Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora!! Foi meio difícil pensar em um caso, mas agora já sei e até que estou bem satisfeita u.u Enfim, BOA LEITURA!!!! (e não me abandonem Ç.Ç)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/264416/chapter/6

A carruagem chacoalhava desconfortavelmente, e mesmo com um banco acolchoado eu sentia que minha bunda estava sonelemente quadrada. BAM!!! Algo bateu com força na carruagem, me alarmando. Quando olhei para o lado vi Will esfregando a cabeça, choroso. É, talvez não seja tão mal assim ser baixinha.

Não se passaram nem cinco minuto e BAM.

- Ok, Will. - Se manifestou Watson. - Dê um jeito de se abaixar ou sei lá. Dá agonia ver você batendo a cabeça assim, pode ficar com um traumatismo craniânio.

- Watson, você acha que TUDO vai dar em traumatismo craniano. - Comentou Sherlock acendendo o seu cachimbo e impregnando o pobre compartimento com cheiro de tabaco.

- É o dever básico de um médico neurótico.

BAM!

  - PELO AMOR DE DEUS, WILL!!! - Watson reclamou de novo.

- O que vocês querem que eu faça? Aqui não tem espaço pra eu me encolher!

- Deite no colo da Holly então!!!! - Decidiu Holmes, batendo o cachimbo na janela pra tirar as cinzas.

- O QUÊ??? - Eu e Will exclamamos em uníssono.

- Já me encheu os "bams" toda a hora, é o jeito. - O detetive deu de ombros.

- Não quero!! - Will cruzou os braços.

- Então não bata a cabeça. - Decretou Watson.

- Ok.

BAM!!!

Will encarou de frente o médico e o detetive por um momento, mas depois estremeceu e pousou a cabeça no meu colo, comportado e submisso.

- Viu, não matou ninguém. - Disse Watson.

- Só minha dignidade. - Resmungou Will.

- Isso porque não é você que está com um cabeção pesado no seu colo. - Reclamei.

- Tem algum problema com cabeções? - Ele se virou, me encarando com os olhos limpidamente cinzentos.

- Depende do cabeção, com você, sim.

- Quer que eu deite no seu colo? - Sherlock sugeriu, com um sorrisinho.

- Vai catar coquinho, Holmes!! Você sabe que a conversa não é com você!!!

- Essas crianças do futuro... - Watson balançou a cabeça com falso pesar, ajudando na brincadeira do amigo.

- Se pelo menos mandassem catar heroína eu não teria problemas com isso. - Comentou o detetive.

- HOLMES!!! - Repreendeu Watson.

- Estamos chegando. - Ele desviou o assunto habilidosamente.

Tentei enxergar pra fora da janela e consegui vislumbrar entre a floresta uma gigantesca mansão vitoriana. A estrutura feita de blocos de pedras se erguia imperiosa em nossa frente. Musgo se espalhava pelas torres só não chegando nos vitrais variados que haviam em exagero.

Paramos na frente de uma enorme porta de madeira e saímos do coche com cuidado e cambaleantes, principalmente eu e Will.

- Odeio. Carruagens. - Will decretou e o cavalo olhou feio para ele.

Usando as duas mãos, Sherlock segurou a pesada e grande maçaneta do portão e bateu-a com força. Uma mulher mirrada e ossuda com uniforme de empregada abriu, nervosa e assustada. Seu olhos estavam rodeados de olheiras e os cabelos sebosos. Nos guiou nervosa e tremelicante pelos corredores exuberantes e com as paredes cobertas de tapetes variados.

Com uma pequena mesura, abriu a porta que dava para uma sala cheia.

Repórters tiravam fotos com aquelas câmeras pesadas, antigas, e cegantes. No meio da sala, no carpete vermelho, estava um corpo grande e gordo caído. No canto, sentadas em algumas cadeiras, choravam uma senhora magérrima e elegante (apesar do cabelo estranhamente levantado) e um garoto jovem, não mais velho que eu, abraçado na outra. Do lado, um mordomo abatido, mas que parecia um pouco mais altivo e mais corajoso que a que nos levara àquela sala.

Sherlock se dirigiu à senhora.

- Lady Murray. Estou a seu dispor.

Ela levantou os olhos depois de enxugá-los com um lencinho.

- Ah... Sir Sherlock Holmes, muito obrigada por vir aqui me ajudar.

- Não precisa agradecer, madame. Só gostaria que respondesse algumas perguntas.

- Claro, tudo que o senhor precisar. Anthony, querido, pode ir pro quarto. Vicent, acompanhe ele. - Anthony, que provavelmente era o filho e Vicent, o mordomo, saíram, ainda que um pouco hesitantes.

- Watson, Will, Holly. Estão dispensados. - O detetive abanou a mão. Arg!!! Queria tanto ouvir o que a senhora tinha pra falar. Watson, percebendo minha insatisfação, colocou as mãos em meus ombros. A empregada do começo nos levou para tomar chá, e ficamos lá, procrastinando e comendo biscoitos.

--x--

Quando percebemos estávamos sendo levados de volta para o odioso coche. Encarei Holmes emburrada:

- Então, quero explicações.

Ele me cutucou com a bengala e balançou impaciente a cabeça, num claro "depois" e praticamente me chutou de volta ao desconfortável veículo.

Depois de termos chegado de volta à Barker Street - sim, com Will no meu colo, para nível de informação. - Sherlock pagou o cocheiro, entrou em casa e caiu pesadamente na sua poltrona.

Watson sentou em frente a ele, repetimos o gesto.

- Então, simplificando. O senhor Murray morreu sem motivos aparentes, ficava cada dia mais fraco e transtornado, mas ninguém sabe a causa. Era cristão, estudioso, filho de família rica, e ocupava uma cadeira no conselho da Universidade de Joxy. Biólogo, não-fumante, sedentário, homofóbico. Essas foram as informações que pude tirar sobre ele. 5 pessoas vivem, ou melhor, viviam na casa. A vítima, sua mulher, Dorothy, seu filho, Anthony, e o casal de empregados, Vicent e Lacie.

- Ué. - Interrompi. - Por que eles só têm dois empregados se são tão podres de ricos?

- O senhor Murray era meio, na verdade, totalmente avarento. Enfim, sua mulher nunca teve nenhuma queixa, o filho só quer saber de jardinagem e o casal de empregados trabalha lá desde crianças, então são pouco suspeitos. Depois de amanhã vamos lá investigar mais e entrevistar o resto da casa.

- Depois de amanhã? - Estranhei. - Por que não amanhã?

- Porque amanhã já marcamos de ir ao teatro com a família Murray.

- E o quê você pretende com isso? - Wiil interveio.

- Nada demais. - O detetive sorriu maliciosamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Droga, acho que não estou mantendo bem a personalidade de Holmes e Watson Ç.Ç Mas estou fazendo o possível. Digam o que acharam e o quê posso corrigir, por favor T^T Bem, espero que tenham gostado. Acho que vou ter mais facilidade pra escrever agora que já botei o caso nos eixos XD