lhe a coluna, mas manteve se firme em sua decisão. Não queria mais estar a parte de nada, ao ouvir o barulho da porta se chocando com o batente sobressaltou de nervosismo, enfim o belo e misterioso forasteiro estaria fora de sua vida.

A jovem caminhou na direção da janela para certificar-se que ele realmente iria embora, para seu alivio, o rapaz havia deixado o casebre na direção do vilarejo. As lembranças da noite que passara com ele fizeram seu corpo se arrepiar todo, nunca havia experimentado uma noite tão prazerosa como aquela, balançou a cabeça desfazendo os pensamentos pois poderia estar correndo perigo na companhia do belo Matt.

Lembrou-se de Alder e do que ela diria em um momento como aqueles, não precisava de esforço pra saber que conselho ela daria: "Precisa se jogar mais, Cassy, aproveite o momento".

–Tá vendo no que da ouvir seus conselhos Alder? - murmurou aflita - Céus! Por que ele foi aparecer no meu caminho?

Sem mais delongas a jovem caminhou na direção da cozinha, precisava avisar ao investigador sobre a conversa que tivera com Matt, tinha algo sobrenatural que o envolvia, mas ela ainda assim se recusava a acreditar nas historias que sua avó Alys contava sobre oVârcolace o lugar mistico de Lang Park. Pegou o telefone de discou sem demoras.

Delegacia de Cárpatos.– disse um voz feminina familiar.

Cass sentiu um pequeno receio, mas tomou coragem e disse.

– Bom dia, desejo falar com o investigador Andriy, é Cassandra Velkan. - anunciou.

Aquela oferta parecia um tanto que perigosa, já que grosso modo poderia estar lidando com um psicopata. Não demorou muito até o que investigador atendeu.

Bom dia jovem,em que posso ser útil?– perguntou.

A jovem começou a relatar sobre a estranha conversa com forasteiro Ecser Matthew Szombathely, o apenas Matt, Andriy tentou acalmá-la anunciando que já estava a procura dele e em questão de minutos iria mandá-lo para trás das grades.

Assim que desligou, a jovem sentou-se em uma poltrona estofada na sala de estar, observou todo o ambiente, a janela lateral dava uma vista magnífica da grande floresta abaixo no desfiladeiro profundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Metamorphosis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.